Estava com um grupo de jovens. Animados. Acabados de rezar pela Vida. Uma vigília de Oração que agradecia a Deus o dom da Vida. Tinha por ali umas folhas com uma petição de assinaturas para a constituição de um grupo cívico de defesa pela Vida. Quem quer assinar? Uma série deles respondeu afirmativamente. Uma jovem veio ter comigo para perguntar. E quem for a favor do Sim? Respondi-lhe a sorrir e com a mesma amizade como se não soubesse que ela tinha feito essa escolha. Se calhar pode não ser conveniente assinar. Apesar de um dos objectivos ser o esclarecimento, o grupo era, sem dúvida, contra o Sim. Mas a minha curiosidade, obrigou-me a perguntar o porquê da escolha. Ela respondeu, com uma pausa denunciadora, que era por causa de casos difíceis. Enumera-me um. E foi mais pronta. Uma violação, senhor padre, já viu!! Soltei Caramba, com as rugas da zanga e com o sorriso da oportunidade. Mas não sabes que isso já está contemplado na lei, e inclusive até às 16 semanas? A admiração dela foi maior que a minha. Pediu-me para falarmos melhor depois. Eu estava apressado, como quase sempre. Porém, se depressa a deixei, mais rápido percebi que há muita gente que vai votar, seja no Sim, seja no Não, sem saber porque vai votar. Isso não é bom para ninguém. Nem para as mulheres nem para as crianças. Muito menos para a vida.
25 comentários:
Nem mais!
Faz falta mais (in)formação e menos campanha.
Olá Amigo!
Pois, é, o problema é que há muita gente, muita mesmo a pensar como essa jovem, e para espanto meu, não são só os jovens, mas também aquelas pessoas que já nem podem ser mães, porque será???
Beijinhos!!!
:))
Também dava jeito que Maria josé Nogueira Pinto e o António Borges falassem menos ou, então, escolhessem argumentos mais nobres
teodora
Eu não vou votar.
Porque este referendo é desnecessário e mal intencionado. Porque a questão de fundo é acabar com o aborto e não discutir as penalizações. E tal só se faz com um grande investimento público.
O que é preciso é educar os portugueses para a paternidade responsável, criando incentivos para aumentar a natalidade. É preciso uma educação sexual idónea, esclarecida e bem orienteda. É preciso informar dos diferentes métodos para evitar uma gravidez indesejada ou irresponsável. E, caso esta ocorra, apoiar quem pretenda interromper uma gravidez, de forma a evitar o aborto. Mas isto tudo custa muito dinheiro. Que este Governo não quer gastar.
E não é pela via repressiva que se consegue alguma coisa. Porque ela só penaliza as mulheres pobres.
O que vai acontecer, caso vença o SIM, é promover o aborto e torná-lo uma fonte de pingues rendimentos para o poder económico. Ou seja, o aborto passa a ser mais um produto de consumo que,não se esqueça, vai render bons impostos. Vai ser bonito para o índice de natalidade!
E as mulheres pobres vão continuar a servir-se da clandestinidade e a correr graves perigos. Para elas nada vai mudar.
Eu cá digo NÃO ao referendo.
Se as pessoas escutarem o coração, votam "NÃO!" (olha até fiz um verso... lol)
Ó deprofundis vai votar. Também não concordo com o referendo, mas já que há vai votar. A abstenção não é nada boa. A última abstenção levou a quê: a outro referendo.
beijos em Cristo
É verdade, há muita falt de informação, deveria haver uma campanha de esclarecimento, de modo a que as pessoas podessem saber em que casos o aborto é legal. Ao aborto só porque sim ou como método contraceptivo digo NÂO! e SIM à VIDA!
Beijinhos,
Andreia Neno
O problema do SIM ou do NÃO, é a falta de esclarecimento, falasse de tanta coisa, diz-se tanta barbaridade e o que está na base da questão não se resolve.
Estou plenamente de acordo com o comentário de "profundis". Não se vai acabar com o aborto, não se vai dar condições à mulher, não vai ser seguro, quem quiser fazer um aborto não vai sentir mais apoio.
No caso do SIM vencer, o que vai acontecer é que se vai recorrer com mais facilidade à prática do aborto, os clandestinos vão continuar a ser feitos, e algumas clínicas vão facturar mais.
