quarta-feira, março 04, 2009

Olha que o senhor padre bate-te

O caricato surgiu no meio da celebração da Eucaristia. A criança não parava por nada. De um lado para o outro, desviava o olhar dos presentes para as coisas a que se agarrava. Círio. Ambão. Lampadário. Credencia. Cátedra. Vasos de flores. Candelabros. Todos estavam a ver a hora em que um deles fazia o estrondo de uma queda monumental. O avô, atrapalhado, de vez em quando ia buscá-la. Porém, não conseguia retê-la nem na mão nem no colo. O miúdo devia sentir-se algemado e esbracejava fazendo ainda mais escarcéu. Para evitar este, o avô largava-o. Informo que estas cenas decorriam a poucos metros de mim, o que me obrigava a atenções redobradas com a minha concentração. Por duas vezes lancei um olhar de carinho misturado com uma reprovação ou um dedo na boca para a criança. Não o fiz para o avô, que, merecendo-o embora pela falta de sensatez em assumir uma atitude – já não digo pela celebração, mas pelas coisas que se imaginavam cair de um momento para o outro -, estava mais atrapalhado que todos os presentes, sem saber que fazer. Esperei que algo sucedesse. Não gosto de intervir num papel que não seja propriamente meu. Esperei. Esperei. E do meio da assembleia surgiu a tia. Agarra-o a um metro de mim. Fica ali a olhar-me por cima das flores do altar. Pega-o ao colo com força. Força o seu rosto com a mão direita na minha direcção e diz. Está quieto e caladinho, senão olha que o senhor padre bate-te.
Não digo agora o que me apeteceu naquela hora fazer à tia. Mas sempre posso dizer que naquele dia aprendi porque é que as pessoas desde cedo começam a ter aversão pelos padres, e porque é que os rapazes desde cedo excluem a possibilidade de irem para padres.

34 comentários:

Canela disse...

"Baaaaaah!"

Antigamente, assustavam as criançinhas, com o velho do saco, com o policia.... agora é com o Pe.?

Ele há cada uma.... não seria mais fácil, um dos presentes ir arejar com a criancinha? Não é pecado faltar á missa, por tal motivo (ou é?!)

Ver para crer disse...

Será?!!!
Não lhe fizeste mal nenhum!...
É provável que os motivos sejam outros.

Anónimo disse...

Olá!

Gostei desta tia.
Não imagina quantas vezes é que a minha mãe me disse as mesmas palavras quando eu resolvia fazer uma visitinha ao Srº padre que estava no altar. Mas eu era uma miuda bem comportadinha, limitava-me a ficar sentada no degrau do altar.
Acho que foi por isso que eu não fiquei com nenhuma aversão á eucaristia.

Agora uma pergunta:
Será melhor dizer ás crianças que o Srº Padre lhes bate, ou simplesmente ficarem em casa sem irem á missa.
Anos mais tarde existe sempre a desculpa: quando era pequenino não ia, agora tambem não vou.

Um abraço!

Alexandra

Anónimo disse...

Provávelmente quando a tia era miúda e fazia o mesmo que agora faz a sobrinha,houve algum padre que lhe bateu:).
Talvez esteja na altura de colocar um cartaz à porta da igreja a dizer que quem não sabe educar as suas crianças é melhor ficar em casa:).É que por vezes na missa eu fico a pensar o que lá vão fazer certos adultos,com crianças assim!
Um abraço

Fá menor disse...

Não pude deixar de sorrir...

fiz a comparação comigo (coordenadora da catequese):
é que, às vezes, as catequistas não tendo mãos nos miúdos ameaçam-nos de chamar a Fa... e a Fa começou a ter fama de má.. até que tive de começar a dar rebuçados aos meninos...

casualidade disse...

