sexta-feira, agosto 30, 2013

Hoje em dia

Os jovens que nos pedem o casamento, na sua maioria, já estão juntos há muito tempo. Os pais ou mães que nos pedem o batismo, muitos deles estão juntos e não casados, ou em situação irregular perante a Igreja. As Eucaristias estão vazias de gente nova, e cheias de gente que se habituou a ir à missa. A Catequese passou a ser apenas a preparação de umas festas engalanadas. O Crisma tornou-se a forma de poder ser padrinho. As confissões diminuíram. Culpa em parte dos padres que reduziram o tempo que lhe dedicavam, mas igualmente porque as pessoas deixaram de sentir essa necessidade ou a consciência do pecado. A forma de entender a sexualidade mudou completamente. A família desestruturou-se. Há diversas formas de existir em família. Monoparentais imensas vezes. Mais de metade dos filhos experimentam o peso do divórcio. Há cada vez mais cristãos recasados. Bem como divorciados. Parece que a sociedade perdeu a noção ou diferença entre bem e mal. O mal passou a ser aquilo que me incomoda e o bem aquilo que me agrada. Vivemos mais para os nossos interesses que para os melhores interesses. Não existem muitas vocações à consagração. Ser padre às vezes parece que é apenas mais uma profissão entre tantas. Hoje as pessoas sabem mais coisas, mas sabem viver menos. Deus tornou-se uma ideia e deixou de ser resposta. É o mesmo, mas mudou a forma de se entender. O mundo muda tão rápido que não conseguimos acompanhá-lo. Passa rápido e depressa morremos sem vontade, sem certezas, sem fé.
Por tudo isso, hoje gostava de perguntar a Deus como se sente. Como se encontra. E aproveitava para lhe perguntar também onde está ou deveria estar a Sua Igreja. Porque não sei ou não sei como saber, ou não sei como viver sem saber.

52 comentários:

Anónimo disse...

"Vivemos mais para os nossos interesses que para os melhores interesses."

E eu pergunto padre, os melhores interesses, são o que nos fazem felizes?
Se o que me faz feliz, vai em contra da vontade e lei da igreja, mas não vai contra a vontade e lei de Deus, devo renunciar a essa felicidade e interesse pessoal em nome da Igreja?
Só porque aos olhos da Igreja o divórcio seja algo mau, não significa que seja errado...
Veja a quantidade de casais modernos, que apenas estão juntos, por hábito, ou porque é uma vergonha para a família o divórcio.
Veja quanta gente vive infeliz e procura fora de casa, em amantes o que não encontra no conjuge, mas mesmo assim não se separam, vivem vidas duplas, por não terem coragem de terminar um relacionamento, ou um casamento.
Tem razão padre, a sua vocação e o facto de ser padre, não é uma profissão como outra qualquer, mas por isso, também não é uma vida como outra qualquer, logo não pode julgar as vidas, daquilo que nunca viveu e sentiu na "pele".
Se moldássemos Deus apenas para os nossos interesses, muita gente seria muito mais feliz, do que aquilo que é.
E não é isso que Deus quer de nós, não é isso que Ele nos pede, que sejamos felizes? Ou prefere um martírio e infelicidade de vida, em nome e prol dos bons costumes?
Ao contrário do que diz, continuo a pensar que Deus não é só uma ideia, mas por vezes não consigo entender as Suas respostas.
Talvez por isso, todos vacilamos tanto, porque todos deixámos de entender o que nos pede.
Sinceramente, também gostava de saber como Ele se sente e tenho tantas outras perguntas mais, guardadas para quando O encontrar, se tiver essa oportunidade um dia.
Para mim Deus é "real", não é apenas uma ideia, mas também não encontro as respostas que procuro n'Ele, porque, o que me faria verdadeiramente feliz, talvez fosse contra os seus ensinamentos e princípios.
E por isso, vacilo na hora de agir, porque se o meu pai terreno me dissesse, "não faças isso", eu teria de fazê-lo à rebeldia se o quisesse mesmo fazer. Mas e com o Pai do Céu, como fazemos as coisas à rebeldia, se Ele está atento a tudo?
Um bom dia!

Anónimo disse...

Assim de um modo rápido, a Igreja tem que estar no meu coração porque se nao estiver lá não estará em sítio nenhum.
E por isso ando a tentar encontrá-lá no meu coração para depois tratar de a encontrar fora dele.

Obrigada por estar aqui , Padre.

Dulce

Confessionário disse...

Anónimo de 30 Agosto, 2013 15:31
Aqui neste texto constato os factos. Embora generalizando em demasia, constato os factos. Não se trata de julgar propriamente, mas de tentar encontrar um caminho para a Igreja e o mundo em Deus neste contexto!`Não sei bem o que devamos, por exemplo, nós padres, fazer perante esta realidade. E gostava imenso de saber o que Deus pensa deste mundo de hoje, desta forma de ser Igreja hoje.


Por outro lado, é bom que não confundas felicidade com aquilo que te é aprazível...

HD disse...

Concordo com a tua análise Confessionário.
Há vetores a considerar.
A Igreja foi rápida e cega a casar muita gente despreparada e sem sequer entender tal sacramento, claro é, que não se entende porque depois a IC não aceita o divórcio de quem vive infernos…
A Igreja colhe hoje o que semeou….ou não semeou.
Quando a Igreja foge e não entende os jovens, como pode ficar admirada de as igrejas estarem vazias dos mesmos…?
Quando a Igreja não é profética para a vida de cada um, ajudando-o a caminhar e encontrar sentido na vida, para que serve seguir preceitos vazios e balofos, com rendilhados e ladainhas?
Quando a Igreja doutrina sobre questões que não vive, como quer que alguém a leve a sério?
Quando a Igreja tem receio de mostrar como se ora aos jovens, como querem que eles acreditem no Espirito Santo, que nos guia?
O Papa Francisco falou das paroquias “alfandegas da Fé” como aquilo que distorce a missão evangélica, e não há duvida que em paralelo a uma sociedade descaraterizada e sem valores, centrada no egoísmo do TER e POSSUIR, nós IC não conseguimos na maioria dos casos ser sinal de testemunho de vida, que vale a pena ser vivida fraternalmente.
Onde estão os padres nas igrejas, dispostos a ouvir quem por lá passe, para desabafar?
Onde estamos nós IC, na defesa dos direitos dos excluídos desta sociedade?
Temos de ser voz e presença profética, para que outros fiquem curiosos e queiram saber que raio move aquela gente, que acredita e vive ao jeito de JC.
Fico muito feliz pelas tuas interrogações, porque são as minhas, cada vez que olha ao meu redor antes de receber o pão consagrado.
E muitos mais, têm as mesmas preocupações.
E Deus não está distraído, pois este Papa é o sinal de que afinal Ele anda connosco e nunca nos abandona na noite escura!
Escuta-o, pois de certeza te indicará o caminho a seguir 


