Tenho um colega que tem pena porque as confissões já não são o que eram. As pessoas já não se confessam. Dizia que já não têm noção de pecado. Antigamente toda a gente se confessava nesta altura do ano. Na Quaresma. O desabafo fazia algum sentido e tinha alguma razão de ser. Mas perguntei-lhe directamente porque é que as pessoas se confessavam pelo menos uma vez por ano. Como é um colega de normas e hábitos, respondeu com eles. Para comungar pelo menos uma vez por ano. Aquela resposta deixou-me quase congelado. Frio. A confissão não pode servir apenas para comungar. As pessoas não se devem confessar apenas para comungar. Devemo-nos confessar para ficarmos em graça. Claro que só quem está em graça deve comungar. Uma coisa leva à outra. Mas uma coisa não é a outra. Por isso temos cristãos que depois de comungar uma ou duas vezes, deixam de o fazer sem razão ou pecado grave aparente. Por isso temos cristãos que só se confessam com o exterior ou o descarregar dos pecados e continuam num pedaço falso de estado de graça. E por isso pecam com mais facilidade, pois o objectivo imediato da sua confissão é a comunhão. Não é nem o arrependimento nem a paz. Muito menos a graça.
Há dias, para as confissões quaresmais de uma paróquia nova, juntei as pessoas, celebrei a missa, fizemos um exame de consciência, coisa que nunca tinham feito, segundo afirmaram, e depois começaram as confissões. Expliquei o sentido daquela forma de agir. Para que percebessem que estão a preparar a Páscoa e não apenas a comunhão. Mas no final, duas ou três pessoas perguntaram-me se ainda ia dar a comunhão. Lá está. Está tudo dito.
Há dias, para as confissões quaresmais de uma paróquia nova, juntei as pessoas, celebrei a missa, fizemos um exame de consciência, coisa que nunca tinham feito, segundo afirmaram, e depois começaram as confissões. Expliquei o sentido daquela forma de agir. Para que percebessem que estão a preparar a Páscoa e não apenas a comunhão. Mas no final, duas ou três pessoas perguntaram-me se ainda ia dar a comunhão. Lá está. Está tudo dito.
11 comentários:
Eu penso que antigamente se ensinava isso mesmo,confessar pelo menos uma vez no ano,hoje felizmente à uma consciência de que sempre que o nosso interior nos está a dizer que precisamos de pedir perdão a Deus,temos de o fazer,porque a necessidade de estar bem com o Senhor é essencial,para que haja uma boa oração e uma entrega de amor.
Esta questão da confissão é pertinente e, alguns dias atrás fui alvo de expulsão de um sacerdote ,por causa deste assunto.Ele perguntou porque estavam os consultórios de psiquiatria mais cheios de pessoas do que os confessionários?A minha frontalidade foi magoá-lo,porque não gostou da minha franqueza e, nem me deu hipótese de me deixar explicar.Lamento que os pastores da Igreja tenham atitutes radicais,com pouco tolerância para com o seu rebanho.Mas isso é outro assunto...
Entendo que a confissão ,é algo de pessoal.Deus sonda o coração dos Seus filhos e, não é por se confessar que a pessoa adquire mais ou menos estado de graça.Esta é concedida quando Deus bem entender....Posso ir confessar e omitir o que bem entender,logo não fico em estado de graça,nem sequer vale a pena lá meter os pés.Tenho uma certa aversão ao confessionário,desde um episódio que se passou na minha infância,só a Deus me dirijo. Nos homens não tenho mais confiança.....(Alma Rebelde)
eu não consigo perceber o acto da confissão. Nunca me senti confortável em faze-lo, acreditando nunca o ter feito em condições. Não estou a falar de esconder pecados, mas sim de acreditar no que estou a fazer. Não consigo explicar por palavras o que sinto em relação ao assunto. Provocou-me e provoca-me imensa angustia este assunto. Antes fazia como ritual, deixei de o fazer até, digo sempre, um dia que perceba e o faça de verdade sem mentiras. Gostava tanto de o sentir...Porquê que temos que ir perante um Padre confessar os nossos pecados para serem absolvidos?