Acho que meter medo, com leis católicas a crianças, ou fora delas, como sejam adultos, para min, não é mto cortes , tal situaçao .Pork se formos ao cerne da questão Deus não coloca amarras a ninguem, nem a adultos kuanto, menos adolescentes .Outra coisa que me fazia mta especie era a lei ke induziam nos católicos, ao tomar a hostia, ke não se devia chegar sequer, aos dentes , e se ela fica-se um pouco colada ao, céu da boca tinhamos com a ponta da lingua tirar, outra coisa mto escura pois; se Deus disse tomai e comei é para que agente coma triture seu corpo , Deus nunca disse tomai engoli, , sao coisas mto pouco ortodoxas, ke se metiam nas cabeças ingenuas de cada cristão

disse...

Um colega seu, o Pe Duarte Cunha, hoje Secretário-Geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, defendia a ideia de que as crianças devem desde muito cedo “habitar” a Igreja por forma a que, crescendo nela, possam estabelecer laços de identificação que a idade não consegue desfazer. Os Pais eram muito incentivados a levar a criançada. E então era vê-los na Eucaristia que celebrava às 11h, uns agarrados ao biberão, outros à fralda, outros a livritos, outros a carrinhos… Uns corredor acima, outros corredor abaixo… No final entregava sempre um desenho para pintarem -penso que relativo à passagem do Evangelho desse Domingo. A confusão não era exagerada mas, às vezes, o burburinho fazia-se sentir. Se me perguntarem se me agradava, respondo, egoistamente, que não… Prefiro o silêncio que torna mais fácil a concentração e nos dá a tranquilidade que buscamos em Igreja. Não duvido que, ao Pe Duarte, também fosse mais cómodo celebrar sem os pequenitos por perto… Há sacerdotes especiais pela forma genuína como exercem o ministério. Este é um deles. O afastamento dos miúdos não é, de certeza, a opção correcta… Mas a mais prática é!

Um abraço

Alma peregrina disse...

Beeeeeeemmmm... agora o Sr. Padre sabe como os médicos e os polícias se sentem.
:P

Acho que a tia já andou a ouvir falar das suas "turibuladas".

ainat1987 disse...

Não é metendo medo que os miudos vão se portar melhora na missa... na minha opinoão. Eu trabalho com crianças dos 6 aos 10 e tento explicar as coisas mas nunca amiaçando muito menos com o padre... sair da missa pode não ser o mais correcto mas por vezes é a ultima e unia solução!

Canela disse...

Uma vez ouvi um Pe. (não vou dizer o nome, não se dê o caso de ser o nosso Pe. C.);

Deixem as crianças á vontade (as pequeninas), quem é que gosta de tirar uma radiografia de uma hora?
Não fales!
Não te mexas!
Não "respires"!

Sim, deu-me que pensar!
É verdade, se a criança não faz barulho, não mexe em nada... e anda só a explorar a igreja... qual é o mal?! Mesmo que vá para perto do Padre, qual é o mal? Já todos sabemos que não bate, não morde, nem nada parecido.

Caso seja uma birra mesmo grande, se calhar é bom levar a criança a tomar ar, acalmá-la e voltar a entrar se assim for possivel.

É de recordar que Jesus disse: "Deixai vir a mim as criancinhas."

Anónimo disse...

Todos os sábados...
18 horas.
Missa da Catequese.
Animada pela Catequese, cada sábado dois anos: um da Infância, outro da Adolescência. Cânticos: Grupo de Jovens. Violas, Órgão, Flautas, Jambés... e vozes jovens, alegres, entusiastas...
Todos os sábados seriam perto de uma centena de miúdos à minha frente... e como os 'peixes de Santo António', os mais pequenos logo ali à frente, os maiores logo atrás.
As homilias eram feitas com eles e para eles. Afinal a Missa era deles e para eles.
Entre perguntas e respostas. Muita irrequietude. Muita estapafurdice. A verdade é que aqueles miúdos(as) me ajudaram muito a ser Feliz.
Na verdade, quando nas férias intercalares ao longo do ano e no verão eu deixava de ter essas Missas... sentia-lhes a falta. E eles também!
Claro que não faltavam as vozes 'críticas'... sobretudo porque eu parecia mais criança que as crianças.
Mas... a verdade é que com os miúdos vieram os graúdos. Os pais. Os avós. Porque todos gostavam de ver aquela animação. Aquela Missa era uma FESTA!!