Jose Tomaz Mello Breyner disse...

O Problema Revº Padre é que a Igreja está cheia de "Católicos Adversativos"

"Católicos Adversativos", como escreve o seu colega Revº Padre Portocarrero de Almada são os Católicos que fazem eles próprios a sua Doutrina e não seguem a Doutrina que Nosso Senhor nos deixou.

Deixo-lhe aqui o texto completo do Padre Gonçalo :


OS ‘CATÓLICOS’ ADVERSATIVOS

A barca de Pedro é como a arca de Noé. Se esta providencial embarcação incluía toda a espécie de criaturas que havia à face da terra, também a Igreja congrega uma imensa variedade de almas. Todas as gentes, qualquer que seja a sua raça, a sua cultura, a sua língua ou os seus costumes, desde que legítimos, cabe na barca de Pedro. Por isso, graças a Deus, há católicos conservadores e progressistas, de direita e de esquerda, republicanos e monárquicos, regionalistas e centralistas, etc.

Se, em política, tudo o que parece é, o mesmo já não se pode dizer na Igreja. Tal é o caso dos ‘católicos’ adversativos. Muito embora a designação seja original, a realidade é, infelizmente, do mais prosaico e corrente:

- Eu sou católico, mas...

E, claro, a seguir a esta proposição adversativa, seguem não poucos reparos à doutrina cristã. A saber: eu sou católico, mas creio na reencarnação; eu sou católico, mas defendo o aborto; eu sou católico mas, não acredito no inferno; eu sou católico, mas sou a favor da eutanásia; eu sou católico, mas concordo com o casamento entre pessoas do mesmo sexo; etc., etc., etc.

É verdade que a Igreja acolhe também aqueles que, por desconhecimento ou por debilidade, não conseguem ainda viver de acordo com todos os seus preceitos. Ao contrário do que pretendiam os cátaros, a Igreja não é só dos puros ou dos santos, os únicos que são, de facto, cem por cento católicos. Com efeito, a Igreja não exclui os néscios, nem os fracos que, na realidade, somos quase todos nós. Mas não aceita os nossos erros, nem os nossos pecados, antes impõe que, da parte do crente, haja uma firme decisão de conversão.

Esta é, afinal, a diferença entre o pecador e o fariseu: ambos pecam, mas enquanto aquele reconhece-o humildemente e procura emendar-se, este justifica-se e, em vez de mudar de conduta, desautoriza a doutrina em que, afinal, não crê. O pecador que é sincero no seu propósito de santificação, tem lugar na comunidade dos crentes, mas não quem intencionalmente nega os princípios da fé cristã.

Na Igreja há certamente margem para a diversidade de pontos de vista, também em matérias doutrinais opináveis, mas não cabe divergência no que respeita aos princípios fundamentais. Um cristão que, consciente e voluntariamente, dissente de uma proposição de fé definida pela competente autoridade eclesial, não é simplesmente um católico diferente ou divergente, mas um fiel infiel, ou seja, um não fiel.

Conta-se que o pai de uma rapariga algo leviana, sabendo do seu estado interessante, tentou desesperadamente conseguir-lhe um marido que estivesse pelos ajustes. Para este efeito, assim tentou aliciar um possível candidato:

- É verdade que a minha filha está grávida, mas é só um bocadinho...

Ser ou não ser, eis a questão. Pode-se ser católico sendo ignorante e até muito pecador, mas não se pode ser ‘católico’ adversativo, ou seja, negando convictamente a doutrina da Igreja.

A fé não se afere por uma auto-declaração abstracta, mas pela opção existencial de seguir Cristo, crendo e agindo de acordo com os princípios do Evangelho. Não é católico quem afirma que o é, mas quem pensa e quer viver como tal. «Tu crês que há um só Deus? Fazes bem, no entanto também os demónios crêem e tremem. O homem é justificado pelas obras e não apenas pela fé. Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta» (Tg 2, 19.24.26).

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Confessionário disse...

a propósito, pode ser engraçado ou interessante recordar este texto:
http://eupadre.blogspot.pt/2012/08/a-historia-do-jose-mais-conhecido-por.html

Anónimo disse...

O Jose Tomaz já bem criticou o padre confessionario. Vive-se numa sociedade com poucos ou nenhuns valores. A Igreja tem de acolher e indicar caminhos. A vida pessoal de muitos padres brada aos ceus mas aqui del rei se se diz alguma coisa. Tb gostava de saber o que Deus pensa disso. É melhor não atirar pedras quande se tem telhados de vidro.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Ao Anónimo das 22h41m

Já critiquei o autor do blogue? È natural, tenho por hábito dar sempre a minha opinião dizendo sempre o que penso. Faço-o sempre com educação e assumindo sempre as minhas responsabilidades pois participo aqui com o meu nome verdadeiro.

Peço a Deus que o tenha na Sua Santa Guarda.

Helen disse...


