sexta-feira, novembro 20, 2015

Se alguém da tua família quisesse ser padre, como reagirias?

Depois da última sondagem que perguntava “Daquilo que sabes ou leste do sínodo da família e do seu resultado final, como o qualificarias?” e depois dos resultados que me parecem positivos, embora 25% dos participantes o tenham considerado negativo, proponho agora nova sondagem.
 
Depois de uma Semana dos Seminários em que fomos convidados a reflectir sobre a necessidade dos Seminários e dos sacerdotes, venho agora propor a seguinte questão: Se alguém da tua família quisesse ser padre, como reagirias?
De facto, uma coisa é assumirmos globalmente essa necessidade. Mas outra é assumirmos interiormente. Como reagirias se um filho ou um irmão teu um dia chegassem a casa com este desejo? Responde honestamente e depois de uma reflexão interior.
 
 

16 comentários:

Anónimo disse...

Assim muito muito sinceramente, depois de uma reflexão que se prolongou por várias horas e alguns minutos, ficaria muito feliz se suspeitasse que esse seria um caminho para a sua felicidade pessoal (e não por estar a contribuir com uma dádiva de sangue para a messe do senhor). Não se perde um filho ou um irmão por ir para padre. Em todo o caso, não faria nada para o incentivar nem para o desincentivar.
Já se fosse assim um noivo, que ainda não é bem família mas está lá quase, era rapariga para partir a loiça toda na cabeça do aspirante.

Anónimo disse...

Se tivesse um irmão ou um filho que manifestasse esse desejo, primeiro apontar-lhe-ia os possíveis/prováveis prós e contras, apenas com o objectivo de dar-lhe um abanão para ver se o "desejo" era profundo, sincero e verdadeiro. Depois disto, se o desejo continuasse, cem certeza que apoiaria, incentivaria e ajudaria nos momentos mais difíceis que se aproximariam, como em qualquer outra escolha.
E ficaria muito feliz por saber que, nestes tempos que correm, ainda existiria alguém que não se deixa levar pela "corrente"; que sabe discernir o essencial do acessório...que ouve, que sente...que se deixa guiar (qualidades que deveria estar presentes em qualquer pessoa).
Mas também ficaria preocupado...porque às vezes tenho a sensação que nunca andámos tão distantes de Deus e da Verdade... mas esta preocupação seria só minha.

Mónica Martinho disse...

Ja tinha pensado.
Acho que inicialmente ficaria em choque, mas pasando o mesmo, apoiava a 100%. O tempo e preparação o diria e seria essa a sua vocação, e caso fosse seria um enorme orgulho para mim. Refiro-me aos meus filhos, pois caso fosse o meu irmão, já não seria assi, pois tem um um outo compromisso para com Deus, a sua esposa.

Anónimo disse...

Compreendo que exista falta de vocações ao sacerdócio, compreendo que se pugne contra isso, compreendo que se queira sensibilizar jovens e famílias para essa necessidade, desejo que a Igreja não caia em facilitismos, nem entre em “recrutamentos” cegos e ajude cada um a discernir o seu caminho pondo em evidência que “ser padre” à séria não é apenas uma vocação, é uma vida, uma vida vocacionada, para bem dos padres e dos fiéis. Uma vida soprada por ventos fortes porque nem só de Deus vive o homem. E, sinceramente, comove-me o testemunho orgulhoso de crianças e adolescentes imberbes com a fé cultivada em seminários a falar de dificuldades, tomadas de consciência e decisões com uma visão tão colorida do que há-de vir. Mas se fosse eu o papa, impunha por decreto que os seminários só poderiam ser frequentados por homens de barba rija. Homens feitos capazes de decidir livremente a sua vida e o seu destino, de tomar decisões sem amparo embora a Igreja estivesse lá para os amparar nas suas decisões. Porque há passos que têm de ser dados assim, em liberdade e solidão e porque há certezas que gosto de sentir nos padre que vão além das certezas de fé e que são certezas de vida.

Anónimo disse...

Se fosse para poder ser padre como o concebo(e vislumbro) numa comunidade cristã -
penso que bem - incentivá-lo-ia e daria o mais forte apoio.
Mas a realidade é bem diferente! ... a todos os níveis... é bem diferente!
E não é 'visível' que venha a mudar, nem sequer a médio prazo. Talvez isso venha a acontecer... só por força das circunstâncias (dolorosas), pois, afinal, o Espírito sobre quando e onde quer...
E neste caso, chamá-lo-ia bem à razão e para pensar capazmente aonde se iria meter...
Com muita dor da minha fé... infelizmente, temos que ser realistas, se queremos mesmo o bem.

Confessionário disse...

