Não se é apenas cristão porque nos fazemos cristãos. Muitas vezes é-se cristão porque nascemos cristãos. Foi isto que a Ana me ajudou a descobrir. É uma jovem mãe que estudou fora e fora ficou a residir depois dos estudos. Aí descobriu com quem casar. Aí refez, de certo modo, a sua vida.
Cuido que a Ana tem fé. Não a posso medir. Não se mede nunca a fé. Mas parece que ela sabe o que Deus quer dela e o que ela precisa de Deus. O problema da fé da Ana é que ela foi morar para longe da família onde nasceu a sua fé. Mas quando vem à terra, não há como não viver a fé. Há dias disse-me que até nisso a terrinha lhe faz falta. Lá longe não esquece Deus. Mas o longe afasta. Afasta de muitas coisas e faz esquecer ou apagar outras. Diz-me que lá longe não sabe bem como viver a fé.
Ajuizamos muitas vezes sobre esta gente domingueira ou de fim de semana. Mas cada vez mais me convenço que não somos termómetros de fé e que ainda bem que as nossas terras, pequenas ou grandes, ainda são berço de fé. Ainda bem que muitos de nós ainda nascem cristãos.
Cuido que a Ana tem fé. Não a posso medir. Não se mede nunca a fé. Mas parece que ela sabe o que Deus quer dela e o que ela precisa de Deus. O problema da fé da Ana é que ela foi morar para longe da família onde nasceu a sua fé. Mas quando vem à terra, não há como não viver a fé. Há dias disse-me que até nisso a terrinha lhe faz falta. Lá longe não esquece Deus. Mas o longe afasta. Afasta de muitas coisas e faz esquecer ou apagar outras. Diz-me que lá longe não sabe bem como viver a fé.
Ajuizamos muitas vezes sobre esta gente domingueira ou de fim de semana. Mas cada vez mais me convenço que não somos termómetros de fé e que ainda bem que as nossas terras, pequenas ou grandes, ainda são berço de fé. Ainda bem que muitos de nós ainda nascem cristãos.
10 comentários:
Muitos de nós nascemos cristãos-prematuros e somos retirados demasiado cedo da incubadora.
A Fé é um Dom de Deus! Nós podemos e devemos cultiva-la... Não é o lugar ou as companhias que nos dão a Fé. Ela deve nascer dentro do nosso coração!
Deve ser acompanhada pelas boas obras... Como diz S. Paulo Sem obras a vossa Fé é Morta.
E a minha Fé como anda? É de pensar e rezar.
Certo?
Não sou muito favorável a esse tipo de fé ou cristianismo, mas hoje o Confessionário fez-me pensar!
A Ana deveria ter a coragem de também viver a sua fé onde reside. Mas hoje fiquei a pensar que não devemos julgar a fé dos outros.
Obrigada Conf
"Ainda bem que muitos de nós ainda nascem cristãos"
Creio que todos nascemos cristãos.
Ao longo do tempo a igreja católica esforçou-se por passar a mensagem de que só seria cristão aquele que fosse batizado na própria igreja católica.
Talvez nunca o tenha dito literalmente mas subentende-se ainda hoje.
Somos Cristãos porque Ele é a parte "visível" manifestada ao Homem da Génese que a todos nos constitui, logo ainda que, havendo dias que não nos apeteça ser cristãos, isso felizmente, não depende do nosso querer.
A Ana nada e criada numa família católica é uma cristã de berço. A Ana é cristã porque assim nasceu. A sua fé apenas se aviva quando vem à terra. Lá longe, é uma fé subterrânea. Viver (a fé) é uma jornada diária e pessoal, não uma experiência intermitente. Em cada regresso a casa Ana refaz-se mas esse contacto com as origens não tem tido força para perdurar nela. É dali, mas a sua vida agora é outra. A sua semente foi lançada noutro chão. Poderá este ainda vir a contar a geografia da fé da filha da Ana?
14 outubro, 2015 12:48
Eu concordo até certo ponto contigo, e preocupa-me deveras que a fé da Ana e de outras tantas Anas se viva apenas na terrinha! Mas pelo que vi na Ana, ela tenta, esforça-se, e quando está na terra consegue ser muito mais fiel a Deus e à fé que muitos outros que lá estão permanentemente.
O que eu queria repisar, é que, por muito estranho e incomodativo que pareça (a mim sobretudo), se calhar não posso julgar a fé da Ana, mesmo que a viva em grandes dificuldades, por causa da distância! Eu acredito que no dia a dia, embora não activamente nos sacramentos, ela possa ser uma grande cristã.
"Lá longe, é uma fé subterrânea"
Falo-te de um "lá" muito longe, pois não me chamando Ana, mas também eu deixei a terra natal.
E vivo a minha fé neste lugar da melhor forma que me é possível, tão activamente que chego a ser uma "dor de cabeça" na minha comunidade, mas em momento algum a considero subterrânea, antes pelo contrário.
Longe da terra natal estamos mais sós das nossas origens, menos acompanhadas dos que nos viram nascer, apenas isso.
"Eu acredito que no dia a dia, embora não activamente nos sacramentos, ela possa ser uma grande cristã."
Diz-me onde se "vivem" ou melhor se "põem em prática" os sacramentos senão na vida que acontece a cada dia, nos gestos espontâneos de amor ao próximo, no perdão que pedimos a quem ofendemos, no pão que repartimos ainda que a porção repartida se note a menos na nossa mesa.
E o que significaria a hóstia consagrada sem o que atrás referi.
Bem, tu é que conheces a Ana. Julgada e absolvida!
14 outubro, 2015 15:12
Lol
Não julguei nem absolvi. Simplesmente abri meus horizontes!
Paulina,
entendo o que dizes ou queres dizer acerca dos sacramentos. Mas não podemos confundir os 7 sacramentos com os gestos ou acontecimentos em que Deus se torna tb presente!
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