segunda-feira, maio 14, 2018

A síndrome de Burnout e os padres

Tenho andado a ler umas coisas sobre a síndrome de Burnout nos padres, porque me foi sugerida a leitura de uma notícia que dava conta do suicídio de alguns sacerdotes com esta síndrome. Os textos falavam que o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Ora imaginem se isso fosse assim tão fácil, quantas canonizações de padres teríamos hora a hora. 
Eu diria que mais do que esperar de um padre, se lhe exige. Exige-se-lhe a perfeição. Que esteja em todo o lado. Que tenha um sorriso constante, a amabilidade, o bom acolhimento, a pobreza e o desprendimento próprios da vocação, a sabedoria para todas as respostas, o celibato que é imensas vezes castrador, as certezas absolutas da fé. Que seja impecável. Que não peque nem seja frágil. Que não cometa erros. Ou seja, que tenha superpoderes. 
Uma pesquisa de 2008 da Isma Brasil, organização de pesquisa e tratamento do stresse, apontou que a vida sacerdotal é uma das profissões mais stressantes. Naquele ano, quatrocentos e quarenta e oito entre mil e seiscentos padres e freiras entrevistados sentiam-se "emocionalmente exaustos". A psicóloga Ana Maria Rossi, que coordenou o estudo, afirmava que "um dos fatores mais stressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes, os padres têm de estar à disposição dos fiéis vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana". Vou continuar estas leituras.

12 comentários:

Anónimo disse...

....preocupante....
Outro fator comum é a sensação de que é preciso contrariar os próprios valores para se dar bem na carreira.
Para fugir da síndrome de burnout
Abandone o lema “Meu nome é trabalho”. Não coloque todos os ovos numa cesta só. Diversifique as fontes de gratificação e descubra seus hábitos de prazer. Leia mais, vá ao cinema, curta os amigos e os pets.
Faça uma avaliação sobre custo e benefício: o que a atraiu nesse emprego e a mantém aí? A possibilidade de ajudar as pessoas?
O salário? Seja qual for a motivação, focalize no que é positivo em vez de olhar os aspectos negativos que, em geral, são muitos.
Restabeleça contatos profissionais. Faça networking, procure novas chances no mercado ou em outro setor da empresa se o que você faz, no momento, significa exaustão.
Atenção aos sinais emitidos por seu corpo. A exaustão pode ser sintoma de várias doenças, de anemia a distúrbios da tireoide. Na dúvida, consulte um médico. Se for stress, procure desacelerar o ritmo e faça uma coisa de cada vez.
Cuide de seu estilo de vida. Alimente- -se bem, em horários regulares, sem exagerar no álcool e na cafeína. Durma o necessário para acordar reanimada.
Inclua exercícios físicos na rotina. Eles ativam a circulação, estimulam o metabolismo, energizam e ajudam a administrar o stress.
Conte com o apoio da família, dos amigos ou de uma prática espiritual.

Anónimo disse...

Confessionário, e quantas e quantas vezes são incompreendidos quando não estão disponíveis, ou não sorriem.
Ou apenas porque "dispensam" mais tempo a este paroquiano que ao outro.
Ou porque propõem atividades; ou não propõem...
Tenho vários amigos padres que são felizes com a escolha que fizeram, mas que os vejo sofrer e serem incompreendidos muitas vezes, vejo!

Rezo por si, rezo por eles. Que Deus vos ajude na vossa missão e que nós, leigos, vos saibamos ajudar no vosso serviço à "nossa" Igreja.

Ana Melo disse...

A vida é uma prisão. Mas não é só a dos Padres! É a das mães, a dos pais, a dos casados, a dos solteiros, a dos jovens, a dos velhos, a dos patrões a dos empregados, a do cliente a do fornecedor, enfim! se pensarmos bem a de todos os seres vivos, bichos, plantas, etc.

GRAÇAS A DEUS EXISTE A MORTE, que! nós homens estamos todos os dias a querer deixar, para quanto mais tarde “melhor” !!!!!! dá que pensar!!!! «Aceita que dói menos»

Anónimo disse...

gostava de escrever qualquer coisa sobre o assunto, mas estou triste

Gui disse...

