terça-feira, fevereiro 11, 2014

Que faço de fazer [poema 4]

Faço um céu como as crianças
De azul e de nuvens

Faço um Deus como os homens
Estranho e de longe

Faço uma oração como um padre
Repetida e esquecida

Faço tudo como acho
que queres, Deus

Mas que faço eu
Se faço como os outros
E não faço como eu?

20 comentários:

Butterfly disse...

Deus nunca disse que a vida seria fácil... Prometeu que simplesmente valeria a pena estar com Ele...

Anónimo disse...

"Faço tudo como acho
que queres, Deus "
Provavelmente este é um engano, e não é um engano apenas seu é também um engano meu e de tanta outra gente.
"Mas que faço eu
Se faço como os outros
E não faço como eu?" Fazer como os outros nem sempre é mau, e poderá até ser bom, fazer as coisas pondo em cada uma delas tudo o que somos é exímio.
"Põe quanto és no mínimo que fazes..." aconselhava o poeta.
Padre, se gosto dos textos que escreve, gosto muito mais dos poemas que publica, e neste sentido atrevo-me a sugerir-lhe que pense dá-los a conhecer a toda a gente fora do espaço virtual. Estava a pensar na publicação de um livro.
Mais um momento brilhante neste espaço.


Anónimo disse...

"Mas que faço eu, Se faço como os outros, E não faço como eu"...
Deus não mandou o seu filho para o meio de nós, para fazer como nós?
Então...pensando um pouco nisso, o que acha?
Bjs

Confessionário disse...

Anónima de 11 Fevereiro, 2014 16:39

É uma grande ideia. Obrigado
Mas não esqueçamos que temos de ser nós próprios...

Confessionário disse...

Anónimo de 11 Fevereiro, 2014 14:39

A ideia de publicar é optima. Há muito que penso nisso. Tenho esperado que Deus mo peça ou mo diga. Penso sobretudo nos textos (que não poesia) e que poderiam, porventura, ser úteis a mais alguém!
mas tb não queria ser eu a propor uma publicação. Se calhar pode ser pouca humildade, mas queria que alguém mo pedisse porque de facto fazia sentido. De preferência uma editora.
Por isso vamos andando por aqui... e espero que andemos bem... lol

Obrigado

Confessionário disse...

Butterfly, nós é que complicamos a vida com embrulhos...

Anónimo disse...

Fazeres como tu não seria mais falível?
Não é nesse espaço que fica entre o faço como os outros e não faço como eu que Deus age?
Não é essa ideia de que fazer como tu poderia ser eventualmente melhor irrealista, uma vez que como Deus quer é assim, como tu fazes..?
Pois ao não fazeres como tu não fazes tu, mais como Ele?

Anónimo disse...

Chamaste-me,
Por onde quiseste fui e
perseguiram-me,
injuriaram-me,
mentiram-me
maltrataram-me,
ignoraram-me
impediram-me…

Fui pelo caminho que me deste
Que foi este,
O meu caminho,
que não era meu, mas meu destino,
Seguir-Te, sem que o soubesse

Fiz da Tua vontade
A minha, e a vontade,
daqueles que quiseram,
daqueles que acharam,
daqueles que tomaram a minha vontade, minha
E sem saber,
Que minha, ela não era minha
Senão aquela de Quem
Sem perceber
Para Ti
Caminha…

A Tua vontade foi julgada
Não a minha,
Pois que de mim, não tinha nada
Impedida e privada
Nela estava aprisionada
O meu direito de palavra
O meu direito de pessoa
Porque é entre os teus
que se lavra, o que quiseste …
Por mais que eu gritasse ou dissesse,
Foste Tu que fizeste,
Privar-me da voz que me soa?

Mãos e braços, todos Teus
Amarrados,
Onde os sonhos pousam,
cansados
Nas incógnitas de Deus.

Ah, a minha vontade…
De tudo se perdeu
Senão do que é
Teu
Saudade…
Da perda da minha vontade
Não,
Nem dela,
Nem do que ela,
Me prometeu.

