sábado, dezembro 24, 2011

Há gente para quem o Natal é só uma data

Há gente para quem o Natal é só uma data. Gente que se senta no sofá de forma mais pausada, com uma rabanada que a amiga lhe deu, à espera que a televisão dê a meia noite para ir até ao vale dos lençóis. Há gente assim, que não tem outra gente com quem partilhar os sons, os ruídos, as algazarras, os afazeres, os talheres, as prendas do Natal. Gente que uns dias antes estivera no jantar tal com o grupo dos colegas. Mas que agora está só. Não tem mais ninguém. Não tem o amigo ou a amiga colorida porque estes estão com a família. Não tem o filho ou a filha porque este ano pertence ao outro pai. Não tem os amigos, porque nem sempre há amigos para estas ocasiões do Natal. Ou então são aqueles que a idade não deixa que o Natal seja tão Natal. Porque os filhos estão longe. O marido ou a esposa já morreram. O lar está fechado ou vai-se para a cama cedo. Passam o Natal com a televisão. Nada mal para quem há uns anos nem televisão tinha. Mas eu acho que estes tipos de Natal são muito dos Natais modernos. Fazem parte da vida moderna, para quem uma reunião é apenas uma reunião e não uma união. Fazem parte da vida que nos dá tudo, mas nos tira grande parte do amor. Fazem parte da vida que está cheia, mas afinal está mais vazia que nunca. Pode ser que, com esta crise, as pessoas comecem a buscar o essencial do Natal, aquele essencial que não é só uma celebração, mas uma forma de vida. E digo àqueles para quem o Natal é só uma data que o Menino Deus também nasceu para eles. Eu até diria mais. Diria que o Menino Deus nasceu sobretudo para eles.
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Aproveito também para desejar a todos os meus amigos um Natal cheio de Deus!
Congratulo-me igualmente com os 6 anos de vida deste "nosso" espaço. Faz amanhã anos que nasceu juntamente com o "Menino", e já passámos as 400.000 visitas, 8.800 comentários e temos disponíveis 339 textos. Assim Deus continue a fazer-nos Seu instrumento.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

um ponto que queria ser ponto de luz

Gostava de ser um ponto de luz. Apenas um pontinho pequenino, porque um pontinho é sempre uma extensão, uma ínfima parte da Luz. Gostava de ser um ponto de luz. Porque mesmo que iluminasse apenas um pequeno trilho, uma réstia de levada, uma direcção, ele seria sempre um indicador do caminho. Gostava de ser um ponto de luz que abre a visão e não concentra em si a atenção. Quando olhamos fixamente a luz, ficamos cegos ou deixamos de ver. Não quero ser um ponto de luz que se deixa cegar pela inconsciência de permitir ou fazer cegueiras. Não quero ser um ponto de luz que se deixe cegar pela vaidade de ser luz. Queria apenas ser um pontinho da Luz. Queria mesmo e muito. Sempre e fortemente. Mas, para tristeza da Luz e infelicidade de quem precisa de luz e de quem queria ser ponto de luz, que sou eu, a maior parte dos meus dias e noites e noites, sou apenas um ponto que queria ser esse pontinho da Luz.

domingo, dezembro 11, 2011

Que achas das mudanças no "Confessionário"?

Apeteceu-me fazer mudanças cá por casa. As mudanças na minha vida e missão fizeram-me ter esta vontade. Reconheço que até os textos têm trazido algumas diferenças de sentir. Então que a casa seja sinal de todo esse sentir. Novo banner. Nova música. Novas cores. Que achas das mudanças que fiz na "nossa" casa? Reparti a sondagem em três: Que achas do novo banner? Que achas da nova música? Que achas das novas cores? Responde no lado esquerdo, no sidebar.

Podes dar a tua opinião aqui, nos coments. Para saber o significado do novo banner, podes clicar aqui.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Amanhã vou comprar mais luz para esta igreja

Entrei. A porta estava aberta, mas a igreja estava escura. Estava de luzes apagadas. Estava apagada. O ruído da porta foi o único ruído da igreja. Ajoelhei-me a custo frente ao altar. Faltavam apenas quinze minutos para a missa e ainda estava tudo apagado. Durante um minuto fiquei a contar o tempo. E depois em três comecei a pensar no tempo. Pensei que devia acender as luzes da igreja para parecer que ela estava acesa. Mas não tive vontade. Não tardou que entrassem duas senhoras com frio. Está frio aqui, disse uma. Ouvi a pensar que a igreja estava fria. Dirigi-me à sacristia. As coisas estavam quase prontas para celebrar a missa. Paramentei-me, ouvindo outras pessoas a chegar. As de boa vontade foram à sacristia acender as luzes e ultimar os preparativos da missa. Era um dia de semana normal de um cristão, com ou sem missa. As pessoas daquela igreja têm uma simpatia próxima da simpatia. Gosto delas. Gosto até porque elas têm a igreja a precisar que alguém lhes acenda a luz e porque eu gosto de muita luz. Já lhes disse que a nossa igreja precisa mais luz. Elas concordam, mas já se habituaram ao escuro da igreja. Amanhã vou comprar mais luz para esta igreja. Compro também um aquecedor. Talvez as pessoas comecem a gostar de vir à Igreja.