A jovem que pôs a questão precisa de ser bem esclarecida, muitos jovens, homens e mulheres, casais, precisam de ser esclarecidos.
O que há a fazer, é explicar a lei que já temos e o que se pretende agora e não estar preocupados com o que vai sair dos nossos impostos para pagar o aborto.
Concordo consigo,
a maior parte das pessoas não conseguem explicar pq votam sim ou pq votam não...
é uma pena!
DTA
Lai
Também já vi surgir dúvidas como essas em conversas com os meus amigos. É realmente impressionante a falta de informação, e a maneira como esta é usada, neste caso, pelos defensores do "sim".
Acho que não podemos perder oportunidades de esclarecer questões como esta.
A falta de informação existe, mas também existe muito comodismo em ir buscá-la.
Às vezes é mais fácil tomar uma "decisão", votar sim ou não e depois ficar-se por ali, sem se procurar razões para a "decisão".
Há também a meu ver um "fenómeno clubistico", ou seja, eu sou do sim, eu sou do não, e eu quero é que o meu lado ganhe: porquê?, Pela vitória!!!, para além do "clubismo politico".
Se ganhar o sim, não tenhamos dúvidas: este governo ou qualquer outro com o mesmo pensamento e maioria na Assembleia, tem as mãos livres para legislar o aumento das 10 semanas, quem sabe até quando!
Se ganhar o sim, mesmo com abstenção, como da outra vez, não haverá mais referendo nenhum!
Hoje ouvi alguém na televisão, que vai votar sim, rferir-se ao aborto, como uma causa nobre!
Como pode ser nobre algo que é contra a vida.
deprofundis, compreendo-te, mas não fiques em casa, vai votar, porque só assim exprimirás atua vontade.
Desculpa, carissimo Padre, a extensão do comentário, mas ainda há tanto por dizer!!!
Abraço em Cristo
Diz tudo, Joaquim. Não te coibas...
O problema é a falta necessária de informação sobre o que se vai votar. A campanha pelo Sim leva avanço, infelizmente.
Para a Maria João
Ir votar, tal como participar na campanha, é colaborar com o sistema. É reconhecê-lo. E esse sistema está profundamente errado e é fruto das mentes tortuosas que constituem o nosso Governo.
Se não ouvi mal as notícias são mais os movimentos do Não do que do Sim. Largamente!
Julgo que é melhor não competirmos no número de movimentos a favor ou contra.
Penso que quanto menos grito melhor. Quem berra é porque não está seguro de si.
Somos ainda um país maioritariamente católico (apesar do descontentamento do nosso querido primeiro ministro e mais alguns)mas penso que a Igreja deve ter uma posição tranquila. Deverá defender a sua posição "sem forçar muito a nota".
Desculpem dizer isto, sinto assim e ontem em conversa com um colega ele disse-o antes de mim.
Ambos sentimos deste modo, não porque a Igreja não se deva pronunciar ou manifestar, mas porque pode reverter contra o não.
Teodora
Amigo
Já te consigo ler outra vez!
Pois eu tb vou votar Não...Sim á vida!
Há muito desconhcimento...todos cometemos erros..mas eu ou votar Não em consciência....
Bjs
Carla
Vou fazer aqui um favor à informação: o referendo só vos pede que digam se são contra ou a favor da criminalização das mulheres que os praticam.
Lembrem-se de jesus e Madalena, e pensem nisso!
Cristiana... mas, ao dizer que somos contra a criminalização das mulheres estamos a dizer que aborto não é crime!!! Não seria melhor ajudá-las a ter condições para ter a criança?!... como por exemplo, condições para não perder o emprego, para ter tempo e economias suficientes para o cuidado da criança, regalias para quem tem crianças, condições para os casais e famílias... entre muitas outras!
Pois é, sr. Padre, mas Jesus não apontou o dedo a Madalena, nem lhe disse que o que ela fazia era crime, e se ela fosse realmente uma prostituta, quem nos garante a nós que não terá feito alguma vez um aborto?
Ao não defender a descriminalização do aborto estamos a atirar pedras a todas essas mulheres.
E quanto à ajuda que refere no seu comentário ambos sabemos o quanto estamos distantes dessa realidade.
Mesmo a igreja está muito distante de ser a instituição caridosa, que ajuda a comunidade!
