terça-feira, novembro 06, 2018

Pagar para ter a doutrina

Este ano o grupo de catequistas, juntamente comigo, decidiu convidar os pais daqueles que vão frequentar a catequese na paróquia, a darem um contributo para ajudar os custos com a Catequese. Nem sequer é obrigatório. Os pais foram convidados sem carácter de obrigatoriedade. Mas os zunzuns da paróquia, as vozes críticas da mesma, decidiram interpretar este convite como “agora é obrigatório pagar para ter a doutrina”. Foi assim que alguém se referiu ao assunto, em tom jocoso, quando estávamos à mesa de um restaurante, no meio de uma refeição. Reparem que até o termo “doutrina” fala do que as pessoas entendem que é a catequese, uma doutrina que se dá a conhecer. Respondi, saturado com os comentários que tenho ouvido a propósito, que nada era obrigatório na minha comunidade cristã. Nem contribuir economicamente, porque era uma questão de generosidade e partilha, nem a Catequese, nem o que quer que seja. O senhor indagou-me dos donativos, indicando que a paróquia devia viver dos donativos. Eu perguntei-lhe quais eram os donativos que ele tinha efectuado, e calou-se. Depois insistiu com o habitual tema de que a Igreja é rica e que o Vaticano devia auxiliar as paróquias, ou então que umas ajudassem as outras, referindo explicitamente o Santuário de Fátima. Tem alguma razão, neste ponto, este senhor. O que ele não sabia era que o Santuário de Fátima já tinha auxiliado a nossa paróquia e que o natural/ideal era que cada comunidade cristã tivesse a capacidade de  subsistir por si mesmo. Esclareci-o de que as contas da paróquia eram públicas e apresentadas anualmente com transparência, e que a gestão corrente dos últimos dois anos, devido aos custos normais e àquelas coisas que não se valorizam a não ser quando se precisa delas, tinha um saldo negativo. Acham que isso interessou ao senhor? Nada. A conversa continuou no mesmo tom, por um lado de quem acha que a paróquia não necessita de contributos de ninguém para nada, e por outro de quem está saturado desta forma de entendimento, que nada tem a ver com uma comunidade verdadeiramente cristã

25 comentários:

Anónimo disse...


Incompreensível, absolutamente incompreensíveis estas atitudes. Ao ler, até me deu um arrepio na espinha. Claro que somos comunidade e que devemos contribuir para as despesas da paróquia, não podemos estar a esperar por Fátima. Dividido por todos, é mínimo, e podemos descontar os donativos no IRS. Só para lembrar, as pessoas muitas vezes esquecem-se disso. Mas a verdade virá ao de cima, sem saldo negativo, porque o Senhor é bom e ajuda sempre à concretização das boa obras.
Nunca perca a fé.

Bom fim-de-semana.

Bj.

Anónimo disse...

A mim, que sou catequista, choca-me que os pais dos meninois queiram tudo de graça e ainda achem que as catequistas só cá estamos porque recebemos dinheiro!
Criticam a Igreja porque não é pobre, mas depois queixam-se quando não há aquecimento na sala da catequese ou na Igreja.

Anónimo disse...

A isso chamo ingratidão!

Anónimo disse...


Tenho duas filhas e também, na minha paróquia, nos é pedido um valor. Um valor completamente simbólico se comparado com o que se paga para aulas de ballet, karaté...etc. acho perfeitamente normal e acho que nem sequer deveria ser pedido! os próprios pais deveriam ter consciência.

Agora se queres falar de pagamentos pertinentes Pe., falemos das intenções... Sei o que me vais responder... o mesmo que o meu que o meu pároco me respondeu e o mesmo que ouvi há uns dias do do Papa Francisco.

Mas sabemos que da teoria à prática vai uma grande distância... entre as vossas (clero) palavras e o procedimento, no que toca a intenções, que está completamente enraizado em todas as comunidades...

Também compreendo a necessidade que as paróquias têm de cumprir com todas as despesas que são inerente à sua gestão.

O que me choca é o facto de se reclamar duma pequena contribuição para as despesas da catequese e não se estranhe o facto de estar "estabelecida" o montante de uma oferta para uma intenção.

Acredito também sejam as únicas ocasiões em que alguns fiéis ofertam. Concordo com as ofertas, eu própria as faço e as paróquias precisam delas para sobreviver.
Não é a oferta que me choca ...

SL

Confessionário disse...

