quinta-feira, abril 09, 2015

Na tua opinião, a Igreja ainda está demasiado centrada no clero?

O Concílio vaticano II trouxe um avanço enorme e positivo para uma correta compreensão do lugar do leigo dentro da Igreja. Mas a eclesiologia de comunhão, presente nos documentos conciliares e pós-conciliares, não implicaria superar uma certa discriminação escondida atrás de uma compreensão eclesiológica que delega o cuidado das coisas de Deus apenas a uma pequena parte da comunidade eclesial, deixando o resto da comunidade encarregada das coisas consideradas do mundo?! E passados 50 anos deste concílio não estará ainda a Igreja Povo de Deus e Corpo de Cristo demasiado clericalizada ou centrada no ministério ordenado? Que ideia temos nós da nossa Igreja actual? Como a vemos? Sentimo-nos seus membros activos ou meros espectadores?
Por todas estas interrogações oportunas, surge hoje nova sondagem resumida na pergunta: Na tua opinião, a Igreja ainda está demasiado centrada no clero?
Já sabes que podes justificar as tuas opções nos comentários. Deixamos ainda o resultado da anterior sondagem.
 

11 comentários:

Anónimo disse...

Sim está.
E não vejo mudanças, pelo menos na minha paróquia.
Desde um padre que continua a pôr muitas restrições aos Ministros Extraordinários da Comunhão,bem como a leigos que acham que uma pessoa não ordenada,não têm competência para levar o Senhor a ninguém.
Como é que se ultrapassa isso?
Catequese de adultos.Uma falha muito grande ao nível de igreja.Faz muita falta.

Anónimo disse...

Na Igreja, ainda hoje, infelizmente, tudo gira em função do bispo/padre. Como abelha em torno da flor. Obediência absoluta e não comunhão esforçada fiel e dinâmica. Mas ainda envolta em muita penumbra, a aurora está lá. E vai surgir por entre muitas dores de parto, principalmente entre os que teimam em não ver, embora extensíveis a todos os demais. Vem aí o tempo em que o grande sujeito da fé será a comunidade; em manutenção autónoma após adesão inicial ao kerygma; que elegerá de entre si os seus servidores-mor (padre/líder);e onde o bispo mais não será (sendo tudo) do que o vigilante presente (em sucessão) da comunhão no dom da fé. E todos seremos tudo, em Cristo, para que o mundo acredite. Oh! amanhã, que já não vejo...

Emmanuel disse...

Tudo depende. Se o Padre ou o Bispo for bom e o "povo de Deus" for um conjunto de beatas mesquinhas e quezilentas, é uma benção a igreja estar centrada no clero. Se o Padre ou o Bispo forem uns simples burrocratas da "fé" e os paroquianos forem pessoas generosas e bondosas,verdadeiros irmãos em Cristo, então a Igreja está obviamente demasiado centrada no clero.

Anónimo disse...

Há conceitos que para mim são muros.
O que é a “eclesiologia da comunhão”?
E como está ela presente nos documentos conciliares e pós-conciliares…?
Leiga a precisar de alfabetização urgente.

Anónimo disse...

“Que ideia temos nós da Igreja actual?”
A de um animal moribundo. (Vivo em Portugal).

Anónimo disse...

“Sentimo-nos seus membros activos ou meros espectadores?”
Espectadores. A título de exemplo a celebração eucarística. Terminado o “espectáculo”, sem grandes variedades, os celebrantes recolhem à sacristia, em procissão solene, e os espectadores saem à sua vida, tal qual como entraram. É pena que os pastores não reconheçam que o seu lugar não é só o presbitério mas também a porta do aprisco.

Anónimo disse...

“Está a Igreja demasiado centrada no ministério ordenado?”
A Igreja está demasiado centrada no ministério ordenado porque os clérigos estão demasiados fechados na sua própria casta, como se o mundo fosse contaminante. Razão em o Papa Francisco. Causa-me estranheza a dicotomia “coisas de Deus” e “coisas do mundo”, como se o mundo não fosse uma coisa de Deus e não fosse nele que Ele se revela.

