Almoçava com um colega. Veio e sentou-se ao nosso lado. Emagrecido. Tom de pele pálido. Já há muito que não o víamos. Nem queiram saber da minha vida, disse. Andei três meses num desalinho. Então? Perguntámos em coro. Foi a minha neta. Um problema grave. Os médicos não conseguiam. Na primeira semana ficou no hospital. Umas vezes diziam que estava a recuperar. Outras que nada. Outras nem sabiam dizer o que fosse. Experimentaram de tudo. Imaginava a menina como um daqueles animais de experiências científicas e sofri. A caminhar quase todos os dias para lá. A família num pranto. Mas, graças a Deus, Ele levou-a. Foi o melhor, apesar de ser difícil. Já fui a Fátima agradecer de joelhos, em frente a Nossa Senhora. Foi complicado, ia contando. E eu nem sabia que não podia ter missa. Estive para vos ligar. Mas depois o padre xis falou connosco. Não podia ter missa. Não estava baptizada. Não podia entrar na Igreja. Eram as normas. E nem podia pedir-se ou rezar-se pela sua alma. Foi só a enterrar. Eu e meu colega olhámos instintivamente um para o outro. Não rimos porque o caso não estava para tal. Deixámos o amigo na ignorância porque era melhor. Preferível não sofrer mais. Depois, quando se afastou para a sua mesa, conversámos. Estes colegas não conhecem o ritual que prevê exéquias de crianças não baptizadas. Nem conhecem o poder de Deus que quer salvar todos. Isso ensino eu, a partir da Sagrada Escritura, aos meus. Quem somos nós para julgar o que Deus quer e quem quer salvar?! Quem pode ou não ter direito a uma missa?! Quem pode ou não entrar numa Igreja?! Quem pode ou não ter direito a funções exequiais?! Quem pode ou não precisar da nossa oração?! Quem tem ou não tem alma?! Ou o que é ter alma?!
E digo mais. Isto irrita-me. Andamos a lutar para que os fetos a partir de determinadas semanas sejam considerados como pessoas, isto é, seres com corpo e alma, para depois estes colegas impedirem Deus de se abeirar de seres que ainda não foram baptizados, ou impedirem estes de se abeirarem de Deus com o argumento que não têm direito à salvação. Parece até que a vida não lhes foi dada por Deus!
E digo mais. Isto irrita-me. Andamos a lutar para que os fetos a partir de determinadas semanas sejam considerados como pessoas, isto é, seres com corpo e alma, para depois estes colegas impedirem Deus de se abeirar de seres que ainda não foram baptizados, ou impedirem estes de se abeirarem de Deus com o argumento que não têm direito à salvação. Parece até que a vida não lhes foi dada por Deus!
38 comentários:
Gosto muito de ler os catecismos que eram da minha avó porque acho que naquela altura se aprendia imenso e procuro aprender também com aquilo.
Mas também há coisas que não concordo e uma delas refere-se ao que mencionaste aqui. Eu acho que as pessoas que não foram baptizadas, apesar de não o terem sido, são na mesma amadas por Deus e Deus não lhes vai fazer mal por isso, certo?
certo, Pitux...
apesar de não rezar, sou baptizada.
penso que isso me dá o "poder" de ter um pensamento de ternura e de paz pela sua alma... pela de todos nós!
Há alguns anos morreu um vizinho meu. Era simpático, um bonacheirão, gostávamos dele e por isso, no velório, a capelita encheu de gente. Antes do enterro, alguém leu uma oração em voz alta seguida de um Pai-Nosso. Não ia haver Missa, começaram a retirar as flores e foi aí que uma senhora abriu espaço até chegar perto dele. Vi-a rezar, de olhos fechados. Depois voltou-se, falou com a viúva e saiu. À tarde encontrei-a por acaso no café e disse-me : baptizei-o, quem sabe?
- surpreendeu-me, nunca mais esqueci, nem a amarga sensação que me causou, de falhanço, sim. De afinal ter feito pouco, evangelizar nada. Nesse mesmo dia, muitos encontraram na caixa de correio, uns folhetos saídos da igreja desse casal - contaram-me depois.
Abraço,
Malu
Vejo apenas uma possível explicação para o ocorrido: o bispo não permitiu tais exéquias (CdC, cânone 1183, parágrafo 2). Se não foi o caso, o assunto é grave...
Corrijo: mesmo que o bispo não o tivesse permitido, continuaria a ser grave.
Confessionário, Paz e Bem.
O bem que nos faz ao pensamento ler estes textos. Infelizmente, existem padre que são assim. Existem pessoas que continuam a defender isso. Mas não será que se poderia fazer um baptismo pórtumo, por exemplo?
Quem sabe se a rapariga teria sido já tocada pelo Espírito?
