Calquei de novo a calçada a meio da manhã de ontem. Percorre-se a calçada como se percorre a vida. Umas vezes vamos lá para baixo de vila. Outras para cimo de vila. A vida também se percorre assim. Umas vezes caímos. Levantamos. Corremos. Pé ante pé. Arrastamo-nos. È assim a vida. Altos e baixos. Por isso é bom termos ao nosso lado quem nos ajude a levantar e a procurar que o caminho se faça.
Calquei a calçada, desta vez para o meu café a meio da manhã. Entrei como de hábito. A sorrir para o pessoal. Uns já levados do álcool. Outros desempregados. Outros transeuntes como eu. Ó ti António, viro-me para ele. Amanhã é dia de confissão. Não se esqueça de aparecer. Sorrio. Ele também. Já temos este à vontade. Pois, pois, padre. Para que hei-de eu lá ir, se não vou deixar de dizer carvalhadas. Isto são as vulgarmente conhecidas asneiras. Mas ele diz assim e eu escrevo.
Tomo o café a sorrir. Implico com ele a sorrir. Vou para a calçada calcar os paralelos a sorrir por fora e a pensar por dentro.
Porque é que não se confessam estes homens?
A maioria, como o ti António, depois de umas asneiritas, das tais carvalhadas, custa-lhes abeirar-se da confissão. E julgam que não devem porque, logo ao sair do confessionário, já estão naquela porrada de palavras. Não são muito grandes. Mas são muitas. Não percebem que não são propriamente pecado, a não ser que sejam ditas para magoar alguém. São uma falta de respeito, uma falta de educação. Mas quase sempre saem da boca descomandada sem que o coração lhes dê o sentido verdadeiro delas. Imaginem o que seria no norte do país, onde dizer asneiras é um hábito normalíssimo em todos. Até nos padres!
Cá para mim não se confessam porque sempre foi um hábito apenas das mulheres. Ou por um machismo que não assume a sua necessidade. Ou então será uma Igreja feminista a que temos. Ou então nós, padres, ainda não lhes chegámos ao coração, pois que é pelo coração que nos confessamos. Ou então não querem perder tempo a não ser no café. Ou então não sei.
Calquei a calçada, desta vez para o meu café a meio da manhã. Entrei como de hábito. A sorrir para o pessoal. Uns já levados do álcool. Outros desempregados. Outros transeuntes como eu. Ó ti António, viro-me para ele. Amanhã é dia de confissão. Não se esqueça de aparecer. Sorrio. Ele também. Já temos este à vontade. Pois, pois, padre. Para que hei-de eu lá ir, se não vou deixar de dizer carvalhadas. Isto são as vulgarmente conhecidas asneiras. Mas ele diz assim e eu escrevo.
Tomo o café a sorrir. Implico com ele a sorrir. Vou para a calçada calcar os paralelos a sorrir por fora e a pensar por dentro.
Porque é que não se confessam estes homens?
A maioria, como o ti António, depois de umas asneiritas, das tais carvalhadas, custa-lhes abeirar-se da confissão. E julgam que não devem porque, logo ao sair do confessionário, já estão naquela porrada de palavras. Não são muito grandes. Mas são muitas. Não percebem que não são propriamente pecado, a não ser que sejam ditas para magoar alguém. São uma falta de respeito, uma falta de educação. Mas quase sempre saem da boca descomandada sem que o coração lhes dê o sentido verdadeiro delas. Imaginem o que seria no norte do país, onde dizer asneiras é um hábito normalíssimo em todos. Até nos padres!
Cá para mim não se confessam porque sempre foi um hábito apenas das mulheres. Ou por um machismo que não assume a sua necessidade. Ou então será uma Igreja feminista a que temos. Ou então nós, padres, ainda não lhes chegámos ao coração, pois que é pelo coração que nos confessamos. Ou então não querem perder tempo a não ser no café. Ou então não sei.
32 comentários:
Olá Padre!
