domingo, agosto 21, 2022

O padre de férias

O telefone tocou várias vezes. Chamadas de números diferentes, mas coincidentes no propósito. Senhor padre, eu sei que está de férias, mas precisava de um documento. Padre, eu sei que está de férias, mas precisava falar consigo. Padre, olhe, eu sei que está de férias, mas precisava marcar um baptizado. 
Claro que para Deus não há férias e o ministério do padre também não tem férias. Não há uma hora ou umas horas para ser padre. O padre é-o por inteiro, em todo o lado e em todo o momento. Igualmente nas férias. E também deve primar pela disponibilidade. Contudo, depois de saberem que o padre estava de férias, como afirmaram ao telefone, e depois deste ter informado a paróquia com antecedência que ia estar de férias entre os dias tal e tal, e que se tivessem assuntos para tratar o fizessem atempadamente, não seria oportuno também deixar o homem descansar?!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O padre é o 'tem de'"

6 comentários:

Anónimo disse...

Nem parece que os padres tem obrigações. Gostei do estilo dos óculos, pernas pro ar tomando um bronze kkkkk ok, o lugar lindo, belíssimo.

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre,
Claro que tem todo o direito de gozar férias e não ser incomodado, para mais tendo avisado os fiéis.
Só que há paróquias que, talvez pela sua dimensão, têm o cartório aberto e esse problema não se coloca.
Não sei como é a sua paróquia, mas não dava para ficar alguém para tratar de assuntos burocráticos? Tudo ficava mais simplificado.
Ailime

Anónimo disse...

Oh Padre Confessionário, o seu rebanho é muito indisciplinado! Uma sugestão: o cartório paroquial! Alguém o que ajude! Deve ser padre de algumas paróquias. Poderia ajudar alguém que precisa de ganhar alguns tostões e o Padre teria tempo para o aquilo que apenas o Padre pode fazer!

Confessionário disse...

Olá, 23 agosto, 2022 15:45 e Ailime

A situação que recontei não se passou comigo, pois - graças a Deus - tenho cartório inter-paroquial organizado com secretária-empregada para esses efeitos. Mas aproveito para informar que os custos com ela fazem perigar a gestão corrente! Parece-me que ainda não estamos assim tão preparados para esta realidade.

Anónimo disse...

Pois, num contexto urbano alguém, no cartório paroquial, liberta o padre desse sufoco. Num contexto rural, paróquias distantes entre si, a vida do padre nãoestámesmo facilitada. Além disso a distância entre as paróquias acarreta despesas maiores, e muitas vezes os párocos não têm magem de manobra para cobrir as despesas com serviços de Cartório a menos que tenha uma equipa de voluntários. Na cidade, onde já participei em organização de voluntariado, é possível.

Anónimo disse...

Eheheh! Imagino o padre Confessionário a largar os óculos escuros e a correr mar adentro. E mais, atrevo-me a jurar que esta é a tua realidade, muito trabalho e népia de funcionária de cartório.