terça-feira, março 31, 2020

Contaminados pelo vírus do pânico

Hoje não quero sair de casa. Fico aqui, escondido, com as teclas do meu computador. Eu e elas. Para não sermos contaminados. Para ver se esse maldito vírus não entra nas nossas vidas. Só que o vírus já entrou. Tem entrado. Está a entrar nas nossas vidas pelo pânico. Mesmo fechados em  casa. Mesmo aqui fechado, o vírus não para de entrar em minha casa. Por isso rezo com as teclas, aceleradas. Escrevo tudo o que posso para afastar o vírus. Faço isto como se ele ainda não estivesse cá dentro. Sem dar conta que ele já entrou por todo o lado. Pela televisão, pelo computador, pela internet, pelas redes sociais, pelo telefone, por todo o lado. Se há uns milhares de infectados com o coronavírus, há muitos mais contaminados pelo medo e ansiedade. Nos teclados rugem. Nos teclados se escondem. Nas entrelinhas das palavras e afectos à distância. Hoje estamos quase todos contaminados pelo pânico do vírus.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Se morresse" ou "A Rosário, apertada pela vida"

domingo, março 29, 2020

super-padre

Há uns quinze dias, quando nos começámos a isolar, quando as celebrações comunitárias foram suspensas e as igrejas fechadas, dei por mim, em casa, a perguntar-me que fazer para, com simplicidade e naturalidade, continuar a guiar estes meus rebanhos, estas minhas comunidades. Estava nisto quando uma catequista me contactou, porque precisava falar. Ter com quem trocar uns dedos de conversa. Ou melhor, ter quem a ouvisse. Falámos um pouco de muitas coisas relacionadas com este mal-estar. E, às tantas, manifestei-lhe a preocupação que carregava. 
Como resposta a esta inquietação, olhem só o que o Senhor Deus tinha preparado para mim da boca desta minha paroquiana. Senhor padre, não queira carregar a cruz sozinho. Neste momento, os seus paroquianos querem apenas que continue a ser o nosso padre. Para ser mais claro, refiro que disse o meu nome próprio. Nós queremos que continue a ser o nosso padre tal. E continuou. Às vezes queremos fazer coisas que não dependem da nossa vontade. E nós precisamos de saber que está bem. Foi mais ou menos isto que ela disse ou quis dizer, ou eu interpretei. E não sabe o bem que me fez! 
Ninguém tem de ser um super-herói diante destas contingências. Temos de ser quem somos. Não tenho de ser um super-padre. Eu tenho de ser o padre que tenho sido. Isso já é heroico.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O padre é o tem de"

sábado, março 28, 2020

revolução viral ou então não

Escrevem e dizem alguns que, depois deste furacão chamado coronavírus, a nossa vida não voltará a ser a mesma. E falam muito de solidariedades, atenções, gestos maravilhosos que vão ocorrendo por todo o lado. Que as pessoas estão mais atentas aos seus vizinhos. E até certo ponto, é verdade. Dizem também que há menos poluição. Menos Co2. As águas mais limpas. Que, no plano climático, está a valer a pena. Que a natureza nos está a obrigar a rever o nosso estilo de vida. Que o capitalismo vai sofrer um desfalque. E por aí fora e por aí adentro. Mas será assim? Será assim no final deste período de contingência? Ou não será apenas um conto de fadas porque agora ninguém quer ver filmes de terror? 
Li, no jornal espanhol “El Mundo”, que, em Espanha, na província espanhola de Cádis, onde um grupo de quase três dezenas de idosos tiveram de ser realojados pelo Governo depois de terem sido despejados de um lar por estarem infetados com a Covid-19, os veículos de transporte médico que transportavam os idosos foram apedrejados e um carro chegou mesmo a atravessar-se no caminho. Os populares receberam aqueles idosos com pedras e explosivos! Ora digam-me lá se isto não nos faz pensar! Por isso não sei se haverá alguma revolução viral. Até porque o vírus parece querer isolar-nos. E cada um parece preocupar-se mais com a sua sobrevivência que com a vida dos outros. 
Deixem passar a pandemia e os meses ou anos que se lhe hão-de seguir, e veremos se não voltamos ao capitalismo destroçador, à economia que mata, à tecnocracia burguesa, ao individualismo antropocêntrico, às relações virtuais… 
A revolução não está nas mãos do vírus, mas nas nossas mãos! 