Eu pessoalmente moro com meu marido há 10 anos e 3 meses...
Semana passada deixamos de viver uma união estável, pois isso me perturbava muito...Para ser sincera, hoje tenho medo de casar...ainda temos nossas divergências...assusta isso de divorcio...ele já eh um homem divorciado...não que eu queira me divorciar...quero somente casar quando tiver certeza que meu casamento jamais acabara...Deus esta me mostrando dia apos dia que tudo pode acontecer...prefiro esperar os próximos acontecimentos...Meu sonho sempre foi subir ao altar...e nem sei se posso...afinal meu marido eh divorciado e cada um fala uma coisa...não quero me preocupar com isso agora...são meros detalhes...quero me preocupar que ele continue indo as missas...e entenda o quanto Deus nos ama...foram diversas as provas que nos foi dada...tenho fé em Deus que ainda tudo será renovado a sua maneira!
Em relação aos padres eh meio complicado...eu acredito que cada um exerce de uma forma diferente...uns hoje em dia evangelizam fazendo show por ai, outros tem ate programa de televisão...alguns não...somente fazem o habitual...celebram missas, batizados, confissões etc...acho que não podemos generalizar...esta certo que às vezes preferimos confessar com determinado padre...mas...sinceramente?! Acho isso errado! Afinal todos os padres podem nos abençoar na confissão...Na minha paroquia de segunda a sexta tem confissão...está certo que o horário eh apertado...mas não eh impossível...acho que oque falta eh às vezes vontade de alguns irem mesmo...eh fácil colocar empecilho para confessar...mas para ir uma festa ninguém coloca neh?...Certamente se conversar com seu pároco sobre um determinado dia e horário ele não se negara...e se negar o perdoe e procure outro...os padres também pecam!! São seres humanos como todos nos! Enfim já falei demais...e outra...não são os padres que mudam as regras...eles seguem regras como todo mundo.

Anónimo disse...

É um profissional nisso e ainda bem que o reconhece mas lembre-se que qd aponta um dedo aos outros tem quatro virados para si. Alguns católicos tem muito a aprender nessa materia.

Anónimo disse...

Não só oriticou o autor do blogue como o ridicularizou. Deve estar lembrado. Eu tb digo as verdades que. O caro amigo nao deve gostar e tambem sou educado. Mantenho o anonimsto porque só tenho esta opção.

peregrino disse...

...a 1ª vocação a que todos somos chamados é a ser felizes, depois, então há caminhos diferentes, espaços diferentes, ritmos diferentes... sem esta "condição" do coração de cada um de nós, todos os caminhos, todas as decisões, todas as vocações por mais excelentes e belas que elas pareçam ao nosso olhar, serão sempre mais noite do que dia na nossa caminhada de vida na Fé...

... e creio no meu coração como filho amado, creio e o Evangelho está aí para o atestar com imensos testemunhos, que a preocupação do Pai será essa, não as formas pelas quais escolhemos caminhar mas sim como colocamos nelas o nosso coração e a nossa vida...

.. e se existem dúvidas naqueles que guiam e naqueles que se deixam guiar na liberdade de Espírito, a PALAVRA é sempre o horizonte... a bússola para encontrar o rumo certo...

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai."Filpenses 4,8

Confessionário disse...

anónimo de 31 Agosto, 2013 09:28
não sei se era uma resposta para mim, mas eu não apontei o dedo a ninguém. Fiz uma constatação. De qualquer forma, tb sei que quando se aponta um dedo, temos pelo menos 3 (e não 4 lol) apontados para nós.

Anónimo disse...

Qual é o determinante da religião, de tal modo que se pode garantir que ela vai ter sempre futuro? "Quando queremos ser sensatos, sinceros com aquilo que sentimos, manifesta--se uma inquietação profunda face ao Transcendente." Essa inquietação, que é "inerente à natureza humana", "chega mesmo a aparecer em pessoas que não ouviram falar de Deus ou que tiveram nas suas vidas posições antirreligiosas ou imanentistas e que, de repente, se deparam com algo que as transcendeu. Enquanto essa inquietação existir, existirá a religião, haverá formas de religação a Deus". A religião autêntica está em busca permanente. Por isso, uma religião puramente ritualista está destinada a morrer: enche-nos de ritos, mas "deixa--nos um vazio no coração".

A procura religiosa não terminou, continua forte, também em movimentos populares de piedade, "maneiras de viver o religioso de forma popular". O que está é "um pouco desorientada, fora das estruturas institucionais". O desafio maior para os líderes religiosos é o de "uma atracção através do testemunho", excluindo o proselitismo. É preciso procurar a autenticidade, mas, "quando isso significa apenas o prescritivo, cumprir regras, cai-se num purismo que também não é religioso".

extracto da crónca no DN, de 31 de Agosto, do padre Anselmo Borges...mesmoa propósito

O Dia da Liberdade - Silvia Reis disse...

O que vale é que há padres que nos ajudam a discernir o caminho! Casei-me pela Igreja alguns anos depois de casada pelo civil graças ap meu pároco que colocou uma sementinha no coração do meu marido ;) Obrigada! O casamento a 3 é muito melhor!

Anónimo disse...

Não era para si mas para o José Tomaz. Critica tudo e todos. Está sempre na posse da verdade. Coneço bem esta postura dos fariseus do templo. Neste post constatam-se factos que eu gostaria que não fossem a realidade mas é e temos que viver com ela. Seguir Cristo é não deixar ninguem para tras nem que de tenha de andar mais devagar. Gosto do que escrevre.. Obrigada.

Anónimo disse...

Boa noite!
"Passa rápido e depressa morremos sem vontade, sem certezas, sem fé."
Sinto esta afirmação tão forte como verdadeira.
Parece até que o planeta gira a uma velocidade maior encurtando os nossos dias criando atalhos em cada um.
"Ser padre às vezes parece que é apenas mais uma profissão entre tantas." só assim será se o padre/pessoa em questão assim o entender.
Mas, permita-me dizer-lhe que alguns padres que conheço, são padres apenas de profissão.
"Hoje as pessoas sabem mais coisas, mas sabem viver menos."
Queremos saber tantas coisas que muitas vezzes nos esquecemos do essencial.
Quem és Tu Senhor e quem sou eu?, uma vez que não sabemos onde está a Tua igreja, Quem somos Nós afinal?
:(
PR

Anónimo disse...

