sexta-feira, abril 29, 2011

Os sucessos e insucessos dos colegas

Volta meia volta alguém se dirige a mim com as palavras do costume para contar aquilo do meu colega A ou B, o da terra vizinha geralmente, ou aquele que tem muita idade ou aquele que, sabe, ouvi dizer na televisão ou li no jornal. Quando querem dizer mal, que é a maioria das vezes, vêm com cara de enigma, assim com o rosto meio de lado à espera de perceber a nossa reacção. Os olhos também vêm de lado, para o mesmo. Boca igual, para se ouvir apenas numa direcção, para que ninguém dê conta quem é o autor de tamanhas palavras. Mas a verdade é que há um certo gozo escondido quando se ouve falar mal de um colega. Isso faz-nos sentir melhores. Como se a comparação com alguém débil nos faça sentir menos débeis. Isto é uma treta. Vai-se a ver, é o mesmo que nos acontece inversamente a nós. E às vezes pactuamos com a conversa, e damos opiniões de como deveria ser, como seria melhor, como eu faria ou faço. Como se essa fosse a balança ou a medida da bondade. Bem palermas que somos nessas ocasiões.
Quando querem salientar algo de belo e bom que um colega faz, vêm airosas, desafogadas, como os ardinas a tentar vender o jornal. Na ocasião esforçamo-nos por dizer que sim com a cabeça, mas alertar para alguns senãos. A cabeça fala uma coisa e a boca coloca reticências, pontos de interrogação. Podemos não dizer, mas pensamos sempre que o que ele quer é envaidecer-se. Como se o sucesso de um colega colocasse em risco ou em causa a nossa acção. Isto é uma treta. Vai-se a ver, é o mesmo que nos acontece inversamente a nós. E isso não é ser Igreja. E isso não é ser comunidade. Isso não é ser Corpo Místico de Cristo.
Hoje quero apenas alegrar-me com o sucesso do meu colega que vai editar um livro, e se amanhã me vierem dizer mal de um colega, vou esforçar-me por repreender quem o fizer.
Afinal quero fazer parte desse Corpo Místico de Cristo.

15 comentários:

Teodora disse...

ó sr. pe.

convenhamos que todos nós temos momentos de pouca felicidade. tenho de dizer-lhe que, por vezes, aqui o seu colega da terra insiste em algumas palermices. e ao contrário do que ele tenta fazer passar, há ali muito de narcisista. diria mesmo que assume formas distintas de tratamento para igual circunstância. e fico-me por aqui.

tudo bem, todos temos de cumprir o que temos de cumprir, mas se calhar, e com isso apremder /crescer. no entanto, julgo que em vez de negarmos de imediato o que o nos é dito, simplesmenet devemos fazer silêncio e pensar detalhadamento no que nos acabaram de dizer.

ou será que todas as pessoas à nossa volta são boas ou todas são más?

eu sei que é muito mais agradável ouvirmos coisas boas, mas os nossos amigos dizem-nos as verdades com doçura.

nem 8 nem 80. devo dizer que não sinto prazer em referir isto do dito padre, sinceramente lamento e por vezes tenho vergonha por ele em alguns momentos.

Anónimo disse...

poucos padres são padres. gostam de protagonismo e de fazer "carreira" como funcionários da Igreja e não testemunhas de Cristo. é pena mas é assim.

Anónimo disse...

Olá
Boa Noite,
Acho que não percebi a mensagem transmitida.
E daí o facto de não ter gostado, sei que não tenho de gostar nem deixar de gostar, sei apenas que venho aqui muitas vezes, para procurar algum alento (se é que isso é possivel), para a minha caminhada pessoal em Cristo, principalmente na igreja.
Sabe melhor que eu que o Corpo Místico de Cristo é composto por seres humanos que erram, falam mal, mas também se arrependem.
E quer acredite ou não, falta muita, muita humildade, nos nossos padres católicos.
Falam dos ensinamentos do Mestre como se o conhecessem, auto intitulam-se escolhidos por Deus.
Agem como leigos.
Só para concluir, uma pessoa que por norma não comenta o comportamento dos outros, também não o faço com o padre.

laureana silva disse...

