sexta-feira, agosto 17, 2012

Se te fosse dada a responsabilidade e oportunidade, que farias com o problema dos sacramentos que se têm esvaziado de fé?

Já lá vão dois meses desde a última sondagem. Está na hora de colocarmos nova sondagem online. Ora, depois da publicação de alguns posts com uma problemática recorrente na Igreja dos dias de hoje que se prende com os sacramentos de forma geral, os quais cada vez mais se têm esvazíado de fé e tornado acções sociais, gostava que nos questionássemos sobre o que fazer perante esta realidade. Assim, surge nova questão: Se te fosse dada a responsabilidade e oportunidade, que farias com o problema dos sacramentos que se têm esvaziado de fé?
Expõe aqui também as razões das tuas escolhas. Caso tenhas alguma ideia fantástica, não deixes de a partilhar. A Igreja precisa de ideias e soluções!

23 comentários:

Moçambicano disse...

Olá, Caro Amigo P.e "Confessionário".
Olá a Tod@s que por aqui passam.

Curiosamente, as duas respostas à Sondagem, no momento do meu comentário, são "Acolhimento" e "Formação". Penso que são as duas faces de uma mesma moeda.
O Acolhimento, colocando a Compaixão acima do Moralismo e não nos "arvorando" em Deus - que Só É Bom -, permite ao Homem/Mulher descobrir e redescobrir o Amor Incondicional de Deus Pai-Mãe.
A Formação - que não pode (como tantas vezes sucede) terminar no Crisma de Adolescentes "sem consciência formada" -,permite que tenhamos Cristãos Adultos - Padres , Consagrados/as e Leigos/as -, que reconheçam os Sacramentos não como "carimbos" no "Boletim de Vacinas", mas sim como Momentos de Comunhão com Deus.
Isto exige Convicção e Disponibilidade - de Tod@s.

Um forte abraço.

Moçambicano

Moçambicano disse...

Oxalá aproveitemos o "Ano da Fé" para evoluirmos como Cristãos Adultos, na Comunhão Co-responsável, e não para recuperarmos "rituais", "dogmas" e centralismo que o II.º Concílio do Vaticano colocou - e bem -, em questão.

Outro forte abraço

Moçambicano

Anónimo disse...

Fiz o meu voto.
Tenho uma ideia..
Na minha opinião deveriamos começar por dar mais formação.
De dentro para fora, da igreja que somos, para o mundo que é suposto amarmos.
Eu falo por mim, percebo nos cristão com quem lido que algguns deles não sabem dar razões da fé que professam.

Porthos disse...

Meu caro:

Este teu canto tem-nos colocado questões deveras desinquietantes ultimamente.

Se por um lado acalento e acarinho a memória de João Paulo II como um modelo de fé próximo daqueles que sofrem e acolhem com fé as mais diversas Cruzes e as carregam até ao limite das suas forças, por outro tenho mais dificuldades em entender a Igreja dos rituais que pouco dizem às pessoas e que parece estar a recrudescer com Bento XVI...

E a minha opinião, relativamente aos Sacramentos vai nesta linha e também em acordância com os pensamentos do Moçambicano: + acolhimento para entendermos o sentir e a Cruz de cada um e de que forma esse sentir pode enriquecer os Sacramentos - TODOS eles importantíssimos na vida do Cristão. Também a Formação será basilar para enquadrar esse mesmo sentir pessoal na "institucionalidade" dos Sacramentos para que as pessoas percebam que as coisas não acontecem por birra dos Sacerdotes e têm uma razão de ser válida e que, quando percebida dão uma nova dimensão ao fenómeno da fé sentida e experiênciada.

Portanto, a tua sondagem deveria permitir mais do que uma selecção e as minhas opções iriam também para o acolhimento e para a formação.

Aquele abraço.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Mais formação e mais exigência Senhor Padre. Mas esta exigência começa nos próprio Padres. Penso que a geração de Padres novos vai ser mais exigente. Deixo-lhe aqui este artigo que é sintomático desta mudança:

http://luzesdeesperanca.blogspot.pt/2012/08/50-anos-depois-padres-jovens-retomam.html

Os Padres têm começar por dar o exemplo e começarem a identificar-se como Padres em todos os sitios onde andam

Um abraço

Mar disse...

