Estamos quase no Verão, mas chove. A trovoada lembra que não somos donos da vida. Que podemos fazer o que quisermos. Que podemos escolher as nossas opções como quisermos. Mas a última palavra não é nossa. O homem desde sempre teve esta vontade de se tornar Deus. Mas depois vem uma chuva que varre a vida, que arrasta consigo o que não tem bases sólidas. E depois é que nos lembramos que afinal a vida não é comandada por nós. E quando devíamos encolher os ombros na humildade de quem descobre que afinal eu só estou aqui para viver e buscar o melhor da felicidade que conseguir, costumamos revoltar-nos contra Deus e contra tudo o que Ele representa. Afinal Ele não está cá. Ou se cá está, porque havia de permitir que a chuva levasse a nossa vida toda em poucos segundos? Graças a deus que aquela senhora que apareceu na televisão com uns trapos, que lhe restaram, na mão, ia dizendo que agradecia a Deus por lhe ter deixado aqueles trapos que bem precisava. É a história conhecida do copo meio cheio ou meio vazio. Uma pessoa que tem muito, quer ter sempre mais. Por isso a Europa está como está. Quem tem pouco, acaba por reconhecer que cada pouco é muito. Eu penso que na nossa sociedade e na nossa Igreja devíamos aprender com quem tem pouco. Pois é esse pouco que dá valor a Tudo.
7 comentários:
Nesta excelente reflexão julgo ser muito importante dar o meu testemunho pessoal, o de que Deus ao longo da minha vida têm me proporcionado mais dons que eu próprio alguma vez teria pensado ter, é muito importante saber agradecer todos esses bens muitas vezes julgados adquiridos só por nós próprios. Luís Lopes
Gosto muito e venho aqui muitas vezes,reflectimos e tiramos sempre muito para o nosso crescimento espiritual.
ó padre,
venha daí um post sobre o celibato para dar comentários!! lol
Boa tarde,
Li umas quantas vezes antes de comentar.
De facto não somos donos de nada, nada mesmo nesta vida.
Moro numa região que há algum tempo foi atingida por uma aluvião, sei apenas que naquela manhã de sábado quando acordámos tinhamos água dentro de casa.
Aqui muitos comentários havia a fazer mas a tragédia tem muitas facetas.
Pessoalmente senti-me agradecida a Deus por estar viva.
Em novembro de 2007 uma derrocada soterrou o laboratório da empresa matou 2 colegas de trabalho, deixou o edificio onde nos encontrávamos bastante danificado, poucos foram os carros que escaparam ilesos, o meu depois de retiradas as pedras foi direito para a sucata.
Houve colegas que exigiram à entidade patronal uma indemnização pelos danos sofridos, culpavam a entidade patronal da desgraça.
Também aqui a desgraça tem muitas vertentes e eu só posso falar por mim, mais uma vez me senti agradecida a Deus, pela vida, fui das ultimas pessoas a sair do edificio, não reagi.
Na minha humilde opinião o problema reside no egoismo desmedido em que a sociedade mergulhou.
Possuir bens materiais só nos é prejudicial se eles comandarem o nosso coração.
Não considero que esteja aqui só para viver, considero que estou aqui para aprender, para "evoluir" até à semelhança de Jesus Cristo.
Não duvido da existência de Deus.
Nem de que n'ELE vivemos, é a minha forma de O reconhecer, mas pergunto-me:
Onde está Ele quando o nosso coração dolorido se afasta d'Ele, se recusa a vê-LO?
PS: Lamentável o comentário de 24 de junho das 11:22
Até sempre,
Muito verdadeiro, muito propício á reflexão. Se o senhor me permitir Padre, gostaria de imprimir este texto e leva-lo para ler na próxima reunião da minha pastoral, para que possamos em conjunto, fzer uma reflexão sobre o mesmo. Abraços em Cristo.
Claro que podes utilizar, Maria Zete. Pode sempre utilizar-se desde que se diga a sua origem.
beijinhos
Maravilhosa reflexão... "Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta." :)
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