quinta-feira, janeiro 09, 2025

Os funerais religiosos do futuro

O padre que presidiu ao funeral faz muitos funerais. A terra não tem muita gente, mas já teve e é hábito regressarem à terra para se despedirem dela. O falecido, depois das cerimónias religiosas, ia ser cremado. Cada vez é mais comum a cremação. De entre as cerca de trinta pessoas presentes, só uma sabia as respostas da missa. Os outros assistiam sem abrir a boca. Não havia ninguém para ler e o padre viu-se obrigado a fazer apenas a proclamação do evangelho. Muito menos havia quem cantasse. Nem o padre tem voz para tanto. Para comungar apenas uma pessoa se aproximou. Era a colaboradora da paróquia que prepara as coisas para a missa e que respondia aos diálogos. O padre, que não conhecia senão a colaboradora, foi empático tanto quanto possível. Embora tenha sentido falta de alguma fé na celebração, ao menos rezou pelo falecido e encomendou a sua alma. Cumpriu o seu papel de funcionário do religioso.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Os funerais fazem-me dor de estômago"

4 comentários:

Anónimo disse...

Nas grandes cidades, muitas vezes, já nem há cerimónias religiosas!

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Cada vez mais é a triste realidade que temos.
A evangelização torna-se cada vez mais difícil nos tempos que correm.
Emília

Anónimo disse...

Se o mencionado padre "faz muitos funerais", não seria suposto ele saber que as cerimónias devem adaptar-se às circunstâncias e características das assembleias? E conseguir antecipar o tipo de assembleia que provavelmente encontrará pela frente? E planear em conformidade?

Confessionário disse...

04 fevereiro, 2025 10:36
O que ele fez foi exactamente isso.
O que está em causa neste texto não é propriamente o que o padre faz ou deixa de fazer, mas como será, em breve, uma grande percentagem dos funerais.