Gostaria de participar da Quadragesima.como participar?
Espero sua resposta no meu blog.
desde já fiacarei muito agradecida>
Fique em Paz e na Paz do do nosso Senhor!
Rô!
Só para deixar um abraço e dar graças por este cantinho.
TM
Pois é... pois é...
Normalmente as facturas pagam-se sempre mais tarde (se não seriam vendas a dinheiro).
É este o preço do machismo enraizado, há muito tempo na nossa cultura.
* Homem que é homem, não chora.
* Homem que é homem, é que manda em casa e impõe o "respeito"(medo) aos filhos.
* Homem que é homem, trabalha o suficiente fora de casa, em casa é a mulher que no fim de mais uma jornada (fora de casa), que trata dos filhos, das refeições, roupas e lida da casa.
O homem na nossa sociedade, foi habituado a não dar parte de fraco!
Reconhecer que pecámos, é acima de tudo uma atitude de humildade, perante Jesus Cristo!
Pedir perdão pelas nossas faltas, é o auge da nossa intimidade com o AMOR INTELIGIVEL QUE DEUS NOS TEM!
Muita coisa tem que mudar.
É necessário um novo Pentecostes!
"Actos dos Apostolos"
Muitos Padres ainda desvalorizam, o RCC (Renovamento Carismático Católico), se eles soubessem das muitas conversões de homens e mulheres, que têm acontecido por essa grande Graça....
Recomendo a leitura dos livros: "Jesus está Vivo"; "Como um Vendaval" ediçoes Pneuma.
Vejam a Página da Pneumavita!
Bons Frutos Espirituais.
Kalos
Olá! Já há muito que aqui não vinha e já tinha saudades! :)
Gostei da tua comparação da calçada com o percurso da vida, o que remete para uma realidade poética fantástica!
Quanto ao objectivo do texto, infelizmente temos uma igreja muito feminista e infelizmente cada vez mais envelhecida..pelo menos é essa a minha visão. Mas creio que a igreja sempre foi um pouco assim e é esse o mal..contudo não se pode culpar a igreja por isso. é um fenómeno causado pela educação, o que justifica que antigamente os homens iam mais à igreja, apesar de as mulheres terem sido acorrido em maior numero.
A igreja tem de se modernizar ainda mais..e mesmo assim é complicado, porque como já referi o estigma vem da educação recebida..
Gostei de te reler! um beijo grande
Olá Padre,
Gosto imenso do seu confessionário, pois cá estou eu todos os dias a ler as suas mensagens e pensamentos....
Estas pedras da calçada são aquelas que temos que levar nas nossa vidas, pois a vida está cheia delas, só assim tb a vida têm sentido.
E temos uma Igreja muito envelhecida, mas os padres desculpe não todos, não ajudem a que isto mude.... Pois até tentam afastar as pessoas.
Depende das zonas do pais, ds cultura e da mentalidade, a meu ver. Sei que existem outras zonas em que os homens também se confessam.
Olá!
Vou aproveitar que ainda tenho net e deixar o meu comenário...
"É verdadeiramente libertador saber que na nossa fragilidade está a nossa força" Pde António Almeida
E é nas pedras que vamos encontrando pelo caminho, por vezes conseguimos contornar, por outras não, que vamos encontrando a força para a caminhada...
Onde encontramos a força?
- na Confissão
- na Reconciliação
- no Perdão
- na Comunhão
- na Oração
- no PAI, no FILHO, no ESPÍRITO SANTO
Encontramos também essa força, nos Amigos... na Família, nos Padres, nos Médicos, nos Enfermeiros, nos que estão deitados ao nosso lado, nos que passam por nós e nos sorriem sem nos conhecerem...
Mas é na Confissão, que eu encontro a verdadeira força para caminhar...
Concordo com o Kalos, "O homem na nossa sociedade, foi habituado a não dar parte de fraco!"
Mas tenho Fé, que em breve mais homens (sexo masculino), sintam necesidade de se confessar...
