No vai e vem do tempo
Esquecemos que vai mais que vem
É mais forte a nossa corpórea fraqueza
Que a força do caminho que ela faz
Quando é que percebemos que aqui
Fazemos um caminho
Para lá?
8 comentários:
Anónimo
disse...
"Quando é que percebemos que aqui Fazemos um caminho Para lá?" Esta pergunta inquietou-me. É que nunca me preocupei com "o lá". Provavelmente deveria fazê-lo mas não. Não consigo imaginar um "lá". Descobri o quanto sou pobre e miserável, não tanto pela escassez de bens materiais, mas pelo vazio que provoca a falta de fé nesse "lá". Descobri também que sou uma solitária que cruza caminhos inóspitos, apelidada de diferente descobri finalmente o quão diferente sou. E chorei sentada em frente à lareira. Quis muito ir-me com o fumo e elevar-me até ao céu feito de azul e luar, mas não fui pois continuo sentada em frente à lareira olhando para esta cinza que me fala... Sou cinza, sinto-me cinza... Surge uma labareda... parece ganhar vida, é forte muito forte, tem uma força indestrutivel e um vigor e uma beleza inigualável... silencio os soluços e ouço a história de uma fénix renascida.
"(...) León Felipe le decía a su hermana Salud que no vamos de la nada a la nada, sino de la nada a la vida, de la vida a la muerte y de la muerte al Misterio." (Gonzalez Faus, "Carta a un Amigo Agnostico", Cuadernos Cristianisme i Justícia nº 39)
Se valorizássemos verdadeiramente o Dom da Vida - a nossa e a d@s Outros -, nomeadamente como uma Realidade Única e Irrepetível, desde a sua concepção, em muitos milhões de possibilidades (e/ou impossibilidades), talvez conseguíssemos olhar o Mistério com alguma Confiança.
Mas não... vamos muito pela "Suspeita". E depois, consequentemente, falhamos numa coisa fundamental - não confiamos uns n@s Outr@s. Eu pecador me confesso... Como é que é, assim, construir/antecipar o Reino pelo qual Jesus deu a sua Vida?
"(...) cuando como creyente te metes un poco en este infierno de los miserables, te abres sólo un poquito a su interpelación, y llegas a sentir un carino que no es compasión sino incondicionalidad por ellos (y sobre todo si esto ocurre con el tiempo suficiente para que se quemen todos esos estúpidos protagonismos con que a veces acudimos ahí), entonces se te vuelve evidente que, o hay un Dios que sea "su Vindicador", como gusta decir la Biblia, y otra vida que les devuelva la razón que nosotros les hemos quitado, o ya no hay ninguna posible seguridad, ninguna por más que quien predique esa seguridad sea el mismo papa."
"Yo he de aceptar (y en mí puedes incluir a todos los creyentes) que los pobres de la tierra nos quitan el derecho a cualquier plenitud; y si yo me atrevo a esperar otra vida para mí, es porque creo que la hay para los pobres. Ellos me la dan: o por ellos me la dará Dios. Y a esta seguridad en la justicia-definitiva para los pobres ya no puedo renunciar, sin tener que abdicar de todas mis otras seguridades hunlanas (que si hay que hacer el bien, que si no se puede torturar, que si la democracia es un valor... etc).
Esto es lo que los mejores cristianos de hoy llaman "dejarse evangelizar por los pobres"."
Que profundo, maravilhoso! Pois é, esquece-mo-nos que o caminho que fazemos só tem um "ir". Esse "ir" deveria ser preparado para chegarmos lá e Tê-lo à nossa espera, Deus. O que entristece particularmente é que mesmo sabendo onde me devia levar o caminho, na realidade não o sei fazer. Não sei se chegarei a ser merecedora de chegar lá. Obrigada por nos lembrar desse caminho que fazemos. Cumprimentos Célia
Hoje quarta-feira das cinzas! sinto uma tristeza de morte. não bem morte mas quasi. Estou muito triste... estou como as cinzas. A minha alma parecde cinzas!... Não sei rezar, não me encontro com o Deus da minha vida! Sou orgulhosa, pecadora. só penso em mim. Queria sentir Deus no meu coração,mas só me encontro a mim. Silêncio. mais silêncio. Dá-me Senhor o teu Amor...
as cinzas (na cerimónia da imposição das cinzas) servem para nos lembrar a nossa fragilidade e a nossa necessidade de conversão. Que as tuas cinzas sirvam para sentires isso.
8 comentários:
"Quando é que percebemos que aqui
Fazemos um caminho
Para lá?"
Esta pergunta inquietou-me.
É que nunca me preocupei com "o lá".
