Quando penso na encarnação de Deus, não me contento com a alegria do seu nascimento entre nós. Não me contento em apreciar como assumiu a nossa humanidade em todos os seus aspectos, inclusive o sofrimento, dor e morte. Estou convencido que o propósito de Deus na encarnação não era mostrar-nos o seu poder omnipotente e omnipresente. Um deus que tornara capaz assumir uma humanidade ou um deus capaz de se fazer presente até na humanidade. O seu propósito era pôr-se a caminho connosco. Quando imagino um Deus que morre de braços abertos numa cruz, ladeado por dois criminosos, só posso pensar que Deus se abaixou aos homens todos, a começar pelos mais indigentes, pelos menos apropriados, pelos menos contados, pelos que um poderoso deus não poderia igualar-se. O nosso deus é um Deus abaixado até aos abaixados dos abaixados. Nisso está o seu maior poder.
5 comentários:
Deus é o mistério dos mistérios. Mesmo aqueles que O negam estão envolvidos em Deus que envolve todo o Universo. Deus é algo para que caminhamos tenhamos ou não consciência disso. Isto parece tudo um disparate, mas resulta da nossa pequenez e insignificância.
Este post trouxe-me à memória uma das belas intuições teológicas de A. Gesché: o Deus "capax hominis".
Boa noite Sr. Padre,
Uma reflexão que me comoveu.
Ao contrário do que hoje acontece Deus deu-nos um exemplo de uma enorme humildade sem precedentes. Se parássemos um pouco para pensar talvez o mundo fosse um outro céu.
Desejo-lhe um bom fim de semana.
Ailime
Um Deus vitimado, para revelar o Seu lugar: ao lado das vítimas, para fazer-lhes justiça.
08 agosto, 2022 09:54
Interessante observação. Permita que ouse fazer uma abordagem algo distinta, com o foco, mais do que na vítima, no pecador ou miserável:
Um Deus vitimado, para revelar o Seu lugar: ao lado dos pecadores e miseráveis, para fazer-lhes justiça de vida (a justiça de Deus é mais redentora e menos justiceira que a dos homens) e salva-los no Amor, o Seu Amor.
Enviar um comentário