Bjinhos para todos e um abraço especial pr si confessionário...
MJG
Olá Padre. Boa noite
A Calçada
A calçada gasta velhinha
Tem um passageiro
Que ia e que vinha
Que desce e que sobe
Que percorre
A Vila velhinha
Nos teus passos de romeiro
Cogitas em silêncio-SÓ-
Ouves ao longe o -ECO-
De passos será o Companheiro!
Há se as pedras falassem
O que então ouvirias?
E no teu coração sentirias
A confissão?
Do que a ninguem dirão
Por vergonha? ou não saberão?
Que a vida é : amor, paixão
Desejo e relação
Perdão
Vida que é dom de Deus
E a todos sem distinção
Nos amou e se deu
E perdoa , perdoa
Porque pecados não são
Um palavrão
Napureza dos sentimentos
Pela calçada, vales ou serranias
Tuas mãos erguidas
Ao Criador
De uma vida entregue por amor
Qual solitário de noites
Invernossas ou quentes
Teus passos cansados
Dolentes
Na calçada velhinha
Ouves oEco o Vento
Diz-lhes é jesus que está presente
Tenha uma boa noite.
Maria, lindíssimo o poema. Já li e reli... e meditei...
Será o não querer ver e sentir e viver o grande Amor que se revela no mistério do Perdão... Às vezes somos assim, receamos até as coisas que sentimos serem boas...
E quantos de nós, ou melhor, quantas pessoas, sejam elas homens, mulheres, jovens adultos, adultos, muito, muito adultos, não pensamos/pensámos já, alguma vez, como o Ti António? Eu já pensei "Para quê a confissão se já sei, de antemão, que vou voltar a pecar? Estou a ser hipócrita! Não mereço, não vale a pena". O problema, digo eu cá do pequeno degrau da minha ENORME ignorância, não está no sexo, na idade ou no espaço onde vivemos, o problema está no nosso coração, que por alguma (ou várias!) razão não sentiu (,ainda,) aquele fogo, aquele "pico", aquele alfinete, aquela cenoura, aquele sopro, aquela brisa (que às vezes tem de ser vendaval) que nos faz sair do estado de dormência, do automatismo e nos leva à descoberta daquele Alguém que, estando lá, não (re)conhecíamos. E ás vezes (embora que para mim foram muitas), não é por falta de "safanões", pistas, alertas, evidências do tipo "Iôh! Acorda! Estou Aqui! Não fujas, que te Estou a amparar! Anda cá, que te Dou colo!. É simplesmente porque estamos embrulhados, presos numa teia espessa (uma espécie de mundo irreal do tipo matrix que é real até ao momento em que percebes que não é), onde somos qualquer coisa que não pessoas, porque não percebemos quem realmente somos e o que realmente queremos...
Diga-me, Padre, é assim ou assim-assim, ou estou a "pensar ao lado"?
Maria Ana
Maria Ana, é um bocadinho grande assim...
Como é bom este confessionário...
É na partilha de meditações, dúvidas e experiências, que crescemos como "Homens", e, espiritualmente na nossa fé!
Temos assim a oportunidade da entreajuda.
Ó Pe. "amigo", tenho notado a falta da "Lisa mau feitio", será que ficou triste com "a blusa aos quadrados", ou "mudar de lugar 3x"?
Será que lhe deram uma "penitencia" muito grande?
Espero que não... afunal parece ser boa "piquena".
Um abraço em Cristo
Kalos
Ó Pe. C, então e não pode evançar um bocadinho grande mais no assim que realmente é? É que às vezes, nem mesmo uma tempestade, seguida de grandes cheias me arrancam da cama onde insisto dormir......... e uma virgula pode benm mudar o sentido de toda uma frase.
Maria Ana
Olá MJG.
Deixei-lhe uma mensagem no post abaixo, espero que goste...
Abraços.
Padre do meu coração!!!!