Provavelmente deveria fazê-lo mas não.
Não consigo imaginar um "lá".
Descobri o quanto sou pobre e miserável, não tanto pela escassez de bens materiais, mas pelo vazio que provoca a falta de fé nesse "lá".
Descobri também que sou uma solitária que cruza caminhos inóspitos, apelidada de diferente descobri finalmente o quão diferente sou.
E chorei sentada em frente à lareira.
Quis muito ir-me com o fumo e elevar-me até ao céu feito de azul e luar, mas não fui pois continuo sentada em frente à lareira olhando para esta cinza que me fala...
Sou cinza, sinto-me cinza... Surge uma labareda... parece ganhar vida, é forte muito forte, tem uma força indestrutivel e um vigor e uma beleza inigualável... silencio os soluços e ouço a história de uma fénix renascida.
a vida, um caminho com Ele
Caro Amigo P.e Confessionário:
Mais um bonito Poema!
Tudo depende do que entendamos por "lá"...
"(...) León Felipe le decía a su hermana Salud que no vamos de la nada a la nada, sino de la nada a la vida, de la vida a la muerte y de la muerte al Misterio." (Gonzalez Faus, "Carta a un Amigo Agnostico", Cuadernos Cristianisme i Justícia nº 39)
Se valorizássemos verdadeiramente o Dom da Vida - a nossa e a d@s Outros -, nomeadamente como uma Realidade Única e Irrepetível, desde a sua concepção, em muitos milhões de possibilidades (e/ou impossibilidades), talvez conseguíssemos olhar o Mistério com alguma Confiança.
Mas não... vamos muito pela "Suspeita". E depois, consequentemente, falhamos numa coisa fundamental - não confiamos uns n@s Outr@s.
Eu pecador me confesso...
Como é que é, assim, construir/antecipar o Reino pelo qual Jesus deu a sua Vida?
Um forte Abraço.
Moçambicano
Olá a Tod@s.
Continuando a citar o "insuspeito" González Faus:
"(...) cuando como creyente te metes un poco en este infierno de los miserables, te abres sólo un poquito a su interpelación, y llegas a sentir un carino que no es compasión sino incondicionalidad por ellos (y sobre todo si esto ocurre con el tiempo suficiente para que se quemen todos esos estúpidos protagonismos con que a veces acudimos ahí), entonces se te vuelve evidente que, o hay un Dios que sea "su Vindicador", como gusta decir la Biblia, y otra vida que les devuelva la razón que nosotros les hemos quitado, o ya no hay ninguna posible seguridad, ninguna por más que quien predique esa seguridad sea el mismo papa."
"Yo he de aceptar (y en mí puedes incluir a todos los creyentes) que los pobres de la tierra nos quitan el derecho a cualquier plenitud; y si yo me atrevo a esperar otra vida para mí, es porque creo que la hay para los pobres. Ellos me la dan: o por ellos me la dará Dios. Y a esta seguridad en la justicia-definitiva para los pobres ya no puedo renunciar, sin tener que abdicar de todas mis otras seguridades hunlanas (que si hay que hacer el bien, que si no se puede torturar, que si la democracia es un valor... etc).
Esto es lo que los mejores cristianos de hoy llaman "dejarse evangelizar por los pobres"."
Um forte Abraço para Tod@s.
Moçambicano
Que profundo, maravilhoso! Pois é, esquece-mo-nos que o caminho que fazemos só tem um "ir". Esse "ir" deveria ser preparado para chegarmos lá e Tê-lo à nossa espera, Deus. O que entristece particularmente é que mesmo sabendo onde me devia levar o caminho, na realidade não o sei fazer. Não sei se chegarei a ser merecedora de chegar lá. Obrigada por nos lembrar desse caminho que fazemos. Cumprimentos
Célia
Hoje quarta-feira das cinzas!
sinto uma tristeza de morte. não bem morte mas quasi. Estou muito triste... estou como as cinzas. A minha alma parecde cinzas!...
Não sei rezar, não me encontro com o Deus da minha vida! Sou orgulhosa, pecadora.
só penso em mim. Queria sentir Deus no meu coração,mas só me encontro a mim. Silêncio. mais silêncio. Dá-me Senhor o teu Amor...
anónimo de 05 Março, 2014 21:40
as cinzas (na cerimónia da imposição das cinzas) servem para nos lembrar a nossa fragilidade e a nossa necessidade de conversão. Que as tuas cinzas sirvam para sentires isso.
Paula, eu diria um caminho com Ele, mas tb para Ele... Estou sempre a imaginar os namoros: um caminho com o outro e na direcção do outro...
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