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "É dentro de nós que a vida se resolve."

quinta-feira, março 26, 2020

beijo [poema 246]

Beijo que procuro porque não era o último
Que não lembro porque foi levado no meio
De tantos beijos que te disse e que desenhei
No teu rosto

Beijo que esqueci porque to entreguei
E não mais voltou a mim, porque era amor
E o amor dá-se, mesmo quando se esqueceu
Como foi

e assim é...

quarta-feira, março 25, 2020

os funerais covid

Contaram-me que alguns colegas têm ouvido reclamações e desaforos de pessoas por causa das restrições dos funerais e por não haver missa de sétimo dia. É verdade que, a cada dia que passa e diante das evidências, têm diminuído este tipo de atitudes e reacções. Mas ainda há poucos dias, um agente funerário me contava que uma neta de uma senhora falecida discutira com ele, porque queria ver a avó a todo o custo. Queria velório como se nada fosse. Queria tudo e mais alguma coisa a que achava que tinha direito. Isto é duro. Muito duro. 
O primeiro funeral a que presidi, com uma pequena celebração no cemitério, na presença de pouquíssimos familiares, doeu muito. Doeu tanto que, ainda antes de começar, olhei para os rostos daquelas pessoas e as lágrimas caíram-me pelo rosto sem eu lhes dar licença. É bem provável que tenhamos de buscar uma nova forma de fazer o luto! Mas também é importante não deixarmos que a dor seja mais forte que a nossa racionalidade! Neste momento há um bem maior do que a nossa própria dor. O bem comum. E é bom recordar o que ocorreu, por exemplo, num funeral, em Espanha, onde se contaminaram dezenas de pessoas. Ou o que, no Irão, e diante da enorme dificuldade em tratar da sepultura de quem morre com o vírus, como dizem algumas informações, os corpos têm sido sepultados em valas abertas. Assim como é de supor o que poderá acontecer em paróquias onde o pároco contrair o vírus e tiver de ficar em casa. 
É doloroso ouvir estas coisas. Saber delas. Pensar nelas. Imaginá-las. Tudo é doloroso neste momento. Rezemos. Rezemos por quem tanto sofre num momento como este e partilhemos da sua dor na oração!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Como serão os funerais quando não houver padres?"

segunda-feira, março 23, 2020

distância [poema 245]

Liga-me quando beijares alguém, quando lhe tocares a alma
Quando lhe disseres que a distância é tão só um momento
Fora de nós, um espaço ou um tempo que não possui a voz

A distância não é um castigo, é o desejo pressentido da comunhão
No coração

domingo, março 22, 2020

Eu sou padre

Só na última semana, numa diocese de Itália faleceram mais de dez padres. Em toda a Itália, segundo as informações que vão chegando, o número já vai, pelo menos, nos trinta. Tive oportunidade de ler os seus nomes num artigo. Um a um, ofereci-os a Deus. Em Espanha também li que faleceu, pelo menos, um. Mas são inúmeros os que estão em isolamento ou em cuidados intensivos. Ontem falou-se do primeiro padre contaminado em Portugal. E não é uma questão de números. Nem uma questão de os padres sermos diferentes dos outros. Porque não somos. Somos todos iguais no sofrimento e na morte. Nenhum de nós está livre ou isento de vírus e pandemias. Mas isto faz-me pensar. A mim. A minzinho. Faz-me pensar na minha vocação e missão. Tenho lido alguns testemunhos de colegas nestas circunstâncias, e fazem-me pensar no “até que ponto estou disponível para dar a minha vida pelos outros”, ou no “até que ponto eu entreguei totalmente a minha vida a Deus”. Sim, faz-me entrar na humildade e pequenez da minha vida e vocação. Sim, faz-me meditar no que sou e para que sou o que sou. Faz, faz.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "É aqui que se tem de estar"