Antes de a si me dirigir, deixe-me ali dar uma palavrinha a um amigo comum!!!! ahahaha
KALOSSSSSSSSSSS!!!
KALOSSSSSSSSSSSSS!!
ESTOU AQUI!!!!
ESTOU AQUI!!!!
ESTOU AQUI!!!!
Ai Padre, que importante me sinto q até os seus amigos notam a minha falta!!!!!!
Kalos, meu amigo, andei "apagadita" por motivos vários: família, trabalho e coisas normais (tipo dar a ferro, arrumar a casa e afins, sou mãe de família, caramba!!!!)
Agora para o meu Padre mailindo, do meu coração!!!!!
Padre, mais uma vez uma delícia de post e desta vez... Cheio de "trocadalhos do carilho"!!! ahahahaha
Padre, concordo plenamente consigo quando refere que nem sempre, ou mmo na maioria das vezes, as asneirolas não se dizem com o valor que as mesmas encerram em si. Anyway... Odeio asneiras, com ou sem valor encerrado nelas. Odeio, simplesmente... Pronto, lá digo uma vez por outra uma "merda" e assim, mas nada de grave... De resto, odeio. e odeio ouvi-las. Caem-me mal. é o que lhe digo. Podemos dizer tanta coisa feia em vez de asneiras (se bem que há palavras mais feias que as das asneiras, mas isso daria aqui um post e o blog é seu, não meu... ahahah).
Qto ao resto, uma igraja feminista... Pois bem, dou-lhe razão se se referir a meios pequenos. Aí sim, a igreja é maioritariamente das mulheres, das velhinhas amorosas e boas, das alcoviteirinhas, das beatinhas boas de coração e das irritantes. Sei do que falo pq tenho uma casa de férias numa aldeia maravilhosa.
Mas como vivo num grande centro urbano, não presencio essa falta de homens na igreja (graças a Deus, que assim a gente tb alivia as vistas!!!- estou a brincar, calma anónimos, não se virem a mim!!!).
Homens é o que mais se vê por cá na Missa, nas Orações, nos momentos de adoração e outros momentos de encontro com Deus.
E fico bem contente com isto!!
Também tenho a sorte de viver rodeada de gente católica, mas daquela literalmente católica e por isso talvez não me dê conta dessa lacuna (lá está... a não ser qdo vou para a minha Avó passar férias).
Aqui, Padre do meu coração, aqui onde eu estou a Igreja é bonita, é actual, as pessoas que me trazem Deus à alma são muito compreensivas e fantásticas!!
Tenho muita sorte nesse aspecto, Padre!!
espero que haja pessoas que bastem a ler-me aqui e agora!!! Acreditem que a igreja não se pode julgar por casos que ouvimos daqui e dali. Há uma igreja que é um todo, que é humana, que erra e que não erra. A igreja é humana, mais que não seja porque é conduzida por pessoas, certo??
Errar humanum est!!
Ai Padre, desta vez esmerei-me e não escrevi disparates despropositados!!!! Ou escrevi??? ahhahaha
Beijos ao Kalos!!!
Beijos ao Kephas, que me parece que anda chateado comigo desde aquele arrufo com a sua comentadora "t"... Mas eu deixo bjs na mesma ao Kephas!!!
E até deixo à "t"!!
E beijo tb todos os seus comentadores!!!
E ao Padre, deixo mil, mil beijos daqueles meus: em biquinhos de pés, pq sou baixota, na sua bochecha que deve ser tão jeitosa, Padre mailindo!!!!!
Lisa
PS - Padre, vou enviar-lhe um mail urgente... Muito urgente... A sua caixa postal vai encher-se de beleza!!! Qdo lá vir flores a saltitar, já sabe: a Lisa escreveu-lhe!!!
Eu tambem sou homem e embora praticante catolico, mas cada vez com menos fe na Igreja, tambem sou daqueles que pouco vou a confissao, quando la vou, vou com a conviccao de que a confissao para a unica coisa que serve, e para desafogar-mo-nos porque realmente quem pode perdoar e D*us!
