quarta-feira, julho 13, 2016

Uma Igreja para hoje?

De que serve hoje uma doutrina? Ou umas verdades de fé que temos de aceitar e professar? Longe vai o tempo da escolástica, dos conceitos que eram verdades ensinadas e aprendidas. Hoje já não há distinção entre a Igreja que ensina e a Igreja que aprende. O mundo dos conceitos deu lugar ao mundo da questão. O mundo das ideias deu lugar ao mundo da matéria. Deus desaparece porque afinal aquilo que dizíamos Dele não o entendíamos no contexto e na história do ano 2016. Nem a Bíblia é uma fonte de doutrina. É Deus a falar com o homem de hoje, porque Ele fala cada dia como ontem falava. É para o homem de hoje que Deus se revela. Porém, como se pode Ele revelar quando o homem se tornou o centro da sua acção? Como pode Deus entrar num mundo e num homem que não quer conhecer para além do mundo visível? O homem que tanto perguntava, cansou-se de perguntar. A modernidade e a pós-modernidade mudaram a forma de ver e vida e de a viver. E é neste contexto que a Igreja tem de viver. É neste contexto que a Igreja de Cristo tem de ser Igreja. Estamos num momento da Igreja que é uma oportunidade grande para voltar ao tempo de Jesus, sem verdades que não Ele próprio, sem conceitos senão o amor, sem fé que não seja vida e celebração.

11 comentários:

Febe disse...

Num mundo que parece não ter futuro, nas cadeias de horrores que fazem o nosso quotidiano , só aquela Luz que indefectivelmente rompe as trevas pode ser o nosso amparo, o nosso refúgio, a nossa força. " Não temais pequeno rebanho...porque aprouve a meu Pai dar-vos o Reino"... é nossa missão sermos os apóstolos da esperança!

Anónimo disse...

grande texto, padre, e deveria ser lido por muitos bispos

Anónimo disse...

Fui agnostica convicta durante a minha adolescencia e parte da idade adulta. Subsitui o Deus da minha infancia, pai protetor de todos os males, pelo Kant e outros filosofos que eu, com a sensiabildiade dos meus 16 anos, aprendia e apreendia como Mestres da Sabedoria e da perfeição.. Idealizando a perfeição caí numa toral imperfeiçao (doença do comportamento alimentar), aí percebi que os meus deuses não me poderiam aceitar, e olhava para trás no caminho e ja nao encontrava O Deus de antigamente que me poderia aceitar tal qual era... Foram precisos muitos anos de sofrimento, de desespero, de perdas, para de novo encontrar Dues, mas desta vez 1º dentro de mim e só depois fora. E um Deus já não protetor, no sentido de nos privar do sofrimento, mas um Deus que está presente nesse sofrimento. Mas que para mim continua a ser a grande pergunta sem resposta?! Se a Igreja de hoje aprender tb a ser como Deus e a estar presente no sofrimento, julgo que ira no bom caminho...
AgnosticaPortuguesa

Confessionário disse...

AgnosticaPortuguesa

É um bom caminho, sem dúvida

Anónimo disse...

No outro dia um padre dizia-me, aquando duma má noticia sobre a minha saude, "não peças para que aconteça isto ou aquilo, ou que nao aconteça istou ou aquilo, pede antes para que Deus te dê forças para ecnarares o sofrimento".. tentei seguir esse conselho.. mas confesso que muitas vezes me questiono "porquê tanto sofrimento numa só pessoa"? Será que Deus dá o frio conforme a roupa? Acho que é melhor nao colocar Deus nesta equação do sofrimento e encarar tudo como desordens do corpo ou desordens do ser humano.. de contrario, ha muito sofrimento incexplicavel.
Mas tenho de lhe confessar que numa da minhas viagens aproveitei para me confessar em Roma, no vaticano, pensando que aí estaria a Igreja mais proxima do que diz o Papa Fancisco, e a minha confissão era mais ou menos o que vos falo aqui "estou cansada .."..sabe qto tempo durou? no maximo uns 3 minhutos e nao havia filas..o padre ouviu o meu lamento, disse que os meus pecados estavam perdoados, os passados tb, e deu-me uma penitencia insignificante, coisa que o Padre quem me trouxe de novo a deus e que faleceu no ano passdo, nunca me deu, dizendo que a minha penitencia era a minha vida..
Desculpe estas partilhas, mas a Igreja em que passei a acreditar é a que torna a Mensagem de Deus viva todos os dias, virada para o Proximo, tão mais proximo quando mais a margem está..
AgnosticaPortuguesa

Confessionário disse...

eu nao diria que Deus dá consoante a roupa, mas que está sempre, independentemente da roupa que se traga vestida ou por vestir...
O sofrimento simplesmente faz parte da vida, e não querê-lo, é quase como dizer que se quer ver sem usar óculos ou falar sem ter língua...