Que importa, para a direita
Manda o homem
Ou a mulher
A criança,
Um qualquer, para a esquerda?
Que me importa então perder
O que mais podia querer,
Se encontro,
Nessa perda,
Mais do que posso ter?

Que me importa se me acusam
Se me julgam ou recusam
Sem me poder defender?
Por não ser minha, mas Tua
Esta vontade, dura e crua
De que me posso valer!

De que me posso valer,
Ao não ser minha,
Se actua,
Em todos, Tu podes fazer
A minha vontade morrer
A minha vontade viver
A minha vontade ser,
A Tua.

Anónimo disse...

Sem palavras para o poema... Não sou grande amante de poesia, costumo até dizer que, para mim poesia só cantada lol. Mas a lucidez dos teus poemas encantam...

Os teus textos têm sido o meu livro de cabeceira. Tens aqui, na minha opinião, muito bom material para publicar. Não só teu, como também de alguns comentadores. Que pena tenho de não continuar a ler a PR...
Estou convicta que um dos teus "chamamentos" é a escrita.

Suponho que a tua motivação em publicar seja diferente da motivação de uma editora que "agarre" a tua escrita. Mas, parece-me que um livro teu servirá perfeitamente os interesse dos dois e principalmente dos leitores.
Resta esperar que hajam bons "olheiros" por aqui.

SL

Anónimo disse...

Bom dia,
Padre,
"mas queria que alguém mo pedisse porque de facto fazia sentido. De preferência uma editora."
percebo perfeitamente o que quer dizer, concordo consigo e não acho de todo que seja pouca humildade, no entanto permita-me adiantar-lhe o que provavelmente já sabe mas será demais relembrar, e para isso vou contar-lhe um episódio real.
Um conhecido meu escreve muito bem pois tem um interior muito mais rico do que as palavras podem expressar, e alguém lhe "pediu" ou lhe sugeriu, (não sei muito bem que termo usar), dar a conhecer a todos quanto possível os seus escritos, que o que escreve e que tem ficado na "gaveta", poderiam de alguma forma ajudar quem os lesse.
A pessoa pensou durante algum tempo, o que é normal. Após algum tempo a procurar saber como faria para publicar um livro, chegou a uma editora em Óbidos que lhe apresentou uma situação vantajosa pois não exigia um grande investimento inicial. E não é que o material é mesmo bom e o livro está quase a sair ao público mas desta vez não é a Editora de Óbidos é uma outra que entretanto se interessou pela publicação e desta vez a posição é inversa, ou seja em ver de ser essa pessoa a pedir a publicação mas a editora que o quer publicar.

"Que pena tenho de não continuar a ler a PR...
Estou convicta que um dos teus "chamamentos" é a escrita."
SL, com este teu comentário estremeci de uma forma estranha. Este arrepio veio de dentro.
Não tenho tanta certeza se o meu chamamento é o da escrita sei apenas que o que escrevo vem bem lá de dentro.
Decidi não me expor muito mais neste espaço a fim de me proteger.
Mas posso adiantar que comprei um livro em branco que é mais um tom cor de avelã, e é lá que num tom de castanho eu escrevo, modéstia à parte, até à vista está lindo.
SL seja quem for um "OBRIGADA" do tamanho de um coração que não encontra palavras para se expressar.

Anónimo disse...

Porque tem de ser uma editora a contacta-lo? Seria algum sinal para o fazer? Seria interessante a sua publicação e já não é de hoje a novidade, claro que sem qualquer comentário feito no site por terceiros. Boa sorte.

Confessionário disse...

Não tem de ser nenhuma editora a contactar-me. Não tem de acontecer nada de especial. Mas desejaria que esse desejo viesse mais do exterior que do meu interior. Eu tenho vontade, sim senhor, mas acho que isso não basta.

Anónimo disse...

Obrigado Senhor

Em louvor a Deus Pai
mais um dia agradeço,
sabendo que não mereço,
sendo filha ingrata e pecadora,
por intercessão de Nossa Senhora,
obrigado Senhor por tudo o mais.

