sexta-feira, janeiro 18, 2008

Escolha certa e história errada

Escolheu um homem, digamos que o homem certo, com uma história errada. E por isso não teve direito a nada. A nada que é como se costuma dizer. A nada é como quem diz. Tem direito a ser feliz, caso faça por isso. Mas como mulher de fé que se deixou apaixonar por um homem divorciado, apenas teve direito a rezar. Mas o pior é que, por culpa da minha complacência, a dor de não poder casar religiosamente ainda aumentou.
Digamos que legalmente não é correcto deixar usar uma instalação religiosa, mesmo que seja um adro de uma capela, para um casamento civil. Não é, de todo. Mesmo que a boa intenção esteja lá. Nem uma bênção de alianças que mais não seja como que um bênção de um objecto importante para uma pessoa. Mas pastoralmente ficamos sem armas para esgrimir, sem soluções para ter, sem sabedoria e sensatez para decidir.
Por isso anui com algo parecido. Um adro, uma bênção rápida das alianças.
Conclusão das conclusões. Errei. Os superiores contactaram-me e proibiram-me. Alegaram “Infâmia”. Nunca me tinha acontecido isto. Mas aconteceu. Alguém foi comunicar o que eu estava para fazer. Também não sei se o interesse em comunicar era o de ajudar ou o de prejudicar!! Há destas coisas. Mas a culpa é só minha. Não é dos que se chibaram. Eu devia saber que não devia fazer. Por isso, e em vésperas do acontecimento, tudo foi reduzido a nada. A nada é como quem diz. Ela tem direito a ser feliz e Deus há-de encarregar-se de lhe fazer perceber que a ama nesta opção de procurar a felicidade.
Porém, hoje estou triste. Pelo meu erro, pelas consequências do meu erro, e por perceber que as escolhas das pessoas podem até considerar-se acertadas, que se a história estiver errada, continuará sempre errada.

71 comentários:

Fractal SMOG disse...

As pessoas podem até ESTAR certas.... mas se aos olhos dos outros estiverem erradas, então, tudo, estará, sempre errado... Por muito que queiram ser - e fazer - para ser felizes.

Coragem, um dia não são dias...

Anónimo disse...

Olá!

Deus, tenho a certeza que a abençoa e que a AMA, disso não tenho dúvida!
Se a minha escolha é certa e a minha história errada, vai continuar a ser sempre errada?!?!?!?!!?!?
Quando fazemos uma escolha, sabemos as consequências...
MJG

Anónimo disse...

Só mais uma coisa, e Confessionário, meu Amigo, desculpe o que vou dizer, mas a Igreja - instituição, condena muita coisa que não devia... é tempo de rever o que realmente é importante.
Força, o sr não tem culpa!
MJG

Lisa's mau feitio disse...

Padre do meu coração!!!!
Entrei no seu blog e fiquei tão feliz!!! Dois posts novos, o q é bom sinal, pois tb já li que agora já tem internet de vez!!!! É o meu padre em alta!!

Padre... este post merece-me todo o respeito pela sua pessoa, sabe? Comecei a lê-lo de esguelha... Mas depois percebi que o Padre, afinal, estava do nosso lado, do lado dos verdadeiros mortais, do lado de Jesus, portanto.
Padre, a sua atitude foi francamente bonita, pois reconhece a todos o direito de serem felizes aos olhos do Mundo e de Deus tb. E mau seria já que acreditamos que isto do Mundo tem a mãozinha de Deus.
E Deus é amor... E Deus abençoa, com toda a certezinha, esse casal maravilhoso que APENAS deseja ser feliz aos olhos D'Ele. O Padre, na sua representação terrena não desejava mais do que aliar-se ao Amor verdadeiro desse casal!!!
Não se sinta triste nem culpado. Qual pecado qual quê? Pecado é não amar, não ser bom, não ser provido de compreensão e de uma mente aberta. Deus é tão grandioso e Jesus é tão bom que, acredito - e olhe que falo a sério - que também eles estão tristes com os seus Superiores.
E quem tb não está triste (mais aborrecida, mas pronto) com os seus superiores sou eu.
Isso não se faz.
Olhe, Padre de meu coração, que lhe falo com franqueza. Isso não se faz.
Sabe o que lhe digo? Celebre uma Missa, então, com esses dois noivos felizes (mais felizes que os seus Superiores com toda a certeza) em honra do Amor!!
E a seguir celebre outra Missa, em honra da pobreza de espírito de gente poucachinha e mesquinha como essa tal pessoa intriguista que o foi denunciar. Tenho para mim que ou foi a ex mulher do visado ou alguém de mau tom e infeliz que, depois da cerimónia civil, se foi encher de camarão às custas dos noivos.

Só espero que daqui a nove meses, no máximo, o Padre venha mais alegre dizer que a criança já nasceu e que foi baptizada por si!!! ahahah
E digo no máximo, pq se os noivos tiveram a infeliz ideia de já ter concebido algo do Amor que os une, bem que podem ir baptizar a criança a léguas de si, já que essa alcoviteira mau carácter deve ser gente das redondezas... Cuidado, noivos... Atenção, Padre.

Padre, não esteja triste que nos deixa tristes também por o sabermos assim.

(Se bem que eu, no lugar do Padre, tinha ido abençoar as alianças e tinha mesmo.)

Beijos enormes, Padre!!
Enormes e alegre-se porque o Padre é um ser bonito!!

Lisa

Alma peregrina disse...

:)
Fez bem, padre.

Não a benção das alianças. A sua contrição. É bonito que se aperceba do seu erro. Muitas vezes os erros não se devem a má fé, mas à racionalização que fazemos deles para os tornarmos aceitáveis. Se a tentação fosse fácil de vencer, ainda estávamos a viver no Éden. Você é humano, tem direito a sentir-se tentado, tem direito a errar. Portanto não esteja triste, queria, porventura, ser Deus?

Você não administra o Sacramento da Penitência? Não sabe que a misericórdia de Deus é infinita para aqueles que se arrependem?

Devia estar feliz por ter um Deus assim!



E, sabendo de antemão a chuva de comments com a velha lengalenga de "Deus é Amor" que se avizinha, digo isto:

Se Deus é Amor, então não desata a Aliança que estabeleceu connosco!
Querem que Deus seja o Amor que professais? Então consentis que Ele nos abandone em favor de outras criaturas (porventura de outras criações hipotéticas) que O façam mais feliz?
Olhem que caminho perigoso! Que perspectiva medonha a ser tomada por indivíduos que O mataram... que todos os dias, sem excepção, O crucificam quando traem os Seus mandamentos!

Nós recebemos Amor incondicional do nosso Deus! Todavia, estamos demasiado acomodados para tentar fazer o mesmo! Preferimos, mais uma vez, chamar Amor aquilo que fazemos e obrigar Deus a concordar connosco!

Nenhuma transformação interior! É triste! Amamos alguém, professamos votos de Amor eterno... depois separamo-nos e amamos outra pessoa e juramos também à outra pessoa... Não é claro como água, que isso não é Amor, é atribuir um nome bonito (e vazio) à nossa relação actual? Não vêem como é fácil, até para uma estrela de Hollywood, fazer isto que estais a propôr? Depois vem a lógica: como "Deus é Amor" e como esta relação que eu tenho presentemente é "Amor" então Deus é a favor da relação que eu tenho.

Pronto, está a racionalização feita!

Faço aqui um exercício mental, uma analogia: eu não sou caridoso! Mas Deus é caridade (Deus caritas est)! Tenho duas opções:
1) Tento comungar com Deus, tornando-me caridoso!
2) Digo para mim mesmo: se eu der uma esmola a este pobre ele nunca se libertará do marasmo em que está. Misturo um pouco de sabedoria secular: "Cada esmola dada a um pobre é um dia adiado da revolução" - Lenin. Logo, recusar a caridade é a verdadeira caridade (conversão da tese na antítese). Como tal, com estes pensamentos, eu tornei-me automaticamente caridoso sem ter modificado em nada o meu comportamento prévio. Subitamente, sem nada ter mudado em mim, sou o completo oposto do que era.



Mas a Palavra de Deus é a única Sabedoria. A lógica secular nada tem a acrescentar, se fôr contrária à Verdade:

"Entäo chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-O, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Näo tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
E disse: Portanto, deixará o homem pai e mäe, e se unirá a sua mulher, e seräo dois numa só carne?
Assim não säo mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou näo o separe o homem.
Disseram-lhe eles: Entäo, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos coraçöes, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio näo foi assim.
Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, näo sendo por causa de fornicaçäo, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério."
Mt 19:3-9

"Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também."
Lc 16:18

"E, aproximando-se d'Ele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés?
E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar.
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos coraçöes vos deixou ele escrito esse mandamento;
Porém, desde o princípio da criaçäo, Deus os fez macho e fêmea.
Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mäe, e unir-se-á a sua mulher,
E seräo os dois uma só carne; e assim já näo seräo dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou näo o separe o homem.
E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disto mesmo.
E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela.
E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera."
Mc 10:2-12

Palavras de Jesus. Não minhas. Total unanimidade dos Evangelhos. O divórcio é "dureza de coração". É a negação do ágape em nome do eros. Ou seja, é a troca do Amor altruísta pelo Amor egoísta.

E um segundo casamento é adultério. É uma traição ao cônjugue. E é uma traição a Deus, porque trai votos passados de Amor (e Deus é Amor).

Não se abençoa a traição!

Não foi porventura S. João Baptista decapitado por denunciar o divórcio e adultério de Herodes? Será que Herodes não seria feliz, não amaria a mulher de seu irmão? A felicidade torna tudo lícito?

E a Felicidade, a verdadeira Felicidade, não é encontrada na Vontade Divina, no merecimento do Céu?

Se me permitem a citação pagã, não terá tido Ulisses um desejo irrepreensível de ir ter com as Sereias? O que sucederia se ele não se tivesse amarrado ao mastro da sua Vontade? Não se teria despenhado nos recifes? E Penélope não teria ficado, chorosa, embora fiel, entregue aos interesses daqueles que a rodeavam? Seria isso Amor?