Deviam ser de evitar estas msgs que deixam coisas nas entrelinhas... acusações que nem todos entendem ...dirigidas a a ou a b, até porque pode perder-se o objectivo de comentar a mensagem do autor. Mas se falam, falem para que todos entendam! Bom, pretendo comentar este post posteriormente, mas hoje como tive uma espécie de indigestão quis a companhia solitária do blogue. Aproveito para dizer que fiquei deveras espantada no programa de hoje na RTP "Sabe ou Não Sabe", as pessoas não saberem a profissão de S. José e uma ouvir: "ah aquele santinho?", e pior, pensei que Ninguém desconhecesse o papa actual! Mas há pessoas que não sabem que o papa actual é Francisco! Só não me vou render "às evidencias do padre" porque não posso, mas estava quase a fazê-lo! Este seu texto faz correr muitas palavras e por isso, vou deixa-las para depois!

Anónimo disse...

Confessionário "temos pelo menos 3 (e não 4 lol)" depende de quem aponta, ainda há a hipótese de apontar tipo pistola, experimente lá... :) o polegar então tb aponta para a pessoa

Unknown disse...

Padre, o teu post explicita muitos dos dilemas que têm atingido a sociedade em geral e a Igreja em particular.Muitas das correntes filosóficas surgidas na década de sessenta, fortemente progressistas, motivaram o surgimento de ideias e posturas sociais pouco consentâneas com a doutrina católica. Porém, penso, que a situação se agravou com o CVII, em que a grande maioria dos padres conciliares era tendencialmente progressista, para já não falar do Papa. Mas, pior do que isso, foi a crescente liberalização à margem do CVII. Todo este conjunto de cunstâncias foi favorável à actual situação, não só social, com grande perda de valores, como da própria Igreja. É certo que já antigamente havia muitos casamentos e baptisados que só o eram por motivos sociais mas, actualmente, a indiferença é grande.
E, também não ajuda, a discrepância de criérios relativamente às condições para receber os sacramentos - enquanto na Igreja X não pode, na Y ou na Z
não há problema. Mas também o critério do bem e do mal, do pecado ou da falta já há muito que não tem consistência ou é desvalorizado, Julgo que seria premente que, além da unidade de critéros, pelo menos, fosse encontrada uma forma de esclarecimento dos fiéis
através das homílias ou de programas televisivos.
Quanto mais o tempo passar mais difícil se tornará inverter a actual tendência ao alheamento das causas de Deus.
Beijinho
Ruth

Unknown disse...

Padre, o teu post explicita muitos dos dilemas que têm atingido a sociedade em geral e a Igreja em particular.Muitas das correntes filosóficas surgidas na década de sessenta, fortemente progressistas, motivaram o surgimento de ideias e posturas sociais pouco consentâneas com a doutrina católica. Porém, penso, que a situação se agravou com o CVII, em que a grande maioria dos padres conciliares era tendencialmente progressista, para já não falar do Papa. Mas, pior do que isso, foi a crecente liberalização à margem do CVII. Todo este conjunto de cunstâncias foi favorável à actual situação, não só social, com grande perda de valores, como da própria Igreja. É certo que já antigamente havia muitos casamentos e baptisados que só o eram por motivos sociais mas, actualmente, a indiferença é grande.
E, também não ajuda, a discrepância de criérios relativamente às condições para receber os sacramentos - enquanto na Igreja X não pode, na Y ou na Z
não há problema. Mas também o critério do bem e do mal, do pecado ou da falta já há muito que não tem consistência ou é desvalorizado, Julgo que seria premente que, além daz unidade de critéro, pelo menos, fosse encontrada uma forma de esclarecimento dos fiéis
através das homílias ou de programas televisivos.
Quanto mais o tempo passar mais difícil se tornará inverter a actual tendência ao alheamento das causas de Deus.
Beijinho
Ruth

Anónimo disse...

Sr. Padre, as questões que levanta também a mim me inquietam. Creio que nos levam a pensar (no meu caso pela n-ésima vez) se a lógica de Deus é a mesma lógica da Igreja. É que a Igreja é santa, mas é povoada de homens, que são pecadores. Então, se calhar muita da lógica da Igreja é a lógica humana.
Mas, sabe?, também não deixo de achar que seguir Jesus é uma atitude radical!
Continuo a ser católica. Continuo a ir à Igreja e a nela participar ativamente. Deus é real, não é uma ideia (embora, de certo modo, também seja um ideal!).
Mas a leitura do que Deus tem para nos dizer não é nada fácil, até o Sr., que é Padre, "gostava de perguntar a Deus como se sente. Como se encontra. E aproveitava para lhe perguntar também onde está ou deveria estar a Sua Igreja.".

Anónimo disse...