Estou como o Reverendo: Ninguém tem o direito ou não de dizer o que Deus quer ou deixa de querer. A verdade a Deus pertence.
Um abraço em Cristo,
Diogo
(gostava mais de ter lido Gaia dizer: "apesar de não ser baptizada, rezo.")
Abraços (e um especial para ela)
Malu
como é que se pode julgar alguém que não tem sequer oportunidade de escolha??? que nem teve tempo de poder saber o que queria???
é um castigo para os pais??
sempre concordei que o baptismo não deveria ser feito a menores de 16 ou 14 anos, por estes ainda não terem consciencia do que realmente querem...
isto porque sempre achei que Deus não liga muito a rituais terrenos. o que importa é a alma. e essa está sempre lá.
Amigo padre, confesso-me perplexa! "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus", disse Jesus. E não me parece que as criancinhas que o rodeavam fossem baptizadas...
No comments. Disseste tudo.
Um abraço
Com efeito algumas vezes na minha vida fui surpreendido por respostas sem sentido, de quem as devia dar com muito sentido.
Graças a Deus, que Deus não precisa de nós para "decidir" o que fazer com essa criança.
Mas Senhor Padre, perdoe-me por perguntar-lhe:
Não teria sido melhor explicar o que coloca no seu post a essa pessoa?
Não ficou esse irmão com uma ideia errada da Igreja que afinal prevê Exéquias para crianças não baptizadas?
Não teria sido melhor ter dado a conhecer a esse irmão o amor de Deus que não conhece "nãos"?
Fica com certeza a esperança, a confiança, a certeza de que Jesus disse:
«Deixai vir a Mim as criancinhas».
Abraço em Cristo
Joaquim
Esta IGREJA tem ainda muito para lavrar!
Ela e alguns dos seus pastores.
Não teve missa!
Não lhe deram esse direito!
Tem o nosso coração e as nossas celebrações/orações.
Cristão é sinal de partilha, de amor e de união.
Na altura da consagração, onde se pede pelos nossos irmãos defuntos, costumo falar e colocar no altar todos aqueles e aquelas que estão a partir nesse momento e que não encontram o eco de uma oração (mesmo aqueles que são considerados infiéis ou pagâos).
Beijos peregrinos
Tal e qual...
Por haver pessoas (e pior ainda sacerdotes) que não conseguem adaptar as regras à realidade ou ainda não saberem as "novas" regras adaptadas ao nosso tempo é que muitos se afastam da Igreja Católica. :( E é que depois são tacanhas, não adianta explicar-lhes nada. Neste caso Deus só existe para os baptizados, só esses é que conta. Ora bolas, é tão difícil perceber que uma criança não baptizada vale
(CONT.) vale BEM MAIS que uma pessoas que apesar de ser baptizada vive a sua vida agindo como mau cristão?
Acho q é tão fácil perceber isso que até mete dó quem não percebe :(
:*
Eu não sou batizada e não penso que por esse motivo Deus não me ame da mesma forma!...Embora recentemente tenha tomado uma decisão, sobre um assunto que de há uns tempos para cá venho reflectindo.. Senti uma especie de chamamento ou lá o que lhe queiram chamar: Vou se batizada!Muitos beijinhos a todos e parabéns ao Sr. Padre!
Andreia
Que mal terá feito aquela criança...para merecer tal castigo!!??
LN
Muito bem, também penso assim.
Abraços da Daniela
Faço minhas as tuas palavras: "Quem somos nós para julgar o que Deus quer e quem quer salvar?!" Mas sabes que a Lei está assim feita... No entanto na enciclopédia católica diz-se que :" A salvação das crianças que morrem antes de baptizadas é uma questão que tem sido discutida ao longo dos séculos pelos teólogos, sem que tenham chegado a conclusões claras. A hipótese do *Limbo, para onde iriam, parece hoje posta de parte, e nem o Cat. se lhe refere. A Igreja confia que a misericórdia divina as salvará, e concede-lhes exéquias sempre que os pais cristãos as peçam
Portanto parece que a resposta não é óbvia e de consenso dentro da Igreja. Para mim Deus quer o bem de todos independentemente das Leis dos Homens...
Vi hoje na ZENIT a reflexão do Pe. Cantalamessa sobre o Evangelho de Domingo e como julgo tem muito a ver com este post, tomo a liberdade de o copiar.
Chamo ainda a atenção para uma noticia da ZENIT de 2 deste mês, dizendo que está a ser estudado na Congregação para a Doutrina da Fé um documento sobre "Crianças falecidas sem Baptismo" e que julgo vem também ao encontro deste post.
ROMA, sexta-feira, 29 de setembro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap. -- pregador da Casa Pontifícia -- sobre a liturgia do próximo domingo, XXVI do tempo comum.
