domingo, março 06, 2022

menos catequese

Neste último período mais difícil da pandemia, a paróquia teve de suspender a catequese presencial, que está agora a retomar. Durante dois anos, ora há catequese ora não há. Os itinerários têm sido interrompidos ou intermitentes. Os catequistas bem tentam manter uma presença através de outros meios não presenciais. Contudo, na maioria das vezes, é apenas isso, uma presença. E embora eu sinta, tal como já o afirmei aos catequistas, que é ou pode ser uma oportunidade para tornarmos a nossa catequese mais kerigmática e menos doutrinal, a verdade é que a catequese intermitente é como uma fé intermitente. Não agarra. Não compromete. Não fomenta caminho. Ainda assim, agora que estamos a retomar as sessões presenciais, uma mãe veio ao meu encalço a pedir se a catequese poderia ser menos vezes. Ó senhor padre, assim só de quinze em quinze dias. É bem capaz de ter razão aquela mãe. Também a vida da fé deveria ser só de quinze em quinze dias. Ou até menos. Quanto menos, melhor, Senhor. Menos catequese, por favor! Menos… 
 
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Nem Pai-Nosso nem Avé-Maria"

5 comentários:

Anónimo disse...

Viva a lei do menor esforço! É uma das regras que comanda a vida: estaremos empre à procura do que nos possa facilitar as coisas, abreviar, aligeirar, apressar, poupar forças, tempo e dinheiro. É uma bela tentação. E depois queixamo-nos que as galinhas com quinze dias de criação não sabem a nada, e que a empregada do café atendeu-nos com demasiada pressa...

Também na comunidade cristã se passa o mesmo: se a missa fosse mais curta, se o padre falasse menos na homilia, se o grupo coral não cantasse tanto, se o pessoal a confessar-se andasse mais depressa, se as reuniões se mantivessem por video-conferência, se o atestado pudesse ser passado já, aqui e agora...

JS disse...

Relativamente à frequência dos encontros de catequese, há que reconhecer que não se trata de uma questão fechada.
Pessoalmente estou convicto de que o ritmo semanal dos encontros é de facto ideal, o que mais facilita a aprendizagem sem sobrecarregar o calendário das crianças (e pais), contrariando relativamente bem o esquecimento natural e enquadrando suficientemente alguma ausência pontual.
Contudo, há outras possibilidades. Se não me engano, o programa da catequese de adolescentes prevê sessões quinzenais. E eu lembro-me do meu tempo de grupo de jovens, em que os horários eram bastante flexíveis: se tínhamos uma actividade a preparar, podíamo-nos encontrar todas as noites durante uma ou duas semanas, e depois passar um mês sem nos reunirmos. Havia alturas em que o pessoal andava mais ocupado ou mais disperso e as coisas funcionavam a meio gás; e outras épocas em que passávamos mais tempo juntos do que com a família.
Tenho também conhecimento de práticas de catequese diferentes noutros países, onde preferem juntar as crianças uma vez por mês, num dia completo, quase de retiro, em que almoçam e lancham juntas.
Lembro-me ainda de um caso, relativamente recente, de uma paróquia em que o padre fazia a preparação das crianças para a Primeira Comunhão durante um período de dois meses, reunindo com os meninos todas as tardes depois da escola. E não havia mais catequese do que essa. E os pais apoiavam fortemente essa forma de trabalhar.

Anónimo disse...

É bem certo que era preferível ter menos horas de catequese com mais qualidade do que certas catequeses que não têm ponta por onde se pegue. É do estilo, crianças que repetem palavras como papagaios porque não lhes é ensinado o seu significado. Mas para isso tem de haver mais uma sobcarga para o Pároco, ser ele próprio a avaliar em que mãos entrega o ensino das crianças e não deixar que quem não tem competência (também acredito que há muitos leigos competentes que podem tirar essa dor de cabeça aos padres) mas infelizmente há tantos que deveriam ter preparação antes e não têm. Catequeses que não atraem nada e os pais vêm-se e desejam-se para convencer os filhos a ir à catequese.

Ailime disse...

Bom dia Senhor Padre,
Se a catequese fosse ministrada com qualidade e com catequistas bem preparados talvez o espaço de tempo não fosse assim tão iportante, embora concorde que o ideal seja todas as semanas
Ailime

Anónimo disse...

eu acho que as pessoas querem menos tudo, e de preferencia nada!