Foi num país africano que ocorreu o que vou contar. Era, na altura, um país onde os missionários ad gentes andavam de terra em terra, ou de missão em missão, como diziam, para cuidar das almas daqueles convertidos. O padre João fazia parte deste grupo de missionários. Tinha fama de zeloso e de realizar bons trabalhos de evangelização. Prova disso era o tempo que despendia a escutar as pessoas. Durasse o tempo que durasse. Como aconteceu num determinado dia, data que interessa pouco porque fazia parte de um dia normal e os dias normais a gente não sabe datar. O que interessa é que o padre João, nesse dia, estivera três horas a escutar um velhinho. O professor lá da terra que, de longe, tomara conta desta acção do padre João, no dia seguinte foi ter com ele para lhe dizer, com agrado, que já tinha percebido que o padre João gostava muito deles. Que gostava muito desta gente lá da terra. Como o nosso amigo padre não percebera onde fizera essa descoberta, perguntou-lhe porque fazia tal afirmação. E o professor respondeu. Só quem gosta muito de nós pode estar três horas a ouvir um velhinho.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Que esse Jesus não era um gajo fixe"
5 comentários:
lindo, padre.
Gostei muito
Boa tarde Senhor Padre,
É verdade, é necessário gostar muito de pessoas e, em especial, de velhinhos tantas vezes isolados e marginalizados e com tanto para nos ensinar. São como crianças, tantas vezes, a requerer a atenção que merecem. Esta pandemia veio quebrar esta regra sendo agora mais difícil a aproximação. Que Deus dê força e coragem a todos quantos cuidam dos nossos velhinhos.
Bom fim de semana.
Ailime
Podemos avaliar uma Nação pela forma como trata os seus "Maiores". Infelizmente nem sempre eles estão entregues nas melhores mãos porque na hora de escolher quem cuida, os critérios dos que estão nessas decisões muitas vezes infelizmente, não são as capacidades para esse fim, mas os gostos do ego de quem escolhe. É por isso que há tantos velhinhos sem experiência de LAR! É tão importante a MATURIDADE de quem tem a capacidade de decisão neste campo!
Os velhinhos nunca devem ser tratados como crianças. Eles são, a herança, a história de um povo. O Pequeno Príncipe fala dos homens "...não se pode nunca saber onde se encontram. O vento leva-os. Eles não têm raizes... porque poseram na prateleiras as suas "raizes"
A confissão deve ter tido lugar numa igreja circular. Só pode!
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