sábado, julho 07, 2012

Reze, padre, reze. Mas não reze muito

O colega estava em casa de uma família amiga da paróquia. Acabado o jantar, o filho mais novo, um petiz de 11 anos, para meter conversa com o padre, revelou que a sua tia, uma senhora consagrada que mora num instituto religioso, diz que reza muito para que ele seja padre. A reação do padre não se fez esperar e aproveitou a deixa para mostrar que era uma óptima ideia. Ora ficas tu a saber, Afonso, que também eu tenho rezado muito para que tu sejas padre, para que Deus te chame e tu lhe respondas que sim. Nisto o pai do miúdo, bom homem, homem de missa que até, se for preciso, dá uma mãozinha ao padre, diz em tom de quase brincadeira. Reze, padre, reze. Mas não reze muito. O colega não contou o que se passou a seguir. Mas, para terminar a sua história, bateu-me no ombro e disse. São assim as famílias de hoje. Mesmo as famílias que vão à missa. Os filhos são poucos e é melhor que não sejam padres. E repetiu. Reze, padre, reze. Mas não reze muito.

13 comentários:

Joana ;) disse...

Não tenho filhos, apenas sobrinhos... mas, acho que ficaria feliz, se algum deles quise-se ser padre um dia.

Realmente ainda há muitos pais que temem perder os filhos dessa forma, esquecendo o bem comum que os filhos poderiam fazer, pela vontade de terem netos, ou pelo menos para não perderem de certa forma, a presença assidua dos filhos na sua vida...

Por um lado até consigo compreender; recorda-se o que Maria sofreu quando foi visitar Jesus e Ele falou que a sua mãe e os seus irmãos eram todos aqueles que faziam a vontade de seu Pai?

Na minha humilde opinião talvez os pais tenham medo de "perder" os filhos para os outros, ou, egoistamente pensando teem medo de partilhar o amor e carinho dos filhos com estranhos, ou pensam que quando envelhecerem não terão ninguém para os cuidar...

Não sei padre, mas... foi uma boa questão para reflexão.

Já agora padre confessionário, uma sugestão, será que pode partilhar connosco o que pensaram os seus pais, quando decidiu ser sacerdote?
Seria interessante ouvir/ler a sua história pessoal... repito é só uma sugestão...

Bjs :)

Anónimo disse...

Boas noites,

Pois olhe Sr Padre eu rezo muito para ter entre os meus filhos vocações consagradas, são dois rapazes e uma rapariga e gostava mesmo muito de ter um filho sacerdote. rezo também para eles perceberem cedo qual a sua vocação e para que a aceitem sem receios. Por isso, se quiser, reze também pelos meus filhos...
Sabe, também vou rezando por si.
Bem Haja,

Rosa disse...

Aqui está um Partilhar que deixa todos sem palavras!...

Mar disse...

É um tema um pouco difícil de nos pronunciarmos,mas não devia de ser ,gostei da prontidão do Anónimo 23:47,eu nunca tinha pensado nisso,embora a minha sogra uma vez disse para o meu filho, ainda vais para Padre,mas não foi,se fosse aceitava.
Eles agora também para nos darem um neto, é muito complicado,pensam primeiro materialmente,e só depois os filhos,existe um pouco de egoísmo,porque dificuldades sempre houve, e bem mais que hoje.

Porthos disse...

Meu caro:

Julgo saber que a tua vocação foi algo que surgiu naturalmente. Até nisso foste abençoado! :) Outros há que não têm/tiveram tanta sorte...

Eu penso que o encontrar de vocações é uma questão educacional, já que creio que as vocações existem, a questão é forma como se aceitam e essa aceitação está intrinsecamente ligada com o background familiar. Uma criança que sinta o chamamento divino tem que tem muito apoio e não dúvidas por parte dos familiares, sejam elas legítimas ou não...

Anónimo disse...

No meio dos pantanos, também nascem lindas flores!

Nasci no seio de uma familia, que se destrutorou, um desmoronamento... que secou o amor, a fraternidade, a doação, enfim... não era de facto um lar!