Este é um tema que me tem ocupado os pensamentos e por isso escreverei sobre ele novamente aqui.
Em relação ao casamento penso que os Homens não devem separar o que Deus uniu e entendo esta frase de uma forma vasta. Se acreditarmos que Deus não é católico, nem budista, nem muçulmano, certamente não se importará que um casal que se ama não se case pela Igreja (seja ela qual for). Mas talvez se importe que esse casal que ele uniu através do amor ceda às pressões da sociedade, do tempo, das dificuldades, da monotonia de viver em conjunto. Talvez Ele queira que eles aprendam a superar as suas dificuldades e acreditar que o amor que os uniu poderá sempre transbordar se eles assim o entenderem.
É bom que se diga que o casamento é um contrato, cresceu como tal e foi absorvido pela Igreja /Instituição numa altura em que essa mesma instituição era omnipresente na vida do ser humano (no ocidente claro).
Não casar pela Igreja é uma opção e um dia perceber que se quer celebrar esse amor sobrevivente, esse amor que resistiu à vida em conjunto perante Deus numa Igreja também o é. Deus ficará triste por ver um casal que se ama ao fim de uns anos celebrar o seu amor na Igreja? E fica contente por um casal que ainda não passou por nenhuma provação celebrar esse mesmo amor no início do seu caminho? Creio que Deus não se importa... Creio que Deus celebra o amor.
Em relação aos batizados , catequeses e afins. Creio que a questão se complica porque geralmente estamos já perante núcleos familiares constituídos, pelo menos , por 3 pessoas, na qual uma é criança. E a criança precisa de ser educada, nutrida na religião senão um dia poderá não ter limites (cujo significado aqui pretendo que seja o da confrontação, o da fronteira). Ou seja, a criança que não conhece Deus porque ninguém lho dá a conhecer poderá um dia ter dificuldade em relacionar-se com Deus porque nunca aprendeu nada de como fazê-lo. Como é óbvio acredito que por vezes, tal não será necessário. Certas pessoas parecem simplesmente que um dia despertam e encontram Deus, e daí se afirmar que a Fé é uma dádiva, é uma Graça que nos é concedida, não pode ser aprendida. E outras vivem a vida toda dentro de uma instituição religiosa sem que os seus comportamentos revelem qualquer Fé. Contudo a educação para a religião permite aprender mecanismos, informações que poderão ser úteis, um dia na orientação em momentos mais difíceis da nossa vida e quando formos chamados para pensar e nos relacionarmos com Deus.
A Igreja como instituição tem uma tarefa difícil, cada Padre é uma pessoa única com as suas aspirações, pensamentos e sentimentos e através de todos eles age. E por isso a discrepância será tão grande.
Num mundo em que tanto mudou a Igreja também teria que mudar e terá que mudar ainda mais. Não creio que perderá, ela ganhará novos fieis mais conscientes da sua Fé e mais informados. E isso é bom, não é?
Eu creio que cada pessoa deve fazer o melhor que pode, e os Padres não são excepção. E cada pessoa um dia terá que dar conta das suas acções e perceber onde correu mal e onde poderia ter corrido melhor.
Talvez a igreja católica seja apenas a face de Deus na Europa. Eu gosto desta face, moldada pela razão.

Dulce

Cisfranco disse...

Gostei das suas observações e perguntas, caro padre, e da forma como as faz. Gostava o sr de Lhe perguntar como está a Sua Igreja. Não sei como seria a resposta de alguém que não fala, que não se conhece, e que nunca ninguém viu, mas, se Ele existe e se Se manifestou em Jesus, então eu penso que Deus faria as mesmas críticas que o próprio Jesus fez ao judeiismo legalista e cheio de preceitos do Seu tempo. E já agora perguntava também eu: qual é o papel que Jesus ocupa na Igreja? Não quero ser injusto (admito que esteja a ver mal), mas a mim parece-me quase secundário. Alguns cristãos parece que nem O conhecem. A Igreja tornou-se um amontoado de doutrina, muito afastada da simplicidade do Mestre. Pode ser má interpretação minha, mas é o que no fundo me parece. Encanta-me, porém, a figura do Papa Francisco. Considero-o uma dádiva e benção de Deus para os crentes e para o mundo. Que Deus o conserve que tem muito trabalho a fazer.

Confessionário disse...

Cisfranco, obrigado pelas tuas palavras. Gostei muito delas e do que me fizeram pensar!

Anónimo disse...

-O que pensa Deus do mundo de hoje? Padre, mas estará mesmo pior do que o de ontem? Hoje as pessoas não compreendem, não vivem a igreja. Não assumem os valores da igreja, não se comprometem. O que agradará mais a Deus, casar por tradição como outrora e sem escolha, ou hoje tardiamente por escolha, em condições não ideais? O verdadeiro sentimento por Deus, está sempre presente no politicamente correcto? O estar na norma, é fonte segura que agrada a Deus? Não.
Ontem a nossa igreja também, nem sempre respeitou as pessoas: por exemplo o Massacre de Lisboa, 19 de Abril de 1506 que tenho de lembrar todas as semanas quando vou à igreja de S. Domingos - Rossio/ Lisboa ao ver à porta o Monumento em memória de judeus vítimas da intolerância e do fanatismo religioso assassinados no massacre iniciado no Largo de São Domingos que me deixa envergonhada. Eu também não me sinto participante naquela igreja! Pergunto-me, esta é a minha igreja de ontem, de hoje, de amanhã? Talvez como se pergunta: Estes são os Vossos membros, os Vossos crentes? Mas será melhor ou pior o mundo de hoje ou o de ontem? *Diz: “E gostava imenso de saber o que Deus pensa deste mundo de hoje, desta forma de ser Igreja hoje” Creio seriamente que Deus pensa do mundo de hoje o que pensava do de ontem: O mundo é pecador e sempre será. O que agrada a Deus nem sempre os nossos olhos não podem ver, só Ele que lê o nosso coração é que Se pode entristecer ou alegrar com o que não sabemos nem vimos. Mas quantas vezes o bem que se parece fazer desagrada a Deus e o mal que os outros julgam agrada a Deus? Não julgue pelo que vê. Não se entristeça pelo que vê. Só Deus sabe o que é/ quem é bom para Ele.

Anónimo disse...

Li a sua observação: “Não sei bem o que devamos, por exemplo, nós padres, fazer perante esta realidade” talvez a realidade seja imensa, existirá alguma formula mágica? Não, mas penso se eu tiver que escolher entre o procedimento normativo e o Amor/ compaixão pelo próximo escolho o Amor. Se eu tivesse que escolher entre fazer um baptismo a uma criança de pais não casados fá-lo-ia com toda a certeza se a igreja me desse qualquer liberdade como sacerdote de o fazer (há muitos que o não fazem outros recusam-se a celebrar para suicidas!!!) Se me fosse solicitada obediência ainda que eu discordasse, eu seguiria primeiro a obediência, depois o amor e a seguir a norma, digo-o porque talvez existam sacerdotes que posicionados na defesa de que praticam o amor em boas causas não compreendem que desagradam a Deus por desobediência. Parece-me isso como uma de forma inadvertida de ultrapassar Deus, achar que o seu Amor pode ser/é superior ao de Deus. Mas apegar-me à norma quando tenho a liberdade, o aval, de exercer o amor seria pura patetice.