Tenho saudades dessas Missas...

Unknown disse...

ENQUANTO FOR SO O PADRE....EU JA OUVI: OLHA K O JESUS ZANGA-SE. OLHA K O JESUS CASTIGA...-.E DEPOIS AS CRIANÇAS FICAM C MEDO E AVERSAO A IGREJA

Anónimo disse...

Li atenta e preocupadamente o vosso texto, bem como todos os comentários que o vosso mereceu.
Acho a criança maravilhosa, o padre, que eu tenha conhecimento nada disse ou de nada se acusou, os familiares coitados, apenas tentavam aguentar a situação, até lhe fazerem a pergunta (...)não era coisa que nos fizesses... e qual o espanto dos adultos que a criança retorquiu "estava apenas a tratar das coisas do meu Pai..." e Maria sorridente num dos altares guardava tudo isto no Coração.

Sim, porque Ele diz "deixai vir a Mim as criancinhas, porque se não fordes como elas não entrareis no Reino dos Céus."

Logo não levem a mal a moral da história: A Igreja é para as crianças, Adultos para a rua!

Anónimo disse...

Tenho um padre meu amigo que convida sempre as crianças para o pé dele,junto ao altar, durante as missas. Nunca são muitos é verdade!
Mas é uma alegria. E eles portam-se bem. Há alguns que quando vão a outras igrejas, estranham.

Leonor

CrisR disse...

Quem lhe devia ter dado a palmada era o avô ou a tia...afinal o senhor padre não é quem lhe dá educação, pelo menos a social.

Jorge Oliveira disse...

Umas boas troçadas precisavam os pais e os tios... eheheheh

Anónimo disse...

A Fá esqueceu-se de dizer que nas missas a que se referiu as crianças mais crescidas cuidam das mais pequenas e estando sempre por perto evitam que algo de mais grave possa acontecer.

Anónimo disse...

Caro amigo. Não acha os seus textos sonolentos? Demasiado banais até...
As pessoas com problemas gravíssimos por causa da crise e não só, e você com historidas de sacristia?! Ora valha-me Deus!...

Anónimo disse...

Caro anónimo das 21.12 qundo a crise na fé diminuir as outras tb beneficiaram mais que não seja através de uma forma diferente de as enfrentar. Não é um problema de sacristia é um problema de uma sociedade tecnocrata onde as pessoas pouco contam. Tente ir mais fundo e verá que a leitura dos textos deixará de o entediar.

Ana Alves, Lisboa

Teodora disse...

Ora aí está anónimo! Finalmente alguém teve um pensamento claro e lúcido!

O padre escreve textos sonolentos em prol dos desempregados. Estes estão prestes a agarrar o Prozac, mas de repente lembram-se para quê se temos os textos do Confessionário?!

Deste modo contribui para a redução dos importações, o que se reflete na inflacção. E até poderia ir mais longe nesta explanação em macro economia.

Para já padre, acho que deve continuar nesta linha. Quem sabe se um dia destes até está a contribuir para a redução das subvenções vitalícias que tanto penalizam a despesa pública e que muitos não querem ver, preferindo congelar os salários dos que trabalham para receber a sua remuneração relativa a cada mês de trabalho efectivo.

Mas também poderá pedir para os "postadores" dizerem a frase e pedirem o tema. Lembra-se dos programas de rádio Disco Pedido?!

Anónimo disse...

Caro amigo

Penso que se trata de uma forma "subtil" de não se ser autoritário. Hoje em dia os "responsáveis" pela educação das crianças, em vez de lhes dizerem "pára com isso que eu não quero", arranjam um papão para ficar com o odioso. E as encantadoras criancinhas tornam-se uns pequenos tiranos.
Um abraço

EAJovEM disse...