Faz parte... da nossa condição de seres humanos... Deus nao gosta de nos ver sofrer... e esta connosco sempre

essa de Roma é mais ou menos aquilo que se esperava ou espera, digo eu

Anónimo disse...

Eu sei, não me posso queixar, apesar de 3 doenças graves para além da doença de comportamento alimentar, da qual saí (embora me considere eternamente em reucperação, porque existem medos que permanecerao para sempre, mas que nao me impedem de ser feliz)exatamente no dia em que me foi diagnosticada a doença neurologica, ~mas nao por causa desta. Aí até vi a Mão de Deus, porque me permitiu sair do submundo das dependencias por mim propria (com a ajuda de grande equipa médica) e não por causa duma outra doença que eu desconhecia que tinha.. Podem dizer que foi um presente envenenado, penso que não, nunca se sabe se Deus não terá permitido que esta nova doença surgisse tb para servir de travão a qualquer tentativa de voltar á dependecia..
Doenças não me faltam, sofrimento intra muros tb não (durante anos a minha casa era formada de idosos e pessoas com deficiencia que me ensinaram o caminho do Amor) mas tento olhar sempre para o lado e esse lado não me dá legitimidade para reclamar.. apenas fico muito cansada por vezes e preciso do colo de Deus.. o único Amigo que me fazia ligação terrena a deus era um sacerdote de 85 anos que deus me roubou no ano passado, a partir daí ando na busca de algo que me permita ser ouvida por Deus.. talvez por isso também esteja aqui, instrumentalizando este espaço. Bom fim de semana e que Deus não se esqueça de quem sofre!
AgnosticaPortuguesa

Confessionário disse...

e que tal ir directamente a Deus, através do diálogo da oração?! Fica so uma dica!

Força

agnostica portuguesa disse...

Eu ainda nao sei caminhar sozinha na fe, sempre o fiz acompanhada pq sao sempre mtas as questoea. Nap estava preparada, para tal, o meu amigo tb nao me preparuou pq nao pensava partir ja...o caminho foi percorrido sempre a doiis e com dialogo e doit faze-lo doutra forma Agradeco na meema e peca por mim a deus..
Agnosticaportugueda

Confessionário disse...

Sozinhos, de facto, não conseguimos... mas há-de haver alguém perto de ti que te possa amparar como precisas... a Igreja é ou deveria ser uma comunidade!

agnostica portuguesa disse...

O problema e que os sacerdotes a quem falo dele dizem que ele era mesmo unico, um santo, um confessor nato,etc etc.. e que jamais encontrarei alguem como ele.. nem imagina em qtos padres ja tentei encontrar o meu Amigo... a unica pessoa mais proxima da postura dele e um diacono que conheco bem, mas claro q nao existe aquela partilha propria duma grande amizade q tive a sorte de ter. Eu nao me sinto em comunidade na igreja pq gosto de olhar deus de cima da arvore do zaqueu, meio envergonhada e sem me querer misturar na multidao, mas com uma admiracao mt forte pela essencia da Mensagem de cristo e que e o amor pelo proximo. Qtos proximos ficam na soleira da porta das igrejas..por vezes e tao facil chegar ate eles, mas o tempo urge, falta hoje mm a certa igreja o tempo da escuta, o tempo da atencao..por isso acabo por caminhar sozinha, com as lembrancas e ensinamentos do meu amigo. Mais uma vez lhe peco desculpa por estar a despejar aqui este meu desanimo espiritual . Talvez o sr pe esteja a ser o confessor que nao tive em roma. Obriga pelas suas palavras que valem mt para mim.
AgnosticaPortuguesa