Confessionário
É muito pertinente,próprio,oportuno este partilhar,sem dúvida nenhuma tem de haver mais formação,eu falo por mim que já passei pelo outro lado e um dia Deus através do Pe.António trocou-me as voltas e a minha necessidade de procurar Jesus,de O conhecer foi tão grande que tudo mudou dentro de mim,e procurei...procurei e encontrei que o amor que LHE tinha era muito reduzido,e muito meu,ou seja um pouco egoísta.
Fiz O Sacramento do Crisma administrado com alguém com muita fé .Só se ama quando se conhece.

Anónimo disse...

Fui ver, José Tomaz. Mas para mim usar batina não é essencial. Essencial é os padres serem autênticos. Conheço alguns que usam essa coisa branca no pescoço e são uma lástima! Por fora lindos e por dentro uma lástima!

Rosa disse...

Não concordo com o comentário anterior.
Não está no vestuário,na identificação exterior a fé , a entrega,o amor a Jesus,está sim na proximidade ao irmão,ao ser humano,ás obras edificadas é que dizem tudo,por causa de se pensar só no exterior é que tudo está com está.

Rosa disse...

Antigamente quando miúda tinha receio dos Padres,sentia-se austeridade,distância pouco amor e isso afastava muita gente da Igreja,hoje não é o Pastor,Consagrado que nos prepara para o caminho de Deus e sofre connosco quando algo não está bem.

Anónimo disse...

Boas tardes,
Na minha opinião a maior parte destes problemas prende-se com a falta e/ou fraca formação que é dada desde a catequese infantil. As catequistas, na sua maioria são "fraquinhas" não estando preparadas para a "bagagem" que os miudos têm actualmente. Qualquer questão mais dificil fica sem resposta e os miudos acabam por desistir depois da Comunhão. Alguns, cujos pais estão mais motivados continuam até fazer o crisma, mas, na minha opinião este sacramento é feito "cedo demais", ou seja, sendo o sacramento da maturidade da Fé, não consigo perceber como é miudos de 15 anos estão preparados...
Estive a ler um livro fantástico: "Todos os caminhos vão dar a Roma", que conta a conversão de um Evangélico ao Catolicismo e fiquei impressionada com a enorme diferença em termos de formação que eles têm comparada com os católicos "normais". Desculpe a demora...
Bem haja, continuo a rezar por si, reze pelos meus filhos

Mar disse...

Falta de formação é na realidade o maior problema,eu antigamente tinha vontade de me aproximar mais da vida da Igreja que nos ensina muito e não conseguia ,à que haver mais apoio,mais chamamento a quem muitas vezes se quer aproximar e pensa que é privilégio de alguns,mas não a casa de Deus é de todos.
O Sacramento do Crisma fiz agora «velhota» e não pensem que pensei em fotos, ou nisto ou naquilo, eu só queria confirmar Jesus com toda a alma ,que O aceitava em totalidade na minha vida,e o retiro que ajuda imenso.

Ana Melo disse...

ACOLHER, sem qualquer duvida. (Que me perdoem os padres, que a maior parte deles já parecem baratas tontas).

-Continuo achar bonito os pais (casados ou não) a quererem baptizar os filhos.

-Continuo achar bonito a força que as mães fazem, para que os filhos frequentem a catequese, façam as comunhões, e “terminem” com o Crisma.

-Continuo a achar bonito a corrida que se faz para partilhar do corpo de Cristo na Eucaristia. (numa das missas que frequento muitas pessoas entram tardissimo! vão entrando!! mas quase todas comungam acho girissimo!)

-Continuo achar bonito os adultos, que por tantos motivos interromperam o caminho a meio, e por outros tantos motivos recomeçaram, uns mais por chamamento espiritual, outros só porque é necessário, mas que se sentem também da família. (se duas reuniões não chegam tem de se fazer quatro)

-Continuo achar bonito que os Padres sejam disponíveis e atentos ao rebanho, confiem e sejam dignos de confiança, “não se cansem nunca de mostrar o caminho ao jeito de Jesus Cristo”.

-Continuo achar bonito que no meio de tantas famílias, o Espirito Santo actue mais, e continuem a ”nascer” vocações, e que as mesmas não sejam contrariadas. (os meus três sobrinhos mais novos, agora adolescentes, quando fizeram as festas das comunhões, muitas! muito seguidas! ainda lhe sugeri por mais que uma vez, que se algum quisesse ser padre a mimi achava giro!! mas tá quieto!!!)