Parem, parem, por favor, parem de enfiar a (pseudo)sabedoria deste mundo na Igreja. A Igreja não pode ir contra Deus! A Igreja tem a função de mostrar a Verdade! Por muito que nos doa!

Eu quero alguém que me mostre o certo e o errado, não alguém que diga "Sim senhor" a todas as asneiras que eu fizer! Senão, não preciso da Igreja, preciso de um político! É por isso que os políticos legalizaram o divórcio, mas a Igreja não!

Por isso compreendo os chibos, padre! Sem a Igreja, estamos todos perdidos! Este mundo moderno desorienta-nos, por isso Jesus fundou a Sua Igreja numa Rocha! É teimosa a Rocha, mas quem se queixa da dureza da Rocha quando esta nos salva de nos afogarmos nas tormentas do Mundo (ou nos belos cantos das Sereias)?

Um bom católico não deve permitir que a Igreja se perca! É o nosso maior tesouro! Por isso, padre, eu chibar-me-ia! Mas depois pedir-lhe-ia perdão (e compreensão) pela minha acção! O caminho certo (quase) nunca é o mais fácil!

Nada pode destruir o Amor a não ser nós próprios!

Cumprimentos

Anónimo disse...

Ó pá, até pode ter sido um erro.

Mas eu penso nos gajos que iam casar... e tenho pena. Se eles sao cristaos, que mal fazia? Podia não fazer bem, mas mal também nao fazia.

Gostava era de saber o motivo do bufo!!! Será que ele bufou por bem ou por mal?

Olha, padre, cá para mim o bufo deve ser um colega teu, um daqueles que está sempre descontente com o que os colegas fazem... porque não tem capacidade para ser como eles. Hás-de estar atento e descobrir qual o colega que sabe disso!!! Posso também estar errado, mas ninguém me tira esta da cabeça: foi um colega teu cheio de inveja!!!

Anónimo disse...

Caro Padre:
É a primeira vez que estou no seu blog. Após a leitura do primeiro texto não resisti à tentação de ler muitos outros.
Deixe-me partilhar o motivo que me levou a escrever este comentário!
Fiquei surpreendido por ter a coragem de partilhar os seus sentimentos, e pôr por escrito a dor que lhe passa na alma...
Ao mesmo tempo fiquei feliz por saber que teve a coragem de o fazer: significa que está a tentar ultrapassar essa dificuldade que se passou na sua vida.

Pergunto: terá sido um erro grave?

Não me pareçe. Penso que a motivação que o levou a aceitar fazer a “benção das alianças”, ou ceder o adro da Igreja para a cerimónia civil, é mais válida que as leis canónicas por vezes redutoras do "ser humano cristão".

Mas pergunto ainda: foi assim tão grave o que fez?

Não… Mas abre precedentes para outros "casos" não tão "cristãos", e pode criar situações "embaraçosas" a outros padres...

Pergunto também: que teria eu feito no seu lugar?

A minha ignorância ou falta de experiência canónica levar-me-ía a consultar ou o Direito ou alguém mais experiente! Depois de me aconselhar melhor poderia tomar uma decisão mais fundamentada.

Perante isto: tem/temos de aprender com “erros” semelhantes para evitarmos estes momentos de tristeza (para nós e para os que ficam a sofrer...)
Que fazer?
1. Levante a cabeça. Continuar a seguir Cristo! Ele não desiste de si! Recorde-se da tríplice confissão de Pedro após a tríplice negação… Ele AMA-nos continuamente… e perdoa as nossas falhas!
Mas fica a mágoa no coração: mágoa por não compreendermos e aceitarmos certas leis e normas que parecem ir contra a nossa noção de Igreja de Jesus Cristo e do Amor de Deus Pai Misericordioso...
Mágoa por não compreendermos certas intrigas, invejas, "bufices", “chibos” etc, etc, etc...
2. Mesmo sem ir abençoar as alianças, quando estiver com os noivos continue a mostrar-lhes o quanto são importantes para Jesus!

Talvez um dia as coisas sejam vistas de forma diferente…

FORÇA, amigo!

rui disse...

Uma igreja de santos...
Essa sua igreja padre... Onde para entrar tem que se ser santo, onde nem no adro qualquer pessoa pode passar ou simplesmente estar, como deve estar limpo e brilhante o adro da sua igreja. Uma igreja estranhamente limpa!... Onde um gesto de união só se pode realizar se de santos a ideia surgir.
Uma igreja de santos...

Padre a minha igreja é grande, porque muitos são aqueles que lá poderão entrar. O adro é escuro e sujo, chão de pedras gastas e escorregadias quando chove porque muitos são aqueles que o cruzam, o pó dos altares contrasta com os bancos limpos, não porque a senhora da limpeza não chega às alturas mas porque muitos são aqueles que nos bancos se sentam e levam o pó agarrado nas calças quando saiem.

Na igreja onde sinto pertencer tenho espaço para perceber: quantos erros, quantas mentiras, quantos medos, quantas fraquezas, quantos enganos passo na vida.

Na igreja onde sinto pertencer, no entanto, aprendo o amor com quem me ama ao ponto de perdoar tantos vezes, bem mais de 70x7 vezes. E em cada perdão que sinto percebo que nada entendia de amor.

Na igreja, onde sinto pertencer, entro triste e tantas vezes desanimado, sufocado com o dia-a-dia e saio cheio de amor e esperança.

Na igreja onde sinto pertencer, essa mulher de que falas tem direito a ser feliz, tem direito a viver o amor. Porque na igreja de que te falo, amor é amar mais os outros, que a nós mesmos... E porque não um anel em sinal de aliança para com esse amor, no adro da minha igreja?

Na igreja a que pertenço esse pobre homem, que quase passa despercebido, tem direito a caminhar, a sua mensagem é importante porque certamente hoje estará mais perto do amor que ontem.

Tenho pena ou melhor curiosidade, gostava de ver as paredes, os altares, os bancos, as pessoas que vão à sua igreja. Pelo menos uma vez, só uma vez.
Gostava de ver uma igreja de santos, pelo menos uma vez na vida...

Mas não posso...
Pertenço à igreja a que pertenço porque não sou santo, estou bem longe disso.

Tenho pena ou melhor curiosidade... Gostava de ver uma igreja de santos, pelo menos uma vez na vida...

Mas não posso, não posso porque sou mais pecador que santo, sabes como é padre, entendes o que digo? Falhas... Não sou perfeito... Por isso não posso entrar na sua igreja.

Mas sou feliz porque na igreja a que pertenço sei que encontrarei o amor de Jesus e Ele sabe quão imperfeito sou... E eu sei que procurando descobrir o Seu amor em cada dia por vezes vou errar e Ele comigo caminhará para, perdoando-me, me ensinar a amar.

Padre se encontrares esses noivos de que falas, por favor fala-lhes da igreja a que pertenço. No adro da igreja a que pertenço haverá certamente espaço para a sua troca de alianças, se de amor verdadeiro este gesto se tratar.

;)

Anónimo disse...

Ó padre, acho que o Kephas está lá! Subscrevo tudo o que ele disse, mas eu só me "chibaria" depois de lhe dizer a si que se insistisse nesse acto eu iria fazer queixa, para lhe dar a hipótese de retractação.

Não podemos continuar a relativizar as coisas e achar que tudo está bem. SE Deus nos diz que não separe o homem o que DEus uniu, Ele é que sabe. SE comete adultério quem casar com outra, esse alguém peca contra Deus (e o pecado é aquilo que nos separa de Deus)e significa que não O quer na sua vida. Como é que pode agora querer que benzam as alianças?! Acho que a Igreja também só devia permitir o casamento na Igreja quando os noivos fossem realmente católicos (praticantes, claro. Quando eu me casei, há quase onze anos, não tive missa no meu casamento porque eu e o meu marido não éramos católicos, mas casar na igreja dava-nos a benção de Deus. Na altura achei mal o que o padre fez, mas agora percebo e compreendo que estava errada. Hoje em dia somos os dois católicos (praticantes, para quem usa esta expressão ridícula.) e posso dizer que cheguei à conclusão que quanto mais amo Deus, mais amo o meu marido... Talvez seja por isso que hoje em dia há tantos divórcios, não amamos a Deus e só o vamos buscar por algum interesse particular.
Um abraço Padre. Toda a gente erra, mas arrepender-se é um grande passo para a santidade

Anónimo disse...

Só queria dizer uma coisa à Lisa's mau feitio acerca daquela história, hipotética, da criança ter sido concebida antes dos nove meses:
Muita gente não sabe que a relação sexual antes do casamento é pecado (eu não sabia), porque acham que na Bíblia não vem nada disso. ERRADO! Quando na Bíblia se menciona o termo "fornicação" significa relação sexual fora do casamento por alguém que não é casado, porque se for casado é adultério. Deste modo a relação sexual entre namorados, por exemplo, é fornicação.

SE queremos ser fiéis a Jesus, fazemos o que Ele nos disse para fazer, embora seja contra a nossa vontade. Ele é que sabe o que é melhor para nós não é?

Pensem bem: se a Igreja fosse uma instituição só humana, se não fosse dirigida pelo Espírito Santo, acham que o divórcio não era já permitido e a contracepção artificial, o aborto, eutanásia, etc?
Foi o orgulho que fez Deus expulsar Lucifer do Céu e era o anjo mais belo de Deus!
Sejamos humildes!

Lisa's mau feitio disse...

