terça-feira, julho 19, 2016

O astronauta

Soube há pouco que um astronauta, que era ateu e se havia convertido ao catolicismo, para fazer uma viagem, já não recordo onde, pusera como condição que lhe deixassem levar o Santíssimo Sacramento da Eucaristia para comungar ao menos uma vez por semana, por sua própria mão, enquanto estivesse ausente nos dois meses da viagem. O bispo da sua diocese concedera-lhe a autorização. 
Foi-me contado, como o escrevo. Ou quase. Quem mo contou pretendia louvar a atitude deste cristão, em contraste com a de muitos que não têm qualquer tipo de amor à Eucaristia. Porém, a mim soube-me a estranho. A confusão. 
Em primeiro lugar, parece-me esquisito, para não dizer despropositado, pôr condições a Deus. Vou ali se vieres comigo. Vou ali se te puder comungar. Claro que o astronauta foi um testemunho exemplar do amor a Deus. Mas o amor é tão livre que até na comunhão deveria ser sem condições. 
Em segundo lugar fez-me pensar em tantas outras pessoas sem nome que não têm a possibilidade de comungar por não terem sacerdote, ministro extraordinário da Comunhão ou Eucaristia à mão. Ou aqueles que a hierarquia afasta da comunhão porque as condições assim o não permitem. Não vou explicar de quem me estou a lembrar. 
Nem escrúpulos nem facilidades. O amor é geralmente o termómetro das nossas opções!

5 comentários:

HD disse...

Mt Bom !

Em especial isto:

"Em segundo lugar fez-me pensar em tantas outras pessoas sem nome que não têm a possibilidade de comungar por não terem sacerdote, ministro extraordinário da Comunhão ou Eucaristia à mão. Ou aqueles que a hierarquia afasta da comunhão porque as condições assim o não permitem. Não vou explicar de quem me estou a lembrar.
Nem escrúpulos nem facilidades. O amor é geralmente o termómetro das nossas opções!"

Anónimo disse...

Padre. Já há algum tempo que visito este blogue, recomendado por uma amiga.
Parabéns.È com muito gosto que assiduamente venho.
Hoje permita-me uma pergunta.
As palavras de Jesus " Fazei isto em memória de Mim", ao invés daquilo que a igreja nos ensina, não querem dizer que Ele não está efectivamente na hóstia consagrada,mas sim que o acto de comungar nos deve lembrar do Seu sacrifício e amor por nós?

Ana Vasconcelos.

Anónimo disse...

Padre. Já há algum tempo que visito este blogue, recomendado por uma amiga.
Parabéns.È com muito gosto que assiduamente venho.
Hoje permita-me uma pergunta.
As palavras de Jesus " Fazei isto em memória de Mim", ao invés daquilo que a igreja nos ensina, não querem dizer que Ele não está efectivamente na hóstia consagrada,mas sim que o acto de comungar nos deve lembrar do Seu sacrifício e amor por nós?

Ana Vasconcelos.

Confessionário disse...

Ana

"fazer memória" significa exactamente "fazer presente"...
Quando tu fazes memória de alguém torna-la presente em ti...

bj e obrigada pelo incentivo e visitas

Anónimo disse...

concordo consigo, padre