Tenho um menino com 17 meses e, desde que nasceu, apenas em 1 ou 2 semanas não esteve na Eucaristia. Nem sempre se porta muito bem, é certo. Mas quando começa a incomodar em demasia, eu ou a mãe levamo-lo a arejar uns minutos e voltamos para dentro.
E isto porquê? Acredito que não é "pecado" faltar à missa por causa das crianças mas, por um lado, é preciso que se habituem desde pequenos a participar e, por outro lado, se optarmos pelo mais fácil, corremos o risco de nos habituarmos nós e passarmos a usar as crianças como desculpa...

Já agora, para o anónimo que acha os textos sonolentos, tem bom remédio: há tantos outros blogs com conteúdos diferentes... É uma questão de procurar o que mais lhe agrada.

Moçambicano disse...

Caro Amigo P.e "Confessionário":

Desejo-lhe muita Coragem e muito Ânimo para rebater alguma "aversão" que possa surgir nas pessoas - crianças e adultas (sobretudo nas segundas) -, pelo facto do Vaticano ter excomungado a mãe da MENINA de 9 (nove!) anos - que foi VIOLADA pelo padrasto -, por ter levado a filha a abortar. É por estas e por outras que o Vaticano para mim, depois de Paulo VI, passou a ser uma "coisa estranha"... E não é lá decerteza que vou procurar as "razões da minha fé". Desculpe-me a expressão, "estava tramado"...

Um grande abraço!

Continuação de Boa Quaresma

Moçambicano

Anónimo disse...

As palavras são como as cerejas. Pega-se numa e todas as outras vêm atrás. A leitura deste post suscitou, num primeiro momento, a reflexão sobre a presença das crianças na Igreja e o papel dos adultos que as acompanham durante as celebrações. Neste momento, vejam só, discute-se a crise… Parece que uma coisa nada tem a ver com a outra. Mas, mais uma vez a realidade é circular e tudo tem a ver com tudo. A escritora Clara Ferreira Alves põe o dedo na ferida quando diz:
“Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada. “

Está tudo dito. Não sendo crente penso que não é…) o texto de Clara Ferreira não levanta suspeitas quanto à isenção em termos de vinculação a credos e religiões. São ecos da sociedade laica que alinham com o pensamento da moral cristã. Interessante!
Levei tempo, mas hoje acredito na ideia de que a provação ajuda cada um a encontrar-se verdadeiramente consigo próprio e com os outros. Se assim for, talvez esta crise abra caminhos e ilumine aqueles sentidos que hoje sentimos tão apagados nas nossas vidas. Promoverá, então, o crescimento indispensável para enfrentar com esperança e determinação as dificuldades que nos desafiam os limites.
Não lhe quero tomar de assalto o blogue, Padre! Mas está-se bem aqui e as palavras são como as cerejas:)))
Um abraço

Confessionário disse...

Numa situação semelhante a estas o que eu faria?

Primeiro devo contar-te que alguns dos miudos que hoje estão ao meu lado como acólitos, fazem parte desse grupo de miudos irrequietos que os pais sempre levaram à missa.
Por isso acho que podem ir à missa para se habituarem. Eu pessoalmente gosto de os lá ver... desde que não atropelem nada.

O problema reside aqui. Alguns atropelam mesmo e distraem imenso as outras pessoas.
Por isso uma palmadita já fora da Eucaristia pode nao fazer mal nenhum.
A minha sobrinha, que hoje é uma entusiasta da Igreja, responsável de uma série de coisas na paróquia onde está (com apenas 19 anos), uma vez andou cochia acima e abaixo, foi ter com o padre e com o tio (na altura era seminarista). A minha mãe, Deus a tenha no céu, deixou-a em paz. Não complicou. Em casa levou umas palmadas valentes para perceber que nao podia repetir. Nunca mais repetiu.