Quem não está conosco, está contra nós
XXVI Domingo do tempo comum (B)
Números 11, 25-29; Tiago 5, 1-6; Marcos 9, 38-43.45.47-48
Um dos apóstolos, João, viu expulsar demônios em nome de Jesus a um que não era do círculo dos discípulos e o proibiu. Ao contar o incidente ao Mestre, ouve-se que Ele responde: «Não o impeçais... Quem não está contra nós, está a nosso favor».
Trata-se de um tema de grande atualidade. O que pensar dos de fora, que fazem algo bom e apresentam as manifestações do Espírito, sem crer ainda em Cristo e aderir-se à Igreja? Também eles podem se salvar?
A teologia sempre admitiu a possibilidade, para Deus, de salvar algumas pessoas fora das vias comuns, que são a fé em Cristo, o batismo e a pertença à Igreja. No entanto, esta certeza se afirmou na época moderna, depois de que os descobrimentos geográficos e as aumentadas possibilidades de comunicação entre os povos obrigaram a perceber que havia incontáveis pessoas que, sem culpa sua alguma, jamais haviam ouvido o anúncio do Evangelho, ou o haviam ouvido de maneira imprópria, de conquistadores ou colonizadores sem escrúpulos que tornavam bastante difícil aceitá-lo. O Concílio Vaticano II disse que «o Espírito Santo oferece a todos a possibilidade de que, na forma só por Deus conhecida, se associem a este mistério pascoal» de Cristo e, portanto, se salvem [Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja e o mundo atual, nº 22, ndt].
Então a nossa fé cristã mudou? Não, com tal de que continuemos crendo em duas coisas: primeiro, que Jesus é, objetivamente e de fato, o Mediador e o Salvador único de todo o gênero humano, e que também quem não o conhece se salva, salva-se graças a Ele e à sua morte redentora. Segundo: que também os que, ainda não pertencendo à Igreja visível, estão objetivamente «orientados» a ela, fazem parte dessa Igreja mais ampla, conhecida só por Deus.
Em nossa passagem do Evangelho, Jesus parece exigir duas coisas destas pessoas «de fora»: que não estejam «contra» Ele, ou seja, que não combatam positivamente a fé e seus valores, isto é, que não se ponham voluntariamente contra Deus. Segundo: que, se não são capazes de servir e amar a Deus, sirvam e amem ao menos a sua imagem, que é o homem, especialmente o necessitado. Diz de fato, a prolongação de nossa passagem, falando ainda daqueles de fora: «Todo aquele que vos dê de beber um copo de água pelo fato de que sois de Cristo, asseguro-vos que não perderá sua recompensa».
Mas declarada a doutrina, creio que é necessário retificar também algo mais, e é a atitude interior, a nossa psicologia de crentes. Pode-se entender, mas não compartilhar, a mal escondida contrariedade de certos crentes ao ver cair todo privilégio exclusivo ligado à própria fé em Cristo e à pertença à Igreja: «Então, de que serve ser bons cristãos... ?». Deveríamos, ao contrário, alegrar-nos imensamente frente a estas novas aberturas da teologia católica. Saber que nossos irmãos de fora também têm a possibilidade de salvar-se: o que existe que seja mais libertador e que confirma melhor a infinita generosidade de Deus e sua vontade de «que todos os homens se salvem» (1 Tm 2, 4)? Deveríamos apropriar-nos do desejo de Moisés recolhido na primeira leitura deste domingo: «Quero de Deus que dê a todos o seu Espírito!».
Devemos, com isso, deixar a cada um tranqüilo em sua convicção e deixar de promover a fé em Cristo, dado que a pessoa pode salvar-se também de outras maneiras? Certamente não. Só deveríamos pôr mais ênfase no positivo que no negativo. O negativo é: «Creia em Jesus, porque quem não crê n’Ele estará condenado eternamente»; o motivo positivo é: «Creia em Jesus, porque é maravilhoso crer n’Ele, conhecê-lo, tê-lo ao lado como Salvador, na vida e na morte».
Perdoe-me pelo espaço ocupado.
Abraço em Cristo
Joaquim
Revoltante...
Do que eu conheço da Bíblia, esta menina está nos "braços do Pai". Talvez a missa fosse uma forma de despedida e de consolo para a família mas para a Bebé, não tem qualquer importância. Ela está muito melhor.
Afinal não estamos assim tão longe da "inquisição"!...
É revoltante ver que a Igreja continua a ter poderes (e poder de decisão) sobre coisas que não devia ter e concordo, sim , que muitas pessoas se afastem.
Também já discuti com um padre porque não me queria baptizar o meu filho por eu não ser católica praticante. Discutimos bastante, depois resolvi dizer que o baptismo era o mesmo fosse qual fosse a religião e que o iria baptizar na religião evangélica. A verdade é que resultou.