SL, entendo o que queres afirmar, e tb eu acho que a eucaristia não tem preço, qualquer tipo de preço, porque é uma graça de Deus. Mas até as intenções são fruto de uma forma de viver em Igreja que tem a ver com o que eu referia. Se tudo fosse diferente, um ambiente de maior partilha e generosidade, provavelmente nem se colocava em hipótese haver um pagamento pela missa. Mas a Igreja tem sido uma prestadora de serviços e, nesse sentido, faz todo o sentido!

Anónimo disse...


Olha Pe. nunca tinha pensado numa intenção, como uma prestação de serviços... É uma perspectiva curiosa e reveladora.

SL

Confessionário disse...

OLé, de novo, SL

Não deveria ser, como é óbvio. Mas já pensaste que muitas das pessoas que colocam uma intenção de missa e pagam para esse efeito, vão à Igreja nessa data e quase só nessa ocasião?! Pedem a celebração de uma missa. Foram ao padre ou à paróquia pedir que seja celebrada uma missa.
Claro que dizer que são "muitas" pode ser excessivo... mas...

Servir com Alegria disse...

Como é interessante este tema, em que há tanto tempo, em tantas terras, paroquias se ajuda a catequese com uma quantia de inicio. Tudo dentro da igreja é Gratis, é um supermercado sem dinheiro...quanto dinheiro uma catequista gasta, em fotocopias em material tanto para ela como para distribuir pelos catequizandos, enfim. Uma migalha que se peça, é como que é arrancada a ferros. Queremos catequeses dinâmicas, com que material?.temos que comprar projectores, computadores, ecrans, internet, e isto tudo o catequista é que dá!!!.
Enquanto a Igreja que somos nós as pedras vivas não mudarmos de mentalidade, não conseguimos ir para a frente.Se queremos catequeses no terreno, a ajudar o próximo, e sair para fora das portas da catequese, quem nos ajuda????... Ajudar para sermos ajudados. Deus tudo dá, e nós o que damos a Deus?. Meu Deus tende compaixão deste teu povo, que anda tão desviado das tuas verdades.Enfim ajudem todos os que estão ao serviço da Igreja...

Anónimo disse...

Não leves as minha palavras como uma afronta Pe. , porque não o são , admiro a tua franqueza e entendo o que dizes, não duvides.

Mas os meus questionamentos são tantos... E confiando que tu és mais sábio do que eu, não resisto a “beliscar-te” na esperança que as tuas palavras de alguma foram me iluminem.

Já pedi intenções a troco de um envelope... não volto a fazê-lo, o princípio está errado.

Mas não me atrevo a emitir esta opinião junto da maioria dos que estão regularmente na Igreja, sob pena de não ser entendida e ser olhada de lado, por isso o mais sábio é ficar calada. E isso acaba por me incomodar... E mais uma vez vem o pensamento - O que ando aqui a fazer? A permanência não se mostra fácil...

bjinho,
SL

Confessionário disse...

SL, nem eu interpretei os teus comentários como uma afronta. Muito pelo contrário, Achei que tb me eram reveladores. Ou seja, me ajudaram a reflectir sobre o assunto. E tb acho que, às vezes, exagero um pouco, pois há tanta gente que coloca uma intenção na missa (e a paga) com autenticidade! O problema é que vamos dando conta de muitos que vêm à missa, querem uma intenção particular paga (às vezes até exigem determinadas datas ou ocasiões) como se se tratasse de uma prestação de um serviço que o padre vai fazer...

Anónimo disse...

