quarta-feira, junho 25, 2025

A catequista intercessora

Estavam a um mês do Crisma na paróquia. No início do ano pastoral tinham aberto inscrições para adultos que pretendessem fazer uma formação para esse efeito, e os jovens que concluíam este ano a catequese de infância e adolescência tinham sido convidados a fazer a sua inscrição e a reunir os documentos necessários para a sua realização. Para espanto do pároco, uma catequista da paróquia contactou-o, através de uma rede social - com o peso que tem cada um destes dados -, a interceder para que aceitasse um jovem que se queria crismar porque queria ser padrinho. Foi essa a sua justificação. No meio do pedido, como se as sessões ou encontros de catequese fossem aulas, como se o sacramento não precisasse senão de duas ou três horitas de preparação e como se não tivesse qualquer relevância a injustiça que se cometeria para com aqueles que andaram dez anos na catequese, sugeria que se aceitasse com “duas ou três aulas de preparação”. Foram essas as suas palavras. Ao pároco custou a entender o pedido no contexto em que foi feito e por quem foi feito. Respondeu-lhe, com amabilidade, que já não seria possível, mas que poderiam ver a situação concreta do jovem e procurar uma solução futura. Pois a sua resposta não se fez esperar e, a acrescentar ao que já o tinha incomodado por vir de quem vinha, a resposta deixou-o à beira de não sei o quê e de palavras que prefiro não dar-lhe som: acho que lhe fica muito mal como padre dificultar a vida das pessoas.
 
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "Fazer catequese para se crismar"

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