Eu acredito que ninguém é a favor do aborto, no sentido de impedir que uma vida em potencial se desenvolva, mas também sei o quão dificil deve ser para algumas mulheres criarem os seus filhos, já para não falar nos casos em que mais valia não os deixar nascer: maus tratos e abusos até à morte... o telejornal está recheado de exemplos !
Não sei de nenhum exemplo de alguém que tenha feito um aborto, nunca ninguém mo contou... e a si, se lhe contarem no confessionário, vai ter coragem de lhe dizer que é um crime, que é uma pecadora?
Cristiana, vou-lhe dizer aquilo que costumo dizer em ocasiões semelhantes: isso não foi bom, mas Deus continua a amar-te. Isso é pecado, mas não te sufoques ainda mais com isso (e se me perguntas relativamente ao pecado, podes ter a certeza que uma lei pode fazer a afirmação de que algo deixa de ser crime - mesmo sendo-o -, mas éticamente será sempre um crime e um pecado).
E tb foi isso que Jesus fez com a Madalena. Nós não podemos interpretar as coisas à nossa maneira. Jesus sempre foi contra as coisas más. Ele próprio ensinou como ser bom. Mas, ao mesmo tempo, amava as pessoas de tal maneira, que tinha sempre disponível o perdão, e que, apesar de todo o mal, olhava sempre a pessoa com dignidade!
Eu não quero esta questão do aborto apenas num prisma católico ou religioso. Mas se acaso fosse, podes ter a certeza que Deus é sempre a favor da vida que nos dá e a favor dos mais frágeis (neste caso o mais frágil é a criança!!).
O mesmo caso da Madalena é um caso que prova que ele escolhe os mais fracos, aqueles que a sociedade quer por de parte!!
Mais te digo, para ser claro: Sou contra o aborto e a favor das mulheres! Sou contra o aborto e não quero ver ningém condenado, nem mãe nem criança.
Eu quero a defesa dos dois. Pelos vistos levo vantagem em relação a quem quer só defender as mães.
Um beijinho... e não penses que me zango contigo. Não é por termos ideias diferentes (embora eu possa ficar tristito) que vamos deixar de ser amigos e de nos respeitarmos. Aprendi com Ele.
Em troca de emails com alguns amigos sobre o aborto, deixei parte da minha opinião, que por ver que se enquadra neste post, deixo também aqui:
"Mas algum de vocês acha mesmo que é por votarmos sim que as pessoas passam
a fazer abortos?!
Alguma vez ouviram falar de alguém que não tenha feito um aborto porque a
lei não o permite?
Quem quer fazer um aborto, fá-lo!
Para quê enterrar a cabeça na areia?
Será que se as pessoas que decidem fazer um aborto, em vez de o fazerem
num "vão-de-escada", forem acompanhadas por profissionais médicos e
psicólogos não poderão ver a realidade com outros olhos e decidirem ter o
filho?
De que forma é que estaremos mesmo a contribuir para a diminuição dos
abortos? Será fazendo de conta que se for proibido ele não existe ou será
olhando o problema de frente?
Eu não sei. E não sei porque infelizmente não vejo discussão pública
nenhuma que me ajude a decidir.
A única coisa que vejo são preconceitos dos dois lados...
Um abraço a todos!
P. S. - Aos que usam a moral como argumento maior, deixo uma questão: um
bebé com deficiência física tem menos direito a viver ou é menos humano?
Um bebé resultante de violação tem menos direito a viver ou é menos
humano? Para quem fala em egoísmo, acho que este é o egoísmo maior...
decidir pelo que nos é confortável e não pela vida... mas este egoísmo é
aceite sem contestação...
Já agora, como se pode ser contra uma pena de morte em que se diz "tu
agiste mal, mereceste morrer", quando se está de acordo com "tu tens uma
deficiência física, mereces morrer"...
P. P. S. - Como disse em cima, não sou a favor ou contra. É que não sei.
Simplesmente gostava que houvesse uma discussão pública a sério para eu
perceber qual era a melhor forma de reduzir o número de abortos. Mas a
única coisa que vejo são pessoas que defendem a sua posição com um
fundamentalismo que não ajuda em nada. E, repito, vejo-o de ambos os
lados.
"
Desculpem não me ter apetecido estar a escrever directamente para aqui...
Um abraço!