Esta é uma questão muito delicada a exigir serenidade e bom senso. Como tudo o que mexe com o nosso bolso, suscita sentimentos divergentes que, as mais das vezes, não se prendem com o contributo propriamente dito mas com o destino que lhe é dado. Tem havido tanto escândalo, tanta falcatrua, que até a maior das bondades põe reticências na altura de abrir os cordões à bolsa.
Já quanto a essa ideia de prestação de serviços - que horror! - custa-me imaginar que lhe passe pelo cérebro uma hipótese como essa. Deve viver um múnus, o que não é o mesmo que uma militância. Se quer que lhe diga, estou farta de ouvir queixinhas de senhores padres, dicas comportamentais e directrizes morais!!! Metam-se na vossa vida, senhores clericais que tanto escarafunchais. Os furúnculos têm de ser combatidos, a sanidade tem de vigorar, mas atenção, esses ventos não sopram sempre na mesma direcção. Muito bem, digo de mim própria, nos momentos difíceis para me motivar (tecnicamente chama-se a isto auto-coaching). O mesmo faça a nossa querida Igreja, valorize-se, em vez de apontar, é que isso é afronta. A misssa não é tudo na vida, é apenas um ponto de encontro, uma partilha sacrificada, a levar avante com a naturalidade possível. Os papéis do padre, do coro, dos ministros da comunhão, dos leitores... da assembleia, dos equipamentos, paramentos, qual será...? Teremos que girar sempre em torno deles...? A semente é alimento...? O propósito serve a função...? O contributo serva a caridade...? São estas dific´limas questões que me ocupam, formam um nó, e me impedem de dormir descansada durante a noite. Apesar da minha imensa vontade, ainda não encontrei resposta satisfatória para elas. Assumindo que sempre olho pela minha janela vejo o céu turvo, resta-me confiar no Senhor que tudo sabe, ciente que ele me auxiliará e trará a verdade. Pelo menos parte significativa dela. A chave de qualquer comunidade cristã é a partilha. Esta, enquanto insigne expressão do amor, pacifica. Resta saber se ela é elevada intenção, ou letra morta. Agendada nos corações dos fiéis constituirá serena garantia de fraternidade. Onde esta existe florescem os frutos contributo/partilha. Como já dizia Vladimir Patrinsky dos Santos "os estilhaços criam laços". E não apenas entre os "nossos", laços mais profundos, extensíveis a toda uma comunidade, que sob a sua influência benigna anima, une, motiva e resiste a todos os tormentos, mormente às injustiças, as sociais. Este é o indizível poder do amor aconchegado, branqueado pelas mais nobres intenções. Precisamos de comunidades destas, a extravasar paz e amor, que não fiquem recostadas no ontem, mas briguem por um futuro de eleição, pois então. Por isso, como dizia um o cego, este intemporal:
- Senhor dá-me vista!
- Senhor dá-me vista, para que partilhe.Senhor, faz que eu leia.

Anónimo disse...


Interessante o tema do post.
Permita-se só uma pequeníssima crítica: ultimamente os seus posts são demasiado longo e é uma pena não dar mais uso ao seu incrível poder de síntese. Mas sim, é agradável.

Confessionário disse...

08 novembro, 2018 17:57
Concordamos em muita coisa. E até concordamos no facto de que, imensas vezes, abundam as queixas dos padres. Eu caio imenso nisso, e escrevo muito com base nisso. É a minha condição humana a vir ao de cima. Além disso, porque escrevo sobre o que sinto, penso, e sonho ou desejo, o que me leva, também imensas vezes, a escrever sobre estas trivialidades. Sou, como dizia em tempos num post, um queixinhas. Peço perdão se isso, porventura, às vezes, dá a ideia de que me prendo a essa queixa. De facto, não, e no que se refere a este texto, que já foi escrito há uns tempos, isso já lá vai. Quero sempre ver o lado mais positivo das coisas, e nem sempre o consigo.
Também no que se refere à prestação de serviços, coisa que deploro, é o que, infelizmente, tem sobressaído na igreja-cristandade, embora lhe possamos dar outros nomes. E eu sofro com isso. Sofro mesmo, porque também eu sonho com outra forma de ser Igreja, e vou tendo arraigos de angústia sem saber muito bem que fazer ou que rumo tomar por mim, pelos meus paroquianos, pela minha diocese, e pela fé.
Agradeço muito o seu desejo de me auxiliar...

Confessionário disse...

08 novembro, 2018 18:00
Pois vou ter isso em consideração. Às vezes parece que ainda fica tanto por dizer!
Grato

Anónimo disse...


Cof.

Fica sempre. E custa tanto ter que cortar as asas ao discurso... mas às vezes tem se ser! Como agora se diz: menos é mais. Mais-ou-menos.:)

Bom fim-de-semana.

Paulina Ramos disse...