Bem...
Cara "t",
para início de conversa, qdo aqui comentei, não tenho ideia de me ter dirijido a ti. Qdo aqui venho dirijo-me ao meu Padre do coração de quem tanto gosto e as conversas que aqui tenho com ele só a nós dizem respeito, sim?? Opinas sobre o que o padre do meu coração blogga, como fazem os restantes comentadores e não me dês lições de moral. Sempre fui aqui respeitada e sempre me aprendi muito com o Padre de meu coração e com os seus comentadores assinados e anónimos e nunca nenhum precisou de se me dirigir explicitamente.
O Padre de meu coração tem os comments moderados e se ele pôs sempre os meus como Lisa e como Anónima é porque os respeita. Não és agora tu que me vem chamar a atenção do que quer que seja, isso fa-lo-á o Padre se vir necessidade de um re-comment. E que eu saiba, isto é um Blog do Confessionário e não uma mesa redonda.
Bem sei que a Igreja entende o acto sexual antes do casamento como acto de fornicação. Sou tão conhecedora da Bíblia como tu. Sou católica e praticante, sei que o termo te irrita, mas já vi que te irritas com tudo.
Olha, filho de Deus é todo o ser que nasce na Natureza. TODO. Falem os terrenos de pecado ou não.
E para nem me alongar... Informo que o que tu e alguns dizem é muito lindo, ah a Bíblia e tal.. e isto e aquilo...mas quem representa Deus na Terra são os Padres, não são os doutos todos das leituras divinas. Eu tb sei fazer muitas citações. Lemos da mesma "cartilha" sabemos as mesmas frases maravilhosas.Só que o Padre tem o direito de sobre mim opinar e eu calo-me. Qto a ti, já é mais relativo. O Padre para mim é Deus. Tu nem por isso.
Adiante...
Conheces o fenómeno religioso "Casais de Nossa Senhora"****? Eu conheço. Agora explica-me como um padre baptiza o neto de um dos casais, concebido antes do casamento da filha e se nega a baptizar o neto de outro, tb de um dos casais. Um deles é neto de médicos. Outro é neto de padeiros. E como é que sei disto de fonte limpa?? Sou vizinha dos médicos e cliente dos padeiros, minha amiga. E há mais: sou amiga do Padre, do dito. Casou os meus pais e baptizou todas as crianças da minha família. E devo dizer-te que alguns dos meus primos foram concebidos em acto de "fornicação". como tu referiste. E nunca ninguém os excluiu da igreja. Adianto-te que, hoje, um é quase Padre, formado no seminário de Lamego.
E para fim de conversa, relembro que eu estava a conversar com o Padre de meu coração. Aquele que me entende, aquele que sabe quando rio e/ou falo em Serious Mode. Vai daí que ele blogga sempre os meus comments, sim??
Um beijo no Padre e outro para ti, cara "t". Mas para ti, mando-o directamente ao teu coração.

Adeus Padre!! :)

**** Grupo de casais, católicos e PRATICANTES, que se reunem com uma certa frequência em torno da Palavra de Deus, partilhando a Sua Palavra, sob orientação divina.

Anónimo disse...

Padre, quando li o seu texto recordei-me do evangelho ferial do dia de hoje.
Como dizem que a Palavra de Deus é muito rica e profunda gostaria de transcrever o Evangelho que ouvi esta manha na missa da paróquia.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S.Marcos:

Jesus saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Ele ensinava-os. Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me.» E, levantando-se, ele seguiu Jesus. Depois, quando se encontrava à mesa em casa dele, muitos cobradores de impostos e pecadores também se puseram à mesma mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que o seguiam. Mas os doutores da Lei do partido dos fariseus, vendo-o comer com pecadores e cobradores de impostos, disseram aos discípulos:

«Porque é que Ele come com cobradores de impostos e pecadores?»
Jesus ouviu isto e respondeu:

«Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»

Dá para reflectir, não dá?
Sem comentários...

(um enfermo)

Lisa's mau feitio disse...

Adenda: e nunca foi minha intenção vir para aqui discutir coisas e loisas e dar exemplos que toda a gente conhece tão bem. Em todo o lado há gente injusta e justa, logo, Padres mais justos ou menos justos. Apenas fiz o re-comment porque também se dirijiram a mim. E apesar de isto ser o Confessionário do meu Padre do coração e não uma mesa de debate, sou educada para com quem fala comigo.

Mais um beijo no Padre!!
E outro no coração da "t"!

Confessionário disse...

DE propósito não vou tecer qualquer tipo de comentário neste post.

Venho apenas pedir reconciliação. Lisa e T, acho que se trata apenas de opiniões diferentes. Ninguém se zangue por aqui... senão é caso para dizer que este lugar não é propriamente de Deus. Vá lá, uma forcinha. "ataquem" opiniões, mas não as pessoas.
Beijos às duas...

Anónimo disse...

Desculpe lá Padre, pensei que num blogue falávamos uns com os outros, mas se é assim vou deixar de escrever aqui.
Um beijo para si e para a Lisa's mau feitio que o Senhor vos abençoe.
P.s- Eu não sou padre, mas posso rezar pelos meus irmãos e pedir bençãos a Deus sobre eles, não é?

Confessionário disse...

T, num blogue as pessoas podem e devem de facto falar umas com as outras. Não deixes, por favor, de dar o teu contributo, que eu agradeço!!

Lisa's mau feitio disse...

Padre do meu coração, o padre é deveras um exemplo de abertura, de diálogo possível. De tudo!!!

Paz é sempre palavra de ordem natural da minha pessoa. E vindo esse pedido do meu Padre cibernético, mais amplitude o termo PAZ ganha dentro de mim!!!!

Como bem sabe, não houve guerra.
Dirijiram-se a mim e eu respondi. Que mal educado da minha parte seria não corresponder, se alguém que frequenta a mesma casa que eu me dirije palavra e eu não cumprimento!

E o Padre bem sabe que eu venho sempre em Paz!!

É por estas e por outras que o meu Padre está sempre em alta!!!

Padre, por estas dias o seu mail vai encher-se de beleza!!Ou seja, vou escrever-lhe!! Ando com uma dúvida. Não existencial, nem religiosa. Sou católica demais para duvidar desses aspectos!! Mas uma dúvida pessoal!! Falaremos no mail!!

Beijo ao meu Padre, caramba!! E um abraço DAQUELES!!!

I like my Padre very much!!!!
Lisa

Lisa's mau feitio disse...

Olha "T", não deixes de vir comentar o nosso Padre pelo motivo que referes.
O Padre não te merece isso.

E, de facto, aqui há troca de ideias muito interessantes e perspectivas distintas que sempre foram respeitadas. Só "falei" porque o teu "tom" me soou a lição de moral, não a troca de ideias. Mais a lição de moral com alguma imposição, o que não gosto. E isso, aqui ouem qqer outro lado, só o Padre o pode fazer.
Trocar ideias, todos o podemos fazer. Sem teomosias, nem fundamentalismos.

Eu virei sempre comentar o meu Padre. E se ele optar por não bloggar os meus comments, não me importo. Até porque sei que ele os lê na mesma, na caixa onde os recebe. E é esse o meu único objectivo: que o Padre me leia e me ajude qdo eu estiver errada!!

Agora se a posição da "t" é não comentar mais o Padre, quem perde é ela e acredito que o mundo tb, mas vá...Nas opções dela não me meto.

Beijos no Padre!!!

Alma peregrina disse...

Cara T:
Obrigado pelas suas palavras e pela sua correcção. De facto, nunca me passaria pela cabeça chibar-me sem antes falar com o padre! Nesse aspecto, quem o fez foi pouco correcto!

Ah e não pare de vir cá, pf! Não me diga que quer deixar de vir cá por causa da Lisa Mau feitio! Tipo, "mau feitio"! As pessoas estão só a ser verdadeiras consigo próprias! É algo que muita gente nunca consegue fazer!

Cara Lisa, não interprete mal as palavras que eu lhe dirigi no parágrafo anterior, nem o facto de eu me estar a dirigir agora a si, nem o facto de me ter dirigido a si por me ter dirigido a si, nem o facto de... ad infinitum. Hehehehehehe Eu sei que vou levar nas orelhas por causa disto, mas não consegui evitar, desculpe!

Caro Confessionário:
Desculpe se as minhas palavras não providenciaram o consolo que você desejaria (e merece)...
Todavia é minha firme convicção que, quando uma pessoa capitula valores que lhe são queridos em nome de um dilema ético-moral, a última coisa que quer ouvir é: "Ah, não faz mal que tenha feito isso, porque isso não tem importância absolutamente nenhuma!"

Isso sabe um pouco como à confirmação que nós realmente traímos as nossas referências, os nossos valores, o nosso Eu. Afinal, estamos a ser confortados com a perspectiva completamente oposta aquela que é a nossa!

Eu sei, já passei por isso pelo menos duas vezes!

Penitencio-me como Ser Humano que sou, procuro re-encontrar Deus e mantenho-me alicerçado na Sua Verdade!

S. Pedro, a Rocha, foi o primeiro Papa e negou Jesus três vezes. Foi esmagado por pensamentos contrários, por fraquezas adversas. Mas, posteriormente, teve a oportunidade de dizer-Lhe: "Senhor, bem sabes que Te amo!" E Cristo mandou-o apascentar as Suas ovelhas.

Arrependa-se! Ame a Deus! Apascente as Suas ovelhas, padre! Mostre a esse casal que Cristo os ama e não os expulse da Sua Igreja (ainda que, provavelmente, eles não possam comungar, acho eu)! E baptize-lhes os filhos, que não têm culpa e também merecem a Salvação! Todavia, nunca deixe de corrigir os que erram! Mas sempre com caridade! Se eles se arrependerem, perdoe-lhes os pecados! E eduque, eduque a nova geração sobre o verdadeiro significado do Matrimónio!

O resto, depende apenas do livre arbítrio de cada um!

Ai, que estou a ensinar o Pai Nosso ao vigário! Não me leve a mal, apenas acho que nestas situações em que passamos por um certo niilismo de ânimo, a única solução é fazer um reboot e scandisk!

Achei que seria destas palavras que você estaria a precisar, até pela forma como escreveu os últimos parágrafos do post!

Ânimo!

Anónimo disse...

Eu sei que o padre não deveria abençorar este casal, não deveria!

Eu tenho pensado várias vezes nestas situações:
quantas vezes um casal pede a benção da Igreja; matrimónio; contudo só entra na igreja para a fotografia, sem acreditar verdadeiramente em Deus, não praticam os seus mandamentos; mas podem receber benção:
outros, erraram, enganaram-se, foram enganados, mas encontraram a felicidade noutra pessoa, podem ser excelente exemplo praticos do que é amar a Deus e Proximo apesar de todas as contradições pelo quais passam na sua vida, a esses não lhes é possivel receber benção de Deus.
Contudo creio que estes casais que lhe é negada a benção continuaram a amar a Deus, e talvez existam casais que todos sabem que tem matrimónio de "fachada" que nem Pai-Nosso, são capazes de rezar no dia de casamento, a esses, se lhes fosse negada a benção em que no fundo não acreditam, revoltar-se-iam contra tudo e contra todos.

