domingo, junho 14, 2020

o gesto [poema 265]

Ainda não sei abraçar o gesto
Fazer o sinal da cruz em cima dele
A lâmina passa e é cortante,
O sangue debruça-se sobre mim
Não sei mesmo como nasce o gesto
Como se tece ou como cresce.
Passo um lápis na tua memória
O gesto que se escreve em dois traços
O gesto que desenha um abraço
A nossa cruz

4 comentários:

Anónimo disse...

Um abraço...a nossa cruz, verdade mesmo, amei tudo...

Anónimo disse...

Veja o outro lado dos dois traços, a sua bênção sacerdotal! Na minha infância, meu pai fazia esses dois traços na minha fronte. Todas as noites continuo a aguardar esses dois traços. Quer saibs ou não, é um poder que lhe foi dado, abençoar, ou ser pai que abençoa.

Ailime disse...

Bom dia Sr. Padre,
Também "ainda não sei abraçar o gesto".
Ainda não sei abraçar a Cruz.
Um poema sublime!
Desejo-lhe uma boa semana, com saúde.
Ailime

Anónimo disse...

Boa tarde Padre. Venho corrigir uma frase que deixei no comentário anterior em que dizia:"Quer saiba ou não..." Esta frase foi mesmo infeliz porque o Padre, melhor que eu, sabe o podee da bênção sacerdotal. Sabe que usa estes traços também para abençoar a vida que nasce, para perdoar os pecados, para dar a paz aos que se encontram em sofrimento. Mesmo à distância, a bênção sacerdotal nunca é virtual(como os abraços, por causa da pandemia) a semore real. E que bem que faz! O meu pai não tinha esse poder nas eu não dormia em paz sem este gesto dele que continuo a pedir todas as noites. E Padre...é PAI.