Temos assistido a um declínio acentuado na frequência dos sacramentos e das celebrações de culto em geral. Cada vez mais os baptizados, apesar de terem recebido o sacramento, vivem como se a Igreja não lhes dissesse nada. A acção pastoral era iminentemente paroquial, mas as paróquias não só têm vindo a definhar, como o número de vocações ao sacerdócio ministerial tem vindo a diminuir. Com o fim da cristandade, aos poucos, a Igreja vai deixando de ser uma maioria. A teologia destes dois últimos séculos e o magistério da Igreja, especialmente graças ao Concílio Vaticano II, fez-nos perceber que o objectivo da evangelização não é impor uma cultura cristã, mas convidar à fé. Ser cristão é muito mais que uma questão cultural. Vivemos, pois, numa fase pós-cristandade, onde o que conta não é o número, mas a autenticidade da fé. O grande esforço de hoje é repensar a nossa acção eclesial e pastoral para chamar à fé, iniciá-la, aprofundá-la e alimentá-la. Não está fácil deixar cair o “sempre se fez assim” para nos tornamos uma Igreja verdadeiramente missionária. Com o ritmo da “manutenção”, falta-nos tempo para pensar seriamente sobre como queremos a Igreja daqui por uns vinte ou trinta anos.
2 comentários:
Eu penso que para começar, os presbíteros têm de se libertar de trabalhos "burocráticos" e delegar nos leigos tudo que seja possível. Para assim, se concentrarem na evangelização.
Serão os leigos capazes de ajudar?
Boa tarde Senhor Padre,
A Igreja não tem acompanhado a evolução do mundo nos últimos anos.
As crianças, quase no berço, são logo confrontadas com telemóveis e desenhos animados para se portarem bem e não maçarem muito os pais.
A Igreja, apesar de haver ainda alguns batizados, tem vindo a passar ao lado para estas gerações, o que tem ajudado à sua desertificação e consequente abandono de sacramentos.
Teria que haver já há bastante tempo o repensar da Igreja no mundo de hoje, com planos com vista a tentar resolver os problemas
com que hoje se debate.
Se, se for adiando, pode ser tarde demais.
Emília Simões
Enviar um comentário