Não percebo muito bem estas regras.
Não entendo.
um abraço

Anónimo disse...

Amigos,

Estamos na "Casa de Deus", Aquele que tudo sabe, que tudo ouve... Não será o diálogo a melhor forma de contornar mal entendidos?
Este Confissionário, sempre foi e espero que continue a ser um local onde podemos exprimir o que sentimos, ouvir os outros, compreende-los, aceitar opiniões diferentes e respeitá-las... é por isso que este "cantinho" é tão especial... Dá-nos Paz, alegria, amor, força e ajuda-nos a reflectir naquilo que realmente é importante... faz-nos pensar nos problemas de outros, da própria Igreja! Não há outro blog onde as verdades vêm ao de cima. Onde todos podem falar... pensem bem! Amigos, a vida é tão curta, valerá a pena discutir?!?! Não seria melhor dialogar?!?!?
Apesar de já ter comentado este post, senti necessidade de voltar a fazê-lo.
Creio que há determindas coisas que a Igreja como instituição deve rever, mas relativamente ao que foi escrito e à história em si, e como já disse, quando fazemos uma escolha, sabemos de antemão quais as consequências que daí podem advir... Sei, como Cristã Católica que se amo um homem divorciado, que a Igreja me porá determinados obstáculos, mas tenho que escolher...
Talvez nada tenha a ver o que vou dizer, mas há algum tempo fiz uma escolha e agora vivo com as consequências dessa escolha! Deus deu-nos a liberdade de escolher... Somos livres, mas quando escolhemos temos que saber viver com isso.
Continuo a dizer, uma certeza tenho, Deus está sempre connosco, não nos abandona, por isso creio que também não vai abandonar o casal...
Abraço forte para todos
MJG

Anónimo disse...

"Admoestai-vos uns aos outros com paciência", não é isto que podemos ler ba Bíblia?

Se soubessem... eu nem fui à catequese... pedi à minha mãe para não me pôr lá porque à porta da Igreja vi duas crianças a beijarem-se na boca e repudiou-me... tinha eu cinco anos. Acho que tanta gente se afastou da Igreja porque não viu exemplos lá... aquela frase do "Vede como se amam" continua a ser só para as primeiras comunidades cristãs, porque agora...
o Kephas tem razão, nós pomo-nos aos pés da cruz a mascar pastilha e a ouvir mp3, dizemos que não faz mal, porque Deus é amor e tudo perdoa... e nós contiuamos na mesma, como há dois mil anos.
"Senhor, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso".

Continuarei a dar o meu contributo, porque Jesus disse que quem se envergonhar Dele (do que ele nos mandou fazer), também Ele se envergonhará de nós em frente ao Pai. Doa a quem doer continuarei a defendê-lo, a defender a Sua Igreja, porque Ele também disse que quem O seguisse havia de ser apontado, que o perseguiriam... Se o padre soubesse como isto é verdade na minha vida (não é só aqui no blogue). Só espero um dia poder dizer como S. Paulo: "Já não sou eu que vive, é Cristo quem Vive em mim"
um abraço padre e um santo Domingo

Anónimo disse...

Ah, é verdade, prefiro dizer "pagão baptizado", do que "católico não praticante", acho que é mais correcto.

Anónimo disse...

Eu penso que estamos demasiado a ver as coisas na perspectiva do homem divorciado.

Mas, se como o padre afirmou, a mulher é alguém de fé verdadeira, como pensar então?

Procuremos pensar um pouco na perspectiva da mulher.

Lisa's mau feitio disse...

Padre do meu coração!!!
Desculpe invadir agora o seu confessionário para me dirigir ao seu comentador, o querido Kephas!!

Kephas, de facto de bom feitio tenho pouco. Mas sou uma excelente pessoa!! Sou um amor de mulher, uma mulher cheia de valores e orientações de vida espectaculares!!! Mas, de facto, sou mesmo como diz: "Tipo, mau feitio"!!!
É um defeito que terei de corrigir ou não porque como sou boa pessoa, contrabalanço assim a minha imagem!!!

E porque lhe havia eu de dar nas orelhas???
O Kephas não me ofendeu, e é amigo do Padre do meu coração!!! Então, é meu amigo também!!!!!!

Padre, obrigadinha por este momento a sós com o Kephas e digo-lhe mais uma vez: o meu Padre é um exemplo!!!!!!!!!

Beijos em si, Padre.
com todo o respeito com que habitualmente me dirijo a si aqui!!

Boa tarde aos restantes comentadores!! :)

(como vê, Padre, não sou de rancores!!)

antonio disse...

Caminhamos sobre os nossos passos e os nossos passos calcam muito caminho.

Parte dele são erros que enterramos com o nosso peso, pois só chegamos lá caminhando… mas são os erros que não calcamos inconscientes da sua existência, os que se atravessam no nosso caminho, os que nos fazem parar…são esses os que nos ajudam a crescer.

Existe muito de negação na nossa caminhada e é tão bonito quando tomamos consciência disso, mesmo que nos traga sofrimento.

Anónimo disse...

já devem ter reparado que em vez de "repugnou-me", escrevi "repudiou-me", aqui fica o reparo.

Anónimo disse...

Meu Querido Amigo Padre.
Fiquei feliz com seu retorno, acredite, quando entro na net e não o encontro sinto-me triste.
Sou católica ativa e amo se-lo, todavia penso que a Santa Madre Igreja deveria rever(formular) alguns conceitos. Será que é justo que alguem que casou com a pessoa errada não possa, aos olhos aa nossa Igreja, refazer sua vida ao lado de outra pessoa e receber as benções de Deus? Não que o Deus vivo, que é amor, perdão misericordia concorde com uma visão tão ultrapassada e fico feliz por ver que existem padres como o senhor, com uma visão humana e um coração imenso de amor e ternuna. Não se culpe, o senhor fez a sua parte.Abraços em Cristo.

Teodora disse...

Padre chute para canto! A Igreja cometeu e cometerá erros! Estou certa que a posição dela é ainda muito retrograda porque muitos dos seus elementos activos formam verdadeiras tropas comando da causa. Sâo a Al-Qaeda do aparelho.

Certamente a criatura que denunciou o caso estava com ciúmes ou nunca teve ninguém que a quisesse.

Claro que a Teologia tem aquela coisas maravilhosa que é a subjectividade. Depende do lado que se pega! É tudo uma questão de perspectiva.

Por que será que os bispos não recriminam certos rituais que decorrem em vários locais, nomeadamente em Fátima, os quais roçam a bruxice. É vê-los a cair que nem tordos durante as rezas!
Esses eles não querem ver, pois por trás deles estão grupos detentores de poder económico e que são muito úteis para a economia da Igreja.

Claro que face a uma queixa o bispo não teve alternativa senão agir.

Anónimo disse...

Mais um caso em que as leis do homens têm a arrogância de quererem ser interpre-tes da vontade de Deus.

Palheirense

Anónimo disse...

Há muita hipocrisia na atitude da Igreja em relação aos divorciados e afins. Sei de um casal, ambos viúvos, portanto sem nenhum destes problemas, que para a senhora não perder uma pensão que tinha e para não viverem "juntos" foram casar pela Igreja a Espanha, devidamente acompanhados pelo seu pároco.
Possívelmente cá serão contra a separação do Estado e da Igreja, mas lá dá-lhes jeito.
Enganar a segurança social também não deve ser problema de maior.
O importante é ter a benção da Igreja!!!!


Leonor

Anónimo disse...

"Para tudo é preciso discernir".

Este tema não tem um lado, ou dois lados...

Seria bom tentar observar os diversos pontos de vista:

O da noiva;
O do noivo divorciado;
As causas do seu divórcio;

O do padre;
O da Igreja;
O do Direito Canónico;
O da perspectiva pastoral;

O de Deus "criador" dos Génesis;
O de Deus "terrível" de Moisés;
O de Deus "guerreiro" dos reis de Israel;
O de Deus "juíz"

O de Deus "pai"
O de Deus "misericordioso"

O de Cristo "exigente"
O de Cristo que perdoa e acolhe...

...

e o da "t", da "lisa", do "Kephas", do "rui", do "MJG" e dos "anónimo"s...

Anónimo disse...

Padre, não sei se posso dizer uma coisa. É que falaram dumas "rezas" em Fátima "em que caem que nem tordos". Sabe, não sei se estão a referir-se a retiros que se têm dado no Centro Paulo VI, alguns são retiros do Renovamento Carismático, outros são com padres exorcistas de todo o mundo. Eu sei do que falo, porque estive lá e também caí, assim como muita gente, quase toda aliás... Também sei de muitas curas físicas e do foro psíquico. É que Jesus está Vivo e continua a fazer milagres... Se calhar o padre sabe explicar isto melhor do que eu, porque é que nós caímos quando nos impõem as mãos... normalmente é na chamada efusão do Espírito Santo (nada a ver com o baptismo, claro. No exorcismo a pessoa cai se tiver alguma coisa... bem, mas isso é muito complicado estar a falar, não tenho conhecimento pessoal sobre isso, só sei que existe. Se o demónio não existisse Jesus não teria vindo ao mundo salvar-nos, não é?
De qualquer modo sei que o Renovamento Carismático Católico tem aprovação da Santa Sé e padres exorcistas também. Mas não fizeram nada que fosse contra o Direito Canónico e previamente é tudo aprovado pelo Patriarcado, isto sei.
Achei que devia repor a verdade, por isso falei disto.

Ps- Bem, qualquer dia vão exigir-lhe que me expulse do blogue, mas eu só quero informar e informar-me, não dou lições de moral a ninguém, garanto. Acho que os bons amigos não são só aqueles que nos dizem o que queremos ouvir.

Um abraço a todos e que o padre se lembre de nós nas suas orações.

Anónimo disse...

Jesus Cristo, misericordioso como é, não nos baralhou com tantos pontos de vista! Quanto mais duro é o cumprimento da Palavra mais procuramos "pontos de vista"... Julgo que é contra essa atitude que Ele nos alerta ao dizer que, se não formos como as crianças, não entraremos no Reino dos Céus.