-Continuo a achar bonito que na morte, haja sempre família/comunidade reunida.

mas;
- O casamento no meio dos sacramentos estraga tudo! devia estar nas misericordias - eu acho que Jesus Cristo, nos pede neste caso piedade e compaixão. (é na maior parte das vezes, o ninho da hipocrisia! muitas vezes o responsável por caminhos que “acabam”. Duas pessoas que individualmente são boas pessoas, que não deixam de o ser, mas que juntas não se entendem, querem caminhos diferentes! isto provoca tantas "vielas" nos caminhos! que a desorientação é inevitavel! e os filhos!!! os filhos!! sendo que, cada um que nasce se torna filho unico de Deus, são no meio dos casamentos, muitas vezes quase só armas de arremesso)

Eu!! é só teoria!! comigo a comunidade com pouco mais conta, do que com sorrisos!!! e algumas vezes lingua afiada!!!

No entanto acho que pedimos/permitimos em comunidade, festas muito privadas, "é o batizado do meu filho" " é o meu casamento" "são as bodas de ouro dos meus pais" " missa da minha mãe"... vá!! somos comunidade! estas festas deviam ser mais testemunhadas pela comunidade, nas missas de sabado e domingo. O privado!? fica para o logo a seguir.

Maria Carminho disse...

É verdade que não é o hábito que faz o monge, como, também, não são os muros de um convento que fazem um contemplativo, mas, sim, o claustro que ele faz no seu coração. Se existem sacerdotes que usam batina ou cabeção e têm uma vida pouco digna, também, existem sacerdotes que os usam e levam uma vida de santidade, assim como, há sacerdotes com santidade de vida que trajam à secular.
Um sacerdote atrai sempre, porque é Cristo que vive nele, embora tenha a condição de homem pecador, contudo tem uma dignidade superior a qualquer um de nós, conferida pelo próprio Cristo. Ele deve-se destacar pela sua maneira de estar e de trajar. Sempre que vejo ou estou com um sacerdote com batina ou de cabeção verifico que o meu espírito se eleva para Deus de forma bem mais forte do que quando está à secular. Fico muito triste quando os vejo de gravata, fico sempre com a sensação que são leigos seculares, que trocam a alta dignidade que lhes foi conferida pela coisas do mundo!
Um sacerdote meu amigo, um dia estava a caminhar com um outro seu colega, com alguma distância entre eles. A dada altura passaram por um par de namorados em atitudes impróprias, primeiro passou o colega e eles pararam com o que estavam a fazer, mas quando passou o sacerdote meu amigo eles não ligaram e continuaram. O meu amigo estava trajado à secular e o colega estava com o hábito! É que a vestimenta de um sacerdote não deixa de ser um "sacramental".
Será que fazemos quanto deve ser feito da nossa parte, diante de Deus, pela santificação dos sacerdotes? Quantos confessamos essa falta diante de Deus? Por ex: participarmos de uma missa a que não estamos obrigados...uma mortificação...suportar com amor algo de desagravável de alguém (quem se pode gabar de não ter aspectos desagradáveis?)...etc.
Para além dessas formações propostas, torna-se necessário formar um grupo de oração, diante do sacrário,em colaboração simultânea.
Se cada sacerdote procurar viver em claustro com o Seu Senhor, na intimidade do seu coração e procurar ter momentos de adoração diante do sacrário, creio que os sacramentos passam a encher-se de fé. E isto é válido para cada um de nós, mas um sacerdote é sempre um outro Cristo!
Um abraço em Cristo.

Joana disse...

Quando era criança sempre fui muito rebelde, mas, ao mesmo tempo, sempre gostei muito de frequentar a igreja.
Aprendi a rezar o Pai Nosso e a Avé Maria, na catequese, antes da minha primeira Comunhão.
O terço aprendi a rezar mais tarde, já devia ter os meus 12 anos e foi-me ensinado por uma vizinha, muito ligada à igreja, não sou Crismada, porque naquela altura o mais importante era a 1ª Comunhão e os meus pais retiraram-me da catequese, até porque vivia numa aldeia afastada da igreja e os meus pais não me podiam levar.

