Segundo os dados publicados pelo Observatorio Demográfico do Centro CEU 'Demografía de la Iglesia Católica’, na vizinha Espanha, a idade média do clero é superior a 65 anos, em comparação com a média de 35 anos em 1960. No ano lectivo de 2023-2024, entraram no Seminário em todo o país 143 jovens e foram ordenados 79 novos padres, quando seriam necessários por ano mais de 300 para compensar perdas e mortes. Em 1965, havia mais de 8.000 seminaristas maiores, e hoje são 950. A realidade em Portugal, da qual desconheço dados, deve andar por números similares. Só este ano, na minha diocese deixaram de ser párocos 8 padres, porque já haviam ultrapassado em muito os 80 anos e já não tinham capacidade e saúde para animar uma comunidade. No entanto, não houve nenhuma ordenação para este ministério. Para mim, o problema não é sermos menos padres, mas fazermos ou tentarmos fazer o mesmo que se fazia quando os padres eram em maior número e tinham a seu encargo muito menos paróquias. Ocupamo-nos com celebrações para alimentar a fé de pessoas que, na maioria, ainda não despertaram para ela. Por isso nos queixamos das igrejas vazias. E esquecemos que a missão dos discípulos de Jesus, a começar pelos que foram chamados ao sacerdócio ministerial, é, acima de tudo, evangelizar, isto é, anunciar a Boa Nova da Salvação.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O assunto era padres"
Dados e foto retirados de um artigo em Religión Digital