Mas tem razao o amigo Padre, nos homens nao gostamos de confessar-nos a outro homem seja padre ou nao.
Um abraco em D*us, do algodrense.
Ó lisamaiiiilinda, é só para dizer que aqui tb os homens vão à missa. Acho que até bastantes, embora as mulheres sejam em maior número.
Mas a questão está na confissão e nas asneiras... ditas carvalhadas.
Olá... passei pelo Confessionário... hehe..
Vou deixar aqui a minha opinião sobre a confissão dos homens...
Sou homem e vou ao "confessionário"... mas pergunto... não será primeiro necessário anunciar a palavra a esses homens que não se aproximam do Senhor, será que eles sabem o que é a Confissão? Como podem alguém se aproximar de um sacerdote para abrir o coração, se ele não vê nele Jesus Cristo... não digo que a culpa seja dos padres, ou da igreja, pois a igreja somos nós... mas acho que primeiro é necessário anunciar Jesus Cristo... Ele que está presente nos Sacramentos... da Reconciliação... da Eucaristia... e quando os homens conseguirem entender que é a Jesus Cristo que nós nos confessamos ou que é Jesus Cristo que perdoa os nossos pecados... penso que depois sim... os homens se irão aproximar de Confessionário...
Abraços...
LAMSG
Oh, Lisa:
Eu, chateado consigo?
Não é verdade e como prova retribuo os bjs.
Quanto ao post, não sei bem por que os homens não gostam de se confessar. Acho que deve ser por aquele receio masculino típico a tudo o que é intimidade e abertura de sentimentos, penso eu. Quanto a mim, essa vergonha inata é superada pela minha sede de graça. Se pudesse, andava sempre com um padre atrás de mim para me confessar mal fizesse a minha "asneira" lol.
Cumprimentos também ao Confessionário e a todos os outros.
Oh Padre do meu coração!!!!!
A ver se nos entendemos!!!
Eu bem percebi queo tema era esse, posso é ter-me exprimido mal!!! O que é normal, pq entro aqui e algo em mim se modifica, tal a emoção de blogar de forma divina! Mandar comments ao céu não é para todos!!!
Então, se vivo numa igreja também bastante masculina é porque, é óbvio, que os homens aderem à confissão!!
Ai Padre, ultimamente só implica comigo!! Credo!!!
Olhe, hoje ri-me à sua custa!!
Tive Missa com os miúdos!! O Padre de lá é um amor, um padre que me faz lembrá-lo e é um jeitosão que até é pecado olhar de frente mais de duas vezes seguidas...!!! :)
Olhe, de repente, lembrei-me: e se este é o meu Padre bolgosférico???????
Olhe... Deu-me lá ataque de riso tal, que nem lhe conto!! Ainda fui à Comunhão com as maçãs do rosto encarnadas de tanto engolir o riso!!
Ai Padre, e se aquele é o meu Padre do coração??? Padre não me dê essa notícia!! Padre, não me quebre este encanto virtual que mantenho com Deus através de si!!
ahahaha
Mil beijinhos enormes no meu Padre mailindo!! :)
Lisa
Eu sou mais leitora do que comentadora. Mas tu és tão engraçada, Lisa! Se o beijinho tb era para mim...outro do fundo do coração.
Filó
Amigo:
Para ser sincero contigo (e talvez por ser homem :) e não padre) também a mim a confissão, reconciliação (ou como queiras chamar) é um mistério que ainda não descobri, talvez o mesmo mistério que sente o António.
Procurei perceber este mistério por diversas vezes mas ele ainda me é um mistério.