Adorei o meu tempo de catequese, adorava tudo o que aprendia e ouvia sobre Jesus, ainda hoje me recordo com muito carinho, do dia da minha primeira Comunhão,com apenas 9 anos. Recordo a confissão, os colegas, os sons, os cânticos, os cheiros, as rosas que oferecemos no Altar a Nossa Senhora, a minha primeira hóstia. Enfim, foi um dia vivido com muita alegria e intensidade.

Quando completei 11 anos, nasceu a minha 1ª sobrinha. O meu irmão pediu-me para ser madrinha de baptismo, mas o sr. padre, conhecido por ser muito rigoroso, não aceitou, devido à minha curta idade, então fui substituída pela minha mãe, com muita tristeza minha.
Três anos mais tarde, uma prima minha da mesma idade com 11 anos, foi madrinha de baptismo de uma prima dela, numa outra paróquia, com outro sr. Padre, pois este achou que a 1ª Comunhão era suficiente para ela poder ser madrinha.
No ano passado a minha sobrinha mais velha, hoje com 24 anos, foi madrinha do meu sobrinho mais novo, no entanto tem apenas a 1ª Comunhão, não é Crismada, mas mesmo assim, o sr. padre não teve problemas em deixá-la ser madrinha.

Infelizmente, as regras da Igreja, ou melhor o Código do Direito Canónico, (que eu não conheço), é explicito, mas desculpe-me o sr. padre Confessionário. Não é explicito, da mesma forma para todos os srs. padres, ou para todas as paróquias.
Durante um ano fui catequista, um ano apenas, serviu para decidir não voltar a sê-lo mais. Isto porque o ambiente que se vivia entre os outros catequistas, já de longa data, era insuportável. E passo a citar alguns comentários, "agora porque tu faltas-te à reunião, tenho eu que vir, outro dia, amanhã não posso, porque também tenho a minha vida fora daqui, são sempre os mesmos a fazer tudo, o sr. padre também tem que perceber que a nossa vida não é só isto..." etc e tal...
Fiquei bastante desiludida com tudo aquilo, eu que pensava que ia encontrar um ambiente de caridade, união e amizade entre as pessoas. Só tive pena de uma coisa quando desisti no ano seguinte, foi de deixar as crianças...

Hoje em dia considero-me a madrinha da minha sobrinha, apesar de nos registos paroquiais constar o nome da minha mãe.
O que sinto no coração, vai muito mais além de um registo assinado num papel, para mim sem qualquer valor.
Na minha opinião sr. padre Confessionário, deveriam acabar com essas normas sem sentido, pois como pode constatar, entre o próprio clero há discrepâncias e cada um faz o que bem entende, o que muitas vezes, leva muitas pessoas a afastar-se da Igreja, porque uns podem e outros não em condições semelhantes, mas com padres e em paróquias diferentes.

Sinceramente, acho que deveria existir, um maior consenso, dentro da própria Igreja. Para além da formação oferecida aos paroquianos, deveria existir também, um consenso entre os sacerdotes. Se as regras são estas, então é assim que se deve fazer, mas claro, todos em uníssono e não cada um para seu lado.

Desculpe padre, mas é esta, a minha opinião pessoal..

Bjs

Anónimo disse...

E minha conviccao que o esvasiamento de fe que se vem sentindo, com maior acuidade a partir dos an,os 70 nao tem apenas a ver com a falta de informacao e formacao dos fieis mas tambem com a falta de sacralidade e espiritualidade que se vem notando em muitos sacerdotes aquando das celebracoes liturgicas, havendo nalguns casos um tal aligeiramento que surpreende e faz lembrar que cerimonias liturgicas de aglicanos tem uma maior sacralidade, faqzendo pensar que afinal o ecumenismo aproximou os catolicos dos protestantes e nao o contrario, como seria suposto acontecer. E, tambem penso, que o facto de o clero secular e regular ter deixado de usar a indumentaria eclesiastica ou da ordem a que pertence, e uma excessiva secularizacao.Curiosamente em outros paises o seu abandono nao foi tao radical.
Penso, pois, que aproveitando o Ano da Fe deveria ser utilizada a comunicacao social para informacao e deveria haver tambem ampla formacao a nivel paroquial pois ha muitos catolicos que lhes falta formacao para compreenderem e aumentarem os seus conhecimentos, pois e certo que nao se ama o que nao se conhece. O acolhimento tambem sera fundamental. Um abraco em Cristo

Peregrino disse...