Alma peregrina disse...

Cara Lisa Mau Feitio:
;)
Abraços para si também.

Cara T:
Desculpe lá que lhe diga, mas você também tem um pouquinho (um niquinho) de mau feitio!

Eu não critico isso, nem em si, nem na Lisa, porque é bom, no Mundo relativista e comodista em que vivemos, ver pessoas com convicções e ideais fortes!
Afinal de contas, S. João Baptista não tinha bom feitio, e "entre os nascidos de mulher, não há maior do que João, o Baptista" (Lc 7:28)
De igual modo, S. Jerónimo era conhecido pelo seu mau feitio... e todavia, devemos-lhe a compilação dos livros da Bíblia tal como os conhecemos hoje!

Todavia, o bem não será seu ou meu, mas o da evangelização. Porque você parece-me uma mulher crente, preocupada com a Vontade do Senhor e da Sua Igreja.

Agora faça um breve exercício mental! Olhe para um espelho... tente discernir na imagem reflectida a "T" da altura do seu casamento! Contacte, nas mais íntimas profundezas do seu ser, com o seu "Eu" passado!

Agora, tente manter um breve diálogo com essa "T", subordinado ao tema "Religião"!

Se você lhe disser que ela não tem direito a casar porque não é praticante, se você a chamar de "pagã baptizada"... então provavelmente você afastou a "T passada" da Igreja para sempre! Como tal, você nunca se converteu e a "T" crente dos dias de hoje nunca teria existido!

"Portanto, sede astutos como as serpentes e mansos como as pombas" - Mt 10:16

Tenha caridade para com todos os "pagãos baptizados" que há por aí... são "T" que ainda não viram o que você viu, nem sentiram o que você sentiu...

Sei que já comentei demais este post, mas gostaria de fazer aqui um encadeamento de raciocínios e de citações bíblicas que não me parece despropositado:

1) Qual a natureza do divórcio?

"Ora, ouviam tudo isto os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele. Jesus disse-lhes: Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus vos conhece os corações; pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus. A lei e os profetas duraram até João. Desde então é anunciado o Reino de Deus, e cada um faz violência para aí entrar. Mais facilmente, porém, passará o céu e a terra do que se perderá uma só letra da lei. Todo o que abandonar sua mulher e casar com outra, comete adultério; e quem se casar com a mulher rejeitada, comete adultério também."
Lc 16:14-18

R: O divórcio é lei dos homens! Contraria a Lei de Deus! Foi instituído somente por causa da "dureza do coração" dos homens (Mt 19:8) e, logo, é o oposto do Amor divino!

2) O pecado da mulher do post?

"Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo"
Cl 2:8

R: Não ter tido cuidado, tendo-se enredado na (pseudo)sabedoria dos homens e, logo, afastado de Cristo.

3) O caminho certo a tomar para este casal?

"Todavia, aos casados mando, näo eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido näo deixe a mulher."
1Cor 7:10-11

R: Tentar a reconciliação do casal legitimado por Deus.

4) Qual a nossa postura a ter perante esta mulher?

"Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos."
Prov 27:5-6

R: Tentar corrigi-la, por muito que nos custe.




De resto, utilizar outros exemplos de "hipocrisia" da Igreja, não justificam que a Igreja o seja relativamente a este caso particular! Na verdade, os exemplos usados apenas demonstram uma única coisa: Mais do que a hierarquia, são os crentes quem não cumpre...
Em vez do "chico-espertismo" que nos caracteriza, podíamos tentar viver de acordo com a Sua Palavra! Não precisamos que a Igreja seja nossa baby-sitter, nem que ela esteja para aí a benzer todas as nossas cerimónias civis, pois não? Deixemo-nos de bodes expiatórios e modifiquemos os nossos caminhos. Por iniciativa própria!

É o que eu acho! Tenho dito!

Cumprimentos a todos.

Anónimo disse...

(Padre deixe-me dirigir-me ao Kephas, por favor)

Querido irmão Kephas, obrigada pelas suas palavras ( não a parte do mau feitio...eh, eh, eh.)
Percebi o que me quis dizer,é que eu sou aquilo que alguns chamam de "fanática", sou fanática pelo nosso Salvador, afinal ele também é fanático por nós, deu-se até à morte e com tanto sofrimento...

Talvez me tenha explicado mal quando disse que achava que quem é pagão baptizado não deve casar pela Igreja. Realmente eu arrependi-me, mas não foi porque me permitiram casar pela Igreja, foi por outros motivos....

Já viu Kephas a quantidade de pessoas que casaram pela Igreja sem saber o que isso significava? Sabe, eu preferia ter casado mais tarde pela Igreja, já depois de "católica praticante" e então aí ter-me-ia confessado, tinha tido eucaristia... e as bençãos de Deus seriam muito maiores, acredite!
Eu sei que Deus ama o pior dos pecadores, aquele a quem nós nem nos passaria pela cabeça dizer-lhe "bom-dia", Ele espera sempre o nosso arrependimento, cura as nossas feridas, mas depois de curar também nos diz: "Vai e não tornes a pecar"... Dimas, o bom ladrão, foi salvo por Jesus no último momento da sua vida, arrependeu-se duma vida de pecado e está hoje com Jesus no paraíso. A contrição de Dimas deve ter sido profunda, porque todos os seus pecados foram perdoados. DEus queira que todos nós tenhamos um arrependimento tão profundo quanto ele. Tenho a certeza que quando formos para o Céu (lá vêm mais comentários...)vamos admirar-nos com certas pessoas que estão lá e que nunca pensámos que poderiam lá estar... E quanto à caridade também sei que quem não tiver caridade nada é ao Senhor.

Jesus não obriga ninguém a segui-lo, mas segui-lo implica sofrimento(e o nosso querido padre deve sabê-lo melhor do que ninguém), Ele diz que largos são os caminhos que levam à perdição e estreitos os que nos levam à salvação. Isto não quer dizer que devemos ser tristes, pelo contrário! A Sua presença em nós torna-nos pessoas mais felizes, e garanto-lhe que é uma felicidade que não há frase que traduza!

Estou agora a lembrar-me daquele diálogo entre Jesus e uma pecadora a quem Ele disse: "Vai chamar o teu marido" e ela disse "Não tenho marido" e Ele disse "Falaste verdade quando dissestes "não tenho marido", porque já tiveste cinco e o que agora tens não é teu marido" (bem, é mais ou menos assim... )
A Igreja tem algumas regras estranhas (por exemplo, em certos pecados mais graves a absolvição tem que ser dada por um bispo), mas neste caso, do casamento, Jesus não podia ter sido mais directo, não é? E mesmo nas regras que não percebemos, devemos ter a humildade de obedecer, porque é "Pedro" quem conduz a Igreja e Jesus disse-lhe que o que ele desligar na terra será desligado no Céu". Quando recitamos o "Credo", dizemos que cremos na Igreja Católica, não é?

Bem, gostava de continuar, mas não quero ser mais chata. Continue a repreender-me, porque eu não me importo nada e acho que quem quer bem ao seu irmão diz-lhe aquilo que tem que ser dito, mesmo que doa.
Um grande abraço para o Kephas e para o padre, claro.

Anónimo disse...

Ainda sobre os pontos de vista e a fuga ao que, nos ensinamenos de Deus, é duro de engolir: "Como há-de o fiel guardar a lei de Deus, se o Espírito lho não conceder e ajudar? deve invocar o Espírito e deste modo a fé consegue realizar aquilo que a lei manda" (S. Agostinho) - ou seja, como uma criança, dá a mão a Deus, sabendo que Ele o conduz...

maria disse...

pois é, pois é!

Parece que não há forma para alguém sair bem desta história.

Não fosse Deus maior que tudo isto e Pai de todos.

Qaunto ao casal espero que saibam que o menos são as alianças e as bençãos a granel. E não ligarão nenhuma aos factos.

Para ti, padre, se te vais encolher com os ralhetes do bispo...lamento muito.

Porque raio também o adro da igreja e não outro local escolhido pelo casal e onde tu marcasses presença?

anamaria disse...

Conheço tão de perto um caso semelhante...É difícil "discernir"...
Vejo tantos e tantos casamentos "pela" Igreja, nos quais não há uma pontinha que seja de pensamento religioso...e alguns casais que sofrem a amargura de não poderem receber um Sacramento que verdadeiramente desejam...

Anónimo disse...

Como é hábito, tb desta vez comentei o poste mas a bateria do computador foi abaixo e lá se perdeu-se o comentário. Veio a preguicite e fui obrigada a passar adiante... Mas agora encontrei, já prontinha, a síntese daquilo que penso sobre o assunto. Aqui:

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=55477&seccaoid=4&tipoid=81

Teoricamente, com o casamento o que é plural passa a uno e indissociável. Esta deve ser a regra daí ter força de Lei. O "casa, descasa" a que assistimos tem, bem o sabemos, destruído um sem numero de famílias. É péssimo. Mas há situações -excepcionais- que merecem atenção. Uma pessoa que é maltratada e/ou abandonada pelo cônjugo não merece refazer a sua vida? Estará condenada para sempre? Será essa a vontade de um Deus que cremos infinitamente misericordioso?
Nunca percebi porque é que as pessoas divorciadas são admitidas à mesa do Pai e não o podem receber. Quando não compreendo as coisas não as aceito e salto a cerca... Palavra que se fosse divorciada e, em consciência, não me sentisse culpada, comungava. Ai comungava. Ficava era só entre mim e Ele:))) Mas eu nunca fiz votos de obediência e o senhor, Padre, fez. Portanto pecou:)))) Já se redimiu, pronto!:)))
Um abraço

Anónimo disse...

Pois é, Confessionário, o mal é os teus superiores não serem filhos de Ambrósio... :) :(

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=55477&seccaoid=4&tipoid=81

Mais alguns desenvolvimentos em:
http://www.chiesadimilano.it/

Anónimo disse...

Eh, pá, afinal a notícia da Ecclesia já tinha sido postada...
Sorry.

Anónimo disse...

Acho que o anónimo de dia 22, das 18:04, em poucas palavras explicou tudo! Só o Espírito Santo nos pode fazer compreender o que a nossa razão não atinge! Acho que há falta de oração.

