A procissão ocorreu longe das minhas comunidades e da minha diocese. Por estas bandas, depois da insistência de um dos anteriores bispos e do esforço enorme de muitos padres, a prática de colocar notas penduradas nos andores ou imagens dos santos, foi amplamente superada. Conheço regiões do país onde isso ainda é prática corrente e onde até se tem de parar a procissão cada vez que alguém se lembra de colocar uma nota no andor. A necessidade de mostrar que se dá e quanto se dá esquece o paradigma evangélico do não saiba a tua mão direita ou que dá a esquerda. Mas a Igreja que repete as palavras do evangelho é a mesma que alimentou ou foi permitindo estas práticas. Sabe-se lá porquê. Ou até se sabe, mas é melhor não o dizer. A procissão, como referi, ocorreu longe das minhas comunidades, mais propriamente numa diocese onde o bispo e os colegas padres estão agora a tentar acabar com esta prática. O bispo, com argumentos teológicos, evangélicos, pastorais, cívicos, e outros que tais, decretara há uns meses a proibição de colocar notas nos andores e nas imagens dos santos. Ora, na referida procissão teve-se em conta o decreto do bispo. Contudo, como este não fez senão alusão aos andores e imagens dos santos, naquela procissão colocaram meninos vestidos de santos como antigamente, por causa da tradição, com fitas para as pessoas colocarem notas.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Os contactos do Vaticano"
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