Conheço uma senhora simpática. Bem arranjada. Cabelo sempre pintado e escovado. Mora numa casa grande, de pedra. Granito, para ser mais correcto. Daquele granito que se herda. Daquele granito que guarda as mobílias século dezanove ou quase. Daquele granito que protege as jóias da avó e da bisavó. Uma senhora simpática, bem arranjada, e que participa activamente na comunidade. Uma senhora que não se dedica apenas a ir ao hábito da missa, mas que activamente a vive ou tenta viver, desde o início, passando pela homilia, e continuando depois do fim.
Há dias ralhei na homilia com as pessoas que têm muito. Barafustei umas verdades que Jesus um dia barafustou. Referia-me àqueles que vivem para ter e para ter mais. Expliquei que me referia a esses. Mas a senhora simpática ficou com uma nódoa no seu entendimento, e decidiu que só eu a poderia limpar. Padre, aquilo que falou hoje inquietou-me. E fiquei a pensar que toda a gente estava a olhar para mim. Eu, pelo menos, olhei. O senhor conhece-me. Acha que eu sou dessas pessoas que precisa rever o que tem? A conversa realizou-se na sacristia, mas separada do sacristão e dos habituais amigos das risadas após a missa. Mesmo assim decidi escrever, porque aquilo que se escreve fica guardado na mão e esta pode abrir-se as vezes que quisermos, ao passo que aquilo que se diz nem sempre tem onde ficar guardado. Peguei numa caneta. Rasguei uma folha do meu bloco de apontamentos e escrevi. Não interessa os bens que tens, mas o que fazes com eles. A pessoa de fé vive com o que tem, valoriza o que tem. A pessoa que não tem fé vive com o que lhe falta, valoriza o que os outros têm.
Há dias ralhei na homilia com as pessoas que têm muito. Barafustei umas verdades que Jesus um dia barafustou. Referia-me àqueles que vivem para ter e para ter mais. Expliquei que me referia a esses. Mas a senhora simpática ficou com uma nódoa no seu entendimento, e decidiu que só eu a poderia limpar. Padre, aquilo que falou hoje inquietou-me. E fiquei a pensar que toda a gente estava a olhar para mim. Eu, pelo menos, olhei. O senhor conhece-me. Acha que eu sou dessas pessoas que precisa rever o que tem? A conversa realizou-se na sacristia, mas separada do sacristão e dos habituais amigos das risadas após a missa. Mesmo assim decidi escrever, porque aquilo que se escreve fica guardado na mão e esta pode abrir-se as vezes que quisermos, ao passo que aquilo que se diz nem sempre tem onde ficar guardado. Peguei numa caneta. Rasguei uma folha do meu bloco de apontamentos e escrevi. Não interessa os bens que tens, mas o que fazes com eles. A pessoa de fé vive com o que tem, valoriza o que tem. A pessoa que não tem fé vive com o que lhe falta, valoriza o que os outros têm.
9 comentários:
Saúde, paz e bem.
Esta é mais uma das páginas que sigo com muito agrado e este é mais um texto que nos provoca, mas abrindo a nossa mente para a verdadeira vida, a do espírito. Podemos ter o mundo inteiro e ser miseráveis. Podemos não ter nada, e ser pessoas sensíveis e felizes. O importante, tenha-se muito ou pouco, é a atitude face à vida, diante dos outros, sabendo, ao jeito de Cristo, que há mais alegria em dar do que em receber...
Gostei muito desta reflexão, faz-nos pensar...
Biba
Gostei muito. É impressionante como uma verdade tão simples pode fazer confusão a tanta gente.
Obrigado pela reflexão
Abraço
Zé
Grande verdade nas últimas linhas da mensagem. E pensar que vivemos numa sociedade onde o que importa é Ter, cada vez mais, sem olhar como ou à custa de quem.
Boa tarde, infelizmente na sociedade em que vivemos, cada vez mais olha-se para os bens materiais e não para aquilo que se é e se dá com amor.É o valor monetário e não o sentimento.
Pelo memos este tipo de reflexão faz parar para pensar.
Infelizmente não bate em todos os corações...
Acho fantásticas estas duas frases:
"A pessoa de fé vive com o que tem, valoriza o que tem. A pessoa que não tem fé vive com o que lhe falta, valoriza o que os outros têm."
Tb achei estas últimas frases algo fabuloso. A lê-las dá para fazer autêntica oração.
Merci
Olá, Caro Amigo P.e Confessionário.
Olá a Tod@s.
Também a mim me tocaram estas palavras:
"A pessoa de fé vive com o que tem, valoriza o que tem. A pessoa que não tem fé vive com o que lhe falta, valoriza o que os outros têm."
Um abraço a Tod@s, e
Continuação de Boa Caminhada Qauresmal, Rumo à Páscoa!
Moçambicano
Sem dúvida.
Conheço pessoas como essa senhora.
Pessoas que têm mas vivem com uma humildade tal, uma simplicidade na forma de ser e se relacionar com as pessoas de qualquer classe social... Essas pessoas têm, mas por terem e serem como são, são exemplo a seguir. :)
Por acaso é algo que penso muitas vezes.
Confesso que sonho ter bastantes coisas, mas ao mesmo tempo tenho medo do que isso possa vir a fazer comigo, a fazer de mim...
E Deus sabe. Deus sabe que não me quero nunca esquecer dos valores que os meus pais me dão. NUNCA ME QUERO ESQUECER DE ONDE VENHO.
Admiro mesmo aquelas pessoas que têm e parecem não ter.
Adorei a resposta.Obrigada
Bjs
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