Eu penso que Deus sabe e nós também quando estamos em Graça ou não ,mas penso que o confessar é um ato de humildade ,é muito mais difícil assumir um erro perante um padre que perante Deus neste momento que estamos na terra.Podemos fazer uma confissão atabalhoada mas Deus sabe o que vai no nosso interior que não o estamos a fazer porque queremos omitir o nosso erro, mas porque por vezes o à vontade é pouco,mas é um ato de humildade,de reconhecimento,e de percebermos que não somos donos do mundo
Estou em sintonia com o aqui se disse acerca da confissão. Tenho muita dificuldade em percebe-la. Preciso do perdão mas não o encontro por detras das grades de um confessionário.
Ao anónimo de 01/04 das 23:04;
Porque recebemos nós os sacramentos, da mão do padre? Porque este foi ordenado Sacerdote, não por outro padre, mas pelo Bispo. O padre, é-o na pessoa de Cristo!
Há uns meses atrás, em diálogo com um sacerdote, coloquei-lhe a questão, sobre o que dizer a quem um dia viu a sua confiança traida, por um sacerdote, a resposta fez-me adentrar um pouco mais neste mistério que é o Sacerdócio.
Por muito bandido que o padre possa ser, ele é padre não para si mesmo, mas na pessoa de Cristo para os outros, de facto é um homem e pecador, como os comuns mortais... repare que à sua voz e pelo poder do Espirito Santo, o pão e o vinho, transformam-se em verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo, e é este o grande mistério do ser-se Padre... quase como que um vaso muito frágil, que ao minimo toque se parte, mas que ainda assim guarda um tesouro valiosíssimo.
Não olhe para a confissão como castigo, mas pense antes que as suas falhas criam inimizade com o seu maior Amigo - JESUS - nesse momento da confissão, é quando lhe pede desculpa com sinceridade e com uma grande vontade de sentir esse abraço fraterno, desse Tão Grande Amigo. Esqueça que o padre tem um nome, não o veja como o António, o Joaquim, etc... veja-o como a pessoa de Cristo, mesmo sem entender, exercite-se nisso.
Quando já em adulta, ouvi que nos deveríamos confessar, ao menos uma vez no ano... fiquei chocada!
Eu, não aprendi assim! Creio que por vezes, há uma tendencia para fazer da religião um "supermercado"... tirar para si, apenas o que convém!
Votos de uma semana santa abençoada.
Compreendo o acto de confissão para a pessoa se sentir em paz consigo mesma e com Deus, pedindo perdão e sentindo verdadeiro arrependimento.
Não o compreendo como obrigatoriedade para se poder estar em estado de Graça e se poder comungar.
Acho que no fundo ninguém sabe confessar-se a um pe, pois muitas vezes a vergonha e o sentir-se pouco á vontade frente a um estranho, levam a quem se confessa a omitir muitas das coisas que lhes vai na alma e no entanto continuam a comungar.
Penso que deveria ser um acto voluntário, consciente e determinado ao verdadeiro arrependimento.
Uma vez por ano? Talvez, mas penso que o ideal seria sempre que sentisse-mos necessidade de perdão.
Uma Santa Páscoa a todos, com Fé, Graça e Perdão nos nossos corações.
Joana :)
Gostei muito do comentário da "Filha de Maria"11:15 e concordo em absoluto.
Quando sinto que peco se me arrependo devo na medida do possível reparar o erro e pedir perdão a quem ofendi. O sacramento da ordenação não dá segurança a ninguém sobre o carácter do confessor. Por isso é que acho legítima e aconselhável a escolha.
Muitos so se confessam por tradição. A igreja ta cheia disso...
Penso que temos de ter a humildade de fazer que Jesus nos pediu, o tal tornar-mo-nos como as crianças, e aí já não teremos tanta dificuldade em virarmo-nos do avesso perante o sacerdote esse ser humano, mas ao mesmo tempo investido de Cristo pelo sacramento da ordem, é uma benção que Jesus nos quiz deixar, e foi exactamente como Ele disse, todos os pecados que perdoardes em Meu Nome serão perdoados, os que retiverdes srão retidos, a cofissão é Misericórdia é Deus, nós ou aceitamo-la como Ele dispõs , ou não, não nos compete a nós dizer a forma como quereriamos que fosse possibilitaddo o perdão ou não dos nossos pecados,isso seria querer-mo-nos colocar no lugar de Deus...a soberba em vez da humildade...pode ser díficil e é mas é o caminho que nos foi apresentado por Jesuse Ele sabe o que é melhor para o homem!!!
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