sexta-feira, março 20, 2020

a nossa parte

Dizem-me que algumas pessoas ficaram indignadas por não terem missa estes dias. Dizem-me que algumas já tinham ficado indignadas com a Igreja quando se lhes sugeriu que não comungassem, por uma questão higiénica, na boca, alegando que se a hóstia consagrada era o Senhor, nada deveríamos temer. Recebi um correio electrónico com uma carta de um suposto colega alertando para o perigo de não celebrarmos missas com as pessoas. Tive oportunidade de ver uns vídeos de umas missas onde, em Espanha, um determinado bispo dava comunhão na boca, exclusivamente, sem medidas de higiene. Algo similar de um padre que percorrera as ruas com o Santíssimo a bater à porta para que as pessoas fossem à missa. 
Respeito que pensem diferente de mim e que, supostamente, confiem em Deus ao ponto de depositar n’Ele toda a acção. No entanto, estas atitudes ou reacções fazem-me lembrar os estudantes que rezam insistentemente para obterem ajuda nos exames, até acendem uma velinha a Nossa Senhora, mas depois não estudam ou não estudam o suficiente! 
Deus faz muito. Deus até pode fazer tudo. Mas também quer que nós façamos a nossa parte!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A minha Igreja do futuro"

quinta-feira, março 19, 2020

O beijo do meu pai

Tenho tentado encontrar o último beijo que dei ao meu pai e que agora está trancado, tanto ele como o beijo, naquela casa grande onde o deixei para ter os cuidados que necessita. Busco-o por todo o lado. Na cabeça. Na memória. No coração. Busco-o vorazmente porque era meu e quero-o a todo o custo. Porque quero tê-lo na mão para o ver e recordar a toda a hora. 
Desde sexta-feira passada que a Unidade de Cuidados Continuados onde está o meu pai ficou interdita a visitas. Fiquei feliz porque assim fica mais longe do maldito vírus. Mas também fica mais longe de mim. Mais longe dos seus. E hoje é um dia particularmente especial. É o dia de todos os pais. 
Há distâncias que se encurtam, em videoconferência, num diálogo quase surdo entre as minhas palavras e as que ele balbucia, entre o meu “Amo-te muito, pai” e o que me disse ontem e hoje com “eu também te amo muito, meu filho”. Vi-o a sorrir, como habitualmente, mesmo na inconsciência da sua doença. Fiquei feliz com vê-lo. Fiquei feliz com ouvi-lo. Mas não recordo como foi o último beijo. Sei-lhe o sabor, porque é igual aos outros, mas gostaria de tê-lo guardado e não guardei. Hoje, dia do pai, procurei-o ansiosamente! Tentei, ao menos, recordar a hora, o local e a alegria que sentira. 
Com tanta procura, aprendi, porém, que, por mais que o quisesse guardar dentro de mim, os beijos não são para se guardar, mas para se dar. Os beijos são o gesto de quem se dá para que o outro sinta que o amamos. O beijo que eu tanto procuro, afinal, está no meu pai que tanto amo!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Feliz dia do pai"

