quarta-feira, setembro 03, 2025

abandono [poema 399]

quando o som da tua voz faz eco em mim 
quando as tuas palavras se juntam e crescem por dentro 
vejo apenas a forma dos teus lábios 
e o desenho de um beijo que se torna eterno... 

aperto no peito a cor dos teus olhos, 
quando o tempo se veste dessa mesma cor 
e tudo em redor parece o teu olhar, 
quanto te procuro sem te ver, mas te vejo por dentro... 

o tamanho dos teus braços não tem tamanho 
são apenas um abraço e o cobertor 
numa manhã que parece noite 
num dia de verão que parece inverno 
numa brisa que parece uma tempestade 

numa chuva que me escorre no rosto 
 
e a soluçar me diz: estou vivo e tu não morrerás 
em mim