Não sei para onde vão estas linhas que começo a escrever. O dia de hoje é conhecido por um dia de excessos desculpados pela própria data. Ninguém leva a mal. Ninguém pode levar a mal. Haja, ao menos, um dia no ano em que ninguém leva a mal o que acontece. Eu não levo a mal que haja um dia assim. Um dia em que se faz de conta que nada é a sério. Mesmo quando a vida continua a acenar com pesos, dificuldades, problemas. Isto é mesmo a brincar, dizem. E parece. A vida parece uma brincadeira. Dá a sensação de que é carnaval todo o ano. Ou que já ninguém brinca aos carnavais. Porque estes são a sério.
Não saí de casa, hoje, para variar. Fiquei a ler textos e notícias sobre a Igreja, sobre o cardeal patriarca de Lisboa, sobre o Papa que fez assim e é assim, mas tem uns cardeais ao seu lado que o olham de lado. E mais uma cambada de vozes que se atiram ao Papa para dizer que este está a estragar dois mil anos de história e de Igreja. Mais uma cambada idêntica que ataca, assanhadamente, a Igreja, ou melhor, a ICAR, como teimam em chamar-lhe, para reivindicar ou para demonstrar que é baseada numa mentira. E mais uma ou outra notícia que dava conta de umas corrupçõezinhas aqui e ali, mais umas mortes na estrada, ao volante, ou em casa, por uma familiar a quem a depressão causa um distúrbio que dá nisto.
Afinal está a chover lá fora. Eu bem disse que não sabia o rumo do que estava a escrever. Estava aqui a pensar que apetece fazer de conta que está sol e que tudo não passa de uma brincadeira de carnaval.
2 comentários:
Tendo em conta a palhaçada em torno daquela frase do Cardeal que ninguém leu nem sabe ao certo donde vem, mas que todos criticam, dum lado e do outro, é caso para dizer: ainda bem que é carnaval. Viva a ignorância!
Entretanto, já tive a oportunidade de espreitar a mensagem do Papa para esta Quaresma.
Uma pérola.
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