sexta-feira, janeiro 09, 2015

queremos padres mais autênticos, pastores, simples, acolhedores, evangelizadores, disponíveis, homens de fé e humildes, nesta ordem de prioridades

Desde o dia 6 de Junho que esteve online uma série de sondagens relacionada com as características ou virtudes que gostaríamos de ver mais nos sacerdotes de hoje. Fizémos um total de 7 sondagens, com resultados muito interessantes. Recordo que, como se costuma dizer, "valem o que valem", isto é, valem apenas como apontamento, pois as sondagens têm determinadas fragilidades que não se conseguem propriamente contornar. Porém, as principais escolhas, de alguma forma, são bastante sintomáticas: "autenticos", "acolhedores", "simples", “pastores”, “evangelizadores”, "íntegros" e na última "homens de fé". A mim pessoalmente ofereceu-me muito material para reflectir. Gostava muito que agora, neste post, deixassem a vossa análise ao resultado da última sondagem que reuniu os mais votados nas outras sondagens. Para tal, publicamo-los.
 
Hoje colocamos nova sondagem com os textos que sugeristes para escolhermos os melhores de 2014 (abaixo da sondagem têm os textos se precisarem revê-los). Obrigado pela vossa colaboração amiga.

7 comentários:

Anónimo disse...



“Senti-me nos braços do Pai. Receava apenas pelos que amo aqui na terra.”

"Hoje vou fazer esta estrada ao volante. Nunca saberei se é este o melhor caminho. Mas sei que a algum lado chegarei."

“Não gosto de uma Igreja formatada que faz aquilo que sempre fez e não deixa cada um dos seus membros ser aquilo que é.”

“Há cansaços, há sonos, há adrenalinas, há distrações. E assim os caminhos para chegar ao outro lado nem sempre são os que vêm no GPS. Como fazer? Fazemos um stop forçado na estrada para impedir que se chegue ao destino, ou ajudamos a pessoa que se enganou no caminho a voltar ao caminho?”

“Entrego-Te as cruzes que carrego sem vontade.”

“Maria tinha essa disponibilidade, que não era apenas para ser instrumento. Era disponibilidade de vida. A minha vida é Tua, como eu quero que a Tua esteja em mim. Por isso este Sim é a fé. Por isso a fé nos faz felizes porque se trata de amor.”

“Apetecia-me dizer Afinal um dia padre, padre todos os dias.”

“Às vezes chego a pensar que me amo a mim através do amor que te tenho”

“Que vêem a fé como uma cultura e os sacramentos como um acto social.”

“… este padre que aqui está a escrever aprendeu uma grande lição. Que tinha de ser mais claro, não fosse algum dia alguma mãe lembrar-se de fazer o mesmo.”

Anónimo disse...

"queremos padres mais autênticos, pastores, simples, acolhedores, evangelizadores, disponíveis, homens de fé e humildes, nesta ordem de prioridades"

Acompanhei durante alguns anos um jovem que este ano decidiu entrar para o seminário.

Não tinha grandes certezas quanto ao facto de querer ser padre mas de uma coisa estava certo, levar um dia de cada vez e fazer a experiência do seminário no desejo de aprofundar estas coisas da fé.

Acabou de me telefonar para me dizer que lamentava decepcionar-me mas era impossível continuar.

As notas da escola não são lá muito famosas, procurou ajuda para melhorá-las junto da equipa de formadores do seminário e foi "gozado".
Diz que o ambiente do lado de dentro do seminário é de puro cinismo a começar pelo reitor.
Os padres dizem mal uns dos outros e que o comportamento deles não serve de exemplo para ninguém, "gozam de tudo e de todos".
Dormem até tarde faltam a compromissos com os seminaristas sob a desculpa que estiveram a trabalhar até altas horas da noite, e tem um deles que namora com o telemóvel.

Ontem dizia-me que iria acabar este período para então desistir, hoje revoltado dizia que sairia até ao fim de semana.

Escutei-o mais do que falei, apesar destes telefonemas se repetirem há já algum tempo, ainda não sei muito bem o que lhe dizer, como o sossegar.

Escrevo aqui porque sou cobarde, pois a vontade que tenho é dirigir-me ao seminário reunir com o reitor e dizer-lhe o que o jovem me tem dito.

Mas falta-me a coragem pois certamente teria como resposta um sorriso cínico e irónico para logo de seguida ser brindada com a excomunhão isto na melhor das hipóteses.

Pedir-lhe que moderem comportamentos pois têm nas mãos o futuro de pessoas.

Queremos padres tal como o titulo do teu post os define, mas não se formam pessoas desta forma.

A minha revolta nasce de dentro, e dói de tal forma que apetece gritar, andamos nós, nas catequeses (e não só), a apelar à urgência das vocações na área da "vida consagrada" para estes "bandalhos" se comportarem desta forma.
Deveriam ser o exemplo,no entanto fazem o inverso, são motivo de escândalo.




Confessionário disse...

29 janeiro, 2015 16:25

Tenho muita pena do que contas. Quero pensar que pode haver outra versão. Mas sei que às vezes assim é. Que pena!

Anónimo disse...

"Quero pensar que pode haver outra versão."
Esforcei-me tanto por acreditar que há outra versão e há-de haver, tenho a certeza.

Se isto viesse a público haveria a versão original vista pelos olhos do jovem e a versão original contada pelos padres e pelo reitor.

É sempre assim... habituados como estão a discursos retóricos conseguem convencer até o demónio da "santidade" da "pureza" que desconhecem.

Tive pesadelos durante a noite. O jovem contactou-me mais uma vez ontem, aconselhei-o a falar abertamente com o padre que supostamente o deveria orientar espiritualmente.

Não confio nele, afirmou.

Lembra-se de na reunião que tivemos, ele perguntou-lhe porque me apoiava se eu não era da sua família.
Falou disso ao outro tal padre que também a conhece e referiu-se a si de uma forma menos própria ele sabe que eu ouvi a conversa e evita-me.
Desconhecia este sentimento que hoje se apoderou de mim desprezo nojo uma irritação tão grande à qual hoje chamo ódio, amanhã logo se verá.
Que podridão.

Hoje precisava de afastar de mim este sentimento preciso de me concentrar nas minhas atarefas laborais de fechos de ano, mas as palavras do jovem não me saem da cabeça.



Confessionário disse...

Tem calma.
Há muitas coiss que so as entendemos muito mais tarde. Pode ser uma coisa dessas. Deus não dorme! Deixa o homem em liberdade, mas não dorme.

Anónimo disse...

"Tem calma."

Com muita calma, habitualmente não me falta, falei com o padre responsável da paróquia onde moro, não sendo uma pessoa muito acessível, conhece-me e conhece o jovem seminarista, falámos abertamente.

Temia a reacção dele, no entanto o homem tem demonstrado uma atitude séria e digna relativamente a este assunto.

Acredita em mim e não colocou em dúvida nada do que lhe disse, antes afirmou que o que lhe estava a relatar não o surpreendia e não seria propriamente uma novidade para ele.

E olha-me nos olhos com ternura e pega-me nas mãos com certa docura... e eu que tinha tanto medo!

Vamos conversando e sinto da parte dele uma preocupação autentica, não só em acalmar o meu sentir mas em desenvolver acções concretas para mudar a situação.

Confessionário disse...

Fico contente pelos 3