Assim, eu levaria os meus filhos ou meninos e se exagerassem, dár-lhes-ia uma boa palmadita em casa.

Confessionário disse...

...relativamente ao assunto do anónimo polémico deste post...

faz-me pensar que faz parte daquela justiça à boa maneira portuguesa que tudo julga pelas aparências, pelo que vê na TV e pela superficialidade do que vive.

Não quero utilizar este comentário para denegrir nem o comentário nem a pessoa, mas para que o "Português" de forma geral que habitualmente age ou pensa assim, possa repensar algumas coisas.

Assim, explico:
- habitualmente não vou na onda de falar nos assuntos da berra, exactamente por isso... para tal já há quem fale
- Gosto de falar de coisas, se calhar, banais, mas que possam levar a pensar mais fundo do que a sua banalidade
- Geralmente os assuntos trazem consigo algo que não se vê à primeira; só o verá quem escolher ler sem superficialidade
- Tb sinto que estamos numa crise profunda, que já vem de há muito, e tento combatê-la, tb há muito, indo à sua gênese
- Esta crise económica é apenas uma consequência e não uma causa; o problema radica na pessoa humana, nos seus valores: por isso devemos combater a crise junto da pessoa e não do seu dinheiro ou bens
- Apesar de sofrer tb com esta crise, faço votos para que ela possa ajudar-nos a "começar" de novo (a forma como educamos as crianças e como as deixamos fazer o que querem, pode ser um começo.)

u abraço amigo

Anónimo disse...

Olá!

A minha vertente contabilistica entrou em acção.
Bem.......
Se a sua sobrinha têm 19 anitos, deveria ter + ou - 4/5 anitos quando andava acima e abaixo na cochia. Um seminarista quase,quase,quase pronto para ser ordenado padre deve ter uns 20/25 anitos.
Portanto é só fazer as contas...

Não se chateie comigo... é que eu parei precisamente no artigo quadragécimo do Codigo do Trabalho que estou a estudar. Fezem-me bem descontrair um pouquito.

Um abraço!

Alexandra

Anónimo disse...

Não suporto ver bater crianças. Sobem-me cá uns calores, Senhor...:)))
Educa-se fazendo entender. Nem sempre é fácil e muitas vezes implica tempo e paciência em doses industriais. Por isso é que educar é uma arte:) A pancada domestica mas isso é outra coisa. Mesmo a tal palmadita só em SOS... E ninguém pense que sou permissiva porque se engana redondamente.

Bjinho

Anónimo disse...

Ora este assunto é curioso e também de genese cultural.
Quando miúdo e orfão de pai aos três, a minha mãe - católica convicta e praticante - também delegava com frequência a repressão que iria receber de Jesus pelas minhas travessuras.

No entanto cresci e fui educado na religião católica e procuro respeitar a minha fé. Mas afirmo que não foi aquele período de infância que o post mo recordou, me fez vacilar na fé que mantenho. Foi sim certos e determinados momento da história universal que católicos se portaram de forma nada católica.

Quando andei no ensino secundário tive uma disciplina de Religião e Moral nos dois primeiros anos. No 1º o prof. quase que queria violentar a cabeça dos míúdos com temas biblicos que não colhia interesse nenhum. No 2º ano com outro padre promovia o debate de ideias e orientava a discussão e extraía a síntese e remetia-a à turma para meditar. Este é também um exemplo pessoal em que métodos de comunicação diferentes aproximam ou afastam as pessoas.
E, remetendo ainda, para o 1º professor de Religião e Moral, pessoalmente não consigo perceber o tempo desperdiçado quando existem temas extraordinários na história, nos fundamentos da caminhada do povo católico !
Fernando Gonçalves

Anónimo disse...

