Tenho uma pedra sentada, ao colo
E uma canga pesada, aos ombros.
Não vejo, mas creio que vem
Atrás de mim, numa sombra,
Uma cruz ou algo que não sei
Um pinheiro sem folhas
Uma casa sem janelas
Um mundo sem pessoas
Sei lá bem!
Sento-me, pesado, a ver passar
o tempo, e nele, cansado, vai passando,
Outro eu que não eu, como o tempo
Passando, às centenas e aos milhares
Com pedras, cangas e coisas que não sei
Se são cruzes, não sei bem!
3 comentários:
Fez me a pensar nestas palavras, como sempre bem aditadas.
Meu Senhor e meu Deus!!!
Que cruzes...
Que poema tão elevado.
Que mistérios.
Devem ser mesmo cruzes que se
cruzam na nossa vida.
Confesso que este poema não me encheu as medidas, como outros. Mas os finais dos teus poemas são sempre extraordinários, e este não foge à regra.
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