Vai ser um Papa social. Vai ser um continuador de Francisco. Vai estabelecer pontes. Vai fazer união dentro da Igreja. Vai estar atento aos pobres. Vai ser e fazer isto e aquilo e aqueloutro e mais não sei o quê. Quase toda a gente sabe que o Papa vai ser qualquer coisa. Assim temos as opiniões e os comentadores a ver qual delas ou qual deles é mais original ou acrescenta algo mais. E é quase sempre mais do mesmo. O que é preciso é preencher o espaço público com opiniões, porque hoje vive-se mais de opiniões do que de factos, isto é, as pessoas gastam mais tempo a ouvir o que os outros pensam sobre os factos do que em lidar com eles. Por isso alimentamos uma sociedade de opinion makers e influencers. Por isso a objectividade perde espaço para a subjectividade, e a verdade para o relativismo. Claro que também eu vou formulando uma opinião sobre o Papa Leão XIV e procurando intuir nas linhas e entrelinhas qual o rumo que a Igreja vai seguir. Acho natural que o Papa esteja sob o escrutínio de crentes e não crentes. Acho natural que as pessoas se expressem e se possam expressar. Mas, às vezes, também se torna cansativo estar rodeado de tantas opiniões cheias de razões e juízos de valor que parecem querer ser mais do que aquilo que são: meras opiniões.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A sociedade irritada IV"
1 comentário:
Excelente e corajoso texto!
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