Há sencivelmente um ano, era obrigada a assistir à eucaristia agora, fico de castigo porque vou assistir à eucaristia.
Quem é que percebe os encarregados de educação? Ninguém!
Na minha opinião o grande problema das pessoas é não saberem distinguir as obras dos homens das obras de Deus!
Outro problema é verem apenas o seu ponto de vista e não se tentarem por no lugar dos pades, diáconos e freiras, ou até de todas as outras pessoas. Por esta razão são criadas confusões e as pobres crianças ficam confusas, e eu que o diga!

Já tive um pároco que odiava, outro com quem simpatizava e agora sou amiga de dois.
é preciso crescer na fé, aos poucos, em equilíbrio e perceber a história e razão de ser das coisas.
Não devemos julgar o quenão conhecemos.
Abraço nos Senhor

erute disse...

Enquanto pequena, e segundo a minha mãe, eu também não era muito sossegada... mas só distraía quem estava por perto - passava por baixo dos bancos e emburrava os pés.
Mas concordo com o Pe C. quando diz que é necessário uma repreensão.
Sou acólita e já algumas vezes vi (porque do altar vê-se tudo) alguns pais sairem com os filhos quando os mesmo estão mais desassossegados e momentos depois voltarem a entrar, e o certo é que os miudos vêm mais sossegados.
Não acredito que os pais lhes vão bater, mas sim falar com eles de forma que não incomodem mais ninguém.

Anónimo disse...

Ola!
Gostaria de colocar a seguinte situação. Há poucos dias estava eu a dar catequese quando pela minha sala entra o Sr. Padre anunciando (do nada) que iria mostrar um filme para as crianças. No principio fiquei desagradado com a ideia de ter tido trabalho a preparar a catequese e o sr. padre estragar-me os meus planos, mas enfim isso passou-me. Enquanto posicionava o computador na sala eu dava opiniões sobre o local onde as crianças se deveriam sentar. Quando terminou o que estava a fazer o Sr. Padre levanta-se e começa a posicionar as crianças para melhor verem o filme. Quando chega perto de uma delas (que designarei por "E"), ele estava amuado (por uma razão que desconheço) e limitou-se a dizer que não queria sair do sitio, dito isto o Sr. Padre pega-lhe pelo pescoço, cravando-lhe as unhas e puxando-o para o sitio que queria, gritando em bom som (tanto que até assustou as pessoas que se encontravam na rua)que quem manda é ele e ninguém lhe deve desobedecer. A criança chorava de dores e de susto, porque uma criança de 8 anos, não merece tal coisa, por muito que falte ao respeito a quem quer que seja. Escrevo isto não para provar que os padres batem em quem quer que seja, mas para pedir uma opinião sobre o que devo fazer por ter assistido a esta situação.
(PS: Esta não é a primeira vez que isto acontece, mas foi a 1.ª vez que eu presenciei uma situação deste género)

Confessionário disse...

Olá, última anónima

Eu não sei o teu nível de confiança com o padre, mas eu acho que o melhor era falar com ele, explicando com caridade que achou a atitude demasiado despropositada. Se ele aceitar, é sinal de que é humilde e enetendeu o erro; se nao aceitar, de facto parace-me que ele precisa de uma reciclagem e perceber as razões do seu sacerdócio. Era-lhe conveniente ler a Sagrada Escritura.
Mas acho que o melhor é falar com ele... com caridade e num espírito de correcção fraterna!

Anónimo disse...

Desde já um muito obrigado por este conselho. No entanto e como referiu, eu não estou lá há muito tempo, pelo que o meu nivel de confiança com o pároco não é grande. Pelo que já tinha presenciado e pelo que os outros catequistas me contaram, de nada adianta ter uma conversa com ele, visto que da última vez(que aconteceu uma situação do género aconteceu a outra catequista) a resposta foi "Tu não te metas, porque eu sou teu superior e tu não me desautorizas". Pelo que soube a criança em causa está a sofrer imenso (diz a mãe que já o apanhou várias vezes a chorar em casa ao lembrar-se da situação) e isso é o que me aumenta o sentimento de revolta.
Vou pensar seriamente no que fazer, mas agradeço novamente.

Anónimo.