Ainda assim, acreditei que era possivel constituir uma familia, lutar por esta, para que seja de facto uma familia... um porto de abrigo, uma nascente de amor e doação!

Assim sendo, pela ordem de ideias que por aqui leio... jamais seria possivel, eu criar uma familia, já que não sabia o que na realidade isso era!

Não interessa o numero de filhos, nem se ream muito ou pouco para que "x" seja religioso/a consagrada... alguém no mundo, reza por isso, para que os chamados de Deus, se apresentem na hora certa. A hora de Deus!

Acreditam nisto? Eu acredito, pois sem esta oração, algures pelo mundo, pelas familias... seria impossivel, eu ter cosntituido a minha!

Somos meros instrumentos, frageis e incapazes... é a Graça de Deus, que tudo faz!

Oremos pelas familias, pelas vocações Sacerdotais/ Religiosas, etc... algures pelo mundo, alguém fará os votos permanentes!

A Paz de Cristo.

Peregrino disse...

Mais que rezar por eles e pela vocação que existe dentro deles, (a vocação não é exterior nem vem do exterior mas ela é interior e nasce no interior de cada um de nós), procuro primeiro ajudá-los para que possam responder na liberdade total:

“Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que eu te amo"…à pergunta sobre o Amor a Jesus como aconteceu com Pedro “Pedro amas-Me?”

…do que dar prioridade ao tal “empurrão” com que tantas vezes os atiramos para o Caminho, preocupando-nos mais com o “apascenta as minhas ovelhas” sem saber sequer se esses corações estão apaixonados por Jesus

Rezar para que… sem criar paixão neles por Jesus e depois também viver a incoerência da minha própria Não-Paixão por Jesus é como tentar pegar fogo a troncos, (mesmo que sejam robustos), de madeira molhada! Tentem…!

Deus é quem chama e é Ele que dá e faz nascer a vocação dentro de cada um de nós, por isso não tenho dúvidas nenhumas que as há em abundância como constatei e constato no meu caminho com os jovens…

Podemos rezar e claro que eu também rezo… peço também como me pede o Evangelho para pedir:

“Pedi ao Senhor da Seara que envie…”

… mas um coração que não carregue nele essa paixão por Jesus bem pode tentar pegar fogo no meio desta floresta de corações que fazem acontecer Igreja que a coisa jamais pegará fogo!

Já me esquecia… basta apenas uma faísca para acontecer um grande incêndio…

Anónimo disse...

os padres que rezem...

Confessionário disse...

Em resposta à Joana, gostava tão só de dizer que eu tive a graça de ter uns pais que não só rezavam por mim (a minha mãe rezou até morrer todos os dias um terço por mim... ja contei isto no blogue) como rezavam comigo...
Convidavam-me muitas vezes a rezar com eles!

Anónimo disse...

Desculpem os erros, foi a pressa! :(

Anónimo disse...

Os pais de hoje não querem filhos padres/consagrados. Sou filho único e a questão no meu caso já há muito se arrasta, é dificil que eles nos compreendam, é dificil que "entreguem" o seu filho. É compreensivel??
E em nós quem pensa?? Fica a pergunta..

Anónimo disse...

Desde muito cedo que pedi a Deus que o meu primeiro filho fosse rapaz e sacerdote. Deus concedeu-me 2 rapazes. A madrinha do segundo disse-me que pedia a Deus que ele fosse sacerdote. Entendi que Deus quer os dois. Que grande honra da parte do bom Deus. Sejam Santos sacerdotes do Altíssimo!

Anónimo disse...

Ao Anónimo de 17 Julho,2012 10:18:

Muitos pais têm um certo afecto desordenado pelos filhos....esquecem-se que os filhos são um Dom...não são uma "propriedade" dos pais...e amar é deixar livre quem se ama...

Quando Ele nos chama a uma vocação de especial consagração como o Sacerdócio ou a Vida Consagrada,faz-nos sentir isso de tal forma que nos seduz loucamente....

Cabe-nos a nós ter coragem de o seguir....ou não...
Seja quem for que nos impessa,o amor a Jesus fala sempre mais alto!!


"Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,não fecheis os vossos corações.