Resposta ao anónimo amigo:
Os números a que eu tive acesso dizem que o úmero de abortos nos países em que ele foi legalizado aumentou drásticamente (exemplos: em Espanha, em 2004 fizeram-se 84.985 abortos, mais de 230 por dia (mais 6,5 % do que em 2003); e de 1993 a 2003 aumentou 75,5%; passados 15 anos da sua despenalização, as clínicas aparecem anunciadas nos jornais e o aborto cresceu 4 vezes mais que os nascimentos; na Inglaterra aumentou 425%; Na Alemanha 726 %; Em USA 654 %).
Nos EUA 72% das mulheres interrogadas (numa sondagem) que haviam abortado afirmaram categoricamente que se o aborto fosse ilegal nunca o teriam feito!
O maior número de abortos nestes países foi feito em clínicas privadas apesar da existência de centros de saúde pública; estas oferrecem menos exigência no que diz ao cumprimento da lei, além de que quem quiser privacidade vai ter de escolher igualmente uma clínica privada.
Moralmente, e falado em questã de fé, a Igreja será sempre a favor da vida. Não há paradoxo. A lei que já existe permite algumas excepções, que serão as mais compreensiveis. Mas nenhuma delas, moralmente será compreensível. Ninguém pode tirar a vida de outra pessoas , seja por que motivo for, seja por deficiencias, fragilidades ou outros tipos de marginalidades. (Repara que eu não disse que era moralmente aceite a lei que estava; só disse que até isso as pessoas desconheciam...)
Um abraço amigo.
Não quis discutir isso. Digo apenas que não há uma discussão pública, há apenas campanhas para o "sim" e para o "não"...
E isso é pena.
Quanto aos números... será que quando o aborto é clandestino sabemos realmente qual o número de abortos que se realiza?
Abraço.
Tb concordo na necessidade dessa discussão de esclarecimento, sem mentiras e interesses... ahhh, mas sempre com a Vida como único motivo!
... e nesses países tb não contabilizaram os aborts clandestinos que se continuaram a fazer!
JORNAL PÚBLICO - Quarta, 24 de Janeiro de 2007
Câmara Municipal de Soure emprega filhas do presidente e do vice-presidente
Ambas foram nomeadas para o cargo de técnico superior estagiário generalista
A Câmara Municipal de Soure empregou recentemente uma filha do presidente, João Gouveia, e uma filha do vice-presidente, Santos Mota, ambos eleitos nas listas do PS. Conforme despacho publicado no Diário da República, ambas foram nomeadas para o cargo de técnico superior estagiário generalista. O PÚBLICO tentou ontem, insistentemente, ouvir a posição de João Gouveia sobre este caso, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição. Já o vice-presidente Santos Mota optou por não se pronunciar, remetendo eventuais comentários sobre este caso para o presidente.
A situação suscita críticas por parte do presidente da Concelhia de Soure do PSD, Ângelo Penacho. "Parece que a contratação de pessoal não tem em conta as necessidades da Câmara de Soure, mas sim as dos familiares dos responsáveis camarários. Então, sendo assim, devia-se facultar o emprego a todos os habitantes do concelho", comentou. Salvaguardando que respeita a escolha dos sourenses nas últimas eleições autárquicas, recorda que uma das linhas do programa do seu partido era precisamente a criação de emprego através do desenvolvimento económico. "E, neste momento, com a coligação PS/CDU, não se está a aumentar o emprego", aponta.
Já a vereadora da CDU, Manuela Santos, começou por recordar que a área de pessoal e de concursos é da responsabilidade de João Gouveia. Por outro lado, conforme referiu, houve concurso para o preenchimento das duas vagas. "Parto do princípio de que, se ganharam, é porque terão sido as melhores." Além disso, conforme alerta, "se alguém se sentiu lesado, tem meios legais ao seu dispor e deve reclamar", garantindo ainda não ter tido conhecimento da ocorrência de qualquer ilegalidade. Já quando questionada sobre como analisa esta questão no plano ético, a vereadora responsável pela Habitação, Formação e Mercados e Feiras, respondeu: "Provavelmente, isto não se passaria comigo, mas digo isto no plano ético, o que já é outra discussão."
João Gouveia e Santos Mota saíram do PSD em 28 de Abril de 2005, tendo concorrido, nas últimas eleições autárquicas, nas listas do PS. Aníbal Rodrigues
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