Anónimo disse...

Boa tarde!

Sim penso que a igreja ainda está demasiado centrada no clero.

Tem a ver com os anos de obscurantismo impostos aos leigos pelas hierarquias da igreja.

É que quanto menos conhecedores forem os leigos, da doutrina cristã - a doutrina da liberdade - mais fáceis serão de "orientar" estou a ser generosa.

Caminhamos para a grande libertação, a tal Páscoa consumada na figura de Jesus, a passos muito lentos.

A petulância ainda é a marca da casa da maior parte do clero continuamos a ser meros espectadores dos seus atos repugnantes, umas vezes por desconhecimento da verdadeira liberdade e a maior parte da vezes por medo de represálias.

Com o devido respeito pelos pouquíssimos amigos padres que tocaram deveras o meu coração, a maior parte deles, são adúlteros, promíscuos além de elitistas e petulantes.
Como é que a igreja poderia "descentralizar" aqueles que fazem questão de se manter exclusivamente sob as luzes da ribalta?

De vez em quando "fundem-se" as lâmpadas e vai-se todo o brilho pois não era verídico, próprio, verdadeiro.

Defendo que enquanto o altar se mantiver à frente, enquanto os bispos os padres ostentarem arrogantemente as vestes que deveriam simbolizar algo transcendente a igreja católica romana continuará centrada e centralizada no seu clero, como atrás disse às vezes tão promiscuo.

Sou cristã, mas sinto-me cada vez menos católica.

Um dia destes dou comigo a fazer parte, e a fazer, uma outra igreja mais simples mais humilde mais verdadeira e menos "romana".

Desculpa as minhas palavras menos dóceis e carregadas de revolta, mas como alguém um dia destes me dizia a revolta é fundamental para atingirmos a cura, ele falava de mim eu, falo por de mim.


Confessionário disse...

10 abril, 2015 12:53

O que é a “eclesiologia da comunhão”?

è uma forma de ser Igreja voltada para a comunhão, sem que haja pirâmides de organização, mas todos em pé de igualdade trabalhando na mesma missão comum, embora com ministérios ou serviços diferentes. Ninguem terá de ser o outro, mas ser com e para o outro.
Se procurares na Lumen Gentium, que é um documento do concílio, verás melhor esta ideia!

JOSE MARCUS CORDEIRO DA CUNHA disse...

A IGREJA SEMPRE FOI ABERTA, POIS É DO POVO (FAMÍLIA) QUE SAEM NOSSOS AMADOS SACERDOTES.
PAREM DE DESEJAR CARGOS NA IGREJA, SEJAM LEAIS AO MAGISTÉRIO DA IGREJA E SEJAM PARTICIPANTES DAS PASTORAIS.
SEMPRE EXISTE MUITO O QUE FAZER NA IGREJA. SEMPRE EXISTE AMOR, CARIDADE E BOAS OBRAS. DEVEMOS APRENDER A SER CONDUZIDOS PELO MAGISTÉRIO DA IGREJA PARA QUE POSSAMOS VIVER COM FIDELIDADE NOSSO SACERDÓCIO UNIVERSAL. SOMOS FILHOS OBEDIENTES E NÃO REBELDES COMO LUTERO, QUE QUERENDO SER MAIS DO QUE A IGREJA E SEU MAGISTÉRIO SANTO CRIOU APENAS HERESIA, APOSTASIA E CISMA.

Manuela Silva disse...

Não.
A «Igreja» enquanto comunidade dos fieis, não.
Aliás, mesmo se encararmos a «Igreja» como o circulo restrito dos ordenados com «cargos» mais «importantes/mediáticos/hierarquicamente superiores/whatever lhe queiramos chamar», os documentos que preparam para os leigos dizem isso mesmo, que a Igreja não é nem deve ser só «Padres & Cª Lda» (quer porque é da sua natureza, quer porque cada vez há menos padres)... porém, tenho que reconhecer que muitas vezes só se vêem «Padres & Cª Lda» porque não há leigos com disponibilidade e/ou competência e/ou vontade para assumirem o serviço/ministério/«frete».