sexta-feira, abril 02, 2021

madeiro [poema 310]

morres nos meus braços de madeira no cimo da escada 
 
o sangue escorre, cai e desce 
até ao nascente do rio e desaparece 
na minha água inquinada 
 
e encontro a dor no pulsar do teu costado em meu peito 
aceleramos os dois o respirar num abraço colado 
pelas lágrimas de sangue a arder com avidez

inclinas-te para te entregares por inteiro a mim, 
e expiro contigo para ganharmos vida 
sem fim… 
A tua e a minha missão é cumprida. 
 
oh morte que não deixas morrer o amor, mesmo depois 
de morrermos unidos os dois. 
 
(Jo 19)

3 comentários:

Zilda disse...

Que magnífica ppesia, este dia de buscar o encontro com o Cristo Jesus.

Ailime disse...

Boa noite Senhor Padre,
Muito belo este poema neste morrer em Cristo com o olhar fixo na Ressurreição!
Desejo-lhe abençoada Páscoa.
Ailime

Anónimo disse...

fabulosooooo