Obrigado pela chuva e o sol,
pela luz que os meus olhos vêem,
por aqueles que amor me tem
e aqueles que de mim não gostam,
ainda que comigo não possam
vai tudo no mesmo rol.

Obrigado Senhor, pelos filhos,
o marido, o trabalho e o pão,
por aqueles que me dizem "Não"
pelos "SIMs" de boa vontade,
por toda a boa sinceridade
e por aqueles que me trazem sarilhos.

Por aquilo que não sei agradecer,
perdoa Senhor a tua serva,
perdoa aquilo que me enerva
e por não saber bem rezar,
prometo que vou melhorar,
Obrigado Senhor por viver.

LP

Deus nos abençoe a todos.

Anónimo disse...

Olá PR,

fico contente por saber que continua em forma na escrita! tudo de bom para si.

Anónimo de 12 Fev. 14:12

"...claro que sem qualquer comentário feito no site por terceiros..." Estou para aqui a pensar que não faz grande sentido opinar consigo sobre esta frase, uma vez que o assunto diz unicamente respeito ao confessionário... Mas não resisto. Porque não desde que devidamente autorizado? Não fazem os textos do Padre mais sentido ainda com aquilo que despoletam? a interacção que gera , o espaço aberto a reflexões não serão também um bom tema a publicar? E o fenómeno que é esta forma de comunicar e ouvir levada a cabo por um sacerdote não deve ser dada a conhecer? Evidente que há comentários e comentários... Tudo se prende, na minha opinião, com o Verdadeiro sentido do blog.

SL

Anónimo disse...

Bom dia!
"Mas desejaria que esse desejo viesse mais do exterior que do meu interior. "
Fiquei impressionada com esta afirmação, parece-me verdadeira autentica, genuína, tão natural quanto "difícil" de admitir.
Se me permitir farei com que de uma forma natural e discreta as suas reflexões e poemas cheguem tão longe quanto possível.

SL
"continua em forma na escrita"
Acho que não se trata de continuar em forma na escrita, no meu caso trata-se de uma espécie de terapia.
O que escrevo é sempre a a partir do que vivo no momento.
É uma força intensa que terá que ser exteriorizada, caso contrário mata. No que escrevo falta por vezes o rigor de um "português" imaculado, tal como "manda a lei", a maior parte do tempo faltam-me os vocábulos/palavras/expressões para me expressar, e sem elas para exteriorizar o que está noutra dimensão, a energia fica contida e faz estragos por dentro.
É uma constatação, triste, mas real.
Obrigada

Anónimo disse...

12 Fevereiro, 2014 22:39
Há muitas publicações anónimas, pessoas que já nem publicam, seria uma tarefa difícil para o confessionário. (Eu não autorizaria a publicação fora do site dos muitos que aqui já publiquei, mas isso sou eu claro. Penso que isso nem estará em questão para o confessionário, não sei... o mais importante são os dele). BJ

Confessionário disse...

Bom dia, amigos

Os comentários não são da minha autoria e por isso nunca poderiam ser editados em livro.
E acrescentaria: isso ficaria para este sitio, para o blogue, pois parece-me que não deixaria de escrever aqui, e aqui é que tudo acontece. Ficaria, portanto, reservado para aqui.
Quando muito, poderiam ser usados alguns como marqueting...

Bom, mas venha a tal "vontade exterior" e pode ser que sim...

Confessionário disse...

queria hoje fazer uma alusão à partilha dos que têm escrito e deixado aqui alguns poemos lindos...
Obrigada pela partilha

Anónimo disse...

Faço a meu ver

Sei que o céu não tem espelhos
E que nele ninguém dormiu esta noite
E tudo o que mais será a meu ver
É decoração de interiores

Confessionário disse...

Caro anónimo que costumas publicar poemas a propósito,

Gosto muito dos teus poemas. Mas seria bom colocares ao menos uma identificação, nem que fosse uma letra, uma sigla ou algo que te identificasse.
Fico sempre a pensar que é a mesma pessoas. Mas será?

abraço