quinta-feira, maio 28, 2009

A senhora da unção

A primeira vez que apresentei publicamente a minha vontade em celebrarmos a Santa Unção de forma comunitária, logo alguns foram dizendo que isso era para os mortos. Não lhes estranhei o medo, porque foram habituados a usá-la em ocasiões de morte eminente. Torna-se, por isso, um sacramento menor, ou a desejar apenas em último caso. Eu não jogo à defesa, mas ao ataque, e tenho-me esforçado por ajudar a entender o valor deste sacramento nas minhas comunidades. Ano sim, ano não, realizamos comunitariamente a Unção dos doentes. Alguns teimam em resistir-lhe, em achar que é para os outros. Mas começam a surgir aqueles que vêem no sacramento a presença de Deus de forma excelente. A presença das suas forças, físicas, espirituais, morais, para quem está doente ou com idade avançada.
Este ano foi ano sim. Tocou-me de forma especial aquela senhora que, na hora em que lhe foi possível, na véspera da festa, como eu lhe chamei, me confidenciou. Estou tão contente, senhor padre. Há tanto tempo que esperava por isto. O mesmo tempo que fez a sua vida. O mesmo tempo que se fez fé. O tempo de Deus na esperança dos homens. Eis o sacramento em que Deus se faz esperança na vida e na doença. Deus está connosco quando parece que nada mais está ou que nada mais conta para nós.

26 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!

Gostava de ter perguntar onde anda Deus? Porque é que me abandonou nesta altura? Agora que preciso tanto dele?

Anónimo disse...

Olá conf.

Só uma preguntita:
A Santa Unção é para as pessoas mais idosas, que estão doentes, aquelas que só lhe restam pouco tempo de vida, certo?
Mas há colegas seus que administram a Santa Unção a pessoas mais jovem, a quem quizer. Afinal quem deve realmente receber a Santa Unção?

Alexandra

S. disse...

Que bonito... :)

Canela disse...

O Sacramento da Santa Unção;

deverá ser administrado em 1º, a quem o deseje receber.

2º - Idosos, poderão recebê-lo uma vez por ano.

3º - Doentes (qualquer idade), que corram risco de vida; antes de uma cirurgia.

Pe. amigo, corrija lá o que há para corrijir, foi só uma ajudita...

Confessionário disse...

andas lá perto, mas eu vou procurar as palavras certas no Ritual. Só que agora não tou com mt tempito. Eu depois digo claramente.

Anónimo disse...

«...Deus está connosco quando parece que nada mais está ou que nada mais conta para nós.»

Pergunto:

Onde eatava Deus quando os Judeus estavam a ser exterminados durante o holocausto?

Julia.

Ângela disse...

"Mas começam a surgir aqueles que vêm no sacramento a presença de Deus de forma excelente". Não é "vêm" do verbo "vir", mas "vêem" do verbo "ver".

Confessionário disse...

ups, Pitux... merci. fico a dever-te esta.

Confessionário disse...

Julia
Deus não tem de ser o tapa-buracos dos homens. Deus não tem de acabar com o mal. O homem é que tem.
Eu imagino sempre que Deus não nos tira as dores e os sofrimentos, mas dá-nos a mão para não a levarmos sozinhos.
Ainda ontem dialogava com uma paroquiana sobre estes assuntos. As pessoas pensam que Deus é injusto por dar livre arbítreo ao homem e por deixar que coisas menos boas aconteçam. Eu teria pena se Deus não fosse assim, e imagino o caos que tudo seria!!!

Confessionário disse...

Agora em resposta a profpardal:

Diz o Ritual que deve ou pode receber este sacramento:
- em situação de doença (pode receber-se de novo, se o doente convalescer depois); pode ser uma pessoa nova, é óbvio
- antes de uma grave intervenção cirúrgica
- pessoas idosas (consideram-se geralmente os 65 anos)
- até pode dar-se a crianças dotadas do uso da razão paar serem confortadas com o sacramento

Em suma:
- não conta a idade, mas a situação de cada um, que pode passar por: velhice, doença, intervenção cirúrgica.

