segunda-feira, outubro 23, 2023

terra errada [poema 375]

junto as minhas lágrimas salgadas, ao mar 
salgado pelo teu corpo imberbe.
fumamos pela mesma boca o cachimbo da paz 
que não mora perto nem subiu a barcaça 
 
o vento não amaina, mesmo quando para 
e voltamos a chorar de mãos dadas, para tentar 
salvar a alma do teu corpo que o mar engoliu: 
são as lágrimas de ter vindo ao mundo 
na terra errada. 
 
Mais de 400 migrantes morreram ao tentar atravessar o mar Mediterrâneo desde o início de 2023

2 comentários:

Anónimo disse...

outro poema extraordinário, com temas actuais.

Ailime disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Um poema fabuloso que nos fala das tristezas e martírios que grande parte da humanidade atravessa, mas que é um problema de todos nós.
Ailime