Olá, amigos

Depreendo de alguns comentários uma certa (grande) desilusão com o sacerdócio como é vivido actualmente. Isto traz consigo um enrome paradoxo: olhar o padre desde a sua santidade e/ou olhá-lo desde a sua humanidade. Sei que não é fácil misturar as coisas. Sei que há muita coisa errada na forma como muitos de nós vivemos. Mas até que ponto isso deve ser motivo do nosso desánimo de fé?!
Dito de uma forma um pouco mais simples: será que por causa de alguns sacerdotes ou algumas histórias que ouvimos (a comunicação social gosta sobremaneira de exaltar algumas dessas histórias em detrimento de muitas outras histórias bonitas do exercício sacerdotal) vamos deixar de pensar no sacerdócio como algo belo, útil, necessário, e querido por Deus?

Confessionário disse...

Permitam-me que vá ainda um pouco mais longe.

Não será que ainda vemos o padre como aquele que pode conceder-nos aquelas coisas (podem ser sacramentos) que nós queremos, e que portanto nos faz pensar que eles são necessários; mas não os queremos para além disso, nem achamos necessário assumir o que de facto eles são na sua essência (pastores)?
Dá a sensação que quando confrontados com a pergunta que esta sondagem propõe, nos sugere pensar: preciso dos padres, mas só até certo ponto. Por isso se é para ser alguém da minha família, primeiro há que alertá-lo do que isso pode ter de mau (ou mt mau).

Não sei se me fiz entender. Trata-se de uma certa sensação de que queremos os padres, mas não sabemos bem se os queremos.

Anónimo disse...

Não me fundamento nas histórias da comunicação social. Isso (acredito) até passará mais facilmente!
Tenho como referência, sim, aquilo com que dia a dia, semana a semana, ano a ano, temos de lidar. Que fica tão aquém... tão aquém... Claro que graças a Deus há excepções; e sabemo-lo; e notamo-lo também. Mas será absolutamente necessário que sejam mais generalizadas. E no actual contexto social, cultural e ECLESIAL... pressentimo-lo (ainda) impossível.
Há cerca de 20 anos tinha um afilhado, no caminho presbiteral, a quem coloquei exactamente as preocupações lá acima já assinaladas. Foi ordenado. Há meia dúzia de anos que já está fora. Chega.

Anónimo disse...

Precisamos, urgentemente, de um outro 'tipo' de padre!
Que viva num caminho, onde o mais importante... mais importante... mais importante
(e como tal nisso e por isso congregue)seja num tudo e só, Jesus Cristo e a COMUNIDADE LOCAL; todas e cada uma das comunidades locais, maiores ou mais pequenas, mais próximas ou mais recônditas. Não a Diocese (como Igreja Particular) onde por isso (o que acabei de referir),o Bispo, na sua acção apostólica e congregante, de Mestre, Vigia e Pastor, é sumamente importante e imprescindível. Sim, mas para com os presbíteros associados a essa profunda missão, manter a unidade da fé, da esperança e da provocação da caridade,das muitíssimas células comunitárias locais, com responsabilidade de existência própria e confirmada.
Que tenhamos a coragem de assumir que cada vez, infelizmente, existem mais Movimentos (partidos!?)onde cada um à sua maneira tenta (na melhor vontade,creio)preencher o vazio (E ASSIM IMPLICITAMENTE 'CONDENAR')a 'nulidade sentida' da vivência comunitária própria, onde... na verdade NÃO HÁ PADRE! Carismas do Espírito Santo, diz-se. Talvez, mas só se fôr para, na luta e no sofrimento consequente, nos fazer abrir os olhos. As respostas às muitas necessidades vividas têm de ser procuradas e surgir na comunidade, ajudada quando muito por um organismo auto-federativo e extraterritorial com especialização correspondente. Não através de 'multi-nacionais' externas e dominadoras.
Parece que tenho a solução para a Igreja e para o mundo, mas não. Acredito que outros também pensam e sabem. É só opinião pessoal, cimentada por muitas dezenas de anos. PERDOEM-ME. É que isto dói-me.

Anónimo disse...

“Pensar no sacerdócio como algo belo, útil necessário e querido por Deus…”

Às famílias cabe cultivar a fé e manter abertura relativamente às vocações que possam surgir, acolhendo-as se for caso disso com alegria. Precisamos de padres porque são poucos, bora lá dar para esse peditório?! O papel das famílias não é o de empurrar nem o de tirar o tapete, mas o de acompanhar, estar lá e tentar perceber o que se passa.

Claro que há preocupações associadas, como as há relativamente a todos os caminhos e o do sacerdócio não é excepção, nem será o único caminho belo, útil, necessário e querido por Deus. Todos desejamos o melhor para aos nossos e desejar o melhor passa também por os saber felizes e realizados na opção que tomarem. Queremos evitar que se percam na vida, embora saibamos que isso não está nas nossas mãos. Parece-me muito natural que uma opção tão radical traga consigo preocupações reais acrescidas e que as famílias se questionem acerca do seu cabimento.

Mais ainda, a pergunta que aqui foi lançada fez-nos olhar para as nossas famílias e as respostas dadas surgem do conhecimento concreto que temos dos seus elementos. No caso da minha, por exemplo, se alguém me dissesse que queria ser padre ficaria de cara à banda, porque inexiste a mínima inclinação nesse sentido, o que na ajuda na sensibilização para a ideia.