Eu costumo celebrá-la:
- comunitariamente para pessoas que se inscrevam com mais de 65 anos
- comunitariamente para pessoas com doença "sistemática"
- ocasionalmente quando me pedem, em casos um pouco mais limites, mesmo que a pessoa não esteja prestes a morrer

Anónimo disse...

O meu pai ía ser operado e como tivemos receio que corresse mal resolvemos pedir para lhe ministrar a santa extrema unção. Felizmente sobreviveu e hoje está bem, mas discutimos entre nós se precisa de nova extrma unção no leito da morte ou esta serve?

Obrigado.
Victor.

Alma peregrina disse...

Cara Júlia:

Existe uma estória muito bonita, que eu não sei se é verdadeira, mas que está muito disseminada...

Conta-se que, certo dia durante o Holocausto, os nazis reuniram todos os judeus do campo de concentração para os intimidar. Pegaram então numa criança judia e bateram-lhe até ela sucumbir.

Perante este acto de selvajaria, um dos presos perguntou a outro:

- Onde está Deus?

Respondeu o outro, apontando para a criança:

- Está ali, a ser espancado até à morte...




Se a Júlia for cristã, com certeza encontrará nesta estória um paralelismo com Jesus. Também toda a gente estava à espera que Ele acabasse com o Mal no Mundo. Mas Ele preferiu morrer por nós, para nos ensinar o caminho do Amor.



O que nos é pedido é que nós aliviemos os nossos irmãos que sofrem, deixando-nos ser instrumentos do Amor de Deus. É aí que Deus reside quando ocorrem injustiças.



Depois de todas as coisas passarem, Deus fará justiça. E, finalmente, os injustiçados receberão misericórdia. É esse o núcleo das Bem-Aventuranças.

Pax Christi

Alma peregrina disse...

Quanto ao Sacramento da Unção, penso que os sacerdotes têm um longo caminho a percorrer para lhe retirar o estigma da "Extrema" Unção. É importante que isto aconteça porque penso que este sacramento poderia ser um grande conforto para as pessoas doentes.

Eu tenho pena que este Sacramento seja tão esquecido... penso que é um dos mais bonitos... tal como o nosso corpo doente necessita de Deus para se curar, também a nossa alma doente precisa da Sua graça...

Pax Christi

Anónimo disse...

Sugiro a leitura diária de
"Asianews.net"
Compass Direct News"

Ou como os Cristãos perseguidos defendem a sua Fé com heroísmo!

Nós, ocidentais,nesta vida materialista, não merecemos a Fé daqueles irmãos.



Egypt - Two Copts Re-Arrested in Abu Fana Murder

Pakistan - Islamic Radicals Storm ‘Blasphemy’ Hearing

Turkey - Efforts to Tie Malatya Murders to ‘Deep State’ Fizzle

Ethiopia - Corpse of Christian Convert’s Infant Dug Up

Pakistan - Pastors Arrested for Use of Loudspeakers

Tanzania - Radical Muslims Drive Church from Worship Place in Zanzibar

Bangladesh - Buddhist Cremation Rite Forced on Christians

Egypt - Convert Airs Declaration of Priest’s Innocence

Egypt - Stabbing, Bombing Attacks Strike Near Two Churches

India - Christians Breathe Easier after Elections

Iran - Authorities Pressure Father of Convert

India - News Briefs

India - News Briefs

Indonesia - Muslim Group Threatens Newly Elected Christian

Pakistan - Christians Pressed as Military Battles Taliban

Egypt - Convert’s Religious Rights Case Threatens Islamists

Indonesia - New Building Site Found for Bible College

Vietnam - Alleged Murderer of Christian Strikes Again

China - Religious Rights Abuses Cited

Somalia - Kenyan Pastor Beaten at Somaliland Border

Indonesia - Mayor Revokes Church Permit

Pakistan - Lawyer Threatens to Kill Christian Charged with ‘Blasphemy’