Uma bela lição de humildade.
Beijinho
Maria

luis Lopes disse...

o que todos nós sentimos com a opinião boa ou má do outro, revela sempre o nosso lado humano, que irá influenciar a nossa disposição e em relação ao outro, julgo que os Padres nos seus sentimentos terão de procurar também forças extraordinárias para resistirem a todas essas "tentações" do "nosso" mundo. Com a minha idade, 39, 2 filhos 13 e 14 anos, casado há 18, e dou catequese há 3 anos, com a profissão de padeiro, posso bem dizê-lo, sem bem o que é ser tentado por essas provações, nas opiniões sempre muito rápidas e concisas da minha esposa, quer em relação á Igreja, ou dos vários padres que conheço. Força, rezo por si e que a graça de Deus o acompanhe nesses momentos de reflexões. Luis Lopes.

Anónimo disse...

Estou com a Maria: "uma grande lição de humildade"
Queira Deus guardá-lo sempre com essa vontade!

Só não entendi o anónimo de 30 Abril, 2011 00:00
O que é que ele queria?!

Anónimo disse...

Se o senhor padre conseguir levar isso à séria todos os dias da sua vida, ainda o vamos ver beatificado e canonizado, como o Karol!

Anónimo disse...

Devíamos ser todos assim com os nossos colegas.
Mas isso nao apetece, pois nao?

Anónimo disse...

Adorei, amigo.
Podia nao comentar, mas quero entusiasmar-te a continuar. Não deixes de nos escrever!

An.

Anónimo disse...

E quando alguem não entende "algo" que o Padre faz ou diz... e procura aconselhamento na paróquia vizinha?

Isso, é uma atitude má?

Confessionário disse...

Olá, amiga Filha de Maria,

Procurar um padre para auxílio, seja ele qual for, nunca é mal. Como se costuma dizer, Deuz faz as coisas como quer.

Tb não sou de opinião que os meus paroquianos não possam ir a outras paróquias, nomeadamente à Missa; embora seja muito importante o crescimento em comunidade!

Mas podes crer que essa tua ideia pode levar a uma pequena inveja do teu pároco... não sei bem, mas...

beijitos

Humberto Branco disse...

As Saudações em Jesus e Maria. Gostaria que adicionassem o blog Sinais no Céu ao vosso. Também já vos adicionei. Obrigado
Aguardo a Vossa Visita e Carinho em Cristo Ressuscitado.
Obrigado que o Imaculado Coração de Maria derrame sobre vós as Suas maiores Graças Santificantes.

Anónimo disse...

Os padres têm invejas. É feio. E são vaidosos. Também é feio. E não gostam de agradecer. Também não é virtude. Só uma minoria foge à regra. Se os Srs Padres que por aqui passam reflectirem um bocadinho vão reconhecer que tenho razão. Por isso amigo Confessionário, amen só por razões corporativas, não. Definitivamente, não!

Anónimo disse...

Amigo Pe. "Confessionário";

"uma inveja do meu pároco?"

Vamos colocar a questão de forma diferente.

Se o Pe. recebe alguns paroquianos com um sorriso e conversa com eles, e com outros isso não acontece.... não será isso, laços de amizade? Os restantes paroquianos não se devem sentir menosprezados, nem inferiorizados... não acha?
Filha de Maria s/ login

Cada paroquiano, não pode escolher assim o Padre que quer para seu confessor e/ou director espiritual?
Não é também aqui, importante que haja um sentimento de "confiança", em quem dirige a nossa alma?

Ó padre amiguito... esta sua questão, levantou muitas questões em mim...

Beijinho fraterno

Anónimo disse...

Gostei tanto do seu texto... quando um padre cresce, crescemos sempre com ele! Nunca se esqueça disto.