Depois de olharmos para as nossas famílias, olhamos para os padres com quem contactamos porque são a realidade mais próxima e fico a pensar que o que mais demove o entusiasmo das famílias (com fé) não é a constatação da forma como o sacerdócio é vivido, mas a como é sentido por muitos sacerdotes à medida que o tempo passa e o cansaço se instala. É essa percepção que põe em guarda e faz soar todos os alarmes. A culpa não é da comunicação social.

E depois ainda há aqueles que vivem e sentem o sacerdócio de uma forma tão bonita, que se olha para eles com admiração e respeito e percebe-se que essa é a forma de vida que melhor se lhes adequa.

Paulina Ramos disse...

Bom dia!
Se o meu filho quiser ser padre, ficarei "muitíssimo" preocupada, não pelo caminho que ele escolherá, mas pela instituição que ele teria de frequentar para se formar a nivel espiritual, já que a que pertence à diocese não é recomendável, pelo menos enquanto estiver a liderar a atual equipa.
Quanto às restantes opções serão demasiado dispendiosas, e a relação preço qualidade não será um fator a ter em consideração.
"olhar o padre desde a sua santidade e/ou olhá-lo desde a sua humanidade."
Deveríamos olhar o padre de uma forma global, o padre não é santo por ser padre alguns são verdadeiros demónios, não são menos padres por isso nem será a igreja que lhe confere essa vertente de santidade.
Portanto o PADRE-HOMEM deveria assumir plenamente a vocação para ser PADRE com todos os sacrifícios e benesses que isso lhe traria. Teríamos então padres bem formados a todos os níveis que poderiam servir de exemplo e incentivo a outras pessoas.
Gostaria que o meu filho fosse padre, muito mesmo, não gosto de o pensar padre no contexto de uma igreja tão "oca" como a nossa. Tornar-se-ia fútil petulante e com manias de superioridade, coisa que até agora ele não é.

Paulina Ramos disse...

"o que mais demove o entusiasmo das famílias (com fé) não é a constatação da forma como o sacerdócio é vivido, mas a como é sentido por muitos sacerdotes à medida que o tempo passa e o cansaço se instala. É essa percepção que põe em guarda e faz soar todos os alarmes. A culpa não é da comunicação social.

E depois ainda há aqueles que vivem e sentem o sacerdócio de uma forma tão bonita, que se olha para eles com admiração e respeito e percebe-se que essa é a forma de vida que melhor se lhes adequa. "

Muito bem dito.

Anónimo disse...

21 novembro, 2015 19:31: "Precisamos, urgentemente, de um outro 'tipo' de padre!"

Como, se nem vocações há?

Anónimo disse...

Tenho três filhos, dois rapazes e uma menina. Tinha o maior gosto em que um deles fosse padre! Se quisessem ir os dois ou se ela quisesse ser freira é que já não sei...

Anónimo disse...

"Se alguém da tua família quisesse ser padre..."
Tenho pensado sobre isso, e afinal não foi difícil encontrar uma resposta!
E digo com toda a convicção: gostaria e muito!
Mas tem que ser mesmo por vocação, seja em que idade for.
Muitas vezes são levados a tentar seguir esse caminho porque vêm exemplos de que gostam e tentam segui-los e muitas vezes conseguem, e outras vezes não têm a fé a perseverança necessária para continuar, ou porque Deus achou que eles seriam mais uteis noutros lugares, ou eles não perceberam o Chamamento.
Porque para se ser padre tem que se ter mesmo um coração repleto de Deus, e consciência daquilo que é a vida de padre. Uma doação completa aos outros, sem esquecer claro, que são pessoas normais que precisam da família, dos amigos,... e ás vezes, ou quase sempre esta é a parte pior. Eles precisam de viver em comunidade, fazer parte da vida das pessoas, não ser só conhecido na missa, ou quando os paroquianos precisam de alguma coisa.
Mas nos dias de hoje isso já é mais ou menos assim, Graças a Deus.
mas respondendo á questão, gostaria e muito, e seria o primeiro a apoiá-lo e a ajudá-lo.
Um abraço.

Paulina Ramos disse...

Bom dia!

Talvez porque a sensibilidade está num nível assustador escrevo aqui

Se o meu filho decidir ser padre gostaria muito que a postura dele fosse à semelhança daquele Padre que ontem entrou educadamente pelo escritório... tímido e aos mesmo tempo confiante, com um sorriso encantador, um olhar calmo sem pressa. Com muito para dizer mas sem pressa para falar, habituado a grandes tempestades, verdadeiros furacões, um pouco vergado pelo peso dos anos (rondará os 70) sem se deixar vergar pelos acontecimentos do dia a dia.
Um homem de fibra altamente resistente.

Este é um daqueles que "... que vivem e sentem o sacerdócio de uma forma tão bonita, que se olha para eles com admiração e respeito e percebe-se que essa é a forma de vida que melhor se lhes adequa. "

Um pequeníssimo tributo a si querido amigo, provavelmente nunca o lerá mas sei que de alguma forma o sente.