Egypt - Swine Destruction Threatens Coptic-Run Industry

India - Stakes High for Christians in Elections

India - News Briefs

Iraq - Gunmen Kill Christians in Kirkuk

Pakistan - Taliban-Inspired Attacks Hit Christians

North Korea - Christian Refugees Question Regime’s Claims

Egypt - Convert Arrested for Marrying Christian

Vietnam - Massive Christian Celebration Allowed

Pakistan - Two Christians Acquitted of ‘Blasphemy’

China - Detained Uyghur Christian Taken to Hospital

Sri Lanka - Buddhist Mobs Attack Churches

Saudi Arabia - Authorities Release Christian Blogger

Turkey - Local Officials’ Role Emerges in Malatya Murders



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disse...

Pois é… A este sacramento a minha Mãe chama de Extrema Unção, eu já aprendi a dizer Sagrada Unção ou Unção dos doentes… A mudança na terminologia não é inocente. Ameniza, afastando o Sacramento da ideia de morte eminente. Sabemos que, para os cristãos ela é passagem e não fim. Mas tal como a vida, a morte é mistério. Para mim, doloroso. O desprendimento da materialidade obriga-me às maiores renúncias. Deixo de poder ver quem gosto, tocar, ouvir, cheirar… É certo que fica tudo o que está para além dos sentidos. A memória, por exemplo. Mas não consigo fazê-la bastar. E, por isso, pedir o Sacramento custa e não o faço espontaneamente. Principalmente se estiverem envolvidas pessoas que me sejam próximas.
Que Deus me perdoe e elas também!

Um bom fim de semana a todos:)

Anónimo disse...

Matéria já conhecida, mas só no básico - risco de morte. Desconhecia as outras vertentes.

Básicamente o sacramento abordado procura acrescentar conforto espiritual. Neste caso sempre o enquadrei sem risco civil e numa comunidade/sociedade católica.

O Anónimo de 29MAI2009 das 23:00 H foca a atenção para o risco civil de comunidades católicas minoritárias nos países citados em que necessitam - talvez mais - do conforto civil (ausência de perseguição) do que a espiritual.

Acompanhei na NET a deslocação do Santo padre à Terra Santa e o que retive por parte do Papa foi a mensagem de paz eucoménica e de respeito pelas outras religiões abraamicas.

A questão que coloco é a seguinte: Quem pratica a religião em locais hostis e com risco da sua própria vida, não é por si só um conforto espiritual ? e se é, fará sentido a extrema unção ?

A paz de cristo esteja com todos !
Fernando Gonçalves

Confessionário disse...

Fernando, não confundas Unção dos Doentes ou Santa Unção com Extrema Unção. Esta nomenclatura já não existe.

Por isso, em resposta ao que perguntas: Não se trata de um conforto para a vida em si, mas para o desconforto da velhice e da doença.
Se as pessoas se sente confortadas no seu martírio é outra coisa! Se o saberem-se gente de fé no meio da hostilidade é um conforto é outra coisa! Percebes?!

Tb gostei dessa vertente ecuménica,ou melhor, de diálogo inter-religioso do Papa na Palestina.

Anónimo disse...

«Deus não tem de acabar com o mal...Deus não nos tira as dores e os sofrimentos,...As pessoas pensam que Deus é injusto por dar livre arbítreo ao homem e por deixar que coisas menos boas aconteçam. Eu teria pena se Deus não fosse assim, e imagino o caos que tudo seria!!!»

- Sinceramente nunca li coisa mais absurda.
Deus é Omnipotente mas não consegue acabar com o mal, Deus é infinitamente bom mas deixa que coisas menos boas aconteçam. Qualquer pessoa que recorre a Deus para resolver os seus problemas esperaria precisamente o contrário do que me acaba de dizer.
Diz-me você que nem imagina o caos que seria se Deus fosse tudo aquilo que se espera e se lhe atribui como qualidades.
Fiquei pior.

Júlia.

Confessionário disse...