Paz para todos os participantes deste maravilhoso blog.
Jmexia, é muito importante ensinar aquele irmão. Mas que ia adiantar neste momento?! Só viria aumentar oseu sofrimento. Isto acertei eu mais meu colega sem falarmos nada. Era sinal de sensatez. talvez um dia mais tarde a gente converse de novo sobre o assunto, com mais imparcialidade e explique algumas coisas. Na altura disse-lhe que Deus a deve ter bem pertinho...
LN, não penso que tenha sido um castigo. Um castigo é algo que a gente recebe de mau, não é? E não me parece que esta criança tenha recebido de Deus algo mau. Pelo contrário, tenho a convicção de que Deus a levou logo para junto de si. E o que nós precisamos mesmo, sobretudo na morte, é de Deus e não dos homens. O que os homens nos podem fazer não interessa. Interessa o que Deus nos quer!
Luzinha e último anónimo, não me parece que isto tenha ver com a inquisição ou uma forma de inquisição. É um erro crasso que faz parte de uma época casuística e redutora. O padre em causa deve ter os seus cerca de 70 anos. Acredito que não o faça por mal, mas por ignorância e convicções confundidas. Antigamente estas leis eram assim, e, embora eu ache que elas nunca tiveram sentido, acredito que este padre o tenha feito porque sempre lhe foi ensinado assim. No entanto, isto repugna-me. Trata-se de um outro problema que é a formação constante que um padre devia ter.
Mais, a Igreja somos nós, e, pelos vistos, neste post não houve um comentário sequer que concordasse com esta atitude. Significa que nós, Igreja, somos a favor de uma salvação abrangente!
Ahhh, outra coisa, último anónimo(a), porque querias baptizar na Igreja católica se não és católica? Fiquei um pouco intrigado. Não te faço a pergunta com malícia alguma, mas com curiosidade...
Olá.-
Discordo um pouco disso de não ter que ver com a inquisição... O princípio inquisitório é o de a hierarquia eclesiástica deter o acesso e execução do juízo espiritual de Deus, permitindo-lhe inquirir acerca do estado de comunhão espiritual das pessoas. Não se trata tanto de se poder ou não torturar ou matar pessoas (este é um dado mais espectacular, mas mais épocal e transversal socio-culturalmente, isto é, comum não apenas à Igreja da época) mas de usurpar o lugar de Deus. Como a época e o lugar onde estas coisas se dão, mudou, usam-se agora as técnicas contemporâneas da exclusão social ou grupal, da manipulação psicológica e socio-política, e do legalismo absolutista.
Um pouco, é o que discordo, porque isto é tudo muito complexo. Penso que há aí um problema. E porventura uma dificuldade dos católicos em olharem de frente para as estruturas ("interiores" e "exteriores") que os orientam, por um estranho receio de perca identitária.
E depois, todos nós gostávamos de usurpar o lugar de Deus. Aliás, esta bodega, como se sabe, começa sempre por aí :P
Quanto ao fazer porque se foi ensinado não desresponsabiliza ninguém dos seus actos, exceptuando os autómatos e os cães de fila. O que não significa que não se compreenda os contextos vários em que os nossos comportamentos se condicionam...
Um abraço
Obrigado pela sua resposta.
Concordo consigo, pois mergulhado na dor é dificil alguém estar disponivel para escutar.
abraço em Cristo
Joaquim
Uma curiosidade: na passada segunda, reuniu-se a Comissão Teológica Internacional para analisar, entre outras coisas, o esboço de um documento sobre as crianças falecidas sem o baptismo (notícia da Zenit).
Js, fico tão contente. espero que tudo se resolva à maneira de Deus e não dos homens.
Já agora, sugiro o comentário à notícia no blog do Xabier Pikaza. Pondo o dedo na ferida...
qual é o caminho desse blogue?
Caro Confessionário, Paz e Bem.
Estimo muito de ver o Reverendo no meu cantinho.
Certamente não terei problemas em falar dos meus pensamentos. Contacte-me para o meu e-mail (taveira.d@gmail.com) para ver mais concretamente sobre o quê.
Um abraço em Cristo,
Diogo.
Endereço:
http://blogs.periodistadigital.com/xpikaza.php
Título do post:
Los teólogos están en el limbo
Atenção: demora a carregar.
Mas vale a pena! :)
Obrigado, Js, já li e gostei. Até deixei comentário. Aconselho a leitura a todos.
Era ao castigo dos homens que me referia, porque Deus Ama não castiga.
Obrigada por este "confessionário".
LN
É triste o que aconteceu com a menina. Não creio que Deus não queira que se reze por ela e parece-me mentira que seja "proibido" rezar pela sua alma. Mas a fé é capaz de muito e de certeza que Deus não deixa desamparados aqueles que não tiveram a graça de ser baptizados.
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