quarta-feira, agosto 27, 2025

O baptismo do urso panda


A criança foi a baptizar e os pais não esqueceram nada do que seria necessário para a cerimónia. Por isso adquiriram uma caixa com uma vela, uma concha, uma toalha de linho e mais alguns adereços que nem sei bem para que servem. Na verdade, há lojas criativas que lucram com algum marqueting à mistura. Não perguntei quanto custara a caixa, que não me senti desavergonhado o suficiente. Mas quis saber porque é que a toalha tinha bordado um urso panda e a vela tinha um laço com um urso panda estampado. A mãe respondeu que a criança gostava muito do urso panda.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Deus de folga"

4 comentários:

Anónimo disse...

Podiam ter escolhido um animal "bíblico"... E é certo que o panda está mais associado a tradições chinesas/orientais... Mas também é verdade que se o panda tivesse o seu habitat no Médio Oriente, garantidamente teria sido inserido nas narrativas da Bíblia. Trata-se provavelmente do animal mais querido e acarinhado em todo o mundo.

Anónimo disse...

Tolices dos tempos modernos, em que se mistura tudo e não há respeito por nada!

JS disse...

A prática por cá é deixar ao critério da família a obtenção de alguns dos objectos/símbolos do batismo, no pressuposto de que eles saberão orientar-se na hora da aquisição. Em muitos casos, não há reunião de preparação do baptizado; ou se há, esse assunto não chega a ser abordado. Por outro lado, as comissões litúrgicas não se mostram interessadas em disponibilizar algumas orientações/clarificações a este respeito, de modo que também cada padre faz como entende, numa variedade ritual pouco esclarecida. E depois, admiram-se das escolhas que as famílias fazem...
Nalguns países, talvez escaldadas com situações semelhantes, são as paróquias que tomam a cargo fornecer (gratuitamente ou não) os materiais necessários à cerimónia. Noutros, os comerciantes recebem orientações sobre o material apropriado para vender, directamente ou seguindo a prática das lojas diocesanas de artigos religiosos.

Emília Simões disse...

Boa tarde Senhor Padre,
Este caso e, não me leve a mal deu-me vontade de rir, talvez um riso nervoso.
Sempre se falou em toalha branca para o Batismo.
Constato que na sociedade atual as crianças são habituadas a não ser contrariadas.
Tudo o que dizem e fazem é bem feito.
Não sei qual vai ser o futuro destas crianças quando a vida lhes mostrar (e Deus queira que não) , que a vida também tem contrariedades e por vezes muitas.
A educação atual deixa muito a desejar.
Um abraço.
Emília