Ó Júlia, tenta entender o que pretendo dizer, sem olhares pelo lado negativo.

Não podemos comprar Deus e não podemos pretender que Deus seja à nossa imagem. Os desejos de bondade e de bem no mundo são bons. Mas Ele deixa-nos a possibilidade de melhorar alguma coisa, e não me parece de todo que Ele tenha de intervir como tu pretendes.
Assim, nessa perspectiva, os bons teríam de ser sempre premiados e os maus castigados.

A definição da vida humana não pode estar condicionada à intervenção de Deus. Se Deus não permitisse que houvesse mal no mundo, estaria a condicionar a vida humana. Não o pode nem deve fazer. Nós somos humanos e não divinos; por isso somos limitados... e na minha opinião, convém mesmo que assim seja.

Se ainda assim te parecer absurdo, paciência...

Anónimo disse...

Olá!

Situação de doença,grave intervenção cirurgica, pessoas idosa.
Tambem estou de acordo até certo ponto.
Esse sacramento é como o baptismo deve-se realizar com poucos anos de vida.Ou poucos anos antes de morrer.
Mas mesmo assim um colega seu num desses dias em que administrava esse sacramento, explicava as coisas de outra maneira. Levou-me a mim e a um grupo de pessoas da minha idade, e outras um punhado de anos mais velhas a receberem esse sacramento.
O que eu fiquei a ganhar?
A sensação que estava mais preparada para ter uma doença, para ir parar ao Hospital, para chegar á idade de idosa...
Mas sobre tudo uma paz incrivel.Se algo me acontecer de mal, eu já estou preparada. Isto até pode ser uma ideia absurda....

Um abraço

Alexandra

joaquim disse...

Julgo que a Biblia explica sem margem para dúvidas o que é a Unção dos Doentes.

«Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.» Tg 5,14-15

Claro que as pessoas de idade estarão "mais perto de estarem doentes", daí que também a possam receber devido à idade.

Abraço amigo em Cristo

Anónimo disse...

Algumas achegas (tipo reverso da medalha):

Relativamente à celebração comunitária: ela pode ser reflexo das dificuldades crescentes em fazer um acompanhamento personalizado das pessoas. Pior, pode tornar-se uma justificativa, um pretexto, uma boa desculpa para essa falta de acompanhamento. Sem dúvida que a falta de padres uma realidade, e que a assistência espiritual aos doentes é particularmente penosa (se bem que altamente gratificante). Mas não haverá também alguma acomodação e resignação às circunstâncias presentes? Não poderia haver uma aposta mais clara nos leigos?...

Acresce que as celebrações comunitárias correm o risco de uma certa massificação e anonimato, criando uma amálgama de percursos pessoais bastante diversificados e distintos, que não deixariam de ter algo a ganhar se fossem reconhecidos e valorizados liturgicamente de uma forma mais personalizada. Compare-se, por exemplo, com as enxurradas de confirmações que os bispos têm de administrar, e imagine-se o que poderia significar para um jovem ter a oportunidade de celebrar o Crisma de forma "individual"...

JS disse...

Quanto à questão dos idosos: ficam-me alguns receios de se estar a tranformar, mesmo que involuntariamente, a Unção dos Enfermos na Unção dos Idosos.
É que, realmente, vai-se sentindo uma necessidade de assinalar, liturgica e sacramentalmente, essa etapa da vida, que, com os avanços da medicina, se vai alongando no tempo e adquirindo um maior significado existencial. Mas parece que a única proposta que há para oferecer é a Santa Unção.
Ora, se a enfermidade e a ancianeidade são esferas com vínculos de particular força, certo é que não são redutíveis entre si. E se a Santa Unção apresenta uma particular elasticidade pastoral, certo é que arrisca uma confusão de ambas as realidades, com prejuízo para todos. Digamos que não é o mesmo tomar uma vacina para a gripe ou um remédio para a gripe...