Lembro-me em pequeno, essa espécie de procissão em que as pessoas seguiam em fila e paravam alguns metros desviados do padre. Depois, uma a uma dirigiam-se a ele, ajoelhavam-se e contavam-lhe os seus segredos mais íntimos, nesse momento soube que esses segredos tinham nome (pecados). Durante muito tempo também eu contava aos padres os doces que comia, aquelas mentiritas de infância, esses eram os meus segredos que não queria contar a ninguém mas a Deus queria, afinal Deus era especial, tipo... Super herói. E o padre era como o carteiro de Deus.
Algum tempo depois tudo isto me fez confusão. Confusão que ainda perdura, porquê? Porquê aquela procissão? Porquê falar ao padre? Porque poderia eu rezar só ou acompanhado a Deus e reconciliar-me com Ele tinha que ser por "carta"?
Amigo, vou ser sincero contigo nunca mais fui a uma dessas procissões.
Um dia com uns amigos decidimos guardar um fim de semana em que viveriamos juntos para falar, rezar, viver em comunidade com Jesus. Precisávamos de uma dona de casa, mas como um mordomo era mais fino :) convidámos um padre que connosco convivia nesses tempos para assumir esse papel. Com essa vossa mania de ajudar toda a gente :), ele, para mal dos nossos pecados :) , aceitou. Num serão de lareira desafiou-nos a nos reconciliarmos, imediatamente pensei que não estava propriamente chateado com Deus para me reconciliar, mas tinha que tirar a dúvida e talvez aquele fosse o momento. Um a um todos os meus amigos foram aproveitando o momento e eu extremamente nervoso sem saber se ir ou não ir, afinal homem que é homem não vai contra os seus princípios :).
A dúvida persistia e por isso aquele era um momento para aproveitar. Avancei para a sala pequena, mas acolhedora, onde ele se encontrava, sentei-me no sofa e disse, algo como: "não me sei confessar, não entendo para que serve". Ele não ligou, falámos da vida, dos estudos de então, daquele fim de semana com o pessoal... Até que decidimos juntarmo-nos aos outros.
Quando me preparava para saír perguntou-me se queria a absolvição, disse que tanto me fazia (não no sentido de "me armar aos tordos" mas porque não via para mim nesse gesto, nesse rito, necessidade alguma, não o entendia) no entanto ele avançou. "não faz mal eu absolvo-te na mesma" e com aquele gesto, lembrando o sinal da cruz cumpriu a sua vontade.
Quando saí parecia ter perdido 100Kg de peso, sentia-me bem, feliz, leve... Aqueles 10 minutos como que me transformaram, cheguei junto do pessoal e todos eles, em tom de gozo, diziam que devia estar cheio de pecados tive lá quase uma hora. Na verdade o tempo passou e não dei conta. Essa sensação de "paz de espírito" como um dia me disseram que se chamava essa "coisa" estranha, sentia mais duas ou três vezes em momentos idênticos a este, procuro-os quando o desejo de perceber que é isso da reconciliação me faz procurar alguém com quem possa tirar a dúvida que apesar de tudo ainda persiste:
Que é isso da reconciliação, meu Deus? Porque tenho que falar com o padre para me reconciliar contigo? Porque não falamos os dois, como fazemos tantas vezes? Porque afinal, sinto-me um pouquinho reconciliado contigo quando falamos e sinto que depois tenho que fazer algo de diferente, algo activo, algo para além da nossa conversa.
Esta é a minha experiência não sei o que é confissão, se a procissão de menino ou as longas conversas da vida de adulto. Não sei se é reconciliação, não sei se é confissão, não sei se ambas as palavras significam o mesmo, não sei...
Amigo padre:
Hoje em dia continuo a ter dúvidas, o mistério para mim continua e só de teeeeempos a tempos é que falo disto com um padre e sempre a frase aparece: "Não sei o que é confessar-me, para que serve?"
Amigo, afinal, o que é isso da confissão, explicas-me?
Amigo, alonguei-me eu sei, mas pensei em esvrever 10 linhas e estas cresceram como o tempo ;)
Um abraço
Padre do meu coração!!!
