terça-feira, dezembro 25, 2018

O Pai Natal dos meus sonhos

Encontrei uma carta no correio. Toda encarnada. Toda enfeitada. Parecia o embrulho de uma prenda. Era uma carta com remetente sem morada. Descobri, depois de aberta, que era uma carta de um pai natal. Apercebi-me disso porque tinha uma caligrafia muito bonita, também encarnada, estava cheia de emojis coloridos e, no final, era assinada por um pai natal. Curiosamente, vinha assinada em minúsculas. A leitura era fácil, dado que o texto não era longo e as letras tinham um tamanho acima da média. Não sei traduzir tal e qual o que li. Não me sinto verdadeiramente autorizado a fazer copi past, nem me dou ao desplante de fazer minhas as palavras que li e que me fizeram chorar. Afinal, tratava-se de uma oração de um qualquer pai natal, dos muitos pais natais que nesta época pululam nas nossas cidades e nos nossos centros comerciais a apregoar felicidade. A oração era dirigida a Jesus. Ao Menino Deus. 
Era a carta de um Pai Natal que se ajoelhava diante do verdadeiro Natal. Dizia palavras como: eu só trago brinquedos e tu trazes amor; eu faço rir as crianças, mas tu ama-las de verdade; eu deixo uma alegria passageira, mas tu deixas o teu coração para sempre; eu tenho bochechas rosadas e uma barba branca e farta, a maioria das vezes postiças, mas tu tens umas cicatrizes nas mãos e no peito que são a maior verdade; podes encontrar vários como eu nas cidades e centros comerciais, mas só tu és o único omnipotente, vivo e verdadeiro; eu alimento a economia e o mercado de consumo, mas tu dás sentido à vida das pessoas; eu brinco às cartas e mensagens de pedidos, mas tu levas a sério cada um de nós… Era tão linda e tão autêntica a carta! 
No final, antes da assinatura, dizia ainda algo do género: diante de ti me dobro no teu aniversário. E depois assinava. Era o Pai Natal dos meus sonhos. 

Aproveito para agradecer a Deus estes 13 anos de vida do "Confessionário dum Padre" e os 1022 textos que nele foram publicados

10 comentários:

Anónimo disse...

Onipotente é pouco. Belíssima colocações deste texto. Me fez pensar e chorar que o sentido das palavras eleva ao Ao senhor Jesus.

Anónimo disse...

Se não sabes o que presentear teus entes mais queridos. Presentei os com teu amor.

paula disse...

Obrigada nós pelos treze anos de partilha.

Anónimo disse...

E eu agradeço a existência desta morada virtual e no amigo verdadeiro em que te tornaste, quase num anjo de Natal ;)
Beijitos
V(S)L ;)

Anónimo disse...

essa carta está realmente muito bem escrita
apareceu várias vezes em partilhada no facbook

Ailime disse...

Boa noite Sr. Padre,
Um texto, como sempre, muito belo e a carta do Pai Natal com um conteúdo sublime que merece uma boa reflexão. Este Pai Natal incarna o verdadeiro sentido do Presépio.
Parabéns pelos treze anos do Blogue e respetivas publicações que são obra!
Continuação de santo Natal.
Ailime

Anónimo disse...

Parabéns pelos treze anos de vida.

Anónimo disse...

Padre, tantos anos já passaram!
Sou sua fã, desde há muito tempo. Lei-o com muito prazer e faz-me sempre bem.
Muito obrigada

Anónimo disse...


De facto, não é fácil um blog manter os leitores ao longo dos anos, eu já cá ando há seis anos. Parabéns!

Esperamos pelo livro!

Um Bom Ano!

SL

Confessionário disse...

Ui, o livro...
Eu tenho este mau feitio de achar que tem de ser Deus a providenciar que assim seja, e até ao momento Ele não se descoseu... hehehehe

Obrigado a todos os que me têm dado felicitações pela existência do blogue.