Confessionário,
Acredito que partilhar é dar-se sem reservas e acolher da mesma forma.
Sei que a maioria das pessoas não vê a questão desta forma entendendo a partilha como o repartir de bens alheios porque os próprios já têm dono. Desta forma não será partilha e sim cobiça.
Retratas neste post uma realidade que se aplica a muitas outras paróquias, e os comentários são também parecidos, não que deixem de ter cabimento mas porque disfarçamos a hipocrisia apontando o dedo ao que está mal, como desculpa para o nosso agir egoísta.
Apetecia fazer um relato do tipo irónico do que acontece também aqui onde moro.
Acho que ia despertar algumas gargalhadas, porque vista de dentro a vida é uma tragédia, vista de fora é uma verdadeira comédia.
No meio disto tudo a única coisa que importa realmente são as nossas atitudes, isso é pessoal, o que os outros fazem fica entre eles e "Deus".
E ter muita coragem para ousar ser diferente!
De uma ampla forma tu fazes a diferença com este espaço onde todos se podem encontrar.
No que me diz respeito um grande bem hajas.


Anónimo disse...

Talvez tivesse bastado perguntar aos pais se as cadeiras e as mesas que os filhos usam na catequese caíram do céu, por exemplo. Sou catequista e gasto dinheiro do meu bolso em papel, tinta de impressora, cartolinas o que for necessário. Se fico aborrecida? as vezes fico, ganho ordenado minimo e tenho filhos a estudar, sai do meu bolso a custo. Ai de algum pai que me dissesse uma conversa destas...passaria a pagar cada folha de papel, para pingo de tinta, cada hora de electricidade!!!

Anónimo disse...


Triste este tema ser tão recorrente, mas é-o apenas por ser facto, e é com isso que temos que aprender a lidar, não com quimeras e outros devaneios irrealistas. Há que vencer os complexos e, se repararmos (para o que basta estarmos atentos) uma parte substancial das neuras e dos sentimentos de inferioridade têm a ver com o dinheiro, o vil metal. Nem Jesus Cristo lhe escapou, chegou-se que foi confrontado pelo menos três vezes, em situações distintas com questões relativas, umas vezes com mais outras com menos sofrimento. A lição a extrair é que temos de ter muita cautela, porque nem tudo o que brilha é ouro. Isto começa pela folga de papel, pelo tinteiro e não tarda nada já estão na nossa casa a tratar por tu a nossa própria mãe. A generosidade não é tudo, nunca esqueçais.Como refere a minha vizinha de cima, "tenho filhos a estudar sai do meu bolso a custo". Ah pois é!!! Sem saberem o que custa não sabem dar o valor. Gente interesseira.
Fique bem, senhor padre, muita, muita paciência e cabeça fria para lidar com esta geração de agora.

Anónimo disse...

Assim é, de facto, concordamos com alguma coisa, está visto. Quando escrevi aquele comentário estava irritada, logo eu que não sou nada assim, só reajo quando me chega a mostarda ao nariz, o que é raro por ser sabor que não me aguça o apetite. Sei que fui muito indelicada, grosseira, talvez também. Fiquei desgostosa. Pessoalmente sou mesmo muito pacífica. Se abundam as queixas dos padres é porque o pessoal é mesmo queixinhas,ou seja, queixa-se por dá cá aquela palha, transforma tudo em queixa, o que é abusivo. Para isso o único remédio que me acode à primeira vista é a tolerância, o perceber o que é imputável à condição humana e o que extravasa essa mesmíssima condição em toda a sua dimensão de imanência, numa gramática do perdão, na geografia da vida. O que me incomoda ferozmente são o barulho, o clamor das multidões, o buzinar sem quê nem para quê, o stress nas grandes cidades,enquanto ponto de fuga, na paisagem urbana. Só isso, por tendência, tira-nos todo o sossego, despoja-nos da nossa natureza mais íntima, obrigando-nos a inclinar-nos em face das únicas dimensões libertatórias, as nesgas de azul-cinzento, despidas ou vestidas de farrapos de algodão fofinho, quando não teoveja. Estou novamente a divagar, afastando-me do meu verdadeiro centro nevrálgico. Peço-lhe imenso perdão se o feri, não queria, de modo algum causar-lhe mossa. Mas o Sr, Padre tem um coração tão bom – isso eu sei: basta-me ler os seus posts tão tocantes - é tão certinho (calculo), tem uma palavra de perdão sempre na ponta da língua, está tão acostumado a confessar, tão habituado a perdoar em seguida – perdoa em nome de : ; é um “emissário do Altíssimo”, o que mais extraordinário ainda me parece – que me transmite toda a confiança de que necessito para abrir o coração de par em par. Maravilha sentirmo-nos perdoados. Em tempos também conheci um Sr. Padre com muitas qualidades humanas mas já há alguns anos que não lhe ponho os olhos em cima. Ouvi dizer que está muito mal. Bem, só lhe posso rezar pelas melhoras (se o Sr. Padre não fosse tão anónimo perguntava-lhe se o conhecia, talvez pelo nome chegasse lá e me pudesse encaminhar. Gostava muito de lhe enviar um postalinho. Espero que ainda não tenha falecido, pois já tinha muita idade.) Não maço nunca mais, pelo menos assim o espero. Desejo-lhe as melhores felicidades para este espacinho. Muito contente de, por acaso, ter tido a oportunidade de passar por aqui e por aqui ficar. Bons posts.Parabéns. Muitos anos de vida, cheios de saúde e alegria,