Caro Irmão e Padre Confessionário…

Falas-nos aqui sobre uma problemática específica (os sacramentos e o esvaziamento destes…) dentro da Igreja…! Eles são agora a base do teu desafio…!

Mas … de que MODELOde Igreja estamos a falar aqui? Sim, parecerá absurda esta pergunta agora, parece-se como se eu quisesse forçar-alterar o rumo e a ordem das questões…

…mas não estaremos nós a “saltar” por cima de um PROBLEMA bem maior, onde aí sim, acontece depois essa problemática dos sacramentos…!

Por exemplo: paremos e pensamos um pouco sobre o tipo de modelo de comunidade que ainda se mantém e dá a estrutura à Igreja que acolhe as pessoas que nos batem hoje à porta e que chegam de espaços e meios e com uma bagagem cultural e social totalmente diferentes daqueles que existiam há uns anos atrás…

Como estamos a fazer face à questão da mobilidade religiosa da sociedade actual e com toda a outra problemática subjacente na alteração do perfil dos católicos de hoje que no seu dia-a-dia estão a privatizar cada vez mais a espiritualidade, algo que era apenas possível materializar no espaço público das comunidades! O que fazemos e que respostas estamos a dar àqueles que andam à procura, que precisam de sentir Jesus presente.. agora, no seu dia a dia!

Abordemos agora apenas uma parcela do que é a realidade actual… só para nos por a pensar..!

A realidade é que existe e persiste ainda hoje nas zonas urbanas uma estrutura paroquial muito parecida com a estrutura da paróquia rural onde as coisas funcionam mais direccionadas para a procura e oferta dos sacramentos de uma forma mais socializada…sobretudo o (baptismo crisma, casamentos e funerais…)… onde o Padre apenas funciona a algo parecido a um “funcionário de Deus”…!

Por outro lado, a “finalidade” da maior parte das actividades e formação tem como 1º objectivo alimentar ao estilo de uma “engorda espiritual” os da casa…!

E quanto aos “neófitos” que recebem formação, (embora esta na maior parte das vezes chegue quase sempre fragmentada e feita-moldada pelo catequista que lê e interpreta o Evangelho e as “matérias” à sua maneira muito pessoal, a maior parte dos formandos tem muito pouco contacto com as fontes e a totalidade da Palavra… já para não falar que eles e muitos dos seus formadores nem sequer leram as encíclicas e afins…)…

Já nem me atrevo a falar da questão da “infantilidade” a que são sujeitos (quem sabe porqu~e…!)… numa espécie de tentativa de clonagem e despersonalização não só os jovens mas sobretudo os adultos que ganham coragem e pedem para fazer um percurso formativo da Fé… parece que o formador é que tem que decidir e pensar por eles…

…pensar Deus e crescer Nele é tarefa apenas do formador…

Depois, o resultado é cristãos adultos e jovens totalmente dependente e passivos… não dando este espaço a que cada irmão que ali bate à porta se torne no próprio protagonista das escolhas e decisões da sua vida de Fé… devendo o papel do formador apenas ser de alguém que abre canais no coração, no olhar e no pensar de cada formando para que juntos, consigam aproximar-se mais perto da Verdade e do conhecimento pleno de Cristo! (depois lá andam eles aflitos quando os embates das questões vitais da vida e da Fé batem à porta…)… dependências…!

(continua…)

Peregrino disse...

(Continuação 2…)

…. depois destas questões “desinquietantes”… que me perdoe o nosso Caro amigo Porthos… aquilo que me parece mais “intrigante…” é a motivação e objectivo principal de toda a formação que mais “parece” tentativas de “segurar os fieis e manter os números”… bem ao estilo das contabilidades humanas que trabalham para as estatísticas pastorais… dando origem a algo parecido como que um “crescimento para dentro” da igreja ao invés de preparar discípulos para o Anúncio… para fora… e depois queixamo-nos que estamos a definhar…

…definhamos porque vivemos apenas para DENTRO… custa a perceber e a acolher mas é a realidade…!