Anónimo disse...

Olá!

Sou madrinha de um miudo lindo que tem quinze anos. Madrinha ficticia.Porque quando ele se batizou eu ainda não era crismada, e o Srº padre não me deixou assinar o livro de registo(deixar até deixava, mas ia em desacordo com a linha de regras que a igreja tinha). Mas a unica coisa que falta é a assinatura.(Até tive todo o tempo com ele ao colo no altar).
Jurei não me crismar. Fiquei mesmo chatiada com o pequeno promenor. Mas como já tinha mais alguns afilhados em vista no dia do crisma lá fui eu direitinha ao srº bispo.
Agora surgui-me outro problema: se algum dia pensar em viver com alguem, tenho de me casar pela igreja. Porque se me juntar e só casar civilmente, já não posso ser madrinha(é que o srº padre não deixa).
Mediante isso nem sequer posso olhar duas vezes para um divorciado... poderei me apaixonar...

Que leis tão estranhas!!!!

Um abraço!

Alexandra.

Mafalda disse...

Querido Padre

Que saudades!!!
Erraste? Paciência.
Sabes, já fui a duas missas de amigos meus, divorciados,que se casaram pelo civil logo a seguir.
Ninguém «chibou».Enfim, é de uma grande coragem admitir o que fizeste.Enorme coragem. Conheço poucos que o fizessem.A hierarquia é pesada.
Continua a ser assim.Ele é o caminho, a verdade e a vida!

Abracinho
M.

Anónimo disse...

Parafraseando o aforismo de um tal Jesus, na missa de um destes dias:
O sacramento do matrimónio foi feito para o homem, e não o homem para o sacramento.

Anónimo disse...

Ou então:
Será permitido num matrimónio fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?

Anónimo disse...

"Eu sou O Caminho, A Verdade e a Vida"... Precisamente! Jesus Cristo não disse "Eu sou um caminho", ou "uma verdade"... será que nos mentiu?
A Igreja Católica, à qual pertenço e que muito amo, acredita na promessa de Cristo, segundo a qual o Espírito Santo a assistirá sempre para discernir a Verdade. Se acham que a hierarquia, hoje em dia, é muito pesada, leiam com atenção as Epístolas de S. Pedro, S. João e S. Paulo! Estão desactualisadas? Acham que naquela época estavam mais de acordo com o pensamento do "mundo"? Então porque é que os primeiros cristãos foram perseguidos por judeus e romanos, e troçados pelos gregos? Alguem aqui se lembra do que foi a vida deles nos primeiros 3 séc.s de cristianismo? É duro? Alguma vez Jesus Cristo nos garantiu felicidade neste mundo?
Estamos na semana de oração pela unidade dos cristãos... estes cristãos que, por causa dos pontos de vista, estão divididos em milhares de igrejas...

A doutrina da Igreja sobre o casamento é tão clara como claras foram as Palavras de Cristo: o casamento é indissolúvel, o "recasamento" é adultério, o adultério é pecado, o pecado não é abençoado!!! Deus é misericordioso, por isso perdoa, mas ordena:"não voltes a pecar"!
É difícil? É!
É impossível? não!
Nos meus primeiros tempos de casada apaixonei-me por outro homem mas, com a ajuda de Deus, venci essa paixão, e o amor pelo meu marido amadureceu; entretanto, o meu marido abandonou-me várias vezes, por mulheres por quem se apaixonou perdidamente...uma de cada vez... por vontade dele - quantas cerimónias de bênção de alianças!!!
Sempre que regressou, perdoei-lhe... foi difícil?... que é que acham?
Mas Deus dá-nos aquilo a que se chama "graça de estado", as forças necessárias para o cumprimento da Sua Palavra, e é para dar testemuho disso que estou a escrever tantos kilómetros de má prosa...

P.S. a propósito, falou-se aqui de um sem número de pontos de vista, mas ninguém se lembrou de referir o da mulher do homem divorciado! Na maior parte dos romancecos de pacotilha, e na cultura telenovelística, ela é sempre "o mau da fita"... para ela, poucas são as vozes do mundo a pedir piedade...

Anónimo disse...

Pois é padre como posso eu gostar de um homem, que é leitor da palavra, é um bom cristão, mas é divorciado?Que culpa terá este homem se a ex-mulher fez tudo para o deixar? È um assunto que não entendo muito bem. Vejo pessoas que refizeram a vida a conmungar!!!Os padres que receberam o sacramento da Ordem e depois casaram qual é a possição da Igreja em relação a estes casos?
Um abraço em Cristo

osátiro disse...

A situação é deveras interessante.
Deus é amor( Deus caritas est), e ama os seus filhos,claro.
Mas Cristo também disse: que o Homem não separe aquilo que Deus uniu!
Pressupondo que o homem era casado canonicamente, não podia separar o que Deus uniu.
Mas Deus é amor...E por isso, só resta esperar a misericórdia deDeus.
Nem de propósito, o site da radio Vaticano-que eu consulto todos os dias e aconselho a consultar-dá notícia, em 21 p.p.de uma carta do Cardeal de MIlão,Dom D. Tettamanzi, sobre este assunto.
também o site "Família Missionária"- que aconselho aconsultar-se fez eco da carta do Arcebispo de MIlão.

P,S.( não confundir...)Sr. Padre, creio que alguns comentário t~em dados incorrectos sobre passagens bíblicas.
Não seria melhor esclarecer-nos?
Obrigado.

Anónimo disse...

Padre, peço desculpa por responder a uma questão que lhe é colocada, mas tanto quanto percebi, é este o espírito do seu blogue - todos somos chamados a participar no debate:

"Como posso eu gostar de um homem que é leitor da palavra, é um bom cristão , mas é divorciado? Que culpa terá este homem se a ex-mulher fez tudo para o deixar?"
1º Podemos, e devemos, gostar de todos os homens, do mais santo ao mais criminoso. Como? Olhando para Jesus Cristo, que por todos morreu, porque a todos amou. Não podemos é amar o pecado! Se esse homem está divorciado sem ser por culpa dele, nada nos diz que não continua a ser um bom cristão. O problema só se levanta se resolve "recasar".

2º As pessoas que "refizeram" a sua vida e continuam a ir comungar só podem estar mal informadas... que responsabilidade a de quem as informou mal!!!

3º Infelizmente há muitas pessoas, leigos e sacerdotes, que negam os ensinamentos da Igreja, recusam a autoridade do papa - autoridade, que coisa tão reaccionária! - e que acham que a Igreja se deve adaptar à mentalidade dominante. Será que ainda não perceberam que, entre as milhares de igrejas cristãs, não católicas, há pelos menos umas centenas que se adaptam aos seus gostos? porque é que insistem em desfigurar a Igreja católica, tentando privar aqueles que nela acreditam daquilo que consideram mais sagrado?
Há pouco tempo li uma crónica do padre Anselmo Borges em que, depois de mais um dos seus habituais ataques à Igreja, cita, com ar de subscrever, Nietsche, dizendo que "cristãos houve só um, e esse morreu na cruz" e acrescenta: "depois disso veio o desevangelho"!
Eu percebo que este homem não tenha fé... não percebo é o cuidado com que, em todas as suas crónicas, faz questão de comunicar ao leitor a sua condição de sacerdote!

Anónimo disse...

Ó politicamente incorreta, gostaria de te recomendar um pouco de ponderação na hora de fazer juízos sobre a falta de fé dos outros. Lembra-te do que dizia o Nazareno sobre o assunto.

Quanto à doutrina sobre a indissolubilidade do matrimónio, que tu (e outros) parecem ver de forma tão clara, desculpa lá que te pergunte: até que ponto pensas estar esclarecida sobre o assunto?
Que sabes da interpretação das passagens neo-testamentárias sobre o tema, dos seus contextos histórico e literário?
Que sabes dos problemas vividos nas comunidades mateiana e de Corinto, e das suas excepções pastorais?
Que sabes do Privilégio Paulino e do Privilégio Petrino?
Que sabes das práticas das Igrejas do Oriente?
Que sabes da interpretação das definições do Concílio de Trento?
Que sabes das condições de indissolubilidade (ratum et consummatum)?
Que sabes das causas de nulidade?
Que sabes da sacramentologia do matrimónio?
Etc.

Claro que não és obrigada a dominar estas matérias; mas seria bom que tivesses consciência de estares pouco informada...

Anónimo disse...

Devias de rezar mais e estudar menos irmão js. E olha que estou a ser ponderada nas palavras.
Um abraço

Anónimo disse...

Js deixa-te conduzir pelo Espírito Santo. Como é que sabes que é o Espírito? Lembra-te da parábola que diz que pelos frutos se conhece se a árvore é boa...

Anónimo disse...

Caro J.S.:

Não tenho, de facto, a pretensão de estar à altura de tão extensa erudição! Sou uma ovelha que confia no Pastor - e o Pastor confiou o rebanho a S. Pedro, prometendo-lhe assistência até ao fim dos tempos. Assim, acredito que, na Igreja, aqueles que têm como missão aprofundar a palavra de Deus estão assistidos pelo Espírito Santo. Acredito também que, se alguma vez chegarem à conclusão que estavam enganados, e que, afinal, o matrimónio não é indissolúvel, alguém terá o cuidado de me avisar!(não me refiro, óbviamente, aos casos em que é nulo - não vamos misturarm alhos com bugalhos!).
É claro que, ao longo da história da Igreja, nem tudo foi linear - a Palavra de Deus não muda, mas nem sempre foi imediatamente compreendida. As divergências que não foram superadas deram origem a divisões. Assim, ignorante como sou, só me resta confiar na promessa de Cristo, feita a S. Pedro, cujo herdeira está em Roma (por isso não percebo bem porquê falar, a este respeito, nas práticas da Igreja do Oriente!).

Quanto ao padre A. Borges, tem razão: quem sou eu para julgar a fé dos outros? Mas não posso deixar de colocar duas questões:

1ª Depois de citar Nietsche (cristãos houve só um, e esse morreu na cruz), era de esperar que recordasse a Sua Ressurreição (tanto quanto sei, faz parte da missão de um sacerdote da Igreja Católica anunciar o Deus Vivo!)

