Não fui eu que te desci da cruz. Não fui eu que deixei o teu corpo cair e repousar sobre o meu, buscando amparo. O teu corpo estava, de facto, desamparado e, por pouco, quase não tinhas onde ser sepultado. Fizeste-me lembrar tanta gente que morre sem um funeral, sem uma sepultura e sem nome. Surgiu então, do meio da multidão, um homem de Arimateia, um homem rico, um ilustre do sinédrio, que tinha por ali perto, situado num horto, um túmulo que ainda não havia sido usado, e pediu para abrigar teu corpo frio e inerte naquele lugar. Ainda hoje penso nas pessoas que se cruzaram contigo no caminho e aprenderam a fazer o bem, sem esperar nada em troca. Muitos deles eram e são, como este homem, gente ilustre e rica, mas gente com um pedaço do coração de Deus. Na verdade, não importa o que se tem, mas o que se faz com o que se tem. São homens e mulheres onde entraste um dia e nunca mais morreste neles.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Ser padre como um Cireneu"
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