quarta-feira, abril 14, 2021

os padres santos II

Conheço padres que não param, que se multiplicam. Que andam de um lado ao outro a fazer tudo. Tratam do administrativo e do pastoral. Criam e recriam actividades, eventos, momentos. Estão com toda a gente e, ao mesmo tempo, não estão. Porque não conseguem estar. O tempo que lhes sobra é para fugir para outra actividade. Para estes, os sacramentos são actividades. Vivem animando a comunidade e desanimando perante a sua inércia. Vivem de tudo, como actos isolados e não como processos. Mas são santos. Se calhar rezam pouco com as orações. Mas rezam muito com a vida e o cansaço. Rezam com a depressão e com a entrega constante ao Senhor no que vem a seguir. 

"os padres santos I"

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Ao longo dos anos, na minha Paróquia, tenho conhecido vários Padres cada um com a sua maneira de ser e estar.
Há casos em que as homilias são de nos deixar de alma cheia, mas depois vem-se a saber que não andarão por bons caminhos.
Outros, porém, mais comedidos, com poucas palavras fazem homilias que também nos preenchem a alma e nota-se que são pessoas de oração.
Depois há os senhores padres que gostam de fazer muita coisa, promovem muitas ações, orações, de estar em tudo. No fundo gostam de comunidades vivas e terem os fiéis e coadjutores sob a sua supervisão como um pastor com suas ovelhas.
Neste último caso também me parecem totalmente entregues à sua vocação.
Desculpe senhor Padre se disse algum disparate, mas é a realidade do que tenho vivido e sentido.
Bom fim de semana.
Ailime

Anónimo disse...

Boa tarde Padre Confessionário. Pois, também conheço alguns padres que vivem numa corrida louca. Na origem pode estar a extensão do seu campo de apostolado, a falta de pessoas preparadas para os auxiliar. Mas tambem acredito que os há que lhes falta estratégia, organização. Parecem baratas tontas que correm correm ... e deixam para trás o essencial. Sempre admirei os médicos, nos Centros de Saúde por onde passei, e já foram bastantes, que programam o atendimento de tal maneira que pouca alteração há entre o horário programado e o efetuado. Claro que pode haver alterações, mas estas são têm justificáveis.Conheço outros, uma lástima, os utentes cansam-se de esperar pela sua vez e quando chegam a ser atendidos já levam adicionadas mais algumas doenças... E isto também acontece comigo, no dia que não estabeleço um horário para o meu dia, ( excepto naqueles que por necessidade não coloco o despertador) quando chego à noite e me coloco diante de Deus para lhe prestar contas do meu aproveitamento do tempo, chego à conclusão de que o meu dia foi mesmo um desastre...foi correr, economicamente falando, sem rentabilidade nenhuma. Para mim, o importante é harmonizar os tempos de oração, descanso e ação. As pausas entre um trabalho e outro para descanso e oração são o oxigénio que vai fazer brotar vida no que fazemos. Continuação de um abençoado Tempo Pascal. Nina