2ª se é verdade que cristãos houve só um, e que depois veio o "desevangelho", de que religião é ele sacerdote?

(Note bem que isto não foi conversa informal, foi escrito numa coluna de um dos jornais mais lidos no país, o que me dá o direito de falar sobre o assunto!)

Lisa's mau feitio disse...

Padre de meu coração!!!!!!!!!

Deixe-me dar-lhe um abraço enorme, pq já n venho aqui há uns dias largos e tinha saudades suas!!! :)

Kephas, como vês eu posso ter mau feitio, mas sou educada. não como certa gente. não sou mesquinha e nem sou cinica.

Vou deixar uma pergunta no ar e mmo q n respondam n faz mal!!!

Divórcio: terá tb pedido Jesus que a mulher se deixasse martirizar até à exaustão, com agressões físicas dolorosas, sem poder tratar dos filhos e sem poder ir trabalhar para ajudar na casa onde acreditou que só haveria amor, qdo casou pela Igreja???

O papel da mulher fica onde?
E o do homem dela???

Expliquem-me...

Padre, agora vou ao outro seu post q fez de novo!!!

Adoro o meu Padre!!!

Beijos ao Kephas e a todos os comentadores!!!

Lisa

Alma peregrina disse...

Cara Lisa Mau Feitio:
Eu disse que não iria comentar mais este post mas você interpelou-me pelo que terei de lhe responder, por boa educação.

Creio que se está a referir ao caso da mulher que recebe violência doméstica, não é verdade?

Para já, esta é uma táctica muitas vezes aplicada pelos secularistas para fazer passar a sua mensagem. E não é justa. O facto de existirem situações extremas não justifica o divórcio "a pedido". Infelizmente, quando se discute o tema do divórcio parece que só se fala destes casos excepcionais, como se estes validassem tudo (ver questão 1. mais abaixo).

A estratégia consiste em elicitar uma misericórdia selectiva que macula o oponente com o rótulo de "frieza". Olvida-se que o divórcio é, para muitas mulheres, ele próprio uma grande violência. Bem como para os filhos dos casais separados. Bem como o facto (bem conhecido por qualquer médico legista) de que famílias monoparentais e famílias reconstituídas são factores de risco para violência doméstica (ver questão 2. mais abaixo).

Portanto eu poderia responder-lhe com outras perguntas:
1) Qual é a percentagem de divórcios em Portugal que se devem unicamente a motivos de violência doméstica?

2) E qual é a percentagem de violência doméstica que ocorre em famílias em que pelo menos um casamento foi rompido?





Mas como eu gosto de responder às questões que me são colocadas, irei fazê-lo, ainda que as minhas opiniões não sejam muito populares.

A mulher que é vítima de violência doméstica pode (e deve) separar-se do seu marido. Para sua protecção (e dos seus filhos). É um acto de justiça e misericórdia.

Outra coisa bem diferente é a dissolução do matrimónio...

Para já, eu sei que há situações em que a Igreja concede anulação do matrimónio. Note-se, "anulação" e não "divórcio", porque há circunstâncias em que o matrimónio não é considerado válido (pelo que não é, efectivamente, dissolvido). Não sei quais são essas circunstâncias. De qualquer das formas isso é da responsabilidade de um Tribunal Eclesiástico.

Se a anulação do matrimónio não fôr possível, então essa mulher, por sua livre vontade, terá instituído, perante Deus, um laço insolúvel com o homem que a violenta. Ela concordou em unir-se através de Deus e "o que Deus uniu nenhum homem pode separar".

Não temos poder para o fazer! É ingenuidade nossa! O "divórcio" é uma palavra fictícia que encarna a nossa ilusão de que é possível para nós quebrar um laço de Deus! Não é!

Portanto, qual é a situação?

A mulher e os filhos devem ser afastados do seu agressor. Mas ela não se pode divorciar. E também não pode voltar a casar.

Jesus apenas mencionou uma situação em que o divórcio é aceitável: o "adultério" (e mesmo estas circunstâncias devem ser interpretadas à luz daqueles tempos, mas isso é outra história). Portanto eu tenho noção que Ele, na Sua Omnisciência, já teria previsto estes casos...

Assim sendo, ela deve continuar a sua vida desta maneira. Separada, mas não divorciada. Sabendo que essa separação é física e necessária e não espiritual e fútil.

Se tal fôr um fardo demasiado forte para ela, quer a nível económico, quer psicológico, ela poderá pedir ajuda à sua comunidade. Sim, porque a Igreja é comunidade e é pena que tenhamos, ao longo dos milénios, perdido essa identidade que nos caracterizava.

Em última instânica, ela poderá pedir a um homem caridoso que passe a viver com ela e a ajude. Isso não teria nada de mal, uma vez que esse homem não teria relações sexuais com ela nem seria seu marido, tornando-se antes uma espécie de guardião. Isto pode parecer estranho para nós, mas não o era à luz dos preceitos do tempo de Jesus. S. José foi precisamente isso para com a Virgem Santa Maria: um guardião.

Desta forma, o Amor floresce, porque não se nega a si mesmo. O que as pessoas de hoje têm dificuldade em perceber é que o Amor não é estritamente sexual, nem mesmo conjugal. Essa mulher e o seu guardião poderiam até amar-se mais que a mulher e o seu marido, mas o amor não seria conjugal. O que não o diminuiria em nada.

Tudo isto radica em noções éticas que infelizmente se perderam há muito. Nomeadamente o facto de que o não-cumprimento de um cônjuge não justifica um igual não-cumprimento do outro cônjuge. O matrimónio é maior do que a felicidade individual e era aí que residia a sua verdadeira força. Por isso o matrimónio tinha a capacidade (e ainda tem se estivermos dispostos a isso) de sobreviver às maiores dificuldades e, assim, providenciar a estabilidade que uma família (e o verdadeiro Amor conjugal) necessitam.

Por isso eu acho que os casamentos combinados de antigamente (em que os membros do casal eram obrigados a suportar-se eternamente sem nunca terem podido pronunciar-se sobre o assunto) tinham mais Amor do que os casamentos de hoje (em que as pessoas escolhem com quem se casam, mas em que há 50% de divórcios). Apesar de não terem aquela pásion ardente das novelas latinas. Porque o Amor é mais do que aquilo que se vê...

Parece-lhe isto difícil? Sim! A mim também! Só a um louco isto pareceria um mar de rosas!

Mas foi por isso que seguidamente a Mt 19:3-9, em que Jesus condena o divórcio perante os fariseus, se segue o seguinte diálogo:

"Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, näo convém casar.
Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o."
Mt 19:10-12

Para Jesus Cristo, o casamento, tal como era entendido pelos fariseus (e por nós) não é assim tão importante. A verdadeira importância do matrimónio é ser um núcleo de Amor que, desta forma, santifique o casal. Assim sendo, o matrimónio torna-se fonte de salvação.

Matrimónio que é fonte de condenação não é matrimónio.

Dessa forma, se o homem violentou essa mulher, ela não deverá responder com igual traição, pois essa traição não afectará o agressor (que não a ama verdadeiramente), mas somente magoará a Cristo.

Sei que é difícl expressar por palavras aquilo que penso, mas não consigo fazer melhor...

Cumprimentos

Anónimo disse...

Cara politicamente incorreta:

Fico mais satisfeito com as tuas últimas palavras sobre Anselmo Borges. Discutamos, sim, as ideias; mas abstenhamo-nos de juízos sobre o íntimo das pessoas.

Quanto às questões que lanças, relativamente ao seu artigo no DN de 1 de Dezembro passado:

1. O facto de se fazer uma citação não significa que quem cita esteja automaticamente de acordo com quem /aquilo que é citado. Lembra-te que Bento XVI foi atacado precisamente na base desse (erróneo) pressuposto, quer na sequência do seu discurso em Ratisbona, quer ultimamente, aquando da (anulada) visita à La Sapienza.

2. Podes argumentar que, neste caso da citação de Nietzsche, Anselmo Borges está de acordo com ela, visto que não trata de a contradizer imediatamente. Mas, agora pergunto eu, se ele concordasse que cristãos houve só um, porque é que ele falaria no parágrafo anterior do "desafio essencial para os cristãos"?

3. Queixas-te de que, após a citação, não é recordada a ressurreição de Jesus. Mas não deste conta de que ela já tinha sido evocada anteriormente: "Ele é a ressurreição e a vida"?

Conclusão: o problema estará no texto e no seu autor, ou na tua capacidade de interpretação?
Ou talvez simplesmente te sintas desiludida nas tuas expectativas: esperavas que o Anselmo Borges publicasse textos de catequese, em vez de reflexões de carácter filosófico-teológico. Mas isso de andar a culpar a macieira por não dar pêras...

Anónimo disse...

Ainda para a politicamente incorrecta:
Dizes não perceber a que propósito se fala aqui da prática pastoral das Igrejas do Oriente.
Permite-me, então, que te elucide:
1. As igrejas orientais admitem, em casos ponderados, segundas e mesmo terceiras núpcias.
2. Esta prática (denominada "oikonomia")ganhou consistência sobretudo a partir dos ensinamentos de Basílio de Cesareia e João Crisóstomo (século IV, portanto, muito antes do cisma).
3. A Igreja Católica nunca condenou a prática cristã oriental, nem nunca a declarou errada.
4. Tal prática é vista numa linha de diversidade, mas não como factor de divisão.

Penso que não será tão difícil quanto isso perceber as implicações...

Anónimo disse...

Caro J.S.:

Se a Igreja católica nunca declarou a "oikonomia" errada, também não diz que está certa. Julgo que, se a entendesse como certa, torná-lo-ia claro, sobretudo tendo em vista o grande sofrimento que esta questão envolve! Não me parece que, para afirmar a indossulubilidade do matrimónio, seja necessário condenar a prática oriental: seria, pelo menos por enquanto, "meter a foice em seara alheia".


Quanto ao padre Anselmo Borges, estamos de acordo: as macieira não dão peras - mas porque raio é que esta macieira escolhe uma pera como imagem de marca?

Alma peregrina disse...

Caro js:
Obrigado por me ter apontado a oikonomia. Vou estudar o seu significado e impacto teológico, quando estiver mais livre...
Cumprimentos

joaquim disse...