quarta-feira, março 18, 2020

padres covid

Padres que sobem aos telhados da Igreja e se filmam a celebrar a missa. Padres que gravam vídeos de lágrimas para os seus. Padres que replicam mensagens e mensagens. Padres que têm muitas ideias criativas e que pululam na internet, especialmente nas redes sociais, para chegar aos fiéis, para alimentar a fé dos fiéis. Que bom! Aprovo e apoio cem por cento. Fico orgulhoso desta nossa Igreja que encontra um outro modo, diante da adversidade, para evangelizar, para chegar às pessoas, para as não abandonar. Fico orgulhoso das centenas e milhares de missas que hoje estão disponíveis às pessoas nas suas famílias, Igrejas Domésticas, através das redes sociais. 
Porém, no meio de tanta coisa, não sei algumas coisas. Não sei, por exemplo, se alimentar as pessoas, replicando e tornando a replicar nas redes sociais, não será alimentar em demasia o mundo virtual em detrimento da realidade e da verdade das famílias reunidas por si mesmas e não por redes sociais! Assim como também não sei se nalguns casos não se trata de um aproveitamento, mesmo que inconsciente, para um certo egolatrismo! 
Não sei mesmo. Acho que cada vez sei menos!

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Na lareira 1"

terça-feira, março 17, 2020

Os gestos covid

Ligou há pouco. Ainda não passaram dez minutos. Tem oitenta e sete anos. Mora sozinha. Nota-se que já tem alguma idade, como se costuma dizer, mas é uma mulher que se ocupa e que tem sempre algo para fazer. Ligou e fomos conversando, como quase toda a gente por estes dias, no maldito vírus. Eu disse-lhe que tinha de se proteger, cuidar, isolar e precaver porque, como ela já sabia, faz parte do grupo de risco. E ela respondeu-me que já falou disso com “o lá de cima”. Foram expressões suas. Disse-lhe que se já tivesse chegado a sua hora, que não havia problema pois já tinha muita idade e já tinha vivido o suficiente. Pedia-lhe apenas pelos filhos e pelos netos. Que os protegesse. Mas que se achasse que ainda não tinha chegado a sua hora, que agradecia que mantivesse o vírus longe. Ainda nos rimos um pouco os dois. 
Porque a conheço bem, sei que foram palavras sinceras. Uma oração sincera. Mas nisto diz-me. Ó senhor padre, como está aí sozinho, aí por volta das 13h eu levo-lhe aí o almoço. Tenho de andar um pouco, que me faz bem, e não posso abandonar o senhor padre, que está sozinho! 
Eu é que me devia preocupar com ela, que faz parte do grupo de risco e está sozinha, e, afinal, era ela que se preocupava comigo, o senhor padre que está sozinho. Sem palavras e comentários. Esse reservo-os no meu coração com pequenas gotas de lágrimas.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A chorar durante a missa"

quinta-feira, março 12, 2020

esta hora covid

Escrevo com a sensação de que anda por perto alguma lágrima e, quiçá, entrando naquilo que eu me atrevo a chamar de “pânico de responsabilidade”, com decisões nas mãos para as lançar fora delas. Respiro fundo e sereno. Respiro fundo e digo para mim mesmo que vou serenar. Quem acha que tomar decisões pelos outros é fácil, que se desengane. Pelo menos quando o fazemos com consciência, sentido de responsabilidade e a pensar deveras nos outros, sobretudo os mais frágeis. 
Aqui, no meu pequeno mundo paroquial, sinto o peso de saber que devo tomar decisões equilibradas entre evitar a todo o custo os contágios, na expectativa de aprazá-los ao máximo para que as respostas de saúde possam ir surtindo efeitos, e evitar o pânico generalizado que nos mata por dentro e também nos impede de “viver”. Faz lembrar a notícia que ouvi esta manhã de um senhor que, por estar convencido de ter o coronavírus e porque não queria contaminar ninguém, se suicidara. 
Como o sociólogo Lipovetsky dizia, este vírus é sintoma da hipermodernidade, associado ao individualismo, a indiferença e a ligeireza como diagnóstico crucial do presente. A sociedade globalizada e móvel, que busca aceitar a diferença, mas que é cada vez mais indiferente, nesta hora obriga-nos a questionar os nossos alicerces. Queremos viver sem sofrimento e sem medos, mas isso não é possível sem responsabilidade, sem esperança, sem sacrifício e esquecendo o bem comum. E como cristãos, devemos encarar a vida como peregrinos, sabendo que a qualquer momento chega a nossa hora de ir para o Pai, mas ao mesmo tempo como bons administradores do maior dom que Deus nos concedeu, a vida que cada um de nós tem. Estamos, portanto, diante de uma realidade que nos assusta, mas que também nos pode auxiliar a fazer um exame de consciência pessoal e colectivo.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Sabemos pouco da vida"

