A nossa acção pastoral tem partido, erradamente, do pressuposto divino para chegar ao homem, quando devia partir do pressuposto humano para chegar a Deus. No meio da secularização em que vivemos e no meio de um enorme desinteresse das coisas de Deus, pelo menos as que estão personalizadas numa Igreja que se tem tornado irrelevante às novas gerações, deveríamos, na minha humilde opinião, deixar a pastoral dedutiva para passarmos a uma pastoral indutiva. Deveríamos partir da experiência humana para a iluminarmos com a experiência divina e não ao contrário. Não falar do ser humano a partir das realidades religiosas, mas falar de Deus a partir do ser humano. Não deveríamos gastar as nossas energias em apresentar Deus de uma forma dogmática, moralista e sacramental, mas sim um Deus que constantemente se aproxima do homem na sua humanidade, entendida esta humanidade como forma natural de se viver. Nos tempos que correm, já ninguém aceita passivamente uma doutrina que nos ensina a existência e soberania de Deus, por mais que se diga que Ele é amor. Porque só se chega à fé através de uma relação com Cristo experimentada na realidade quotidiana.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Pastoral de gestação"
4 comentários:
Apesar que as duas nao criam , novos conhecimentos e sim só uma suposição. Creio que o padre esta com uma pitada de sal pra soltar nas pastorais. Benza antes viu.
Em pleno século atual, tem pessoas que são sabem como ser um cristão, tem comportamentos inadequados e desconhecem da fé. E DEUS ainda terá muito trabalho com os seus anjos para atualizar a humanidade que cada vez mais irredutível nas suas ações. A presença da luz divina para muito ainda esta fraca.
"A nossa acção pastoral tem partido, erradamente, do pressuposto divino para chegar ao homem, quando devia partir do pressuposto humano para chegar a Deus."
O método sem dúvida que tem importância mas creio que em matéria de religião (crença que impregna a vida e determina comportamentos) não será relevante. O que é certo é que quanto mais se adquire conhecimento, mais se abandona a religião. Porquê? Com certeza que é porque não há o mesmo aprofundamento da fé como para o conhecimento em geral. Quer dizer, a fé é como um castelo que está implantado sobre a areia (é superficial, feita de tradições) e ao menor impacto das correntes tal como o castelo é derrubada. Para isto só há uma solução: formação. Formação = aprofundamento da fé. A dificuldade é saber como se vai fazer essa formação na fé perante o mundo em que vivemos.
Talvez porque muitas vezes o que se prega hoje, não está em concordância com o que se vive. "As palavras comovem mas os exemplos arrastam!" Para que o trabalho pastoral dê bons frutos é necessário que "antes de falar de Deus aos homens, se fale dos homens a Deus!" Infelizmente nós os que temos a missão de conduzir para Deus, passamos muitas vezes uma imagem muito desfocada da Sua bondade e misericórdia.
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