Anónimo disse...


O casamento… que estão juntos. A virgindade antes do casamento tornou-se inviável sem retrocesso, o casamento sem experiência prévia vai pelo mesmo caminho, e perguntamo-nos: as pessoas não querem saber dos valores maiores de Deus? A questão é que as pessoas não acreditam que Deus queira o que a igreja exige. As pessoas crêem que Deus quer a sua felicidade. E de facto Deus é o que quer. Os noivos vivem juntos pecam? Madalena era pecadora quando chegou a Jesus e agora? Vai e vive o casamento à maneira de Deus. Penso que não se poderá encaixar o elefante actual num funil, e o funil não quer alargar, mas terá um dia de o fazer ou não servirá para nada. Quando algo não serve torna-se inútil, mas Deus, sempre será útil, porque o homem sempre precisará mais tarde ou mais cedo de Deus. A igreja embora ache que o homem é que tem de se moldar a ela, terá e irá sofrer várias reformas, contudo o importante é o sacramento do casamento que permanecerá.

Anónimo disse...

As eucaristia estão vazias de gente jovem. Há jovens que também o fazem por ritual, tal como os mais velhos, há-os que o fazem por paixão, tal como os mais velhos, há-os que descoram Deus porque têm propostas mais aliciantes. Se a eucaristia ao domingo era uma boa alternativa num meio social pobre, agora é necessário sentir que a eucaristia possuiu valor além da alternativa. O valor na teoria basta a poucos. Todos sabemos que mesmo a nível de prevenção sanitária etc. o saber de pouco vale na prática e não faz baixar as taxas de infecção… saber não basta! É preciso sentir! Para sentir, ou sou tocado/chamado por Deus ou por alguém, por exemplo pelo padre. Não posso deixar de lembrar de um caso particular de um sacerdote que passou por uma das paróquias da minha zona. Enquanto ele esteve, a igreja encheu-se de jovens, quando ele se mudou os jovens bateram quase todos asas como morcegos. Era por ele ser jovem? Em parte. Era por ele ser inteligente? Em parte. Era porque ele se empenhava, movia todos os instrumentos que tinha ao seu alcance, catequistas, familiares, porque estudava a sua própria forma de dizer e de estar? Em grande parte. A sua oração? O seu desejo? Sinto que se lhe aplica bem esta expressão de Santa Teresinha:”Contudo tenho um título que me dá muito trabalho, sou um “cãozinho de caça” sou eu que corro atrás da caça o dia inteiro” (p.516). Os jovens podem desistir, os pais podem desistir, todos podem desistir, menos o padre, porque Deus não desiste. Mas até o padre pode desistir… só Deus não desiste, mas Ele agradece a nossa ajuda, com estratégias concretas, novas dinâmicas, com acções inovadoras que atraiam os jovens. Até Jesus atraiu os que chamou!

Anónimo disse...

Não sei se estarei a fazer comentários muito extensos... dite a norma :)Tenho mais umas coisas para dizer

Anónimo disse...

"A Igreja tornou-se um amontoado de doutrina, muito afastada da simplicidade do Mestre."
Sim, no passado "igreja" aproveitou-se da grandiosidade da mensagem do Mestre Jesus e foi abandonando a simplicidade, pois na minha opinião, o intuito primário dessa "igreja" não era o de difundir a mensagem de Deus, mas sim o de estabelecer uma nova forma de poder baseado não na força das armas mas na força do "espirito".
Acredito na igreja que tenho dentro de mim.
"Encanta-me, porém, a figura do Papa Francisco."
Também a mim me encanta a figura / postura deste homem, encanta-me o seu sorriso e a forma como ele se movimenta tão naturalmente num meio que parece muito contaminado.
PR

Confessionário disse...

à vontade... aqui ainda não há dessas normas! lol

Cisfranco disse...

Li os comentários anteriores que sendo de pessoas diferentes, falam de Deus com a marca humana de cada um que escreve/fala e tudo isso é normal e inevitável. Mas há alguns que antropomorfizam completamente Deus, isto é, tornam-nO dotado dos mesmos sentimentos que nós humanos temos. Como que fosse um homem-juiz a reagir ao que fazemos ou deixamos de fazer. Dizem que fica triste ou contente com isto ou com aquilo e por aí a fora. Não quero chocar ninguém, mas, se Ele existe (e eu penso que sim), Deus é uma necessidade nossa (alguns dizem que Deus é uma idéia dos homens, criação sua, mas isso é outra questão): sem O admitir, as coisas ficam muito mais escuras e incompreensíveis. Deus é incompreensível e algo de completamente diferente que a cultura dominante nos transmitiu. A verdadeira luz para entender Deus é a que deixou Jesus de Nazaré e todos os Seus gestos e atitudes é tudo o que os crentes devem ou deviam entender. A Igreja não será mais de multidõe como no passado: todos alinhados pelo pensamento único. Esse tempo não volta mais, nem isso é importante nem desejável, mas se a Igreja funcionasse como verdadeiro fermento da mensagem de Jesus, estaria a prestar um verdadeiro serviço à Humanidade.

SM disse...