Caro Kephas

Permite-me uma correção ao que dizes mais acima:
A Igreja não "concede anulação" do Matrimónio, mas sim a Igreja determina ou não, depois de um processo em Tribunal Eclesiástico, perante determinados factos a nulidade do Matrimónio, ou seja, que o Sacramento do Matrimónio nunca aconteceu naquele caso, pelo que perante a Igreja aquelas duas pessoas são solteiras.
Penso que era isto que querias dizer, mas as palavras escolhidas podem induzir em erro.
Já agora também digo que o Código de Direito Canónico tem previstos os casos de violência doméstica, em que, salvo o erro, à parte "violentada" é concedido o "direito" de se separar e desde que não volte a casar, sendo o seu primeiro matrimónio válido, pode continuar a comungar e a viver na plenitude a sua comunhão em Igreja.
Abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Perdoa-me Padre amigo que devia ter-te deixado um abraço amigo e saudoso, pois já aqui não vinha há muito tempo.

Anónimo disse...

Padre, permita-me partilhar este artigo que encontrei num jornal de inspiração cristã:

"Bispo de Milão escreve aos divorciados recasados"

"Um dos mais graves problemas pastorais é o caso dos divorciados que voltam a casar. Muitos deles, após um casamento fracassado, procuram refazer a vida e, não raro, alcançam um maior equilíbrio emocional e reconstróiem uma família estável.
Acontece que muitos são católicos, não perderam a fé, e ficam, assim, sujeitos ao grande constrangimento de se verem afastados da vida sacramental.
Em palavras muito corajosas e pouco usuais em eclesiásticos responsáveis, o cardeal de Milão, D. Dionigi Tettamanzi, escreveu uma carta aos católicos divorciados e recasados, da sua diocese, em que reconhece que os mesmos foram muitas vezes maltratados e ignorados pela Igreja e pede-lhes que participem na Missa, mesmo que não possam comungar.
“O Senhor está perto dos que têm o coração ferido”, diz-lhes o cardeal. O arcebispo de Milão manifesta a sua tristeza pelos separados e divorciados que foram feridos, julgados sem misericórdia ou condenados pelos homens e mulheres da comunidade cristã. A Igreja sabe que, em certos casos, não só é lícito, mas inevitável decidir pela separação, para defender a dignidade da pessoa, evitar traumas mais profundos e manter a grandeza do matrimónio, que não se pode transformar numa série insustentável de agressões recíprocas.
Palavras cordiais de misericórdia."

in Jornal Amigo da Verdade.

www.amigodaverdade.org

anoLXXX; nº3958 de 3 de Fevereiro de 2008

Anónimo disse...

Que isto não crie celeuma, mas dou a comunhão a pessoas divorciadas, recasadas, todos os domingos. Ao afirmar istoa minha opinião sobre o assunto está dita.

Teodora disse...

Padre

Falaram aqui em relações antes do casamento ser considerado fornicação!

Explique-me s.f.f... portanto... o pessoal tem todo que casar virgem!

Assim sendo estou com uma dúvida... e os que só andaram lá a brincar com o dedinho? Isso também conta, padre?

Sinceramente eu não gosto de descafeinado... eu sou mais café. Além do mais não quero que o meu príncipe pense que eu eu sou lerdinha?! Mas também não quero que pense que sou atravessada!

Graças a Deus hoje a medicina reconstrutiva já pode ajudar em desespero de causa.

Ajude-me padre!

Anónimo disse...

E quem não tem escolha?Eu não tive escola nenhuma. Fuitrocada por outra.Fiquei sozinha com uma filha de sete anos.
A miha amiga Isabel pior ainda ficou sozinha com um filho comum ano e também não teve escolha nenhuma.Agora estamos divorciadas e se o amor aparecer?
Sabe... ás vezes meu caro, não há escola. Há pessoas que fazem as malas e se vão embora.E outras que ficam a ver, a rezar, a esperar.
Mas a vida continua. Posso estar perto de encontrar amor ovamente, se iso acontecer, mesmo sendo católica e preticante, eu vou amar.De uma forma correcta, empenhada e honesta. Mas vou amar, mesmo que me olhem de lado...
Uma mulher divorciada não pode dar a comunãos, no etender de um colega seu, nm pode ser catequista. è uma espécie de pária na ua própria fé, e a culpa que tev foi a de ter sido trocada por outra.
que vale é que a fé é superior ao homens e, a miha, vai-me desculpar por mais pedras que me atirem alguns senhores padres (outros não) cá está.
E pode crer que eu ou amar e que Deus não se vai zagar comigo por isso.

Anónimo disse...

A Misericórdia é sempre válida, mas nunca o é, fora da "desobediência"

Elvira Carvalho disse...

Li o post. E deu-me vontade de lhe contar uma história real.Tenho uma tia que casou pela igreja. O marido revelou-se um homem muito diferente do namorado. Estava grávida de seis meses quando levou a primeira bofetada. Mais tarde em vez de botetadas começaram a ser tareias. Ela trabalha a dias em várias casas para ajudar no orçamento da casa e ele roubáva-lhe o dinheiro para o jogo. Durante anos ela aguentou tudo. Nódoas negras, um braço partido, uma cicatriz na testa. Estava-se no inicio dos anos 60. Era uma vergonha uma mulher separada. Queixa à polícia, ela não podia fazer, que ele ameaçáva-a de morte.
Os irmãos não se metiam porque diziam que entre marido e mulher não se mete a colher. Um dia tinha o filho 7 anos, estava a ser espancado pelo pai, ela meteu-se à frente. Ele deu-lhe um encontrão que a deitou ao chão. E depois deu-lhe vários pontapés na barriga. Com os gritos do miúdo, um vizinho chamou a polícia. A minha tia foi para o hospital e teve que ser operada de urgência por causa de uma hemorregia interna. Ele esteve preso pouco mais de 24 horas. Foi informado pela polícia que não se podia aproximar da mulher nem do filho. E ele desapareceu. Cinco anos mais tarde a minha tia conheceu um homem 10 anos mais velho, solteiro, por quem veio a apaixonar-se. Esse homem viveu com ela vários anos, juntos ou amancebados, como diziam na altura.
Tratou-a sempre com Amor e Respeito, acompanhou o crescimento do filho dela como se fosse seu e pagou os seus estudos para que ele conseguisse ser quem sonhava ser.
Minha tia já não podia ter filhos devido à tal operação.
A minha tia só voltou a saber do marido quando anos mais tarde recebeu do tribunal a informação de que estava divorciada. Ainda hoje ela não sabe como ficou divorciada sem ir ao tribunal nem nada. Ela não sabe ler.
Bom depois de saber que ela estava divorciada, o companheiro achou que deviam casar. Aí ela soube que
não podia casar na igreja, que para a igreja ela continuava casada, e que era considerada uma mulher adúltera. Casaram no registo civil, e 1992. E continuam juntos e felizes. Mas eu sei que a minha tia tem uma grande mágoa por não ter casado pela igreja.
Minha tia tem hoje 78 anos, o marido 88.
O que eu pergunto é o seguinte:
Será que Deus considera marido da minha tia o homem que quase a matou, e a deixou com um filho de sete anos para criar, ou considera marido da minha tia aquele que a amou estes anos todos, que lhe amou, criou e educou um filho que não era dele? Sim porque para a igreja, nós já sabemos qual é a resposta.
Um abraço

historias reais pro mundo virtual disse...

Olá a todos!
É muito interessante este post, assim como os comentários que o seguem.
O sr. Padre não deve arrepender-se nunca das suas boas acções. Esta acção que fez foi para mim um exemplo do que deveria ser.
Entendo que aos olhos dos patrões da Igreja, não está correcto. Mas o que deveria contar era a força da juventude e da crença da maioria dos novos Padres, só assim seria possível um rejuvenescer dos crentes e praticantes da igreja católica.


Vou aproveitar o caso mencionado no último comentário, pertença de um visitante, “Elvira Carvalho” para assim fazer um Post novo no de um dos meus blogues ( casos reais) q dá voz a todos. Ali todos podem e devem comentar, sem qualquer MODERAÇÃO nos mesmos.
Convido assim o sr. Padre e restantes fiéis a irem até lá.

Espero que o sr. Padre (dono deste BLOGUE) autorize este meu comentário e que se digne a responder a todos os seus "fiéis" comentadores num futuro.

Pelo que li apenas responde a alguns. Vou acreditar que seja por falta de tempo e não de "estaleca" ou de autoridade…isso parece que o sr a tem …AQUI.

Quer um conselho sr. Padre?
Passe a NÂO responder/ re-comentar ninguém...seria assim mais justo com os restantes fieis ou então a alguma questão mais pertinente responda por e-mail.

Principalmente a este caso dos familiares da Sr Elvira Carvalho, (uma senhora idónea e muito conceituada na blogosfera)...mereceria uma resposta...não acha sr, Padre? Para mim é um caso exemplar de amor e de longevidade.
Ela fez aqui uma PERGUNTA muito pertinente à qual não lhe deu por aqui (nem deram seguimento de resposta) pelo que vi,,,é o ultimo comentário publico deste post.

NÃO seria igualmente MERECEDORA DE um recomentario???

É POR estas e outras que a igreja CADA VEZ tem menos CRENTES, não é sr Padre?.

Deixe-me que lhe diga que sou igualmente católico , até há mais anos que o sr. Padre, (sou muito mais velho…eheheheh) colaborei muito com a igreja, sou casado pela igreja e neste momento não sou praticante...mas continuo a acreditar...embora muito menos na Nossa IGREJA católica, isto é, nos que MANDAM nela. Mas como acredito muito em DEUS, isso é o mais importante.

Os culpados?? não sei! Talvez sejam os TODOS-PODEROSOS...que vocês (os srs Padres mais novos…nem todos) têm medo! Muito MEDO de CONTRADIAR e de opinar contra!

Um abraço sr. Padre… pela sua coragem de manter um blogue aberto...embora se mantenha no anonimato (convém. claro! … entendo-o perfeitamente).

NUnca se sabe quando se pode levar um processo "disciplinar".

CUMPRIMENTOS A TODOS!

historias reais pro mundo virtual disse...

FICO A AGUARDAR.
Obrigado!