Vim beijá-lo antes de me fazer à vidinha boa porque hoje está um dia maravilhoso por cá e não me vou enfiar em casa a fazer limpezas. Seria pecado não aproveitar esta dia lindo que Deus me mandou. Limpo depois!!!
Oh Padre, estive a reparar (já sabe que eu sou muito poucachinha, picuinhas... Já sabe que sou um poço de mimo!!!) e constatei que o Padre não me desejou no blog as melhoras da minha Avó nem as do meu Pai. Acho mal!! Nem parece seu!!! Anda aí ocupado com as suas paroquianas e depois eu, uma crente virtual sempre com sede da sua palavra divina e enternecedora, fico para trás!!! Acho mal outra vez!!!!
Deixei no meu blog uma receita fantástica para a sua empregada lhe fazer quando o Padre nos convidar a todos para irmos à sua paróquia tomar um chá e embelezar alguma quermesse!:)
Vá, vinha só beijá-lo e já me alonguei: ralhei consigo e ainda me fiz de convidada para ir aí! E ainda incluí todos os leitores!!!
Estou pior que os ciganos!!! Para onde vai um, vão todos!!!
KEPHAS: q alívio não estar de mal comigo!!! Até porque eu não tive culpa da zaragata que se armou aqui. E mal o Padre pediu paz entre mim e a "t" eu nunca mais falei do assunto. Quer dizer, falo apenas para relembrar que fui educada e obediente e humana. De resto, o assunto morreu para mim.
Filó, claro que o beijo tb era para si. Se frequenta o blog do padre do meu coração, os beijos são tb para si!!
Oh Padre, tem de me começar a dar umas prendas com este meu serviço público, caramba!!! Até já faço aqui re comments e olhe que sei que lhe tenho trazido alguns visitantes que andam encantados consigo... Fico contente porque assim sempre lêem alguma coisa de jeito.
Feliz dia de sol para todos, "t" incluída!!
Lisa
Rui, um dia hei-de explicar, com o tempo hei-de explicar, aos poucos hei-de explicar...
Aguarda no teu coração!
abraço
Lisa's, vai em paz e que os teus estejam bem. Esta bem assim?
Está, Padre do meu coração!!!
Assim está fantástico!!!
mil beijinhos, mil, meu anjo blogosférico!!!
Lisa
¿Como vivo mi cuaresma? Tal como lo propone hoy la segunda lectura de la Misa: Levantándome de la muerte, y dejando que la luz de Cristo me ilumine. Bendiciones.
A nuestros hermanos de espanha, a nuestros nuevos amigos, gracias por vuestra visita.
Olá!
Os homens não se confessão, porque simplesmente acham que isso não é para eles.
Na semana passada tivemos as confissões cá na aldeia.Apenas três homens se confessaram, um tinha 80 anos , os outros dois apenas 17 anos. Quando sai da igreja, passei pela tasca da terra. Com a minha boa disposição comentei:pessoal, o Srº Padre perguntou por vocês, ninguem se foi confessar... Um resmungou de um lado, outro resmungou de outro.E lá acabaram por dizer que isso é coisa de mulheres.E quando lhes perguntei: e vocês não têem pecados? Eles encolheram os ombros e mudaram de conversa.
Na cabeça deles a confissão é apenas para mulheres, por mais que eu resmunga-se com eles não os consegui convenser. Não é facil mudar mentalidades, principalmente das pessoas mais idosas.
Um abraço!
Alexandra
Olá confessionário!
Acho que estamos com um bico de obra na quadragésima.com - frente Espírito Santo.
Esta chegou ao Chile, ao padre Cristian que aqui deixou um comentário atrás.
Receio que a barreira da língua tenha criado dificuldades de entender o que lhe foi proposto...
e agora?!
Padre amigo,
Por motivos linguisticos a frente Espírito Santo da quadrasesima.com teve que voltar atrás, à Cátia do blog Amor de Deus que a levou para o seu blog pessoal e de lá enviou outro convite.
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