A Catequese…“Passou a ser a preparação de umas festas engalanadas”… A catequese parece preparar uma festividade quase oca? Ela está desprovida do verdadeiro sentido, frustrando expectativas mais profundas? Parece-me que o importante é/foi o empenho das catequistas com as crianças, o papel com os pais. O empenho do sacerdote. Quando dei catequese percebi bem que há crianças e pais muito diferentes, que alguns por pequenos motivos de vida podem até retirar a criança da catequese. Não posso esperar que sejam iguais, mas posso contribuir da forma como sei para os mudar. Sei também que, se a meus olhos não consigo o que gostaria, isso não me deve logo entristecer, uma ver que também sinto que há uma semente que fica, e que não são os olhos de quem a planta que sempre a pode ver crescer. Eu ficaria contente por as pessoas se empolgarem com a festa da catequese, ainda que Deus parecesse ficar para depois. Penso que se fizer a minha parte, Ele faz a d’Ele, Talvez o meu contentamento deva residir mais na avaliação e constatação do meu empenho, e não no resultado que obtenho. Ainda assim acrescento, quantas vezes as festas deixam verdadeiras marcas.

Anónimo disse...

***O Crisma… Diz ser uma forma de poder ser padrinho. O crismando então não está lá a fazer senão a vontade de algum familiar, se entendi. Mas veja, não entendo porque desloca a atenção para essas avaliações francamente… e agora conto a minha história, para o chocar um pouco! O padre anunciou que nos podíamos inscrever para fazer o crisma. Eu nem sabia nem o significado de crisma, mas eu gostava do padre e disse, vou fazer o crisma. A certa altura o padre diz na igreja que só podem fazer os crisma as pessoas que tenham a primeira comunhão. Nessa altura comecei a pensar e não me lembrava quando teria sido a minha comunhão! Perguntei a todos os familiares e ninguém se lembrava. Entretanto confundiram a comunhão com o baptismo (por volta dos 3 anos) e acabaram dizendo que eu não devia ter a comunhão! Fui falar com o padre. “Acho que não tenho a comunhão!” (Ora ele via-me comungar todos os dias). Perguntou-me se a queria fazer. Envergonhada disse logo que não (seria uma humilhação). Ele não se foi abaixo e disse-me que já tinha comungado portanto… Mais tarde comecei a ter vergonha de ir sozinha. Estava disposta a não ir. Três dias depois surgiu inesperadamente um rapaz vizinho, trazido pela mãe que soubera, para fazer o crisma comigo. A mãe queria muito que ele o fizesse e ele apenas obedeceu para lhe agradar. Não punha os pés na igreja há anos e não se confessava há tantos quantos não ia lá. Tinha vindo de Vénus e eu de Marte. Tivemos de apresentar documentos. Eu e a minha mãe preparamos os documentos. Ela disse leva o boletim de vacinas. E eu levei. Quando fui busca-los o padre fez referência ao boletim de vacinas, acho que estava a gozar interiormente. Hoje ainda me faço perguntas sobre o caricato de tantas situações passadas em todo o processo, sem uma explicação clara. Dias depois soube que o padrinho(a) teria de ter o crisma. Um problema, eu não conhecia ninguém crismado! Rapidamente apareceu uma estranha que em conversa me disse ter o crisma! O padre marcou para falar do crisma. Uma boa parte só estava interessado em ver o padre e estar numa galhofa e não no crisma. Mas creio que não me engano se disser que isso não o perturbou. Ele fazia o seu papel. Nesse ano o padre pôde crismar. Flores, livro, papel com a assinatura do padre… eis o sacramento do crisma! Muito pior que ser madrinha, a madrinha era uma desconhecida e nunca mais a vi! Dela guardo a oferta do livro de São Francisco de Assis. Este padre tinha todas as razões para se perturbar, mas antes eu acho que ele “gozava a bom gozar”. Porquê? Estou crente que no fundo do seu coração ele sabia que o sacramento valia mais do que tudo por que o tínhamos feito passar. Hoje comovo-me, comovo-me ainda mais, com aquele padre!

Anónimo disse...

As confissões… vivo numa grande cidade. Antes o santíssimo chegou a estar exposto todos os dias, as confissões chegaram a ser diárias. Actualmente só lhe reservaram dois dias na semana. Um a uma hora impossível para os trabalhadores e outra ao fim de semana a uma hora em que impossibilita a saída com a família, e ainda assim cheguei a esforçar-me e depois o padre faltava. Não foi por falta de penitentes, ao invés tudo tem variado com as escolhas de cada sacerdote que gere a paróquia. Lamento que numa paróquia onde existe tanta gente eu e outros nos tenhamos de deslocar a outras igrejas fora para nos confessarmos. Se podia haver mais penitentes podia, mas se nem horas existem para estes quanto mais para outros? Mais uma vez refiro, o padre pode mover montanhas. Se um padre tiver “alma”, não lhe faltarão tantos penitentes quantos queira, nas suas paróquias.

Anónimo disse...

Só lhe faço uma pergunta:
-Onde estão os santos?
Sabe onde estão os santos? Consegue vê-los? Consegue identificá-los?
Eu não.
Sou católica, praticante e divorciada. Não comungo e isso entristece-me. Mas continuo a fazer parte, assim como quem fica no fundo da mesa, porque essa, queiram ou não queiram é a de Cristo. E, ainda não senti (apesar de tudo) que ele me tenha excluído.
Quanto a "palpites" de quem não tem relacionamentos, não se casa, não tem filhos...

Cumprimentos

Anónimo disse...

Urge voltar a colocar Deus no centro da nossa vida...e então verificaremos que não é o que está à nossa volta que precisa de mudar...mas nós...Tudo quanto Deus faz é perfeito mesmo que nem sempre entendamos a perfeição d'Ele.

Confessionário disse...

Anónima de 04 Setembro, 2013 00:52

Não sei a que te referes, quando te referes a "palpites"; mas palpita-me que de facto Deus não te excluiu de nada, nem te vai excluir. Ele ama-te como tu és. E mais te digo que se alguém se pode afastar, não é de certeza Ele. Os santos são aqueles que conseguem aproximar-se cada vez mais Dele, e so tu e Ele saberão do teu caso. Eu não julgo nem dou esse palpite.

Confessionário disse...

Anónima de 03 Setembro, 2013 22:50

Tens razão quando dizes, por outras palavras, que os sacramentos valem por si. Mas tb é preciso saber que eles não têm valor mágico.

Anónimo disse...