segunda-feira, março 09, 2020

A igualdade das mulheres na Igreja

Li que um grupo de mulheres em Espanha, católicas assumidas, como se designaram, iam sair às ruas a pedir a igualdade. Li o texto com atenção, mas não o entendi. A peça jornalística referia que iam fazer uma manifestação diante dalgumas igrejas. Continuei a não entender.
Querer mais espaços na Igreja, mais papéis de liderança, mais voz é bom. Querer uma Igreja menos patriarcal e mais matriarcal, dentro dos necessários equilíbrios, é muito bom. É algo que também desejo. Mas invocam o princípio da igualdade e isso da homogeneização é algo que me incomoda. 
É uma tolice quando achamos que somos menos que os outros só porque não fazemos o mesmo. Esta coisa da igualdade impede a nossa diferença. Somos diferentes e precisamos da diferença que cada um é para se fazer a pluralidade e comunhão. Há coisas que as mulheres fazem muito melhor que os homens! E já o fazem em Igreja. E são igualmente Igreja como os homens o são no que fazem. Eu reconheço a corresponsabilidade das mulheres na Igreja. Como reconheço a corresponsabilidade dos leigos no geral. Ou dos religiosos. Ou dos homens. 
Nunca fui adepto do dia das Mulheres, como se houvesse necessidade de um dia para falar da sua dignidade. Para mim todos os dias são das mulheres. Como dos homens. Como da humanidade. Como de Deus.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "A Igreja das mulheres

sábado, março 07, 2020

A ‘minha’ ou a ‘nossa’ missa

Fora das chamadas missas pro populo e de algumas datas ou ocasiões especiais, pode haver aquelas que designamos como intenções de missa. As pessoas mandam sobretudo celebrar pelas almas dos seus defuntos. Assim também as chamadas missas de sétimo dia ou de notícia, algo que, antigamente, era no sétimo dia ou num dia de aniversário, e que agora é quando se pode, porque somos menos padres e temos mais paróquias. Aqui vou ensinando as minhas comunidades cristãs que celebro, não por causa de intenções, mas pela eucaristia em si. Tem melhorado a compreensão e o ritmo. Mas, ainda assim, nem sempre. É o caso das missas de sétimo dia, nas quais, algumas vezes, as pessoas dizem, como desta vez, a ‘minha missa’ ou a ‘missa da minha mãe’. Incomodou-me interiormente. Não o demonstrei. Sorri e aproveitei para ensinar, mais uma vez, que as missas não são particulares. São sempre comunitárias. Não disse o que pensei para mim. Mas escrevo-o agora, para que conste, ao menos, no meu pensar. A eucaristia não é posse de ninguém. A Eucaristia é eucaristia.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "As missas ou missinhas"

quarta-feira, março 04, 2020

Como se aprende a rezar?

Era uma senhora discreta. Mas interessada. Dirigiu-se a mim com discrição e interesse. Senhor padre, como é que se aprende a rezar? Perguntou. Respondi-lhe com outra pergunta. Como se aprende a amar? Se era com teorias, com aulas, com leituras, em laboratório, em sonhos, em fantasias. Eu mesmo respondi e prossegui. Olhe que se aprende a amar, amando. E a oração é como o amor. É uma forma de namoro com Deus. Por isso também se aprende a rezar, rezando. Tal como se aprende a amar, amando, se aprende a rezar, rezando.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Rezar é falar com Deus"