JS disse...

O Papa, na missa em Santa Marta do passado 9 de Novembro, comentando a passagem da expulsão dos mercadores do Templo:

Isto nos chama a atenção e nos faz pensar em como nós tratamos os nossos templos, as nossas igrejas; se realmente são casa de Deus, casa de oração, de encontro com o Senhor; se os sacerdotes favorecem isso. Ou se se parecem com mercados. Eu sei... algumas vezes eu vi – não aqui em Roma, mas em outro lugar – vi uma lista de preços. “Mas como pagar pelos Sacramentos?”. “Não, é uma oferta”. Mas se querem dar uma oferta – e devem dá-la – que a coloquem na caixa das ofertas, escondido, que ninguém veja quanto está dando. Também hoje existe este perigo. “Mas devemos manter a Igreja." Sim, sim, sim, realmente. Que os fiéis a mantenham, mas na caixa das ofertas, não com uma lista de preços.

Confessionário disse...

12 novembro, 2018 18:27
És sempre bem-vinda...

Anónimo disse...

Pois JS. Num mundo ideal seria assim!
Mas todos nós sabemos que voluntariamente poucas pessoas dão e é como dizes,"devemos manter a Igreja".
Vou dar um testemunho do que se passou comigo há bem pouco tempo. O meu marido faz parte da comissão fabriqueira cá da paróquia, e aqui a casa vêm ter as cartas para pagar de água,electricidade,as diversas mordomias volta não volta cá vêm bater a dizer que precisam de produtos de limpeza para a manutenção da Igreja e um sem numero de reparações, lâmpadas etc...
Num destes dias o meu marido, em conversa num grupo de pessoas,queixava-se desses mesmos custos!
Resposta de uma dessas pessoas: Ah não sabia que a Igreja também tinha que pagar água e luz!!!
Mas quando é pedido um contributo, muitos cá na terra dizem que não dão nada porque os Santos não comem nem bebem.
Sabes são aqueles que reclamam logo quando precisam dos serviços da mesma Igreja e ela não responde em tempo útil, ou da maneira que eles queriam.
Maria Ana

JS disse...

Maria Ana, as palavras que eu coloquei no meu comentário são do Papa Francisco, na tal homilia que eu referia. Esqueci-me de as pôr entre aspas para se perceber melhor que era citação.

Sobre este tema teria uma série de coisas a dizer, mas será necessário esperar por dias mais calmos no trabalho. Todavia, tocas num problema fulcral: as pessoas muitas vezes ignoram como funciona financeiramente uma paróquia. E falta perceber as razões disso.

Confessionário disse...

JS, as pessoas ignoram como funciona financeiramente as paróquias por dois motivos antagónicos: por um lado, porque ainda há padres que não são transparentes nem explicam as coisas às pessoas; e por outro, porque há pessoas que não nquerem saber do assunto, a não ser quando precisam de um "serviço" ou para terem assunto de conversa.
Aqui, na paróquia onde sucedeu a história (que eu acho que só pode ser uma história) é td bastante transparente a esse nível, e tive 5 reuniões com pais onde expliquei (acho que bem, mas pode dar-se o caso de não ter sido bem interpretado) os referidos gastos e como funciona administrativamente a paróquia. Claro que houve alguns que ainda não tinham dado o seu contributo que o fizeram de seguida. mas houve muitos outros que não o fizeram. E houve quem nem tivesse estado nas reuniões, e critica só porque sim.
Claro que, não sendo obrigatório, eu so posso dar graças a Deus por tanto coração generoso. E é o que faço. O resto são apenas desabafos, como se costuma dizer, de mau pagador... até o meu.

Anónimo disse...

Chamou interesseira à sua vizinha de cima ou percebi mal?