sexta-feira, dezembro 15, 2017

As missas de Natal parte II

Há paróquias que só se enchem para a missa de Natal. Também ocorre o mesmo por ocasião da missa da bênção dos ramos, da missa de Páscoa, da missa da festa da aldeia, da missa quando se vai em romagem ao cemitério. E com menos pompa, também nas missas de funerais. Mas não todas, porque depende do morto a homenagear. 
É uma graça, dirão alguns, termos tanta gente nas nossas Igrejas por estas ocasiões. E é mesmo uma bênção, nem sempre aproveitada, sobretudo para anunciar o Evangelho como ele merece. Que grande oportunidade para chegar ao coração de cada um dos que ainda não se encontraram com Cristo, mas estão ali. Também é de recordar que nessas ocasiões vem muita gente de fora. Familiares e amigos juntam-se, com o motivo da celebração festiva que nos junta numa Igreja ou numa capela lá da aldeia. Tudo são graças de Deus. Suas bênçãos. 
Mas ainda ontem fui celebrar uma missa, a uma paróquia dessas, com 13 pessoas presentes, incluindo eu. Mesmo quando vou a paróquias que deixam a Igreja meio compostinha, pergunto-me sempre pelos outros vinte, trinta, quarenta, cinquenta por cento ou mais que não foram lá compô-la, mas que depois vão engalanados para a missa de Natal, e ai do padre se não tiver possibilidade de lá ir celebrar. Pois que, senão, dizem, o padre é que tira a fé e a religião já não é como dantes. Pudera. Claro que não é como dantes. E embora não pretenda questionar a fé herdada que existia como um modo cultural de viver, não posso deixar de me queixar que não é possível manter esse tipo de religiosidade num tempo em que as pessoas usam a religião como uma feira e o padre como um vendedor ambulante de sacramentos. 
Neste Natal vou ter a coragem de pedir ao Menino Jesus que não ponha mais padres no sapatinho. Talvez quando o número de padres for exíguo e as terrinhas não consigam ter as suas missinhas de Natal, nos detenhamos a buscar o essencial do cristianismo, como um balbuciar de uma criança que vai crescer. Isso mesmo me lembra o Menino Jesus numas palhinhas deitado.

6 comentários:

Gui disse...

E quando se começa a ver que no dia de Natal ainda está menos pessoas na missa do que num domingo. Está frio, deitaram tarde,...

Anónimo disse...

Isso é verdade, me lembro na minha paroquia, que uns dias próximo mesmo do natal, o padre disse:
- Hoje é nos conosco.
E foi assim mesmo. Mas vou pedir ao menino Jesus que no próximo anos todos homens e mulheres de Deus Os procuram com mais vigor e muita fé. Que a casa de Deus ESTARÁ EM QUALQUER LUGAR.
Quem não for por amor ira pela dor.

Confessionário disse...

acabei de celebrar uma missa dominical vespertina com um terço das pessoas que havia contabilizado há dias...

Anónimo disse...

nada diferente da minha cidade, isso que o povo andam mais religiosos nos últimos tempos.

Anónimo disse...

Confessionário.
Há pouca gente nas "missinhas" como diz, mas alegre-se o sagrado " consumismo " porque as suas catedrais estão por estes dias a abarrotar pelas costuras!
Acredite. Estou ansiosa por que passe o Natal para que deixem de nos bombardear com tantos apelos ao " compre...compre...compre, porque só comprando muito é que terá um "verdadeiro natal".
É confrangedor. Celebramos o nascimento de Jesus e como se não bastasse a indiferença a que O aniversariante é votado, ainda veneramos em seu lugar um boneco criado pela publicidade.
Estranhas criaturas nós somos e estranhos tempos em que vivemos.
Santo Natal. E parabéns Jesus por mais um aniversário.
Maria Ana

Anónimo disse...

Por falar no "boneco".
Vejo-o por aí pendurado em varandas e janelas. pobre coitado, fico na duvida
se vem a fugir ou se serão tendências suicidas!
Eh eh eh.
Maria Ana