…onde está o SAL e o FERMENTO…! No número das estatísticas das catequeses…de baptimos, profissões de fé, crismas e casamentos…! No número clausus das missas dominicais ou diárias..! Nos templos cheios de pessoas mas que ao saírem da porta se desfazem e desintegram no mundo como iguais aos do “mundo”…! Onde está a diferença que marca e dá o sabor do AMOR que recebemos para viver e para dar…!

Bom… que me perdoe o Irmão hospedeiro Confessionário pela ingratidão da hospitalidade aqui ofertada… mas infelizmente esta é a base do “PROBLEMA” que depois dá vida aos outros problemas como o é o dos Sacramentos…

Saltar por cima desta questão é como concertar uma parede cuidando apenas do “rebouco” exterior enquanto no interior os tijolos que a sustentam estão envelhecidos e gastos… ai Jesus… ai Jerusalém.. Jerusalém… se souberas tu…!

O que aqui quero dizer entre tantas outras coisas, é que não é possível acolher gente do século presente com os mesmos padrões-estruturas da Igreja-Paróquia de tempos já passados… há que repensar ou pelo menos fazer uma abordagem (nem que seja só ao nível sociológico…!)… de cada espaço comunidade paróquia… sem essa abordagem é “bater no molhado”…!

Quanto ao “desafio”…respostas para a problemática dos sacramentos tenho algumas sim… nas minhas pobrezas estou aberto a partilhá-las aqui… mas ficaria num desassossego da alma se não partilha-se primeiro estas questões que são vitais… penso que delas dependem todas as outras...

Maria J. disse...

Se te fosse dada a responsabilidade e oportunidade, que farias com o problema dos sacramentos que se têm esvaziado de fé?

A pergunta faz-me um pouco de medo.

Não somos o povo sacerdotal,não somos o corpo de Cristo?

Cada cristão comprometido devia ter a responsabilidade e ser-lhe dada a oportunidade de envolver toda a estrutura eclesial com o "tesouro" que trás dentro de si.

Maria-Portugal disse...

Isto de povo sacerdotal tem muito q se lhe diga...só se fala de sacerdócio no NT referido a povo.

Não será por delegação desse povo em aliança com o chamado de Deus que os trabalhadores "especializados" (sacerdotes) acontecem na messe.?

Não seria de conceder um papel mais relevante a esse povo mandante.? Fizeram dele um consumidor de sacramentos em vez de lhe ser reconhecida a sua qualidade de sacerdotes,profetas e reis, que se proclama no baptismo.

Assim será de admirar o esvaziamento de conteúdo.?

joaquim disse...

Eu gostaria de votar em três:

Mais exigente, mais acolhedor e mais formação.

Acho que se completam.

Um abraço amigo

Anónimo disse...

essa de ke a batina aproxima das pessoas ou cria respeito é uma treta.
só aproxima se for em espaços especifícos como santuários! Nos outros sitios não aproxima nada. Quem é que ker ter ao lado no cafe um gajo com batina?!
e quanto ao respeito, é outra treta. Passa um gajo desses de batina e o people cala-se. Isso não é respeito, pois a seguir estão a fazer comentários. enxerguem-se
padres com batina é só pa chamarem a atenção!

Porthos disse...

Caro Peregrino:

Não sou ninguém para perdoar o que quer que seja... Mas a minha desinquietude também foi postada com ironia.

Parabéns pelo discurso simples, acutilante e sempre claro.

Maria Carminho disse...

Uma pessoa que respeite um sacerdote na sua dignidade de Ungido de Cristo tem todo o gosto de o ter a seu lado no café mesmo vestido de batina, pois reconhece na sua pessoa o próprio Cristo. E quiçá não fará interiormente um exame de consciência? Ninguém está livre da maledicência..nem Jesus Cristo se livrou dela...mas essas maledicências (que não deviam de existir) aumentam a santidade dos sacerdotes e a sua glória diante de Deus, e não é do agrado de Deus que se ataque assim os seus ungidos, porque cada um deles é um Dom da misericórdia e do amor de Deus por cada um de nós, merecedores do nosso mais profundo respeito, pelo seu sim dado a Deus e a nosso favor. E quem não tiver pecados que atire a primeira pedra...pela altíssima missão que lhes foi conferida são muito mais tentados que cada um de nós, por isso, rezemos por cada um deles...para que sejam santos.