segunda-feira, dezembro 17, 2018

papel [poema 198]

Pareciam passos, mas eram folhas de àrvore
a cair à beira da minha janela de papel

Mergulhei nelas como pude, de roupas vestido,
Tapando a cabeça do frio que mendigava na rua

Nadei, por dentro delas, até me sufocar
Eram demasiado envelhecidas, caídas e amarelas
Passara o tempo verde, mas continuavam a ser elas

Mais uma vez voei sem me levantar do chão.
A árvore estava viva e os passos que eram folhas
Vinham até mim, de mansinho, e eras tu

no papel

6 comentários:

Ana disse...

Que lindo padre, seus poemas do cotidiano que nos fazem enxergar de jeitos diferentes uma mesma coisa, inspira e abre o coração para outras formas de enxergar a vida

Por favor, não pare de escrever, maior alegria do dia é vir aqui e ter um post todinho novo, acabado de sair do forninho <3

Um abraço

Anónimo disse...

muito interessante, padre, como quase sempre!

Anónimo disse...

Como sempre as tuas palavras são belíssimas colocações...

Zilda disse...

O melhor da vida é o outono quando as folhas secas caem e novas folhas revovam.

Ailime disse...

Boa tarde Sr. Padre,
Um poema muito belo, assim como mensagem nele contida.
Ailime

Anónimo disse...

Ouvi tantos elogios a este seu poema, que não pude deixar de o vir espreitar.
Infelizmente não consigo perceber tudo, tenho grandes limitações quanto à interpretação poética e este foge um bocadinho ao linear.

Mas prometo fazer um esforço para apreender a mensagem.

Acredito que esteja muitíssimo ocupado por estes dias. Sei que há mais missas, visitas a lares, hospitais e creches. Desejo muita força para o desempenho da missão que lhe foi confiada, que leve um bocadinho de alegria e amor de Deus aos mais frágeis e necessitados.

Santo Natal e Próspero Ano Novo.

- Sr. Padre não trabalhe tanto, os exageros são prejudiciais. Poupe-se.