Valor Mágico não porque Deus não é mago/mágico, mas Divino sim. Compreendo porque vigia tanto, talvez ache que em grande parte o resultado depende de si. Da minha parte creio que Deus possa fazer mais do que qualquer um,e amo ver um padre que vive isso, são poucos.

Anónimo disse...

Valor Mágico não porque Deus não é mago/mágico, mas Divino sim. Compreendo porque vigia tanto, talvez ache que em grande parte o resultado depende de si. Da minha parte creio que Deus possa fazer mais do que qualquer um,e amo ver um padre que vive isso, são poucos.

Anónimo disse...

Gostaria de me ter expressado de outra forma, mas também não sei bem como o diga… porque acho que às vezes não me entende… ou não quer entender… ou não pode entender… ou não está para me entender… : )

Confessionário disse...

Claro que Deus pode e faz mais que qualquer um. Mas e quando as pessoas não querem?! Essa tua forma de ntender põe todo o acento em Deus. É nele que deve estar o centro de tudo. Mas isso não exime o homem da sua responsabilidade e do seu querer... e é disto que falo!

Anónimo disse...

"Mas e quando as pessoas não querem?!"
Todos reclamamos a mudança, mas quem está disposto a mudar a si mesmo em primeiro lugar?
Raros são os que estão dispostos a pagar o preço da própria mudança.
Uma alma nobre muda não pergunta o preço, não paga, não cobra.
Até porque Deus não muda ninguém.
Ele mostra o caminho, segue-o (O) quem quer, quem estiver disposto a isso livre e espontaneamente.
Cobramos muito dos outros e damos pouco de nós.
Mais uma vez falo por mim.
PR

Confissões a Jesus disse...

PR…. “Até porque Deus não muda ninguém. “ . Garanto-te que muda. Quando quer. Radicalmente.

Confissões a Jesus disse...

Padre, (vou tentar tratar-te igualmente por tu), este meu comentário foi baseado na tua frase: “ O Crisma tornou-se a forma de poder ser padrinho”. Pressupus que te apercebias que entre os que faziam o crisma o objectivo principal do sacramento, se perdia, dando lugar a motivos inadequados (como o desejo de ser padrinho). Ora, parecendo-me que esse facto te incomoda, por isso o referistes, reportando-me apenas ao exemplo acima, daqueles que o fazem por outras causas, que não a suposta, procurei dizer-te que não sei se o teu suposto aborrecimento deva ser justificável, se cada um dos responsáveis faz o que deve, se tu dás o máximo, porquê sondar ou te deteres, ou mesmo te aborreceres com as intenções interiores das pessoas? Não podem essas intenções interiores esconder outras posteriores maiores sem que tu as possas conhecer ou avaliar? É que quando se parte para ajuizar sentimentos, intenções, creio que se deva ter muita precaução. Dizeres que as pessoas “não querem” , não sei se isto se integra no contexto inicial, não querem o quê? São os que se crismam que não querem entender, ou os outros que o não fazem o crisma ? Vê que dizes isso como desejando impor-lhes a responsabilidade de que falas. Dizes: “ Mas isso não exime o homem da sua responsabilidade e do seu querer “. Não cessará a tua parte quando tu fizeste tudo para a mostrares? Depois de fazeres o que te compete, para chamar a pessoa à responsabilidade, achas que ainda te cabe a ti a tarefa de reavaliar e ajuizar o que ela pensa, os seus motivos e te de entristeceres? A mim parece-me que aí é que começa a parte de Deus. Ou não? Aí é que digo que o sacramento vale mais do que a ignorância, a falta de consciência e até mesmo algumas tentativas frustradas de quem muito tenta. Mas se te entristeces é como se não acreditasses na Sua intervenção. Se tudo o que pudesse ser feito só pudesse ser por ti. Parece-me isso… não sei… tu o dirás.

Confessionário disse...

Agora sim entendi melhor o teu ponto de vista. Claro que fico triste, não pelo que não consigo no meu ministério, mas por andarmos com uma Igreja , quase às costas, em que nos gastamos e cansamos por coisas destas. mas o teu comentário ajudou-me muito, pois tens muita razão: quando nós já não conseguimos ou não sabemos mais ou estamos meio frustrados, o melhor mesmo é confiar Nele.
Obrigado

Confissões a Jesus disse...

Pois, por isso nunca se chega a ficar frustrado, nem cansado, nem triste… pois antes de partir para qualquer exigência, parte com a predisposição que independentemente do resultado bom ou menos bom, Ele continua-o! : ) boa noite

Anónimo disse...

Confissões a Jesus
Deus não obriga ninguém a mudar.
Quem muda fá-lo de livre vontade.
Se a pessoa muda é porque quando confrontada com a Luz Divina sente-se atraída a ela e sabe que só abandonando determinados comportamentos poderá ficar nessa Luz.
PR

Confissões a Jesus disse...

PR não entendi o teu comentário terás de me situar... à tua afirmação “Até porque Deus não muda ninguém. “ referi que Ele mudava. Não me lembro de ter introduzido a palavra obrigar, penso que não o fiz. A mudança de alguém e a intervenção Divina tem demasiados contornos para ser avaliada. A relação e o grau de aceitação e permissão de alguém das propostas de Deus, não é quantificável senão por Ele mesmo.

Anónimo disse...

Padre, conheci o seu blog através de uma pesquisa, estou a adorar. Em relação á catequese, lá diz o ditado que "de pequenino é que se torce o pepino". Gostava imenso de perceber porque é que as crianças são inscritas na catequese e quando se realizam as missas, os pais não as levam á igreja? Esta é uma das situações que pode fazer com que as crianças de hoje, jovens de amanhã, se afastem da igreja, vejo pelo meu caso em que no ano passado, o meu filho de apenas 6 anos me dizia "Mãe porque é que tenho que ir á missa, se os meus amigos da catequese não vão"?
Esta é apenas a minha opinião, os Padres deviam ter um papel mais activo, fazendo algo para cativar as pessoas.