E às vezes, quem mais exige são aqueles que só vão à igreja para um funeral ou batizado. Querem fazer do padre a marioneta que cumpre o seu sonho daquilo que idealizam como sendo o bonito nem que seja à custa do que é correto ou de acordo com a igreja. E as injustiças que se cometem à custa disso. E ver essas pessoas exigirem tanto, serem tão sei lá o quê ao ponto de ameaçarem um sacerdote.
Estas "pequenas" coisas acumulando às maratonas de trabalho (pois... padre não faz nada) fácilmente levará um sacerdote à exaustão.
Ver o meu "novo" pároco, com idade para ser meu avô acumular paróquias e todas as chatices inerentes às vezes faz-me ficar com o coração apertado.

Anónimo disse...

Eu acho que os padres não são nem melhores nem piores que os outros e estão sujeitos a estas coisas. O que me entristece é que o façam, a maioria das vezes, de forma solitária.
Eu hoje não sei se seria capaz de aconselhar um filho meu a abraçar o sacerdócio.

Anónimo disse...

Boa noite.
A devoção ou sacrifício não sei qual será a palavra mais adequada, levam à exaustão... O sacerdócio requer uma escuta ativa do outro que muitas vezes está no sofrimento, na dúvida, no medo etc.. Mas o sacerdote não é um psicólogo.. porque um psicólogo tem preparação para poder ouvir e ficar "imune" ... Creio que resta pouco tempo para um sacerdote fazer outra coisa que de que vida em volta da igreja.. Todos precisamos dos nossos parentes, de falar com uma pessoa amiga ou simplesmente de nos sentar anonimamente numa sala de cinema e durante 2 horas desfrutar de um filme.. São ocupações simples e que podem fazer muito bem numa altura em que tanto se exige ... É profundamente triste que pessoas devotas ao sofrimento alheio acabem por desistir da sua própria vida porque ninguém percebeu o seu sofrimento.Espero que os padres e freiras que leiam este blogs não se esqueçam que não compete só a Deus ouvi-los e ajudá-los.. Não se afastem dos vossos amigos nem dos vossos parentes.. escrevam.. desabafem.. Não tenham pudor ou vergonha de partilhar a vossa angustia.. Ser sacerdote ou freira é uma vocação mas jamais deixam de ser Seres Humanos com as suas dores e sofrimentos que precisam dos outros também. Fiquem todos bem.

Anónimo disse...

Vivemos num mundo onde é difícil ser feliz e os padres não são imunes a essa realidade. Ainda por cima, as suas responsabilidades sociais (mais que religiosas) aumentam essa dificuldade.
Para ser sincera, e apesar de precisarmos de padres, não aconselharia meu filho a ser padre!

Anónimo disse...

Os padres não podem se importar taaaannnnto com os fofoqueiros de plantao nas paróquias. Tudo tem limite e tbém se eles não estiverem bem, como poderão ajudar o próximo?
Já tive síndrome de Burnou e síndrome do pânico e, falo com propriedade, que e uma dor muito forte e intensa que aperta seu peito e desanima de tudo. Melhorei com terapia, oração e sim... remédio.
Cuidem-se padres! Estipulem limites...para as pessoas, para seu trabalho é para vcs mesmos!

Cassi.

Anónimo disse...

Os padres não podem se importar taaaannnnto com os fofoqueiros de plantao nas paróquias. Tudo tem limite e tbém se eles não estiverem bem, como poderão ajudar o próximo?
Já tive síndrome de Burnou e síndrome do pânico e, falo com propriedade, que e uma dor muito forte e intensa que aperta seu peito e desanima de tudo. Melhorei com terapia, oração e sim... remédio.
Cuidem-se padres! Estipulem limites...para as pessoas, para seu trabalho é para vcs mesmos!

Cassi.

JS disse...

Ouvi recentemente falar de um estudo realizado na Bélgica depois de um alarmante aumento de casos de burnout entre clérigos. Curiosamente, segundo a pessoa que partilhava essas conclusões, não vinha indicado como factor primordial o excesso de trabalho, como porventura se poderia supor. As duas grandes razões identificadas foram:
- o sentir-se isolado, abandonado à sua sorte pelos superiores, não acompanhado nem apoiado;
- o sentir-se sem perspectivas de futuro, preso na incerteza do para onde caminha (ou deve caminhar) a Igreja.

Será que os senhores padres vão ter oportunidade de falar abertamente disto no próximo simpósio do clero? Duvido muito.

Anónimo disse...

Guillain-Barré esquerdizais