O tio, de pouco mais de trinta anos e que deixou esposa e duas filhas em idade de escola, falecera-lhes há dois meses, e a conversa entre o pequeno Samuel, de três anos, e a prima, de oito, aconteceu na simplicidade que é própria das crianças. A prima dizia que o tio tinha morrido e que tinha ido para o céu. O Samuel concordava. No entanto, a prima, como tinham ido ao cemitério ver a sua campa no dia dos finados, achou por bem acrescentar que também estava debaixo da terra, ao que o Samuel respondeu. Não, não. E apontando para o seu coraçãozito, acrescentou. Ele está aqui.
7 comentários:
Hoje achei tão só que esta história verdadeira não precisava de mais nenhuma reflexão minha. Esta lá tudo em poucas palavras...
Obrigada à mãe que me contou a história.
As crianças surpreendem-nos com a sua simplicidade e sinceridade... Sim, eles dão-nos grandes lições de vida, pois veem a morte com outros olhos e a saudade expressa no coração... Lindo Samuel...
fabuloso
"E apontando para o seu coraçãozito, acrescentou. Ele está aqui."
Samuel, é aí, nesse teu coraçãozinho de ouro, que viverá para sempre.
Não te esqueças que a tua primita também tem razão pois o teu tio também habitava um corpo, e esse sim está lá debaixo da terra ou desfeito em cinzas, esse misturar-se-à com a matéria e trará à luz do dia outra matéria.
Agora tu, terno Samuel, tu ficaste sem dúvida com a melhor parte, aquela que nunca ninguém arrancará de ti uma vez que ficou gravada no teu coração.
PR
:)
Abraço!
É verdade... O pequeno Samuel ficou com a melhor parte, com o tio vivo no seu coração, nas suas memórias... Há muitos dias em que ele pensa nele e diz que está triste, pois o tio morreu... E a sua tristeza depressa se torna nossa, ainda mais profunda. Conviver com a perda nunca é fácil, mas quando ele olha para o céu com a lagrimita no olho e diz... O tio está além e aqui no meu coração, tudo parece um pouco melhor, pois pensamos que estamos sempre juntos... Apenas em lados diferentes da história... Apesar de gostar da sua homilia ontem, reforço que no meu pensamento, na minha crença e maneira de viver, acredito piamente que nos vamos reencontrar um dia e dar aquele abraço sentido que ficou por dar, ele estará lá para nos acolher.
Obrigada pela partilha de histórias reais que nos tocam tanto.
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