Faria falta, pois, encontar outras formas de celebrar cristãmente a terceira idade. Já vão aparecendo algumas ideias em torno de momentos-chave como a entrada na reforma ou o tornar-se avó; ou o aproveitar certas ocasiões como os passeios de idosos, que bastas vezes incluem a passagem por algum santuário; ou a associação a alguma iniciativa, como as Universidades Séniores...

Neste âmbito, aproveito para recomendar o Movimento Vida Ascendente, de enorme potencialidade; e o precioso livro "Dá mais vida aos meus anos", uma colectânea de orações de/para anciãos.

JS disse...

Quanto à extrema unção:

Estou a par da forma degradante e traumatizante que esta forma de celebrar o sacramento veio a constituir no decurso do tempo; mas gostaria de salientar que ela pode revestir-se também de um carácter enormemente consolador e pacificante para os moribundos e suas famílias.

É certo que a proposta actual da Igreja para os últimos sacramentos não passa necessariamente (nem preferencialmente) pela Santa Unção. Propõe-se, issossim, a confissão geral, o viático, e a encomendação com salmos, leituras bíblicas e orações. Mas parece-me que o gesto da unção bate todos os outros aos pontos.
Por um lado, dá para dispensar a palavra, que se pode revelar inoportuna ou inútil.
Por outro, possui um aspecto de "raridade" que o valoriza: numa prática pastoral onde as pessoas podem comungar até duas vezes por dia, é bastante difícil fazer passar o valor irrepetível do viático como "última comunhão".
Acresce que, para a confissão e o viático, é necessário que a pessoa esteja consciente; e relativamente à comunhão, capaz de deglutir.
Last but nor least, poder-se-ia dizer que a unção tem um carácter menos exigente relativamente à fé e ao estado de graça do indivíduo. Faz lembrar o início da Quaresma, em que o padre vê desfilar diante de si toda a assembleia para receber as cinzas e uns minutos mais tarde apenas meia dúzia de pessoas para receber a comunhão...

disse...

"Deus é Omnipotente mas não consegue acabar com o mal, Deus é infinitamente bom mas deixa que coisas menos boas aconteçam..."


Especialmente para ti, Júlia:

Percebo-te muito bem... Estás com o novelo nas mãos, tentas encontrar a ponta do fio e nada... Tudo parece te inconsistente. Sabes, a descoberta da Fé é uma etapa muito complicada de um percurso nunca concluído. A mais difícil porque daí para a frente basta ir puxando, puxando e a meada vai-se desenrolando com maior naturalidade. Encontrando sempre nós, é certo. Demasiados. Mas com alguma boa vontade lá se vão desfazendo… Já passei por aí. Levei tempo até chegar aqui. E continuo verde em muitos aspectos... Problematizo demasiado para desespero dos menos pacientes.

Vou tentar ajudar um bocadinho.
(i) Tenta admitir que a lógica de Deus não é a lógica dos homens.
Se fosse, só alguns poderiam ser amados... Concordas?

(ii) Quem não é libertador, é opressor.
Conheces excepção à regra? Conheces algum ditador que tenha amado com autenticidade?

(iii) A realidade só consegue ser apreendida através da dualidade.
Repara. Serias capaz de sentir a alegria se nunca experimentasses a tristeza...? Valorizavas a paz se não soubesses o que é a discórdia e o conflito...? Disfrutavas da presença se nunca tivesses sido confrontada com a ausência...? Distinguias as coisas simples se ignorasses as complexas...? Conhecias a ordem se a desordem ou caos não existisse? Então?

Se o mundo fosse todo direitinho, assim como nós "gostávamos", tornar-se-ia insuportável. Depressa enlouquecíamos… Para teres uma pequena ideia lembra-te dos dias em que não tens nada para fazer nem ninguém para te "aborrece". Acabam por não ser particularmente felizes... Um mundo construído nestes termos também não poderia ser obra de Deus... Concordas?

Interpreto, deste modo, as palavras do Padre...

Bjinho

Confessionário disse...

Obrigado, Fá. Foste-me de grande ajuda. Mesmo mesmo