Encontrei uma carta no correio. Toda encarnada. Toda enfeitada. Parecia o embrulho de uma prenda. Era uma carta com remetente sem morada. Descobri, depois de aberta, que era uma carta de um pai natal. Apercebi-me disso porque tinha uma caligrafia muito bonita, também encarnada, estava cheia de emojis coloridos e, no final, era assinada por um pai natal. Curiosamente, vinha assinada em minúsculas. A leitura era fácil, dado que o texto não era longo e as letras tinham um tamanho acima da média. Não sei traduzir tal e qual o que li. Não me sinto verdadeiramente autorizado a fazer copi past, nem me dou ao desplante de fazer minhas as palavras que li e que me fizeram chorar. Afinal, tratava-se de uma oração de um qualquer pai natal, dos muitos pais natais que nesta época pululam nas nossas cidades e nos nossos centros comerciais a apregoar felicidade. A oração era dirigida a Jesus. Ao Menino Deus.
Era a carta de um Pai Natal que se ajoelhava diante do verdadeiro Natal. Dizia palavras como: eu só trago brinquedos e tu trazes amor; eu faço rir as crianças, mas tu ama-las de verdade; eu deixo uma alegria passageira, mas tu deixas o teu coração para sempre; eu tenho bochechas rosadas e uma barba branca e farta, a maioria das vezes postiças, mas tu tens umas cicatrizes nas mãos e no peito que são a maior verdade; podes encontrar vários como eu nas cidades e centros comerciais, mas só tu és o único omnipotente, vivo e verdadeiro; eu alimento a economia e o mercado de consumo, mas tu dás sentido à vida das pessoas; eu brinco às cartas e mensagens de pedidos, mas tu levas a sério cada um de nós… Era tão linda e tão autêntica a carta!
No final, antes da assinatura, dizia ainda algo do género: diante de ti me dobro no teu aniversário. E depois assinava. Era o Pai Natal dos meus sonhos.
Aproveito para agradecer a Deus estes 13 anos de vida do "Confessionário dum Padre" e os 1022 textos que nele foram publicados
10 comentários:
Onipotente é pouco. Belíssima colocações deste texto. Me fez pensar e chorar que o sentido das palavras eleva ao Ao senhor Jesus.
Se não sabes o que presentear teus entes mais queridos. Presentei os com teu amor.
Obrigada nós pelos treze anos de partilha.
E eu agradeço a existência desta morada virtual e no amigo verdadeiro em que te tornaste, quase num anjo de Natal ;)
Beijitos
V(S)L ;)
essa carta está realmente muito bem escrita
apareceu várias vezes em partilhada no facbook
Boa noite Sr. Padre,
Um texto, como sempre, muito belo e a carta do Pai Natal com um conteúdo sublime que merece uma boa reflexão. Este Pai Natal incarna o verdadeiro sentido do Presépio.
Parabéns pelos treze anos do Blogue e respetivas publicações que são obra!
Continuação de santo Natal.
Ailime
Parabéns pelos treze anos de vida.
Padre, tantos anos já passaram!
Sou sua fã, desde há muito tempo. Lei-o com muito prazer e faz-me sempre bem.
Muito obrigada
De facto, não é fácil um blog manter os leitores ao longo dos anos, eu já cá ando há seis anos. Parabéns!
Esperamos pelo livro!
Um Bom Ano!
SL
Ui, o livro...
Eu tenho este mau feitio de achar que tem de ser Deus a providenciar que assim seja, e até ao momento Ele não se descoseu... hehehehe
Obrigado a todos os que me têm dado felicitações pela existência do blogue.
Enviar um comentário